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Módulo de Técnicas de Expressão Oral e Escrita COMUNICA

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MANUAL DO CURSO DE LICENCIATURA 
DE 
TRONCO COMUM 
 
1º Ano 
 
Disciplina/Módulo: TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
Código: ISCED11-LIECFC002 
Total Horas/1o Semestre: 100 
Créditos (CFG): 4 
Número de Temas: 24 
 
 
 
 
 
 
 
 INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (ISCED) 
 
 
 
Direitos de autor (copyright) 
 
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED) e 
contêm reservados todos os direitos. É proibida a duplicação e/ou reprodução deste manual, 
no seu todo ou em partes, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios (electrónicos, 
mecânico, gravação, fotocópia ou outros), sem permissão expressa da entidade editora 
(Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância). O não cumprimento desta 
advertência é passível a processos judiciais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Instituto Superior de Ciências e Educação à Distância (ISCED) 
 
Rua Dr. Almeida Lacerda nº 211 – Ponta-Gêa 
Beira – Sofala 
 
Telefone / Fax: 23323501 
Moçambique 
 
Fax: 23 32 64 06 
E-mail: info@isced.ac.mz 
Website: www.isced.ac.mz 
 
 
 
Agradecimentos 
 
O Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED) e o autor do presente manual 
agradecem a colaboração dos seguintes indivíduos e instituições na elaboração deste 
manual: 
 
Pela coordenação 
 
Direcção Acadêmica do ISCED 
 
Pelo design Direcção de Qualidade e Avaliação do ISCED 
Financiamento e logística 
 
Instituto Africano de Promoção da Educação 
à Distância (IAPED) 
 
Pela revisão final Dr. Marcelino Cumbane 
 
Elaborado por: 
Dr. Fernando Manuel Samuel Safo Chicumule - Mestrando em Línguas, Literaturas e 
Culturas e Especializado em Língua Portuguesa e Literaturas de Expressão Portuguesa e 
Licenciado em Língua e Cultura Portuguesa 
 
 
 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Índice 
Visão geral 1 
Bem vindo ao Módulo de Técnica de Expressão .............................................................. 1 
Objectivos do Módulo....................................................................................................... 1 
Quem deveria estudar este módulo ................................................................................. 2 
Como está estruturado este módulo ................................................................................ 2 
Ícones de actividade ......................................................................................................... 3 
Acerca dos ícones ........................................................................................... 3 
Habilidades de estudo ...................................................................................................... 3 
Precisa de apoio? .............................................................................................................. 4 
Tarefas(avaliação e auto-avaliação) ................................................................................. 4 
Avaliação ........................................................................................................................... 4 
Unidade 1. O processo de comunicação 5 
Introdução ............................................................................................................... 5 
Sumário ........................................................................................................................... 10 
Exercícios ........................................................................................................................ 11 
Unidade 2. As Técnicas e os Métodos de Estudo 13 
Introdução ............................................................................................................. 13 
Sumário ........................................................................................................................... 16 
Exercícios ........................................................................................................................ 17 
Unidade 3. A Leitura 17 
Introdução ............................................................................................................. 17 
Sumário ........................................................................................................................... 20 
Exercícios ........................................................................................................................ 20 
Unidade 4. A Tomada de Notas 21 
Introdução ............................................................................................................. 21 
Sumário ........................................................................................................................... 24 
Exercícios ........................................................................................................................ 24 
Unidade 5. O Resumo 25 
Introdução ............................................................................................................. 25 
Sumário ........................................................................................................................... 27 
Exercícios ........................................................................................................................ 27 
Unidade 6. A Síntese 30 
Introdução ............................................................................................................. 30 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Sumário ........................................................................................................................... 32 
Exercícios ........................................................................................................................ 32 
Unidade 7. A Ortografia 33 
Introdução ............................................................................................................. 33 
Sumário ........................................................................................................................... 38 
Exercícios ........................................................................................................................ 39 
Unidade 8. A Pontuação 40 
Introdução ............................................................................................................. 40 
Sumário ........................................................................................................................... 47 
Exercícios ........................................................................................................................ 48 
Unidade 9. A análise de um texto escrito 48 
Introdução ............................................................................................................. 48 
Sumário ........................................................................................................................... 51 
Exercícios ........................................................................................................................ 51 
Unidade 10. A Frase 51 
Introdução ............................................................................................................. 51 
Sumário ........................................................................................................................... 54 
Exercícios ........................................................................................................................ 54 
Unidade 11. A Frase Simples e Complexas 55 
Introdução ............................................................................................................. 55 
Sumário ........................................................................................................................... 58 
Exercícios ........................................................................................................................58 
Unidade 12. Estudo do Verbo 59 
Introdução ............................................................................................................. 59 
Sumário ........................................................................................................................... 62 
Exercícios ........................................................................................................................ 62 
Unidade 13. Conjugação Pronominal 63 
Introdução ............................................................................................................. 63 
Sumário ........................................................................................................................... 65 
Exercícios ........................................................................................................................ 65 
Unidade 14. O Discurso directo e Indirecto 65 
Introdução ............................................................................................................. 65 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Sumário ........................................................................................................................... 67 
Exercícios ........................................................................................................................ 68 
Unidade 15. A Ficha Bibliográfica 68 
Introdução ............................................................................................................. 68 
Sumário ........................................................................................................................... 70 
Exercícios ........................................................................................................................ 70 
Unidade 16. A Ficha de Leitura 70 
Introdução ............................................................................................................. 70 
Sumário ........................................................................................................................... 73 
Exercícios ........................................................................................................................ 74 
Unidade 17. O Sumário 74 
Introdução ............................................................................................................. 74 
Sumário ........................................................................................................................... 78 
Exercícios ........................................................................................................................ 78 
Unidade 18. Textos Administrativos 79 
Introdução ............................................................................................................. 79 
Sumário ........................................................................................................................... 80 
Exercícios ........................................................................................................................ 80 
Unidade 19. Formas de Tratamento 81 
Introdução ............................................................................................................. 81 
Sumário ........................................................................................................................... 83 
Exercícios ........................................................................................................................ 83 
Unidade 20. A Carta 84 
Introdução ............................................................................................................. 84 
Sumário ........................................................................................................................... 87 
Exercícios ........................................................................................................................ 87 
Unidade 21. A convocatória 88 
Introdução ............................................................................................................. 88 
Sumário ........................................................................................................................... 90 
Exercícios ........................................................................................................................ 90 
Unidade 22. A Acta 91 
Introdução ............................................................................................................. 91 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Sumário ........................................................................................................................... 94 
Exercícios ........................................................................................................................ 94 
Unidade 23. Texto Expositivo-Explicativo 95 
Introdução ............................................................................................................. 95 
Sumário ........................................................................................................................... 98 
Exercícios ........................................................................................................................ 99 
Unidade 24. Texto Expositivo-Argumentativo 99 
Introdução ............................................................................................................. 99 
Estrutura do Texto Argumentativo 105 
Sumário ......................................................................................................................... 107 
Exercícios ...................................................................................................................... 108 
Unidade 25. O Relatório 108 
Introdução ........................................................................................................... 108 
Sumário ......................................................................................................................... 110 
Exercícios ...................................................................................................................... 111 
 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
VISÃO GERAL 
Bem-vindo ao Módulo de Técnicas de Expressão Oral 
e Escrita em Língua Portuguesa 
A Competência na comunicação e expressão em língua 
portuguesa é uma das habilidades indispensáveis, quer na 
comunidade em geral, quer em todos os processos de gestão do 
capital humano, nas organizações. Assim, por meio deste manual 
pretendemos que o futuro técnico ou gestor de recursos humanos 
seja capaz de se exprimir correctamente e de produzir 
documentos de carácter administrativo com uma boa 
expressividade e correcção linguísticas. 
 
Objectivos do Módulo 
Ao terminar o estudo do módulo de Técnica de Expressão Oral e 
Escrita em Língua Portuguesa, o formando será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 Adquirir e aperfeiçoar as técnicas de expressão consideradas 
como fundamentais para a prossecução dos estudos superiores 
e para futura vida profissional. 
 Conjugar destrezas e conhecimentos linguísticos com literacia e 
competências comunicativas. 
 Analisar aspectos gramaticais e funcionais da língua portuguesa 
 Reflectir sobre a estética e a cultura da linguagem. 
 Produzir correctamente textos de carácter administrativo; 
 Aplicar eficazmente as diferentes formas de tomada de nota ou 
de estudo. 
 Reconhecer as estratégias discursivas que norteiam a produção 
e organização de textos. 
 Usar correctamente as regras de pesquisa e elaboração de 
trabalhos científicos. 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
 
Quem deveria estudar este módulo 
Este Módulo foi concebido para todos os estudantes dos Cursos de 
Licenciatura no Instituto Superior de Ciências e Educação à 
Distância (ISCED), que têm, no seu plano curricular, a disciplina de 
Técnicasde Expressão Oral e Escrita. O módulo reserva-se ainda 
para todo o Público que o considere interessante. 
Como está estruturado este módulo 
Todos os módulos dos cursos produzidos pelo Instituto Superior 
de Ciências e Educação à Distância (ISCED) encontram-se 
estruturados da seguinte maneira: 
Páginas introdutórias 
 Um índice completo. 
 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os 
aspectos-chave necessários para completar o estudo. 
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção 
antes de começar o seu estudo. 
Conteúdo do curso / módulo 
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma 
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade 
incluindo um sumário da unidade e uma ou mais actividades para 
auto-avaliação. 
Outros recursos 
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos 
uma lista de recursos adicionais para você explorar. Estes recursos 
podem incluir livros, artigos ou sites na internet. 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação 
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-se no final de 
cada unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais 
para desenvolver as tarefas, assim como instruções para as 
completar. Estes elementos encontram-se no final do módulo. 
Comentários e sugestões 
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer 
comentários sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os 
seus comentários serão úteis para nos ajudar a [re] avaliar e 
melhorar este curso / módulo. 
Ícones de actividade 
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas 
margens das folhas. Estes ícones servem para identificar 
diferentes partes do processo de aprendizagem. Podem indicar 
uma parcela específica de texto, uma nova actividade ou tarefa, 
uma mudança de actividade, etc. 
Acerca dos ícones 
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, 
cada um com uma descrição do seu significado e da forma como 
nós interpretámos esse significado para representar as várias 
actividades ao longo deste curso / módulo. 
Ao longo do módulo encontrarás uma série de imagens que 
sintetizam as teorias apresentadas. Estes ícones foram retirados 
de obras consultadas ou então criadas para facilitar o processo de 
compreensão dos conteúdos patentes no módulo. 
Habilidades de estudo 
Caro formando, o ensino à distância requer de si um grande 
interesse pelo estudo, porque é um “Auto didacta”. Neste sentido, 
terá de criar um horário de estudo que lhe dará a possibilidade de 
estudar o módulo pelo menos quatro horas por semana. 
No fim de cada unidade, será necessário que se elabore uma 
síntese das teorias lidas para a compreensão dos conteúdos. 
 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
Precisa de apoio? 
 A base do estudo é este módulo, mas pode completar as suas 
investigações na biblioteca do Instituto Superior de Ciências e 
Educação à Distância (ISCED) ou até com os materiais que poderá 
encontrar noutras bibliotecas. 
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) 
As Tarefas de exercícios estão em função dos objectivos, fichas 
informativas, recursos existentes e de todo um leque de condições 
concretas. Os trabalhos serão entregues obedecendo aos critérios 
estabelecidos pelo ISCED. 
 
Avaliação 
A avaliação da cadeira será controlada da seguinte maneira: 
 Três (3) Trabalhos realizados pelos estudantes, sendo 
divididos em três sessões presenciais de acordo com a 
programação do ISCED. 
 Dois (2) Testes escritos em presença e um Exame no fim do 
semestre. 
 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
UNIDADE 1 
 O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
Introdução 
Nesta primeira unidade, abordamos o processo de comunicação 
porque constitui a base da nossa comunicação no quotidiano. 
Neste processo, são estudados os elementos que garantem uma 
comunicação perfeita. 
Focalizamos também as funções de comunicação que se 
relacionam intrinsecamente com os factores da comunicação para 
o processo comunicacional. 
Ao completar esta unidade / lição, será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Conhecer os elementos de comunicação; 
 Relacionar os factores da comunicação com as funções de 
linguagem; 
 Comunicar, de forma desbloqueada, sem ruído. 
 
O Processo de comunicação 
No processo de comunicação, o emissor (ou codificador) emite 
uma mensagem (ou sinal) ao receptor (ou descodificador), através 
de uma chamada, por exemplo um telefonema. O receptor 
interpretará a mensagem que pode ter chegado até ele com 
algum tipo de barreira (ruído) e, a partir daí, dará o feedback ou 
resposta, completando o processo de comunicação. 
Ciclo comunicacional: 
- Codificar: transformar, num código conhecido, a intenção da 
comunicação ou elaborar um sistema de signo ou um significado 
que aparenta objectivos comuns; 
- Descodificar: decifrar a mensagem, operação que depende do 
repertório (conjunto estruturado de informação) de cada pessoa; 
- Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue 
obter e pela qual sabe se a sua mensagem foi captada pelo 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Emissor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mensagem
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Receptor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ru%C3%ADdo
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema
http://pt.wikipedia.org/wiki/Signo
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
receptor. 
Tipos de Linguagem 
-Linguagem verbal: as dificuldades de comunicação ocorrem 
quando as palavras têm graus distintos de abstracção e variedade 
de sentido. O significado das palavras está nas pessoas (no 
repertório de cada um e que lhe permite decifrar e interpretar as 
palavras); 
-Linguagem não-verbal: as pessoas não se comunicam apenas por 
palavras. Os movimentos faciais e corporais, os gestos, os olhares, 
as entoações são também importantes: são os elementos não 
verbais da comunicação. 
Os significados de determinados gestos e comportamentos variam 
muito de uma cultura para outra e de época para época. 
A comunicação verbal é plenamente voluntária; o comportamento 
não-verbal pode ser uma reacção involuntária ou um acto 
comunicativo propositado. 
Alguns psicólogos (e.g. Armindo Freitas-Magalhães, 2007) afirmam 
que os sinais não-verbais têm as funções específicas de regular e 
encadear as interacções sociais e de expressar emoções e atitudes 
interpessoais: 
a) Expressão facial: não é fácil avaliar as emoções de alguém 
apenas a partir da sua expressão fisionómica. Por vezes os rostos 
transmitem espontaneamente os sentimentos, mas muitas 
pessoas tentam inibir a expressão emocional. 
b) Movimento dos olhos: desempenha um papel muito 
importante na comunicação. Um olhar fixo pode ser entendido 
como prova de interesse, mas noutro contexto pode significar 
ameaça, provocação. Desviar os olhos quando o emissor fala é 
uma atitude que tanto pode transmitir a ideia de submissão como 
a de desinteresse. 
c) Movimentos da cabeça: tendem a reforçar e sincronizar a 
emissão de mensagens. 
d) Postura e movimentos do corpo: os movimentos corporais 
podem fornecer pistas mais seguras do que a expressão facial para 
se detectar determinados estados emocionais. Por ex.: inferiores 
hierárquicos adoptam posturas atenciosas e mais rígidas do que os 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Linguagem_verbal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89poca
http://pt.wikipedia.org/wiki/Psic%C3%B3logo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Armindo_Freitas-Magalh%C3%A3es
http://pt.wikipedia.org/wiki/2007
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sociais&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Olho
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
seus superiores, que tendem a mostrar-se descontraídos. 
e) Comportamentosnão-verbais da voz: a entoação (qualidade, 
velocidade e ritmo da voz) revela-se importante no processo de 
comunicação. Uma voz calma geralmente transmite mensagens 
mais claras do que uma voz agitada. 
f) Aparência: a aparência de uma pessoa reflecte normalmente o 
tipo de imagem que ela gostaria de passar. Através da 
indumentária, arrumo, maquilhagem, apetrechos pessoais, 
postura, gestos, modo de falar, etc, as pessoas criam uma 
projecção de como são e de como gostariam de ser tratadas. As 
relações interpessoais serão menos tensas se a pessoa fornecer 
aos outros a sua projecção particular e se os outros respeitarem 
essa projecção. 
Relação Interpessoal - construção da identidade (ERIKSON, 1872): 
- implica definir quem a pessoa é, quais sãos seus valores e qual 
direcção deseja seguir pela vida. 
Elementos da comunicação 
A comunicação acompanha o ser humano desde seu nascimento, 
sendo processada em todo tempo, independentemente da forma 
ou da localização. O sucesso de toda a actividade profissional é 
uma comunicação eficaz. 
 
Comunicar significa transmitir e receber mensagens e pode ser 
realizada por meio de: 
-Linguagem falada ou escrita, 
-Linguagem de sinais, 
-Ideias, 
-Comportamentos e atitudes. 
 
No entanto, a comunicação jamais poderá ser compreendida 
como um fenómeno isolado, pois ela somente será efectiva, se 
outros elementos estiverem presentes nessa dinâmica. 
 
Os elementos da comunicação são: 
 
1- Emissor (locutor) = É aquele que dá início ao processo 
comunicativo, pois transmite a mensagem. 
 
2- Receptor (alocutário) = É o alvo do emissor, sendo quem 
recebe a mensagem. 
 
3- Mensagem = Pode ser um facto, ideias ou até mesmo, 
emoções, ou seja, é o conteúdo contido na comunicação. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Voz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Postura
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
4- Canal = É o meio pelo qual a mensagem é enviada do emissor 
para o receptor. 
 
5- Referente ou Contexto: É o objecto ou a situação a que a 
mensagem se refere. 
 
6- Código: É o conjunto de regras de combinação de signos 
utilizado para elaborar uma mensagem: o emissor codifica aquilo 
que o receptor irá descodificar. 
 
Entende-se que a organização deve estar atenta ao que vai além 
das palavras no processo de comunicação. É preciso focalizar 
também os gestos, as expressões e atitudes. Ao mesmo tempo, 
ressalta-se que o mais importante é ter capacidade de uma escuta 
atenta ao que diz o cliente, pois ele repassará para a empresa o 
feedback de todo o investimento realizado na sua direcção. 
 
O maior cuidado deve estar em não produzir “ruídos” ao realizar a 
comunicação. Isso quer dizer ter certeza de que a mensagem 
emitida foi correctamente recebida e interpretada pelo público-
alvo. 
 
É preciso ter o conhecimento das técnicas e dos conceitos para 
colocar as palavras certas em função da comunicação certa. 
 
Funções da linguagem 
 
1. Função Emotiva ou Expressiva 
Esta função ocorre quando se destaca o emissor. A mensagem 
centra-se nas opiniões, sentimentos e emoções do emissor, sendo 
um texto completamente subjectivo e pessoal. A ideia de 
destaque do locutor dá-se pelo emprego da 1ª pessoa do singular, 
tanto das formas verbais, quanto dos pronomes. A presença de 
interjeições, pontuação com reticências e pontos de exclamação 
também evidenciam a função emotiva ou expressiva da 
linguagem. Os textos que expressam o estado de alma do locutor, 
ou seja, que exemplificam melhor essa função, são os textos 
líricos, as autobiografias, as memórias, a poesia lírica e as cartas 
de amor. 
Exemplo: 
Pelo amor de Deus, preciso encontrar algo, nem que sejam cinco 
meticais! 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
2. Função Informativa ou Referencial ou Denotativa 
Referente é o objecto ou situação de que a mensagem trata. A 
função referencial privilegia justamente o referente da mensagem, 
procurando transmitir informações objectivas sobre ele. Centra-se 
no contexto da mensagem. 
Exemplo: 
"Nos vertebrados, esta resposta inclui uma série de alterações 
bioquímicas, fisiológicas e imunológicas colectivamente 
denominadas inflamação." (Descrição da inflamação num artigo 
científico). 
3. Função Apelativa ou Conativa ou Injuntiva 
É voltada para o leitor, tom imperativo, e muito encontrada em 
propagandas. A mensagem é centrada no receptor e organiza-se 
de forma a influenciá-lo, ou chamar sua atenção, o contexto torna-
se a parte mais importante da mensagem. Geralmente, usa-se a 2ª 
pessoa do discurso (tu/você; vós/vocês), vocativos e formas 
verbais ou expressões no imperativo. Como essa função é a mais 
persuasiva de todas, aparece comummente nos textos 
publicitários, nos discursos políticos, horóscopos e textos de auto-
ajuda. Como a mensagem centra-se no outro, ou seja, no 
interlocutor, há um uso explícito de argumentos que fazem parte 
de seu universo. 
Exemplo: 
"Beba Coca-Cola" / "Venha à caixa Senhor, venha!" 
4. Função Fáctica 
O canal é posto em destaque, ou seja, o canal que dá suporte à 
mensagem. Ocorre quando o emissor tem a intenção de testar o 
canal. A Função Fáctica seria basicamente o diálogo. 
Exemplo: 
"Alô ?!", "Entenderam?", “Quem fala...?” 
5. Função Poética 
É aquela que se centra sobre a própria mensagem. Tudo o que, 
numa mensagem, suplementa o sentimento da mensagem através 
do jogo de sua estrutura, de sua tonalidade, de seu ritmo, de sua 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
sonoridade. Essa função é capaz de despertar no leitor o prazer 
estético e surpresa. É explorado na poesia e em textos 
publicitários. 
Exemplo: 
“Aquela cativa que me tem cativo” (Camões) 
6. Função Metalinguística 
Caracterizada pela preocupação com o código. Pode ser definida 
como a linguagem que fala da própria linguagem, ou seja, 
descreve o acto de falar ou escrever. Programas de TV que 
abordam sobre a própria TV ou programas de TV que abordam 
sobre os media. Peças de teatro que tratam sobre o teatro. 
Exemplos: 
A linguagem (o código) torna-se objecto de análise do próprio 
texto. Os dicionários e as gramáticas são repositórios de 
metalinguagem. 
“Lutar com palavras é a luta mais vã. Entretanto lutamos mal 
rompe a manhã. São muitas, eu pouco. Algumas, tão fortes como 
o javali. Não me julgo louco. Se o fosse, teria poder de encantá-las. 
Mas lúcido e frio, apareço e tento apanhar algumas para meu 
sustento num dia de vida. Deixam-se enlaçar, tontas à carícia e 
súbito fogem e não há ameaça e nem há sevícia que as traga de 
novo ao centro da praça.” Carlos Drummond de Andrade 
Nesse poema, Drummond escreve um poema sobre como 
escrever poemas... Ou seja, a criação literária fala sobre si mesma. 
Um outro exemplo é quando um cartunista descreve o modo 
como ele faz seus desenhos num próprio cartoon; ele demonstra o 
acto de fazer cartoons e como são feitos. 
nções da 
Sumário 
Em síntese: 
O processo da comunicação mobiliza todos os factores da 
comunicação, partindo do emissor que codifica uma mensagem 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
que aborda um assunto do mesmo contexto, por meio de um 
canal que respeita um determinado código, para um receptor 
capaz de descodificar a informação veiculada da mensagem. 
Todos os elementos comunicacionais referidos centram-se, 
respectivamente, nas funções expressiva, poética, referencial, 
fáctica, metalinguística e apelativa. 
Exercícios 
Leia atentamente os textos e responda às questões levantadas em 
torno deles. 
TEXTO -1 
Lição sobre a água 
Como substância, a água é incolor, insípida e inodora. 
Desempenha, portanto, um papel invulgar em todos os campos de 
actividade do mundo. Quimicamente, nada se lhe compara. Trata-
se de um composto de grande estabilidade, notável solvente e 
poderosa fonte de energia química. 
Quando congelada, portanto na forma sólida, a água se expande 
ao invés de retrair, conforme acontece com a maioria das demais 
substâncias,e o sólido mais leve flutua sobre o líquido mais 
pesado, com consequências surpreendentes. Ela é capaz de 
absorver e liberar mais calor que todas as demais substâncias 
comuns. No que diz respeito a uma série de propriedades físicas e 
químicas, tais como seu ponto de congelamento e ebulição, a água 
é singular, verdadeira excepção à regra. E quase todas as 
propriedades participam dos mecanismos da vida humana, quer 
naturalmente, como no processo digestivo, ou artificialmente, 
como uma máquina a vapor. 
Todas essas peculiaridades da água podem ser explicadas à luz da 
sua estrutura molecular. A combinação de dois átomos de 
hidrogénio com um de oxigénio formando a água (H2O) resulta 
numa molécula espantosamente resistente, sendo necessária uma 
energia extraordinária para cindi-la. De facto, até há uns 180 anos 
passados acreditava-se que a água fosse um elemento indivisível, 
e não um composto químico. 
MATTOS e MEGALE: 13:1990 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Texto 2 
 
1. Identifique os elementos da comunicação presentes nos 
dois textos por meio de um quadro comparativo. 
2. Encontre funções da linguagem nos dois textos e 
exemplifique com passagens textuais. 
3. Descreve situações de ruído de comunicação em todos 
factores de comunicação 
4. Elabore um texto onde ocorram todas as funções da 
linguagem. 
 
 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
UNIDADE 2 
 AS TÉCNICAS E OS MÉTODOS DE ESTUDO 
Introdução 
A unidade aborda essencialmente as técnicas de estudo para os 
estudantes do ensino superior e, no geral, para os estudantes de 
qualquer nível que queiram ver o seu trabalho repleto de 
sucessos. 
O ISCED usa o método PBL, que centraliza o processo de ensino e 
aprendizagem no aluno e a aplicação do estudante nos estudos 
constitui a base. 
Ao completar esta unidade / lição, será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 Diferenciar os métodos de estudo no ensino superior dos 
métodos de estudo no ensino secundário; 
 Organizar, planificar e implementar as tarefas, ou seja, as 
actividades de estudo; 
O método de estudo 
Ao ingressarmos numa instituição temos de prestar atenção a 
algumas mudanças relacionadas aos métodos de estudo. Aqui e 
em particular neste ISCED usa-se o método PBL que centraliza o 
processo de ensino e aprendizagem no aluno. Neste método, o 
aluno é o centro da aprendizagem e todas as atenções estão 
viradas para o seu desenvolvimento, com tendência à resolução 
de problemas específicos da vida quotidiana. Como veremos nos 
tópicos que se seguem nesta unidade não pretendemos ilustrar a 
aplicabilidade do método, mas sim o uso de determinadas técnicas 
que contribuirão para o maior rendimento do estudante no 
método. 
A Aprendizagem no ISCED 
Como já dissemos acima, os métodos de aprendizagem no ISCED 
são diferentes dos usados no ensino secundário geral, pois, para 
além do nível de abordagem dos conteúdos que é mais profundo, 
os estudantes devem possuir a seguinte postura (+) 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
pesquisadores, (–) dependentes do Docente e de maior autonomia 
na aprendizagem. 
A título de exemplo de algumas diferenças dos estudantes das 
duas escolas temos, de acordo com Ruiz, (1991:19)1 
“ no curso médio, o estudante leva para casa as tarefas 
diárias; não acontece o mesmo na faculdade. No curso 
médio, os alunos andam uniformizados, não podem fumar 
no recinto escolar e as classes são bastante homogéneas; 
no curso superior nada disso acontece”. 
Como se pode notar, a caracterização do ambiente de estudo no 
ensino universitário é diferente do ensino secundário. Assim, o 
estudante do ensino universitário deve ser pontual, responsável e 
assíduo às aulas. A responsabilidade referida parte da 
programação das actividades diárias. 
O plano de actividades 
No quotidiano, notamos constantemente que todo o homem 
planifica, pois, a planificação é guia das suas actividades. Com base 
nela, os homens praticam e controlam o cumprimento dos 
objectivos previamente estabelecidos. Assim, tendo o estudante 
um conjunto de actividades a efectuar, é pertinente que essas 
sejam devidamente planificadas para que o objectivo de 
assimilação dos conteúdos seja consumado. 
Segundo Estanqueiro (2002: 13)2 
“Se compararmos o rendimento de duas pessoas com 
capacidades intelectuais semelhantes, veremos que vai 
mais longe aquele que dedica mais horas ao estudo. 
Acontece até que muitos estudantes de ritmo lento (tipo 
tartaruga) chegam a superar colegas rápidos (tipo lebre), 
só porque começam mais cedo e são mais regulares.” 
Da citação, pode compreender-se até que ponto vai a 
responsabilidade do estudante na universidade, pois, antes de 
tudo, o estudante deve ser capaz de dispor de tempo para estudar 
ou mesmo para frequentar todas as aulas do curso. Assim, torna-
se indispensável que o estudante descubra o tempo para o 
desenvolvimento desta e das outras actividades. 
 
1
 RUIZ, J. Álvaro, Metodologia Científica: Guia para eficiência nos estudos, 
São Paulo: ATLAS 1991 
2
 ESTANQUEIRO, A. G. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
De acordo com Ruiz, (1991: 22)3 
“ A maneira mais prática de descobrir ou fazer aparecer o 
tempo consiste em tomar uma folha de papel, anotar os 
diversos dias da semana em linha horizontal e os diversos 
afazeres em linha vertical; registar depois, na coluna de 
cada dia da semana, as horas plenas e os diversos espaços” 
 
É evidente que nem sempre acordaremos a hora indicada no 
nosso horário mas o grande esforço do estudante deve cingir-se 
no cumprimento do horário estabelecido. Neste horário devem 
constar todas as actividades inclusive as actividades de estudo 
individual: preparação para a aula, revisão de aula, revisões gerais 
para as provas e exames e até os tempos de lazer. 
Não importa se o tempo de estudo de cada cadeira ou disciplina é 
pouco ou não, porque se usarmos correctamente as técnicas de 
leitura, revisão, fichamento teremos um bom aproveitamento. 
Nisto, é necessário desenvolver técnicas para tornar qualquer 
tempo produtivo. 
Do ponto de vista de Ruiz, (1991: 22)4 
“A perseverança no cumprimento do programa é o maior 
problema; geralmente, o nosso tempo é pequeno, mas o 
pior é que o pequeno espaço de tempo se converte em 
nada pela falta de perseverança.” 
 O autor acima referido apela-nos para maior perseverança nas 
actividades programadas no horário individual mas, para além da 
 
3
 RUIZ, J. Álvaro, Metodologia Científica: Guia para eficiência nos estudos, 
São Paulo: ATLAS 1991 
4
 RUIZ, J. Álvaro, Metodologia Científica: Guia para eficiência nos estudos, 
São Paulo: ATLAS 1991 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
perseverança, Estanqueiro cita também a necessidade de ocupar 
as melhores horas do dia para o estudo individual. 
Segundo Estanqueiro (2002:14)5 
“ o estudo é uma actividade ciumenta que exige as melhores 
horas do dia. Quais são? Várias experiências provam que o 
rendimento intelectual da manhã é superior ao da tarde e ao 
da noite. Ao princípio da tarde, ocorre sempre uma quebra de 
vivacidade mental, fruto de uma certa sonolência que ataca a 
gente e não apenas os que fizeram um grande almoço. Quanto 
à noite, é natural que o cansaço acumulado de um dia 
prejudique o rendimento, apesar de haver pessoas que se dão 
bem a estudar na calma da noite.” 
 
Pode-se depreender da citação que, cada estudante tem um 
determinado tempo que lhe é rentável nas suas actividades, pois, 
enquanto uns obtém uma boa atenção mental na assimilação dos 
conteúdos nas manhãs; outros, obtém o mesmo estado nas tardes 
ou à meia-noite. Por isso, convém deixarmos bem claro nesta 
unidade quecada estudante deve ser capaz de descobrir o seu 
tempo mais rentável. Além do tempo, as condições do ambiente 
de estudo “calmo, barulhento, no quarto, na praia”, estado 
emocional do estudante entre outros, constituem os principais 
factores a ter em conta na planificação do tempo de estudo. 
 
Sumário 
Em síntese: 
A adopção de um ou do outro método de estudo nos 
estabelecimentos educacionais tem como objecto alcançar os 
objectivos preconizados nos programas. Assim, com a adopção do 
método PBL esperamos que o processo seja eficaz e que o aluno 
sinta que tem todas as ferramentas necessárias para o seu 
progresso. 
A programação, a perseverança e a responsabilidade nas 
actividades será como sempre a base do êxito educacional do 
estudante. 
 
5
 ESTANQUEIRO, A. G. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Exercícios 
1. Elabore um horário das suas actividades tendo em 
conta as cadeiras que tem e as exigências do curso. 
2. Indique duas vantagens da programação das 
actividades. 
3. Por que razão Ruiz afirma que “A perseverança no 
cumprimento do programa é o maior problema…” 
 
UNIDADE 3 - A LEITURA 
Introdução 
No processo de ensino e aprendizagem é preciso compreender 
que o êxito nos estudos provém da adopção de técnicas de estudo 
e de leitura. Fazer uma boa leitura significa criar condições para 
que a leitura termine na compreensão dos conteúdos. Assim, 
nesta unidade, pretendemos apresentar algumas técnicas que lhe 
poderão ajudar nos seus estudos. 
Ao completar esta unidade / lição, será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Indicar o propósito da leitura; 
 Praticar a leitura de acordo com as etapas; 
 Verificar a compressão dos conteúdos. 
Para se alcançar o pleno êxito na sua carreira estudantil, não basta 
apenas o facto de participar às aulas e receber as orientações com 
relação aos objectivos da aprendizagem, mas é também 
necessário que se façam leituras. 
De acordo com Gomes (2002:57)6, o acto de ler consiste em 
“decifrar símbolos de linguagem escrita para lhes conferir a 
correspondência com os sons que representam”. 
Do conceito de leitura acima apresentado, é possível notar que 
toda actividade da aprendizagem terá o seu fulcro na leitura 
porque com base nela o estudante será capaz de assimilar 
conteúdos a partir da atitude de clarificar os conteúdos 
 
6
 Gomes A. Didáctica de Ensino da Língua Portuguesa, Vol. II, 2002 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
subjectivos. 
Segundo Potts (1989:56)7 
“No sentido genérico, a qualidade de uma leitura é a soma 
de todos os elementos que estão presentes numa peça 
impressa, que influencia o êxito que um grupo de leitores 
consegue com ela. O êxito é medido pela extensão em que 
o texto é compreendido, a velocidade óptima é tida como 
interessante.” 
Como se afirma na citação, o êxito da leitura é avaliado 
pelo grau da compreensão do texto no processo de ensino e 
aprendizagem. Se os estudantes não forem capazes de transmitir 
o conteúdo patente no texto, ou seja, de mostrar que 
conhecimentos adquiriram ou, ainda, de usar os conhecimentos 
para responder a determinadas necessidades, então, eles não 
entenderam o texto. Porém, a leitura é antecedida por uma 
selecção de obras que normalmente nos é apresentada pelo 
docente mas se assim não suceder siga as instruções que se 
seguem. 
 
Como seleccionar o que ler 
É evidente que ao nos dirigirmos à biblioteca já teremos em mão 
um tema relacionado com uma determinada área da 
aprendizagem. No entanto, será fundamental que conheçamos a 
organização dos livros de estudo na biblioteca e depois que 
conheçamos a organização dos próprios livros em si. Assim, é 
interessante trazermos a teoria de Estanqueiro (2001:69)8 que se 
refere que há três técnicas entre outras possíveis de ajudar a 
conhecer um livro, a descobrir o seu interesse e a tornar mais 
rentável a sua utilização. 
As técnicas destacadas pelo autor são: Percorrer o Índice, ler a 
Introdução e folhear as páginas. Para o autor “pelo índice é 
possível ver o essencial da matéria tratada. (...) Na Introdução, o 
autor explica as intenções do livro, (...) Folheando o livro pode 
observar-se a forma como é apresentada a matéria.”9 
 
7
 In Didáctica de ensino da língua portuguesa. 
8
 ESTANQUEIRO, A. Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
9
 ESTANQUEIRO, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Na mesma perspectiva de abordagem, Ruiz (1991: 35)10, para além 
dos elementos citados, acrescenta que “devemos ver o nome do 
autor, o seu Curriculum, a orelha do livro, a documentação ou as 
citações ao pé das páginas, a bibliografia, assim como verificar a 
editora, a data, a edição e ler rapidamente o prefácio” 
No processo de desenvolvimento da leitura é preciso ter em conta 
dois passos que são considerados fundamentais para que se 
efectue uma leitura efectivamente produtiva. Na primeira leitura, 
procura-se ter um conhecimento global do texto e, na segunda, 
faz-se uma leitura mais aprofundada procurando compreender e 
assimilar o essencial. 
A primeira etapa da leitura, de acordo com Estanqueiro, pode ser 
designada Ler “por Alto” e a segunda Ler “em Profundidade”. A 
primeira consiste em dar uma passagem de olhos pelo seu 
conteúdo, procurando ter uma visão panorâmica do terreno a 
explorar ou seja uma visão geral do assunto “a Ideia Principal”. 
Nesta primeira leitura, pode-se fazer a leitura de alguns parágrafos 
(os iniciais e os do meio e o último parágrafo). 
As questões tais como: 
“O Que diz o texto? Que pretende transmitir o 
autor? 
Que explicações são fundamentadas? Os factos e os 
argumentos são esclarecidos? 
Concordo com a opinião do autor? 
Que novidades surgem no texto? 
Encontro informações úteis? Posso aplicá-las na 
prática? 
Que ligações tem o assunto com aquilo que já sei?” 
É bom notar que um bom leitor não regista passivamente tudo 
aquilo o que lê nos livros, mesmo se os autores lhe merecem toda 
a confiança. O bom leitor tem de manifestar o seu espírito crítico 
perante todo o conteúdo que lê, ele analisa, compreende, 
interpreta, compara e avalia. Esta prática torna-se eficaz a partir 
do momento em que sabemos sublinhar o essencial do texto. 
O acto de sublinhar as ideias-chave do texto desperta a atenção, 
ajuda a captação e facilita as revisões. Assim para sublinhar e fazer 
 
10
 RUIZ, J. Álvaro, Metodologia Científica: Guia para eficiência nos estudos, 
São Paulo: ATLAS 1991 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
anotações na margem do texto, o metodólogo Estanqueiro diz que 
é necessário: 
 “Dar prioridade as definições, fórmulas, esquemas, termos 
técnicos, e outras palavras ou expressões que sejam a 
chave da ideia principal. 
Destacar uma ou duas frases por parágrafo. 
Sublinhar apenas os livros pessoais” 
Por sua vez, Ruiz reforça que temos de seleccionar apenas as 
ideias principais e os detalhes importantes; não devemos 
sublinhar por ocasião da primeira linha, reconstruir o parágrafo a 
partir das palavras sublinhadas, ler o parágrafo sublinhado com a 
continuidade e plenitude de sentido de um telegrama; sublinhar 
com dois traços as palavras-chave da ideia principal, e com um 
único traço os pormenores importantes; assinalar com linha 
vertical, as margens mais significativas e finalmente assinalar com 
um ponto de interrogação as margens dos pontos a discordar. 
Sumário 
Em síntese: 
A qualidade de uma leitura é a soma de todos os 
elementos que estão presentes nele, que influenciam no 
êxito que um grupo de leitoresconsegue com ela. O 
resultado da leitura é medido pela extensão em que o 
texto é compreendido, a velocidade óptima é tida como 
interessante.” 
Exercícios 
“No processo de desenvolvimento da leitura é preciso ter em conta 
dois passos fundamentais para que se efectue uma leitura 
efectivamente produtiva.” 
1. Quais são as etapas a seguir no acto da leitura? 
2. Que questões podem ser colocadas depois de ter feito uma 
leitura? 
 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
UNIDADE 4 
A TOMADA DE NOTAS 
Introdução 
A tomada de notas constitui uma síntese dos conteúdos lidos e 
todo o estudante deverá conhecer e usar correctamente estas 
regras. Assim, nesta unidade apresentamos as diferentes formas 
de tirar apontamentos e as orientações recomendadas para cada 
método. 
Ao completar esta unidade / lição, será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Conhecer as regras de tomada de notas; 
 Tomar notas. 
 
A Tomada de Notas 
Um bom leitor, para além de sublinhar, também faz anotações 
quer no papel quer no próprio texto de apoio. Estas anotações, 
principalmente, as feitas no texto são a prova do seu espírito 
crítico. Enfim, as anotações são reacções ou comentários pessoais 
e podem expressar-se através de formas diversificadas: 
 Ponto de interrogação (?) como sinal de dúvida; 
 Ponto de exclamação (!) como sinal de surpresa ou 
entusiasmo; 
 Letras diversas para fazer uma observação simples como 
por ex: B - bom, I - importante ou interessante, N – não, R- 
rever e outras; 
 Palavras que resumam o núcleo central de um parágrafo; 
 Uma nota de referência sobre os assuntos defendidos pelo 
mesmo autor ou por autores diferentes (ESTANQUEIRO, 
2001). 
 
Nota: 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Fazer anotações é enriquecer o livro e elas (as anotações) devem 
ser claras e breves. 
A actividade de tirar apontamento é complexa e constitui um dos 
processos fundamentais para a captação e retenção da matéria, 
pois, por meio dos apontamentos aprendemos melhor e as nossas 
informações ficam guardadas para sempre. 
 
De acordo com Estanqueiro, os apontamentos podem ser de três 
tipos: Transcrição, esquemas e resumos. 
 
O primeiro tipo de apontamento “A Transcrição” consiste em 
transcrever e copiar uma informação de forma totalmente igual ao 
texto original. Porém, é importante referir que esse não é o 
processo mais eficaz para estudar um assunto, embora seja útil, 
pois enquanto se escreve pensa-se sobre aquilo que se lê. Mais 
eficaz será fazer esquemas e resumos. 
Regras: 
De acordo com o mesmo autor11 as regras a serem seguidas 
nos apontamentos de transcrição são: 
 Não copiar longos textos, integralmente. Basta seleccionar 
as partes mais significativas. 
 Pôr entre aspas os textos copiados; 
 Indicar com precisão a fonte, ou seja, registar o nome do 
autor, o título do livro ou da revista; o número da edição, o 
local da edição, o editor, a data e a página. 
Se assim estiverem organizados, os apontamentos poderão servir 
em qualquer momento. 
Esquema 
Uma técnica importante é passar a esquema todas as informações 
tidas como ideias-chave, durante a leitura. Pois eles (os esquemas) 
são simples enunciados das palavras-chave, em torno dos quais é 
possível arrumar grandes quantidades de conhecimentos. De 
acordo com Estanqueiro “eles também representam uma enorme 
economia de palavras e oferecem a vantagem de destacar e 
visualizar o essencial do assunto em análise, podendo ainda ser 
 
11
 Estanqueiro, A, Aprender a Estudar, Lisboa: Texto ed. 2001 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
facilmente reformulados.” 
Tipos de esquemas: 
Ainda na mesma abordagem, refere-se que existem os seguintes 
tipos de esquema: Índices, quadros, gráficos, desenhos ou mapas 
e todos estes tipos de esquema podem ser encontrados nos 
manuais. 
De acordo com Ruiz, as regras do resumo são: 
 Ser fiel ao texto; 
 Apanhar o tema do autor; 
 Ser simples, claro e destacar os títulos e subtítulos; 
 Subordinar as ideias aos factos; 
 Manter um sistema uniforme de observação. 
Nota: Os esquemas não são aconselháveis pela insuficiência de 
informações. 
 
O resumo 
Segundo Estanqueiro (2001: 52, 53), 
Resumir é abreviar, tornar mais curto um texto. Isto exige 
capacidade para seleccionar e reformular as ideias essenciais, 
usando frases bem articuladas. 
Às pessoas pouco treinadas na técnica do resumo, propomos a 
seguinte metodologia: 
 1.º Compreender o texto, na sua globalidade; 
 2.º Descobrir a ideia-chave ou tópico de cada parágrafo; 
 3.º Registar numa folha de rascunho o conjunto dos vários 
tópicos, recolhidos parágrafo a parágrafo; 
 4.º Reconstruir o texto, de um modo pessoal, respeitando 
sempre o plano e o pensamento do autor. 
Um bom resumo, tal como um bom esquema, tem quatro 
características fundamentais: 
 Brevidade - os pontos principais da matéria são registados 
de forma abreviada. Um bom resumo não ultrapassa um 
quarto do texto inicial. 
 Clareza - os factos ou as ideias são apresentados sem 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
qualquer tipo de confusão ou ambiguidade. 
 Rigor - o essencial do assunto é reproduzido fielmente, 
sem erros nem deformações. 
 Originalidade - a matéria é traduzida numa linguagem 
original, própria de cada leitor, embora transmita apenas o 
ponto de vista do autor. Resumir não é comentar! 
 Fazer resumos é um processo eficaz para compreender e assimilar 
a matéria. É também um treino fundamental para a transmissão 
das nossas ideias, de forma breve, clara, rigorosa e original. 
Nas provas de avaliação, escritas ou orais, e pela vida fora, exige-
se capacidade para comunicar, com rapidez e eficiência, o 
essencial das coisas que sabemos. Aprender a resumir é aumentar 
as hipóteses de sucesso: 
 
Nota: quando for convidado a fazer um resumo, não hesite em 
perguntar qual a extensão desejada, para não haver defeito nem 
excesso. 
 
Sumário 
Em síntese: 
A actividade de tirar apontamento constitui um dos 
processos fundamentais para a captação e retenção da 
matéria, pois, por meio dos apontamentos aprendemos 
melhor e as nossas informações ficam guardadas para 
sempre. Os apontamentos podem ser de três tipos: 
Transcrição, esquemas e resumos 
Exercícios 
1. Indique as diferentes formas de tirar apontamentos. 
2. Diferencie-as. 
3. Faça a tomada de notas do Texto 1, da Unidade 1. 
 
 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
 
UNIDADE 5 
O RESUMO 
Introdução 
Qualquer estudante do ensino superior deve ser capaz de resumir 
textos de carácter científico ou didáctico, pois, por meio dos 
resumos, os resultados adquiridos nos estudos são mais eficazes e 
mais amplos. 
Nesta unidade, veremos as estratégias usadas para a redução de 
um texto – a técnica de resumo - especificamente o método 
RASERO.
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Ao completar esta unidade /lição, será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Detectar o essencial num texto para resumi-lo; 
 Discernir sobre o que é indispensável, o principal, o 
importante, o secundário, o acessório e o inútil; 
 Resumir um texto de qualquer natureza (científico / 
literário); 
A actividade de resumir um texto destaca-se pelo facto de tornar o 
texto mais curto, contraído, condensado ou de abreviá-lo. Porém, 
não se deve confundir um plano com um resumo, pois, este é 
correctamente redigido, claro e construído. Deve pôr em realce o 
essencial, sem ser nem uma análise nem um comentário. 
De acordo com Lemitre (1986: 158), o resumo dá uma visão de 
conjunto do conteúdo e acentua a progressão dos pontos 
principais. Ele respeita a linearidade do discurso inicial. Não pode 
retomar todas as ideias expostas,mas não deverá tão-pouco 
limitar-se a um sobrevoo abstracto não conservando senão os 
conceitos sem explicações. 
Em suma, resumir é apresentar, de forma contraída, reduzida ou 
abreviada, as ideias principais de um texto. E para chegarmos a 
ele, há que fazer uma operação mental insubstituível: dispensar o 
que não é significativo. Ao dispensar o que é secundário, 
valorizará só o que é fundamental. Por isso, um resumo bem feito 
é económico em palavras e rico em significado. 
São alguns dos exemplos de resumo: as manchetes, os títulos, as 
legendas. Assim, dar títulos, fazer manchetes ou construir 
legendas é uma actividade que muitas vezes nos ajuda no domínio 
do significativo de um texto. 
Para detectar, referenciar, descobrir, apreender e apontar as 
ideias de fundo, directrizes, mestras, essenciais ou centrais é 
necessário seguir o método RASERO. 
 Rapidez da leitura do texto; 
 Atenção da leitura do texto; 
 Sublinhado das ideias-chave; 
 Esquema do essencial; 
 Resumo das unidades de significação; 
 Operatividade. 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
Nestas actividades, a grande dificuldade é de identificar qual é o 
conteúdo mais importante, mas é preciso ter em atenção que as 
ideias principais encontram-se em constelações de ideias. Ver em 
Ruiz p. 38-39 como se pode notar a partir do Plano (esquema) 
traçado se o leitor é capaz de produzir o resumo considerando os 
seguintes aspectos: 
 Eliminar as repetições, as interjeições; 
 Suprimir pormenores, exemplos isolados, citações, mas 
sem cair na generalização esquemática; 
 Manter os valores mais significativos em abordagens que 
apresentam números; 
 Distinguir as ideias principais das secundárias; 
 Respeitar a ordem, a estrutura e a proporção do texto, 
bem como as articulações lógicas. 
Defeitos a evitar: 
 A utilização de frases ou expressões inteiras do texto que 
se quer resumir; 
 Acrescentamento de comentários pessoais; 
 A ausência de elos de ligação entre as frases e os 
parágrafos. 
 
Sumário 
Em síntese: 
Resumir é apresentar de forma contraída, reduzida ou abreviada, 
as ideias principais de um texto. E para chegarmos a ele, há que 
fazer uma operação mental insubstituível: dispensar o que não é 
significativo. Ao dispensar o que é secundário, valorizará só o que 
é fundamental. Por isso, um resumo bem feito é económico em 
palavras e rico em significado. 
 
Exercícios 
1. “O resumo dá uma visão de conjunto do conteúdo e 
acentua a progressão dos pontos principais. Ele respeita a 
linearidade do discurso inicial.” 
 ISCED – MANUAL DE TÉCNICAS DE EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA 
 
1. Clarifique a ideia expressa na afirmação. 
2. Explicite detalhadamente o método RASERO, resumindo o 
texto que se segue: 
A IMPORTÂNCIA DO PROFESSOR NO TRABALHO COM O 
TEXTO LITERÁRIO 
 
O trabalho com a literatura infantil e juvenil no contexto 
escolar e a formação do hábito/necessidade de leitura tem 
motivado várias discussões e busca constante de inovações 
por parte dos profissionais da educação. Porém, na prática, 
percebe-se que as aulas de Língua Portuguesa não têm dado 
conta de abarcar toda essa carga de responsabilidades, 
principalmente no que se refere à formação do hábito de 
leitura de textos literários. Como em qualquer outro conteúdo, 
o ensino da leitura na escola necessita de metodologia. 
Segundo Ezequiel Theodoro da Silva e Regina Zilberman 
(2005, p.115), uma pedagogia da leitura que objectiva a 
transformação do leitor e, através deste, da sociedade, 
dificilmente se funda na descrição da estrutura do(s) texto(s). 
Mais do que isso, uma pedagogia da leitura de cunho 
transformador propõe, ensina e encaminha a descoberta da 
função exercida pelo(s) texto(s) num sistema comunicacional, 
social e político. 
A história mostra que a criança só passou a ser vista como 
criança a partir do final do século XVII. Por isso, até então não 
se escrevia especificamente para elas, porque não existia o 
conceito de “infância” como um período particular na vida do 
ser humano. Foram as modificações acontecidas no início da 
Idade Moderna e solidificadas no século XVIII que propiciaram 
a ascensão de modalidades culturais como a escola com sua 
organização actual e o género literário dirigido ao jovem. A 
valorização da infância (enquanto faixa etária distinta do 
adulto) é o que chama a atenção nesse novo modelo, no qual a 
criança merece uma consideração especial e é-lhe dado o 
direito de tornar-se num adulto saudável, providenciando-lhe 
uma formação intelectual. (ZILBERMAN, 2005) 
A escola tem, nesse processo, uma actuação fundamental. 
Ela deve propiciar um encontro adequado entre criança e livro. 
O convívio com o texto alarga horizontes; não se trata, 
portanto, de oferecer ao leitor-jovem obras que justifiquem 
sua condição de marginalidade ou inferioridade social, mas 
sim, de dar-lhe a oportunidade de intercâmbio com o texto, 
vivenciando particularmente o mundo criado pelo imaginário. 
Dessa forma, a leitura adquire um carácter formativo, o que 
difere de uma função estritamente didáctica, propiciando 
elementos para a emancipação pessoal, fazendo com que o 
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leitor tenha um maior conhecimento do mundo e do seu 
próprio ser através da fantasia criada pelo escritor. 
Nessa interacção entre o texto e o leitor, é fundamental o 
papel do professor, pois ele é o principal responsável pelo 
ensino da leitura na escola. 
Para tanto, precisa estar fundamentado em teorias que o 
ajudem a pensar práticas pedagógicas para o ensino da 
literatura na escola. E o primeiro passo para que isso ocorra é 
a conscientização, tanto por parte do aluno quanto do 
professor – principalmente deste – de que a leitura, neste caso 
particularmente a leitura de textos literários, é uma das 
formas de aquisição de conhecimento e gostar de ler é um 
processo: não se nasce gostando e pode-se aprender. 
Por isso, tal processo requer procedimentos didáctico-
pedagógicos que levem o leitor a perceber que há um percurso 
até chegar ao objectivo, e que o prazer de ler é construído na 
medida em que ele vai superando as dificuldades, avançando e 
constituindo-se como sujeito, criando novas relações entre 
situações reais e situações de pensamento. 
Os alunos precisam ter contacto com textos literários em 
sala de aula, mas isso não pode ser feito de forma aleatória e 
desvinculada de um objectivo. É necessário planificar as aulas 
e usar estratégias que sirvam para despertar o interesse de 
crianças e adolescentes, permitindo-lhes superar as limitações 
e avançar, constantemente, no processo de amadurecimento 
como leitores e como pessoas. A esse respeito, Magnani 
afirma que: 
 se o gosto se aprende, pode ser ensinado. A 
aprendizagem comporta uma face não espontânea e 
pressupõe intervenção intencional e construtiva. 
Assim, o professor tem um importante papel a 
desempenhar no desenvolvimento de seus 
alunos/leitores. (MAGNANI, 1991, p.104) 
 Se o gosto se forma na aprendizagem escolar, o 
professor tem papel imprescindível neste processo. É 
necessário, além da planificação, uma intimidade com 
as obras literárias, adquiridas a partir do gosto de ler, 
primeiramente do professor, que será o principal 
mediador entre leitor e obra. 
Esta intimidade fará com que o professor tenha prazer em 
ler para seus alunos, comentar sobre as obras que está a ler e 
apresentar a eles tudo que a literatura é capaz de nos 
proporcionar. A partir daí os alunos naturalmente terão 
curiosidade em buscar sozinhos tudo aquilo que lhe é 
proporcionado quando o professor lê para eles. 
Ao fazer com que a obra literária chegue até ao aluno e ao 
planificar estratégias para este trabalho, o professor contribui 
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para que os conteúdos básicos de leitura, escrita, oralidade e 
análise linguística estejam interligados e não isolados. Além de 
facilitaraos alunos o acesso a diversos géneros textuais. 
Dessa forma, serão capazes de perceber o percurso que há 
até se chegar ao objectivo, e que o prazer de ler está na 
superação, na responsabilidade e na consciência de que leitura 
demanda esforço. 
Entendida desta forma a leitura da obra literária, propõe-
se que se pense no ensino de literatura a partir dos 
pressupostos teóricos da Estética da Recepção (JAUSS, 1971) 
que tem como fundamento central a ideia de que nenhuma 
obra está incólume às determinações históricas, às condições 
de recepção a que é exposta no passar do tempo. 
In: SANTOS NUNES, Isabel Cordeiro dos (2008). O texto literário no 
ensino fundamental. Porto Alegre 
(www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br) 
 
 
UNIDADE 6 
A SÍNTESE 
Introdução 
Para a elaboração de qualquer texto, seja de que natureza 
for, é necessário seguir um determinado percurso de forma a 
atingir uma hiperestrutura textual coerente e coeso. 
Portanto, nesta unidade apresentamos o percurso 
metodológico que deve ser seguido na produção ou elaboração de 
uma síntese. 
Ao completar esta unidade / lição, será capaz de: 
 
 
Objectivos 
 
 
 
 Elaborar uma síntese de texto de qualquer natureza 
(científico / literário); 
 
 
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Segundo Esteves (2002:82)12, a síntese é “um género de texto 
elaborado, de dimensão reduzida, mas redigida de forma simples, 
clara e consistente”. A elaboração de uma síntese implica um bom 
domínio das técnicas de leitura e de escrita. Deste modo, é 
possível trabalhar-se vários tipos de texto em simultâneo. 
O apelo à escrita sintética do mundo actual é devido a dois 
aspectos. Por um lado, aos vários suportes de informação 
existentes e, por outro, às exigências do próprio leitor que se 
interessa por escritos recheados de “paginação, cor, abundância 
de títulos, subtítulos e cabeçalhos, quadros, gráficos, resumos e 
sínteses, estrutura e plano em destaque, frases curtas (20 a 30), 
estilo concreto e vivo, próximo da oralidade, usando a forma 
activa e o infinitivo.”13 
 Percurso de elaboração 
Os passos a seguir para a elaboração de uma síntese assentam na 
compreensão do texto, na elaboração de um plano ou no 
reagrupamento das ideias e na redacção. 
I. Compreensão do texto 
Deve-se fazer uma leitura activa, tal como no resumo mas em 
menor profundidade. Implica destacar as palavras-chave, ideias-
chave e fazer anotações numa folha, usando frases soltas. 
II. Plano ou reagrupamento de Ideias 
Engloba os seguintes pontos: 
1. Apresentação – “Identifica o texto, o tema 
tratado, o nome do autor e eventualmente a 
tese”; 
2. Ilustração – “expõe os factos respeitantes ao 
tema; noutros casos, historia o problema”; 
3. Causas – “diagnostica o estado da questão, indo 
até às suas origens”; 
4. Efeitos – “reúne as consequências”; 
5. Remédios – “indica as soluções apresentadas 
pelos autores para alterar os efeitos ou resolver 
os problemas”; 
6. Conclusão – “apresenta as considerações finais 
dos textos.” 
 
12
 Esteves Rei, Curso de Redacção II, Porto: Porto Editora, p.82 
13
 idem 
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Plano ou Reagrupamento das Ideias 
1. Apresentar no estilo indirecto as posições de 
cada autor; 
2. Respeitar o pensamento de cada autor; 
3. Ser conciso, claro e preciso; 
4. Ter atenção à construção frásica. 
 
Aspectos a evitar 
1. Não se deve utilizar frases e expressões inteiras 
do texto; 
2. Não se deve fazer comentários ao texto. 
 
Sumário 
Em síntese: 
 
A elaboração de uma síntese implica um bom domínio das 
técnicas de leitura e de escrita. Na produção, há que evitar os 
seguintes aspectos: utilizar frases e expressões inteiras do texto; 
fazer comentários ao texto. 
 
Exercícios 
1. Releia atentamente o texto da unidade anterior e faça a sua 
síntese. 
 
 
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UNIDADE 7 
A ORTOGRAFIA 
Introdução 
A Língua Portuguesa constitui, para além de elemento de 
Unidade Nacional em Moçambique, um meio de comunicação. 
Assim, ao futuro técnico/gestor, que usará esta língua como 
instrumento de comunicação, torna-lhe imperativo dominá-la. 
Portanto, é importante que se esteja atento à correcção linguística 
dos enunciados que ouvimos ou que lemos no dia-a-dia. 
 O Desenvolvimento da capacidade de expressão escrita só 
será possível com a escrita constante. Escrever bem implica 
também dominar as regras, quer de ortografia quer da pontuação, 
por isso na unidade seguinte trataremos da Pontuação. 
Ao completar esta unidade / lição, será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 
 Aprofundar conhecimentos sobre o sistema verbal escrito 
da língua portuguesa; 
 Escrever correctamente um enunciado sem cometer erros 
ortográficos; 
 
Conceito da ortografia 
A Ortografia é a parte da Gramática que ensina a maneira correcta 
de escrever as palavras. (Pinto; Lopes; Neves: 2001: 4) 
A habilidade de escrever é uma arma eficaz de sucesso, tanto na 
escola como na profissão. 
Na escola, a escrita é uma das formas de expressão mais 
valorizada na avaliação dos estudantes, em quase todas as 
disciplinas. 
Pela vida fora, as pessoas, mesmo seguindo profissões técnicas, 
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têm de escrever cartas, relatórios, actas, exposições, 
comunicados, projectos, etc. A escrita é um instrumento 
fundamental para informar, demonstrar, persuadir ou 
simplesmente para interessar os outros pelas nossas ideias. 
É possível ter sucesso sem saber escrever correctamente. Mas 
aqueles que sabem escrever estão sempre em vantagem. 
Na expressão escrita o mais importante é fazer-se entender, mas 
isto não significa que se deve desprezar a ortografia. As palavras 
têm de ser escritas com correcção. 
Os erros ortográficos podem ter como causas a deficiente 
aprendizagem no ensino básico, a falta de tempo e de motivação 
para a leitura ou ainda a desvalorização da escrita em relação a 
outras formas de expressão. A maioria dos erros é um reflexo da 
oralidade. Espontaneamente, as pessoas escrevem as palavras 
como as pronunciam na linguagem oral. Falando mal, pioram na 
escrita. 
Observemos exemplos dos erros mais frequentes, encontrados 
nos trabalhos dos estudantes. 
Eliminação ou troca de letras 
Devido às confusões provocadas pela oralidade, acontece, por 
vezes, ao nível da grafia, a eliminação ou troca de algumas letras. 
É vulgar: 
 
__ A eliminação do e ou do i: 
adquado (errado) __adequado 
advinhar (errado ) __ adivinhar 
establecer ( errrado) __ estabelecer 
intlectual ( errado) __ intelectual 
 
__ A troca de e por i ou i por e: 
defenição (errado) __ definição 
destinção (errado) __ distinção 
indespensável (errado) __ indispensável 
ivitar ( errado ) __ evitar 
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menistro (errado) __ ministro 
previlégio (errado) __ privilégio 
 
__ A troca de o por u ou u por o: 
agrícula (errado ) __ agrícola 
mágua (errado) __ mágoa 
opurtuno (errado) __ oportuno 
suburdinado (errado) __ subordinado 
__A confusão entre os prefixos es e ex: 
esperiência (errado) __ experiência 
espectativa (errado) __ expectativa 
expectáculo (errado) __ espectáculo 
 
__ A confusão entre os prefixos per e pre: 
perconceito (errado) __ preconceito 
pregunta (errado) __ pergunta 
prefeição (errado) __ perfeição 
premissão (errado) __ permissão 
 
Troca de palavras homófonas 
Alguns erros provêm da troca de palavras homófonas, isto é, 
palavras que se pronunciam do mesmo modo. 
Diferentes na escrita e no significado, merecem distinção claras 
seguintes palavras: 
acento (modo de pronúncia) assento (lugar ) 
apreçar (avaliar) apressar (aceleraro passo) 
cem (numeral) sem ( preposição) 
concelho (município) conselho(opinião, parecer) 
concerto (sessão musical) conserto (reparação) 
consolar ( aliviar o sofrimento) consular (relativo ao cônsul) 
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coser ( costurar ) cozer ( cozinhar) 
estofar ( cobrir de estofo) estufar ( meter na estufa) 
espiar ( espreitar) expiar ( sofrer um castigo) 
morar ( residir) murar ( pôr muro) 
paço (palácio) passo ( modo de andar) 
peão ( pessoa que anda a pé) pião (brinquedo) 
roído (mordido) ruído ( som) 
ruço ( pardacento) russo ( da Rússia) 
soar ( produzir som) suar (transpirar) 
tacha (prego) taxa (imposto) 
 
Outras palavras são igualmente difíceis de distinguir ao nível da 
oralidade, mas têm grafia e significados diferentes. Exemplos: 
descrição ( narração) discrição (prudência) 
despensa ( compartimento) dispensa (desobrigação) 
 
Confusões nos verbos 
Para o escritor Mark Twain, a culpa principal dos erros 
ortográficos deve ser atribuída aos verbos: «o verbo não tem 
estabilidade nem dignidade nem opinião duradoira». Apesar do 
tom humorístico da frase, é um facto que o verbo tem pessoas, 
tempo, modo e vozes. Torna-se muito complexo conjugar tudo 
isso com a devida correcção. 
Por culpa dos verbos ou da ignorância de quem os usa, existem 
vários tipos de confusões: 
__ Confusão entre formas verbais e outras palavras: 
há ( verbo haver) e à (preposição) 
traz (verbo haver) e trás (preposição) 
asso (verbo assar) e aço (metal) 
vazo (verbo vazar) e vaso (recipiente) 
cede ( verbo ceder) e sede (lugar) 
 
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__ Confusão entre verbos diferentes 
vêm (verbo ir) e vêem(verbo ver). 
 
__ Confusão entre tempos diferentes do mesmo verbo: 
andaram ( pretérito) e andarão (futuro) 
 
__ Confusão entre conjugações diferentes do mesmo verbo: 
mudasse ( conjugação simples) e muda-se(conjugação 
pronominal) 
 
N.B.: Ler bons autores (em livros e revistas), de forma cuidadosa e 
com um dicionário sempre à mão, permite enriquecer o 
vocabulário essencial para a escrita (cerca de 2.200 palavras em 
Português, segundo os especialista). 
(...) A leitura activa e interessada permite ainda observar como os 
outros comunicam. Escritores e bons jornalistas podem ser para o 
estudante escolas vivas, exemplos a seguir, modelos a imitar. (...) 
(...) Conhecer as regras básicas da gramática é um meio para falar 
e escrever com correcção. 
Na arte da escrita ninguém nasce perfeito. Aprende-se a escrever, 
escrevendo. O segredo fundamental para aprender a escrever é 
praticar a escrita, com exercícios constantes. A qualidade só se 
consegue depois de muita quantidade, feita com intenção de 
melhorar. Entre várias formas de treinar, sugerimos: 
 tirar apontamentos nas aulas; 
 copiar textos interessantes (pensamentos, poemas...); 
 resumir leituras de livros, revistas e jornais; 
 fazer trabalhos escritos, por iniciativa própria; 
 elaborar «escritos pessoais» ( por exemplo escrever um 
diário onde se registem ideias, experiências e sentimentos) 
Praticando a escrita, com treinos sistemáticos (recorrendo a 
dicionários e prontuários sempre que houver dúvidas), é possível 
escrever sem medo. Mais do que isso, é possível escrever com 
gosto. 
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Sumário 
Em síntese: 
A correcção na escrita é indispensável porque para se fazer 
entender é necessário que a linguagem usada e a ortografia das 
palavras sejam claras e correctas. 
Contudo, saber escrever é ter a ferramenta necessária para 
o sucesso no contacto em toda sociedade. 
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Exercícios 
Depois destes parcos subsídios sobre a ortografia, e com de outras 
bibliografias responda as questões que lhe são levantadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 8 
A PONTUAÇÃO 
Introdução 
Pontuar uma frase escrita corresponde ao estabelecimento 
das pausas na comunicação oral e é apresentar a ideia que se 
pretende transmitir com exactidão e precisão. 
A má utilização dos sinais de pontuação pode resultar na 
completa ambiguidade comunicativa. Assim, nesta unidade 
apresentamos os diferentes sinais de pontuação e as regras 
usadas para a sua aplicação ou utilização. 
Ao completar esta unidade / lição, será capaz de: 
 
Objectivos 
 
 
 
 
 
 
 Aplicar correctamente os diferentes sinais de pontuação; 
 Identificar erros de pontuação em textos produzidos. 
 Enunciar as regras para a utilização de sinais de pontuação. 
 
 
Definição 
Designa-se por pontuação ao sistema de utilização de certos sinais 
gráficos convencionais (NOGUEIRA, 1989:67). Entretanto, 
FERREIRA e FIGUEREDO acrescentam que: “ a pontuação não é só 
importante para exprimirmos com clareza o que pretendemos 
dizer. É-o também para uma boa e expressiva leitura dos textos”. 
Os sinais de pontuação contribuem para nos dar a entoação de 
vida à leitura e fazer as pausas necessárias. 
 Tipos de pontuação 
Os sinais de pontuação são: ponto final (.), ponto e vírgula (;), 
vírgula (,), ponto de interrogação (?), ponto de exclamação (!) as 
reticências (…), as aspas (« »), vírgulas altas (“ ”) o parêntese ( ), e 
o travessão (-). Dentre vários sinais de pontuação existentes 
podem ser agrupados em sinais que marcam a pausa e os que 
marcam a melodia (cf. FERREIRA, FIGUEREDO e CUNHA e CINTRA). 
 
 Sinais que marcam a pausa 
No entender de CUNHA e CINTRA, os sinais de pontuação que 
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marcam a pausa são os que a seguir mencionamos. 
 
Vírgula (,) 
A vírgula, que marca uma pausa de pequena duração. Emprega-se 
não só para separar elementos de uma oração, mas também em 
orações de um só período. Quando a vírgula se encontra no 
interior da oração serve para: 
a) Separar elementos que exercem a mesma função sintáctica 
(sujeito composto, complementos, adjuntos), quando não vêm 
unidos pelas condições e, ou e nem. 
Ex: A sua frota, a sua boca, o seu sorriso, as suas lágrimas, 
enchem-lhe a voz de formas e de cores… 
 
b) Separar elementos que exercem funções sintácticas 
diversas, geralmente com a finalidade de realçá-los. Em particular, 
a vírgula é usada: 
i) Para isolar o aposto, ou qualquer elemento de valor 
meramente explicativo: 
Ex: Alice, a menina, estava feliz. 
ii) para isolar vocativo: 
Ex: Dona Glória, a senhora persiste na ideia de manter o nosso 
Bentinho no seminário? 
iii) para isolar os elementos repetidos: 
Ex: Só minha, minha, minha, eu quero! 
iii) para isolar o adjunto adverbial antecipados: 
Ex: Lá fora, a chuvada despenhou-se por fim. 
 
c) Emprega-se ainda vírgula no interior da oração: 
i) Para separar, datação de um escrito, o nome do lugar: 
Ex: Beira, 22 de Setembro de 1983. 
ii) para indicar a supressão de uma palavra (geralmente o 
verbo) ou de um grupo de palavra: 
Ex: No céu azul, dos fiapos de nuvens. 
 
Observação: 
Quando os adjuntos adverbiais são de pequeno corpo (um 
advérbio, por exemplo), costuma-se dispensar a vírgula. A vírgula 
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é, porém, de regra quando se pretende realçá-los. Compara-se 
estes passos: 
Depois levaram o Ricardo para casa da mãe Avelina. 
Depois, o engraçado são as passagens de nível, os aparelhos de 
sinalização, os vagões – cisternas. 
Depois, tudo caiu em silêncio. 
• Entre orações, emprega-se a vírgula: 
i) Para separar as orações coordenada assindéticas 
Ex: Subiram ao sótão, desceram a cave, espreitaram no poço. 
ii) para separar as orações coordenadas sindéticas, salvo as 
introduzidas pela conjunção e: 
Ex: Ou elas tocavam, ou jogavam

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