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Abdome Agudo

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Lysa Laura Figueiredo 
 
Dor na região abdominal não traumática de início súbito, de intensidade variável com caráter evolutivo associado ou não a outros 
sintomas e que requer um tratamento precoce (leva o doente a procurar auxílio médico). Duração de algumas horas até 4-7 dias, com 
necessidade de intervenção clínica ou cirúrgica (inferior a 24 horas). 
Pode ser simulado por causas extra abdominais sendo torácicas, hematológicas, neurológicas, metabólicas, intoxicações exógenas e 
etiologias desconhecidas. 
Classificação de abdome agudo (não traumático): 
1. Inflamatório; 
2. Perfurativo (úlcera); 
3. Obstrutivo; 
4. Hemorrágico; 
5. Vascular. 
 
ANAMNESE: 
Identificação, QD (dor abdominal), HPMA, ISDA (IC), AP/AG, AF, alergias, H/V, EFG, EFE, HD, exames subsidiários e conduta. 
70% dos diagnósticos são feitos com a história clínica; 
90% associando-se ao exame físico; 
Exames subsidiários podem se tornar desnecessários. 
Dor parietal: dor localizada = sistema nervoso cérebro-espinhal. 
Dor visceral: dor não localizada = sistema nervoso autônomo. 
Dor referida: irritações diafragmáticas provocam dor referida no ombro. 
Dor parietal: sistema nervoso cérebro espinhal. 6 últimos intercostais, a dor é localizada. 
Dor visceral: sistema nervoso autônomo, dor não localizada. 
Dor epigástrica: por estímulo dos aferentes do tronco celíaco. Ex: úlcera duodenal, pancreatite, cólica biliar, DRGE (intestino anterior). 
Dor periumbilical: estímulo dos aferentes da artéria mesentérica superior. Ex: apendicite, obstrução intestinal, isquemia mesentérica 
(intestino médio). 
 
 
Fisiopatologia: 
A dor abdominal pode ser dividida em seus componentes visceral e parietal. 
A dor visceral costuma ser vaga e mal localizada no epigástrio, região periumbilical ou hipogástrio, de acordo com a sua origem nos 
segmentos anterior, médio e posterior do intestino primitivo. Em geral, é consequência de distensão de uma víscera oca. Irritação do 
peritônio visceral = irritação da serosa do TGI, paralisia da musculatura lisa, parada do funcionamento do TGI. 
 
A parietal está relacionada com a irritação das raízes dos nervos segmentares que inervam o peritônio e tende a ser mais aguda e 
mais bem localizada. A dor referida é percebida em um local distante da fonte do estímulo. Por exemplo, a irritação do diafragma pode 
produzir dor no ombro. Estabelecer se a dor é visceral, parietal ou referida é importante e, em geral, isto pode ser feito mediante uma 
história clínica cuidadosa. Irritação do peritônio parietal = contratura muscular e defesa muscular. 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
 
DOR ABDOMINAL: 
Início, localização, caráter (tipo) da dor, irradiação, periodicidade, intensidade (1-10), fatores desencadeantes, fatores que melhoram 
(medicação/posição antálgica), fatores que pioram, fatores que acompanham a dor. EVOLUÇÃO TIPO E INTENSIDADE (aguda ou 
crônica). 
TIPO DE ABDOME AGUDO E CARACTERÍSTICA DA DOR: 
 
FATORES QUE ACOMPANHAM A DOR: 
 Alterações sistêmicas de choque; 
 Febre (referida ou medida/relacionar cronologicamente com a dor); 
 Anorexia; 
 Emagrecimento; 
 Náuseas; 
 Vômitos: número, características, relacionar cronologicamente com a dor; 
 Alteração de hábito intestinal- obstipação/diarreia, questionar liberação de flatos e fezes, obstrutivo (parcial-funcional); 
 Sangramentos digestivos. 
FATORES QUE MELHORAM/PIORAM A DOR: 
 Evolução; 
 Parcial/total; 
 Recorrência da piora; 
 Posição; 
 Medicação. 
Vômitos: antecedem a dor na gastroenterite, aparecem após a dor na apendicite. 
 Vômitos claros: obstrução proximal à ampola de Vater. 
 Vômitos biliosos: obstrução distal à ampola de Vater. 
Diarreia: aquosa com dor abdominal sugere gastroenterite aguda. 
Constipação: parada de eliminação de gases e fezes sugere obstrução intestinal. 
História menstrual: ovulação pode provocar dor abdominal significativa (intermezzo), atraso menstrual com dor abdominal pode 
significar gravidez não diagnosticada ou ectópica. 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
Medicamentos: AINEs e corticosteroides = ulcerações e perfurações gastrointestinais. Anticoagulantes: hemorragias abdominais 
espontâneas. 
Sintomas que sugerem dor abdominal de urgência clínica ou cirúrgica: febre, vômitos persistentes, síncope ou pré-síncope, 
sangramento digestivo e parada de eliminação de gases ou fezes. 
Antecedentes ginecológicos: ciclo menstrual 
Antecedentes familiares: quadro semelhante nos familiares 
Hábitos e vícios: tabagismo e etilismo 
 
EXAME FÍSICO GERAL: 
Ectoscopia: caracteres gerais, fácies, tipo físico, marcha, palidez, cianose, respiração, hidratação, icterícia. 
Sinais vitais (repercussão sistêmica): temperatura, perfusão, pressão arterial, pulso, saturação O2, frequência respiratória. 
EXAME FÍSICO DO ABDOME: 
1. Inspeção; 
2. Ausculta; 
3. Percussão; 
4. Palpação. 
(IAPEPA) 
Antes de iniciar o exame do abdome: 
 Lavar as mãos e explicar para o paciente o que será examinado; 
 Deixar o paciente em posição confortável, com o abdome completamente exposto (as partes íntimas cobertas), mãos ao lado do 
corpo e com a bexiga vazia; 
 Descer o decúbito dorsal até onde paciente se sentir confortável; se houver dispneia (até onde paciente aceitar sem dispneia); 
 O examinador deve ficar ao lado direito do paciente; 
 As mãos e o estetoscópio devem estar aquecidos; as unhas devem estar curtas; 
 Mantenha o paciente relaxado. 
Técnicas para um bom exame físico: boa iluminação, paciente tranquilo e relaxado, exposição total do abdome, desde a região do 
apêndice xifóide até a sínfise púbica. 
 
INSPEÇÃO: 
Face anterior: linha da 5ª a 6ª cartilagem costal até a linha que se inicia na sínfise púbica, segue pelo ligamento inguinal, pela crista 
ilíaca e se estende posteriormente até a altura da 5ª vertebra lombar. 
Face posterior: linha da 10ª costela, prolongando-se até encontrar a 12ª vertebra torácica, até o prolongamento posterior da linha que 
passa pela crista ilíaca até a 5ª vertebra lombar. 
 
INSPEÇÃO ESTÁTICA: 
 Tipo/forma: normal, globoso, escavado ou retraído, em batráquio e em avental; 
 Simetria; 
 Pele: pilificação, lesões de pele, hidratação, coloração, cicatrizes, estrias, equimoses, ostomias, fístulas; 
 Circulação colateral; 
 Distensão abdominal, abaulamentos (hérnias, diástase da musculatura retoabdominal, visceromegalias, massas) e retrações; 
 Cicatriz umbilical: normal, plana, tendência a retificação, protrusa. 
 
GLOBOSO: predomínio do diâmetro ântero-posterior sobre o transversal. Obesidade, ascite, pneumoperitênio. 
 
 
 
 
 
 
 
ABDOME EM VENTRE DE BATRÁQUIO: predomínio do diâmetro transversal sobre o posterior. Dilatação 
exagerada dos flancos, diminuição da tonicidade muscular. Ascite. 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
 
AVENTAL: abdome volumoso com prega que pode chegar aos órgãos genitais. 
 
 
 
ABDOME ESCAVADO/RETRAÍDO: côncavo. Normal em pessoas jovens e magras. Caquexia. 
 
 
 
 
 
SINAL DE GREY-TURNER: Pancreatite aguda (sinal das manchas equimóticas 
em um dos flancos). 
 
 
 
 
 
SINAL DE CULLEN: Pancreatite aguda/gravidez ectópica rota (coloração 
equimótica periumbilical). 
 
 
 
 Circulação Colateral Venosa: hipertensão porta e obstrução da veia cava (diferenciação: pesquisa da direção do fluxo venoso em 
relação à cicatriz umbilical); 
 Tipo Porta: fluxo de baixo para cima nas veias acima da cicatriz umbilical, e de cima para baixo nas veias abaixo da cicatriz umbilical. 
 Tipo Cava: de baixo para cima nas duas metades do abdome. 
 
INSPEÇÃO DINÂMICA: 
 Movimentos respiratórios; 
 Movimentos peristálticos visíveis (sinal de Kusmmaul); 
 Pulsações: pacientes magros em decúbito dorsal = pode-se observar a pulsação supra-umbilical da aorta 
abdominal; em situação anormal pode ser aneurisma da aorta 
 Hérnias e diástases do reto abdominal. 
 
 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
AUSCULTA: 
Os sons normais consistem em estalidos e gorgolejos, que ocorrem em uma frequência estimadade 5 a 34 por minuto. 
Ruídos hidroaéreos: normais/presentes, diminuídos ou ausentes, aumentados. 
Sopros vasculares (aorta, artérias renais, ilíacas e femorais). 
Aumentados: diarreia ou fase inicial da obstrução intestinal. 
 
 
Diminuídos e depois ausentes: íleo adinâmico e na peritonite. 
Sons agudos: sugerem líquidos ou gases intestinais sob pressão em uma 
alça dilatada. 
Sucessão de ruídos agudos: coincide com uma cólica abdominal ou 
indica uma obstrução intestinal. 
 
 
 
 
 
PERCUSSÃO: 
 Timpanismo/hipertimpanismo abdominal; 
 Delimitação da macicez hepática; 
 Delimitação do espaço de Traube; 
 Percussão esplênica; 
 Pesquisa de ascite (macicez móvel, semicírculo de Skoda e sinal do Piparote) 
Normal: Timpânico 
Hipertimpanismo: 
1. Aumento do meteorismo; 
2. Obstrução intestinal; 
3. Pneumoperitônio. 
Macicez (mais grave): 
1. Ascite; 
2. Massas; 
3. Esplenomegalia. 
SINAL DE JOUBERT: A presença de timpanismo na região da linha hemiclavicular direita onde normalmente se encontra macicez 
hepática, caracterizando pneumoperitônio. 
 
PALPAÇÃO SUPERFICIAL: Até 2 cm de Profundidade, áreas de sensibilidade/dor, defesa da parede (contratura voluntária ou 
involuntária), continuidade da parede (hérnias, diástase de reto abdominal). 
 
PALPAÇÃO PROFUNDA: Permite palpar estruturas localizadas de até 10 cm de profundidade. 
 Fígado: consistência, superfície e borda, sensibilidade e tamanho (hepatimetria); 
 Baço: em decúbito dorsal ou em posição de Schuster (a palpação do baço só deve ser realizada quando a percussão do espaço de 
Traube estiver maciça – “Traube ocupado”); 
 Rim: palpação da loja renal; 
 Massas abdominais, palpação da aorta 
Dor difusa: peritonite. 
Dor desproporcional ao exercício físico indica isquemia intestinal. 
Defesa do abdome: contração dos músculos abdominais por aumento do tônus (irritação peritoneal) - abdome em tábua. 
Descompressão brusca: compressão profunda do abdome com retirada súbita da mão, provoca aumento agudo da dor (irritação 
peritoneal). 
Sinal de “olhos fechados”: pacientes que fecham os olhos e fazem expressões faciais durante o exame abdominal, têm mais tendência 
a apresentar dor de origem psicogênica. 
Pacientes com patologias orgânicas mantém os olhos abertos e observam o médico examinar o seu abdome. 
1.Percutir quadrantes; 
2. Percutir fígado; 
3. Percutir Traube; 
4. Manobras para Ascite 
 Lysa Laura Figueiredo 
Toque retal: para investigação de sangue, massas e pontos dolorosos (apêndice pélvico e abscesso pélvico). 
Toque vaginal bimanual: massas, anexos e colo uterino sensíveis ao toque. Apêndice e abscesso pélvicos também podem ser 
diagnosticados. 
 
EXAMES SUBSIDIÁRIOS: 
Exames laboratoriais: 
 Hemograma completo: anemia, leucocitose. 
 Exame qualitativo de urina: ITU, litíase renal. 
 Amilase/Lipase: pancreatite (atenção para U.D. perfurada e obstrução de delgado). 
 βHCG: mulheres em idade fértil. 
 
Radiologia abdominal simples: 
 Ortostático: pneumoperitônio de até 01 mL. 
 Decúbito lat. E: pneumoperitônio de 05 a 10 mL. 
 Perfurações de estômago e cólon provocam grandes pneumoperitônios. 
 Íleo paralítico: distensão intestinal com múltiplos níveis hidroaéreos. 
10% dos cálculos da V. biliar e 90% dos cálculos renais são radiopacos. 
Calcificações pancreáticas e vasculares (pancreatite crônica e doenças vasculares). 
Ultrassonografia: 
 Baixo custo, utilizada em gestantes, sensível se específica p/ V. biliar, usada também p/ avaliação do baço, rins e sistema 
coletor, apêndice, útero e anexos. 
Tomografia computadorizada: 
 Abcessos intra-abdominais, todos órgãos e estruturas intra e retroperitoneais. 
Ressonância magnética: pouco utilizada. 
Videolaparoscopia: esclarecimento diagnóstico. 
Laparotomia exploradora. 
 
 
APENDICITE AGUDA: 
Inflamação aguda do apêndice, levando a obstrução da luz. Apresenta quadro de dor abdominal, no início, mal delimitada na região do 
epigastro ou periumbilical, seguida por anorexia, náusea, vômitos, inapetência e febre baixa. A dor posteriormente localiza-se no ponto 
de McBurney (localizado no ponto médio da linha imaginária traçada da espinha ilíaca anterossuperior até a cicatriz umbilical), na fossa 
ilíaca direita, aumentando com a tosse. À medida que o processo evolui, aumenta a defesa muscular, com aparecimento de irritação 
peritoneal. 
Formas atípicas: apêndice retro cecal, pélvico, retro vesical. 
Gestantes e idosos: peritonite fecal, abscesso intracavitário e sepse. 
Ultrassonografia e tomografia computadorizada (TC) de abdome para casos duvidosos. 
Tratamento cirúrgico (laparoscopia) = diagnóstica e terapêutica. 
 
Critérios de Alvarado: 
3 sintomas: 
 Dor migratória na fossa ilíaca direita – 01 pto 
 Náuseas/vômitos – 01 pto 
 Inapetência/anorexia – 01 pto 
 
3 sinais: 
 Dor à palpação da fossa ilíaca direita – 02 ptos 
 Blumberg positivo – 01 pto 
 Febre – 01 pto 
 
2 exames laboratoriais: 
 Leucocitose – 02 ptos 
 Desvio à esquerda (formas jovens e bastonetes) – 01 pto 
 
EXAME FÍSICO DO ABDOME – MANOBRAS ESPECIAIS: 
Sinal da descompressão brusca (DB). Comprima o ponto de McBurney e descomprima rapidamente: SINAL DE BLUMBERG. 
 
< 05: baixa probabilidade 
05 a 07: observação e reavaliação 
≥ 08: considerar cirurgia 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
 
SINAL DO OBTURADOR: dor desencadeada com a rotação externa do quadril direito fletido, com o paciente em decúbito dorsal. 
Flexione a coxa na altura do quadril, com o joelho dobrado e efetue a rotação interna da perna na altura do quadril. Dor no hipogástrio 
direito constitui o sinal do obturador positivo, que é sugestivo de irritação do músculo obturador por um apêndice inflamado. 
 
SINAL DO PSOAS: dor desencadeada pela extensão da coxa direita, com o paciente deitado em decúbito lateral esquerdo. 
Coloque sua mão logo acima do joelho direito do paciente e peça que ele eleve essa coxa contra sua mão. Outra alternativa é solicitar 
ao paciente que se vire para o lado esquerdo e estique a perna direita na altura do quadril. A flexão da perna nessa posição contrai o 
músculo psoas, enquanto a extensão o alonga. A intensificação da dor abdominal provocada por uma dessas manobras constitui o sinal 
do psoas positivo, sugestivo de irritação do músculo psoas por um apêndice inflamado. 
 
SINAL DE ROVSING: palpação retrógrada dos cólons comprimindo em direção contrária ao sentido do fluxo intestinal, iniciando-se na 
fossa ilíaca esquerda. Se o paciente referir dor na fossa ilíaca direita, o sinal é positivo. Comprima, profunda e uniformemente, o 
quadrante inferior esquerdo do abdome e, em seguida, retire rapidamente seus dedos. 
 
 
SINAL DE BLUMBERG: pressione lentamente o ponto de McBurney e descomprima bruscamente a região. O doente acusará forte dor 
pela descompressão (sinal positivo). 
 
SINAL DE LAPINSKY: 
 
SINAL DE MURPHY: interrupção brusca da inspiração, a palpação sob o rebordo costal. Posicione o seu polegar esquerdo ou os dedos 
de sua mão direita, em garra, sob o rebordo costal, no ponto onde a borda lateral do músculo reto fizer intersecção com o gradil costal. 
Uma alternativa, nos casos de hepatomegalia, é colocar o polegar ou seus dedos, em garra, por baixo da borda hepática, em um ponto 
correspondente mais abaixo. Solicite ao paciente que respire fundo e observe sua respiração e o grau de hipersensibilidade. 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
O aumento súbito da dor à palpação com a parada brusca do esforço inspiratório constitui o sinal de Murphy positivo da colecistite 
aguda. Essa manobra também pode exacerbar dor à palpação do fígado, mas geralmente é bem menos localizada. 
 
SINAL DE LENANDER: o paciente apresenta hipertermia com diferença da temperatura axilar para a temperatura retal maior que 1ºC. 
Percussão: na apendicite, pode haver hiperestesia cutânea na região. 
 
PANCREATITE AGUDA: 
Inflamação aguda no pâncreas. Localização epigástrica que pode irradiar para o dorso ou outras partes do abdome; pode ser mallocalizada. Na pancreatite aguda, o paciente geralmente apresenta dor à palpação do epigástrio e descompressão dolorosa, mas a 
parede abdominal pode continuar flácida. 
Existem muitas causas de pancreatite aguda, em sua maioria relacionadas à presença de colelitíase. Outras causas são hiperlipidemia, 
hipercalcemia, causa hereditária, causa infecciosa e medicamentosa, ingesta alcoólica excessiva. 
A dor relacionada com a pancreatite aguda normalmente se inicia no mesoepigástrio e alcança intensidade máxima várias horas depois. 
A dor é do tipo penetrante, irradiando-se em faixa para o dorso (“cinturão hiperálgico”). 
 
Exame físico: febre, taquicardia, náusea, vômito, hipotensão, hipovolemia, hipoperfusão, sensibilidade epigástrica e distensão 
abdominal (resultado de um íleo paralítico devido à irritação retroperitoneal ou de ascite), manchas violáceas periumbilicais (sinal de 
Cullen) e manchas azuladas no flanco esquerdo (sinal de Turner), ambas relacionadas com hemorragia no retroperitônio decorrente de 
pancreatite aguda (sinais raros). 
Outro achado raro é o sinal de Fox, como consequência do percurso caudal do líquido pancreático que leva a uma coloração azulada 
abaixo do ligamento inguinal ou na base do pênis. 
Palpação: normalmente o pâncreas não é palpado pois sua localização é profunda no abdome. No entanto, sempre que o pâncreas for 
palpável, significa que há uma pancreatite ou tumor. 
 
Percussão: presença de dor provocada pela punho-percussão da região dorsal inferior esquerda. 
Amilase: elevada nas primeiras horas. 
TC de abdome: avaliação e classificação de gravidade. 
 
 
DIVERTICULITE AGUDA: 
Inflamação aguda de um divertículo colônico (oclusão do óstio por fezes ou resíduos alimentares, perfuração) uma evaginação sacular 
da mucosa através da musculatura do colo intestinal. Localizada no quadrante inferior esquerdo do abdome, pode ser inicialmente em 
cólica, mas passa a ser constante. Dor no quadrante inferior esquerdo com massa palpável pode ser decorrente de diverticulite. 
Abscessos em flancos ou bloqueios abdominais. 
Antecedentes: constipação crônica e de doença diverticular. 
 
Exame clínico: 
RX de abdome: pneumoperitônio e/ou dilatação intestinal com níveis hidroaéreos [íleo adinâmico]. 
TC de abdome: quando não houver pneumoperitônio no RX simples do abdome. 
 
Obstrução intestinal é uma causa frequente. Tumores de cólon, hérnias estranguladas, fecaloma, úlceras obstrutivas, formação de 
bridas (pós-operatório), bezoares, intussuscepção, bolo áscaris, volvo. Dor em cólica, pode ser acompanhado por vômitos (mais 
intensos em obstrução alta), parada de eliminação de gases e fezes, distúrbios hidreletrolíticos (devido aos vômitos). 
Exame físico: distensão abdominal, ruídos hidroaéreos aumentados, ruídos metálicos, timpanismo à percussão, presença de ondas de 
Kussmaul. 
Sinal de Gersuny: borborigma na descompressão durante a palpação de fecaloma. 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
Tipos de obstrução intestinal: funcional ou mecânica, alta ou baixa, parcial ou completa, extra mural ou intra mural, com ou sem 
sofrimento em alça. 
Alta / extramural: bridas, hérnia interna, hérnia inguinal, tumores, carcinomatose, doença inflamatória peritoneal, doenças congênitas 
(vícios de rotação/bridas). 
Alta / intramural: tumores, doenças inflamatórias (Crohn, Tb), endometriose, intestinal, enterite actínica. 
Alta / intraluminal: invaginações, corpos estranhos, bolo de áscaris, mecônio e íleo biliar. 
 
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO EXTRA MURAL: 
Intestino rodou sobre ele mesmo, causando alteração de perfusão (vasos também rodam), parando de funcionar. Causa comum é a 
hérnia inguinal. 
 
 
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO INTRA MURAL (ENTERITE): 
Intra mural: dentro da parede do intestino (tumor, processo inflamatório) ocorre uma obstrução da luz do intestino. Enterite é 
secundário, ou seja, processos inflamatórios por quimioterapia ou até mesmo por processos inflamatórios infecciosos. 
 
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO INTRALUMINAL (TUMOR CAUSANDO INVAGINAÇÃO): 
A alça intestinal entra dentro de outra alça intestinal, isso ocorre pois tem algo que impede que os movimentos peristálticos sejam 
eficientes. 
 
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO: 
Alto: intestino delgado (hérnia, bridas, bolo de áscaris, invaginação). 
Baixo: intestino grosso (tumores colorretais, volvo de sigmoide, fecaloma, doenças inflamatórias intestinais). 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
Ocorre o acúmulo de gases e líquidos, causando uma distensão que leva a diminuição da absorção. Isso causa, um distúrbio HE e 
vômitos, além de proliferação bacteriana com mais distensão e edema, causando isquemia e sepse. 
 
Quadro clinico: 
Varia de acordo com a altura da obstrução, como: dor abdominal em cólica, náusea, vômitos (obstrução alta), distensão abdominal 
(obstrução baixa), ausência de evacuações (obstrução intestinal). 
Na tentativa de vencer a obstrução, o intestino aumenta sua peristalse podendo gerar momentaneamente um quadro de diarreia 
paradoxal (líquido passando pelo local parcialmente obstruído). Diferentemente do escape fecal, que a pessoa não sente saindo. A 
diarreia paradoxal é sentida, porém é liquida. 
Exame físico: 
Abdome distendido e timpânico à percussão, movimentos peristálticos visíveis, ruidos hidroaéreos inicialmente aumentados com 
timbre metálico evoluindo para ausentes, avaliação da região inguinal (hérnias). 
 
Exames complementares: 
Raio X de abdome: empilhamento de moedas e níveis hidroaéreos. 
Obstrução proximal: dilatação (>3cm) de múltiplas alças, ausência de gás no reto , níveis hidroaéreos em diferentes alturas de uma 
mesma alça, sinal empilhamento de moedas, gás livre no abdômen, sinal do colarde pérolas (pequenas bolhas de gás), distensão 
gástrica. 
Obstrução distal: dilatação do cólon, haustrações do reto, dilatação a montante do cólon. *Pode haver dilatação de intestino delgado 
caso a válvula ileocecal seja incompetente (transmite a dilatação) 
Ultrassonografia: 
Achados: presença de ar livre em cavidade abdominal, pneumatose, espessamento mucoso, sinais de necrose e isquemia, presença de 
massas, estreitamento, entre outros. 
 
Tratamento conservador: 
Ressuscitação volêmica, correção dos distúrbios hidroeletrolíticos, controle de diurese, descompressão por sonda 
nasogástrica/intestinal/retal, antibióticos contra gram negativos e anaeróbios em casos de suspeita de isquemia e analgesia. 
Tratamento cirúrgico: 
Casos de complicação (isquemia, necrose, perfuração ou peritonite), procedimento depende do local da obstrução, avaliar a viabilidade 
das alças envolvidas e possibilidade de ressecção e reconstrução primária ou estomia. 
 
Videolaparoscopia (pode em alguns casos). 
Endoscopia: determina diagnóstico através da coleta de amostra tecidual, descompressão mecânica ou dilatação do fator obstrutivo 
através da colocação de stents. 
 
OBSTRUÇÕES INTESTINAIS ALTAS: 
Mais causada por bridas e aderências. 
Fisiopatologia: 
Motilidade intestinal e contração das alças aumentam para vencer o obstáculo, aumento de peristalse (diarreia), fadiga (dilatação 
intestinal), contrações menos frequentes e menos intensas, acúmulo de água e eletrólitos na parede e dentro da alça, desidratação e 
hipovolemia. 
Obstrução proximal (vômitos), oligúria, azotemia (não tem diurese), hemoconcentração, desidratação, hipotensão e choque. 
Aumento da pressão intra abdominal, redução do retorno venoso, elevação do diafragma, comprometimento da ventilação, reduz o 
fluxo sanguíneo da mucosa da alça (isquemia, perfuração, peritonite) e flora intestinal modificada (E.coli, S. faecallis e Klebisiella e 
translocação bacteriana). 
Quadro clínico e diagnóstico: 
 Quadro clínico: dor abdominal em cólica, náusea, vômito (como era – fecaloide, bilioso), distensão abdominal, incapacidade de 
eliminar fezes. 
 História clínica: antecedentes de cirurgias abdominais, antecedentes de patologias abdominais prévias, comorbidades, medicações 
em uso, cronologia dos sintomas, emagrecimento. 
Exame físico: taquicardia, hipotensão, desidratação, febre, distensão abdominal, cicatriz cirúrgica prévia, ondas peristálticas visíveis 
em pacientes magros, RHA audíveis, abdome discretamente doloroso, exame minucioso na região inguinal, toque retal. 
 Exames complementares: desidratação (Na, K, Ureia, Creat, Ca, Cl), hemograma e gasometria. 
Raio X de abdome, TC de abdome não deve ser o primeiro exame a ser solicitado (casos mais complexos) 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
Sinal de empilhamento de moeda. 
Tratamento: 
Suporte clínico: reposição endovenosa, cateter vesical (controle do débito urinário), avaliar necessidade de cateter 
central/monitorização invasiva hemodinâmica, antibiótico largo espectro, sonda nasogástrica grossa (descompressão do estômago – 
melhor ventilação). 
Tratamento cirúrgico: 
Piora do estado clínico, distensão abdominal progressiva no raio X. 
 
BRIDAS OU ADERÊNCIAS: 
São membranas ou autênticos cordões de tecido fibroso que ligam vários órgãos intra-abdominais que normalmente não têm pontos 
fixos entre si. Pode ocorrer no pós-operatório imediato, pode ser tardia (decorrente de pós operatório tardio). Responsável por quadros 
de dor abdominal, infertilidade, gravidez ectópica, dispareunia ou isquemia intestinal. 
Podem ser congênitas, geralmente são secundárias a cirurgia, infecção ou trauma. 
 
Diagnóstico: clínico (historia e exame fisico) e através do raio X de abdome. 
 
 
Tomografia de abdome: 
 
 
Obstrução intestinal por brida. A: Distensão de 
alças de delgado (setas). 
B: Zona de transição de calibre da alça de ileo distal 
(obstrução). 
 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
Tratamento: clinico (24-48 horas) ou cirurgico (lise de bridas, laparoscopia ou laparotomia). 
 
ILÉO PARALÍTICO: 
Distensão abdominal com dificuldade ou ausência de passagem de conteúdos luminais sem obstrução mecânica evidente. Pode ser 
devido: uso de drogas, metabólicas, neurogênicas e infecciosas. 
Drogas: anticolinérgicos, bloqueador autonômico, anti-histamínico, haloperidol, antidepressivo tricíclico, morfina e meperidina. 
Distúrbio metabólico: hipopotassemia, hiponatremia, hipomagnesima, uremia, coma e hipoparatireoidismo. 
Causas neurogênicas: lesão de medula, irritação peritoneal, procedimento ortopédico. 
Causas infecciosas: pneumonia, peritonite e sepse. 
Diagnóstico: história clínica e raio X de abdome. 
 
 
Tratamento: 
Suporte clínico: reposição endovenosa, cateter vesical (controle do débito urinário), avaliar necessidade de cateter central e 
monitorização invasiva hemodinânimca, antibiótico largo espectro, sonda nasogástrica grossa (descompressão do estômago – melhor 
ventilação). 
 
DOENÇA DE CROHN: 
Doença inflamatória crônica, transmural, causa desconhecida. Acomete da boca até o ânus, acomete mais o intestino delegado e o 
cólon. Causa dor abdominal, diarreia e perda ponderal. Complicação: OBSTRUÇÂO, perfuração e fístula. 
Agentes infecciosos: Mycobacterium paratuberculosis e vírus do sarampo. 
Fatores imunológicos: IL 1, IL 2 e IL 8 e TNF α. 
Fatores genéticos: cromossomo 16 q (locoIBD1- CARD 15 NOD2). 
Macroscopia: 
 Alças intestinais espessadas róseo acinzentadas, vermelho púrpura escura com exsudato cinza branco espesso; 
 Fibrose na serosa; 
 Áreas lesadas intercaladas por áreas normais (salteadas); 
 Crescimento circunferencial da gordura mesentérica ao redor da parede intestinal; 
 Alça intestinal de aspecto EMBORRACHADO; 
 Úlceras aftosas na mucosa; 
 Úlceras lineares coalescentes produzindo seios com ilhotas de mucosa normal (PEDRA EM PAVIMENTAÇÂO DE RUA). 
 
 
A: Envoltório de gordura e inflamação. 
B: Fibrose acentuada da parede intestinal, estreitamento e inflamação segmentar da 
mucosa. 
 
 
 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
 
Microscopia: 
 Edema mucosos e submucoso; 
 Infiltrado inflamatório crônico (transmural); 
 Edema, hiperemia, telengectasia, infiltração de células mononucleares, hiperplasia linfóide; 
 GRANULOMA NÃO CASEOSO COM CÉLULAS GIGANTES DE LANGERHANS (fase tardia); 
 60 a 70 % dos pacientes: Granulomas encontrado na parede e em linfonodos regionais. 
 
Quadro clínico: dor abdominal insidiosa (em cólica), diarreia, períodos assintomáticos, febre, perda de peso, perda de força e mal estar. 
Obstrução: lesão crônica fibrosantes que estreita o lumen do intestino com obstrução parcial ou completa. 
Manifestações extra intestinais: 30% dos pacientes, eritema nodoso, pioderma grangrenoso, artrite e artralgia, uveíte e ireíte, hepatite 
e pericolangite. 
Diagnóstico: história clínica, estudo contrastado (pedras de pavimentação da mucosa, íleo terminal estreitado - sinal do cordão de 
Kantor, fístulasendoscopia. 
 
 
 
 
Íleo distal estreitado (setas) secundário a uma inflamação e fibrose crônicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico: 
Tomografia de abdome: espessamento transmural. 
Marcadores sorológicos: anticorpo antineutrofílico perinuclear (pAnca) e anti Saccharomyces cerevisae (ASCA) = também são 
solicitados para doenças reumatológicas. 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
 
Tratamento: Doença de Crohn não tem tratamento. Terapias paliativas e de alívio. 
Medicações para indução e manutenção da remissão: aminossalicilatos reduzem a chance da doença se proliferar (Sulfassalazina e 
Mesalazina), corticóide, imunossupressores (azatioprina, 6 mercaptopurina e metotrexate), antibióticos e Infliximab (anticorpo anti 
TNFα) tem atuação positiva na Doença de Crohn. 
 
HÉRNIA ENCARCERADA: 
As hérnias inguinais são as mais frequentes. Abaulamento intermitente na região inguinal, escroto ou grande lábio. 
Uma hérnia inguinoescrotal é uma hérnia inguinal que se estendeu através do canal inguinal, para a área do escroto. 
As hérnias encarceradas evoluem rapidamente para o estrangulamento quando não tratadas de imediato, e as alterações isquêmicas 
progressivas culminam em gangrena e perfuração do intestino herniado. 
Diagnóstico: clínico (dor no local, vômitos, parada de eliminação de gases e fezes). 
Exame físico: 
Palpação de massa endurecida e dolorosa na região inguinal. Massa na região inguinal e escrotal, que não pode reduzir-se 
espontaneamente. Sinais de sofrimento de alça (eritema local, redução difícil, sangramento pelas fezes, quadro obstrutivo, vômitos 
com fezes) e choque. 
Exames complementares: 
Ultrassonografia: pode ser utilizado nos casos de dúvida diagnóstica, tendo a vantagem de ser um exame de baixo custo, com alta 
sensibilidade e especificidade. 
Tomografia de abdome: pacientes com panículo adiposo espesso. Nível liquido na área inguinal ou na bolsa escrotal. 
Tratamento: redução manual ou cirurgia (encarceramento maior que 12 horas e sinais de alarme). 
 
INVAGINAÇÃO: 
A intussuscepção é a causa mais comum, na infância, de obstrução do intestino delgado. Geralmente, ocorre com a invaginação do 
segmento proximal no distal. Do 5° ao 9° mês de vida. 
Quadro clínico: 
Dor abdominal aguda, vômitos, eliminação de muco com sangue ("geleia de morango") pelo reto. A dor, na fase aguda, é caracterizada 
como intermitente, cuja duração persiste por 4-5 minutos, com intervalos variados de aproximadamente 20 minutos. 
Exame físico: 
Mmassa abdominal na flexura hepática direita - incidência de 48%. 
Sinal de Dance: fossa ilíaca direita livre. 
Apatia, letargia. 
Toque retal: sangue ou cabeça da invaginação. 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
Exames complementares: 
Rx de abdome (inespecífico), ultrassonografia (sensibilidade 100% - imagem em alvo ou pseudo rim) *, tomografia de Abdome 
(imagem em alvo) e enema opaco (pode ser tratamento). 
 
 
 
 
Tratamento: enema com bário ou gás e cirúrgico. 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
Intussuscepção é uma condição na qual uma parte do intestino se invagina (se dobra) por sobre outra seção do 
intestino. Muitas vezes pode resultar em obstrução. 
 
 
 
 
 
 
 
BOLO DE ÁSCARIS: 
Os vermes podemcausar obstrução quando se acumulam no intestino, pela excreção de neurotoxinas que vão provocar contração do 
intestino delgado (espasticidade) ou como causa de volvo. 
 
Vôlvulo é a torção de um órgão oco em torno de seu ponto de inserção, o que ocorre mais frequentemente 
quando uma parte do intestino gira em torno de si mesma e do mesentério que a sustenta, resultando em uma 
obstrução intestinal. 
 
 
 
 
 
Exames complementares: 
Raio X de abdome: enovelado de áscaris e sinais de obstrução intestinal. 
Ultrassonografia: identificação do enovelado de Áscaris lumbricóides. 
 
 
Tratamento: clínico, jejum, sondagem nasogástrica de alívio, hidratação parenteral, administração de antiespasmódico. 
 
 Piperazina, na dose de 75 a 100mg/kg; 
 Óleo mineral, na dose de 15 a 30ml, a cada duas horas, com o objetivo de facilitar a eliminação de vermes; 
 Nos casos em que não se observa melhora após 24 a 48 horas de tratamento clínico, ou quando houver suspeita de complicações 
intestinais, deve-se indicar cirurgia. 
 
Quando se encontram alças intestinais viáveis, o único tratamento cirúrgico necessário é realização de manobras delicadas para se 
empurrar o novelo de vermes para o ceco. Se há comprometimento intestinal, realiza-se ressecção intestinal com a totalidade dos 
áscaris e anastomose término-termina. 
https://www.google.com/search?q=v%C3%B4lvulo&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=dJbikB6AbinnrM%252CcTGVnnt37nJwqM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kQag0lCPPNrsJUptR9BNUytyz1jUg&sa=X&ved=2ahUKEwi3opnjkP7uAhV0IrkGHVxYBIoQ9QF6BAgHEAE#imgrc=dJbikB6AbinnrM
https://www.google.com/search?q=v%C3%B4lvulo&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=dJbikB6AbinnrM%252CcTGVnnt37nJwqM%252C_&vet=1&usg=AI4_-kQag0lCPPNrsJUptR9BNUytyz1jUg&sa=X&ved=2ahUKEwi3opnjkP7uAhV0IrkGHVxYBIoQ9QF6BAgHEAE#imgrc=dJbikB6AbinnrM
 Lysa Laura Figueiredo 
 
 
 
ÍLIO BILIAR: 
Obstrução mecânica secundária a impactação de um cálculo no lúmen intestinal. Geralmente os cálculos são maiores que 2,5 cm. O 
cálculo entra no trato gastrointestinal através de uma fístula colecistoentérica localizada entre a vesícula e o duodeno. 
 
Colecistite aguda, inflamação de vesícula e tecido adjacente, aderências a estruturas adjacentes, isquemia por redução do fluxo arterial, 
venoso e linfático. Erosão da parede e formação da fístula colecistoentérica. 
Quadro clínico: dor abdominal aguda em cólica intermitente, náuseas, vômitos, febre e distensão abdominal. 
Tríade de Mordor: história de litíase vesicular, sinais de colecistite e obstrução intestinal. 
Exames complementares: 
Tríade de Rigler: aerobilia (ar na via biliar), obstrução intestinal e cálculo biliar em situação aberrante. 
 
 
Tratamento: cirúrgico e Colecistectomia associada. 
 
OBSTRUÇÕES INTESTINAIS BAIXAS: 
Causas intraluminais: fecalomas, bário, corpo estranho. 
Causas intramurais: carcinoma, inflamação (diverticulite, doença de Crohn, linfogranulomas venéreos, esquistossomose, tuberculose), 
Doença de Hirchsprung (aganglionose), isquemia, radiação, invaginação e estreitamento de anastomose. 
Causas extraluminais: aderências (raras), hérnias, tumores em órgãos adjacentes e volvos. 
 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
VOLVO COLÔNICO: 
O intestino fica rodado sob seu eixo mesentérico. Obstrução parcial ou completa do lumen. 
Fatores associados: constipação, envelhecimento, doenças neuropsiquiátricas, drogas psicotrópicas (alteram a motilidade intestinal), 
dieta rica em fibras e vegetais. 
Quadro clínico: obstrução aguda ou subaguda, dor abdominal aguda grave, vômitos, obstipação, distensão abdominal importante e 
timpanismo. Pode ter história de volco recorrente com resolução espontânea e acentuada distensão com pouca dor abdominal. 
Diagnóstico: 
 Raio X de abdome; 
 Cólon sigmoide dilatado; 
 Tubo interno dobrado com seu ápice no quadrante inferior direito, nivel hidroaéreo na 
alça dilatada, sem ar no reto; 
 Sinal do U invertido, Sinal do Grão de café; 
 Tomografia de abdome, dobra mesentérica característica. 
 
 Sinal de Chilaiditi: sinal radiológico que simula pneumoperitônio. Ocorre interposição da alça distendida na loja hepática 
provocando fígado timpânico e Sinal de Jobert. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Volvo sigmoide: sinal do grão de café 
Tratamento: clínico (hidratação e descompressão por sonda retal ou colonoscopia) e cirúrgico de urgencia ou eletivo. 
 
CÂNCER DO COLON E RETO: 
Cólon se distende (gás deglutido + fermentação), fezes e líquidos se acumulam proximal a região do bloqueio, suprimento sanguíneo 
comprometido, retorno venoso dificultado, edema localizado, oclusão arterial, isquemia e necrose. 
Obstrução em alça fechada: 
Parte proximal e distal do intestino estão fechadas. Causas comuns são hérnia ou volvo, no caso de tumor, de um lado está a lesão 
neoplásica e do outro a válvula ileocecal competente. A pressão é tão grande que pode ocorrer necrose e perfuração. 
 
Diagnóstico: história clínica (mais arrastada), exame físico (massa palpável), raio X e 
tomografia de abdome. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
SÍNDROME DE OGILVIE: 
Pseudo obstrução primária (distúrbio de motilidade), miopatia visceral familiar. Distúrbio difuso da motilidade que envolve a inervação 
autonômica da parede intestinal. Pode ser modificada por dist de hormônios intestinais. Alteração da inervação autonômica. 
Associa-se a: neuroléptico, opiáceo, doença metabólica, mixedema, diabetes, uremia, hiperparatireoidismo, lúpus, esclerodermia, 
Parkinson, hematomas retroperitoneais pós trauma. Hiperatividade simpática sobrepuja o parassimpático. 
Diagnóstico: história clínica e Raio X com distensão sem ponto de obstrução mecânica. Colonoscopia pode ser terapêutica. 
 
Tratamento: sonda gástrica, hidratação e neoestigmina. 
 
 
 
FECALOMA: 
Acúmulo de fezes endurecidas no reto e colon, retenção prolongada de material fecal. Acúmulo de fezes endurecidas no reto e no 
colon. 
Sinais e sintomas: diarreia, saída de fezes liquidas pelo reto, dor retal e cólica intermitente, tenesmo, distensão abdominal e alteração 
do hábito intestinal (evacuações espaçadas). 
Exame físico: distensão abdominal, moldura do colon palpável com fezes, massa palpável e toque retal (fezes endurecidas na ampola). 
Fatores predisponentes: pouca ingesta líquida, uso de medicações, ingesta de poucas fibras, falta de atividade física e tônus muscular 
deficiente. 
Doenças associadas: megacolon congênito, megacolon tóxico e alterações do Snautônomo. 
Diagnóstico: história, exame físico, toque retal. 
Raio X: massa amorfa heterogênea com aspecto de miolo de pão (seta azul) e distensão de alça (seta amarela). 
 
 
 
Tratamento clínico: óleo mineral e enteroclisma. 
Cirúrgico: esvaziamento de fecaloma. 
 
 
ABDOME AGUDO PERFURATIVO: 
Perfuração do tubo digestório desde a porção abdominal do esôfago até a parte peritonizada do reto. 
Apresenta dor súbita e peritonite secundária. 
Casos avançados de AAI (Abdome Agudo Inflamatório = apendicite com perfuração, diverticulite...) 
Casos avançados de AAO (Abdome Agudo Obstrutivo = hernia estrangulada, volvo intestinal...) 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
Fisiopatologia: 
Solução de continuidade em parede de víscera oca, extravasamento desde a saliva até as fezes. Irritação do peritônio. 
12-24 horas após perfuração aparecem os sinais de infecção. 
O bloqueio pelo omento ou outras vísceras pode explicar a não evolução para sepse. 
 
Etiologia: 
 Esôfago distal: Síndrome Boerhaave, dilatação endoscópica de estenoses; 
 Estômago e duodeno: perfuração de úlcera péptica ou câncer gástrico; 
 Usuários de crack podem apresentar perfuração gástrica; 
 Perfurações espontâneas de intestino delgado e colón são raras: enterocolite por CMV (imunossuprimidos), enterite por salmonela 
typhi, tbc intestinal (rara), colite por clostridium difficile, vasculites; 
 Síndrome de Ogilvie (pseudo obstrução colônica aguda). 
 
ÚLCERA PÉPTICA PERFURADA: 
Causa mais frequente. 70% associadaao uso de AINE e infecção por Helicobacter pylori. 
Apresenta dor súbita localizada na posição do órgão perfurado que piora com a deambulação. Além de taquicardia, sudorese fria, 
náusea e inapetência. Evolui para dor difusa e generalizada por todo o abdome. A dor no ombro pode ocorrer pela irritação do espaço 
subfrênico. O choque pode instalar-se rapidamente. 
Cárdia: primeira parte do estômago, onde ocorre a transição com o esôfago. 
Fundo gástrico: parte superior do estômago, sendo a parte mais alargada. 
Corpo gástrico: que vai do fundo até a parte pilórica. 
Parte pilórica: parte final, e é dividida em antro e canal pilórico, onde o antro é mais alargado e o canal mais estreito. 
Etiopatogenia da úlcera péptica: 
 Ocorre em sítios expostos a secreção de ácido clorídrico e pepsina. 
 Célula parietal: secreção ácida de ácido clorídrico, bomba de próton, membrana luminal da célula. 
 Suco gástrico: digestão de proteínas e absorção de Fe e Ca e vitamina B12, evita bactéria e fungo. 
 Acetilcolina: n. vago estimula produção de ácido na célula parietal e inibe a secreção de somatostatina, aumenta histamina e 
gastrina. 
 Histamina: estimula secreção gástrica de ácido pelas células parietais e indiretamente estimula secreção de gastrina. 
 Gastrina: principal estimulador de secreção ácida durante a ingesta de alimentos, libera histamina. 
 Somatostatina: INIBE a secreção gástrica. 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
Fatores nocivos endógenos: 
HCl, pepsina, sais biliares, variação ampla de pH, pressão osmótica, temperatura, substâncias exógenas (medicamentos, álcool e 
microrganismos). 
 
 
Mecanismos de defesa: 
Barreira muco-bicarbonato-fosfolípides, renovação celular, fluxo sanguíneo da mucosa, produção de prostaglandinas e óxido nítrico. 
Patogenia: 
Desequilíbrio entre defesa e agressão, doença multifatorial, desequilíbrios na fisiologia da secreção dos hormônios gástricos, gastrina e 
somatostatina induzidos pela infecção pelo H. pylori. 
AINH: segunda causa mais frequente de úlcera péptica (úlcera gástrica). 
 
Fatores de risco: >55 anos, sexo feminino, tabagista, uso de AINE, etilismo e uso de corticoides. 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
 
Quadro clínico: 
Abdome doloroso difusa, forte intensidade, súbita, em epigástrio, “abdome em tábua” é a apresentação clássica, dificuldade de palpar 
vísceras, descompressão brusca dolorosa (DB+), Sinal de Jobert (substituição da macicez hepática), timpanismo pneumoperitôneo 
(moderados e grandes). 
 Entre 2-12 horas da perfuração: dor menos intensa, posição antálgica, piora da dor ao se movimentar, abdome mais doloroso, 
sinais de sepse. 
 Após 12 horas da perfuração: distensão abdominal, febre, sepse franca. 
Exame físico: contratura abdominal involuntária (abdome em tábua), descompressão brusca não realizável (devido à contratura). 
Sinal de Jobert: perda da macicez hepática à percussão, abdome em tábua, febre e choque. Timpanismo no hipocôndrio direito/ 
desaparecimento da maciçez hepática devido à presença de ar subdiafragmático (pneumoperitônio). 
Exames complementares: 
Raio X de abdome (pneumoperitôneo). 
 
Tomografia está indicada na suspeita não confirmada no RX e tem maior acurácia para identificar o local da perfuração. 
Mais sensível, possibilitar a localização da víscera perfurada, emprega-se a janela pulmonar na TC para a detecção do 
pneumoperitôneo. 
 
Hemograma: pode ter leucocitose. 
Amilase: pode existir discreto aumento. 
PCR: aumentado. 
 
Tratamento clínico inicial: 
 Deve ser iniciada ainda na fase de investigação; 
 Rafia ou gastrectomia? 
 Tratamento cirúrgico: laparotomia ou laparoscopia? 
 Rafia e limpeza da cavidade; 
 Gastrectomia parcial: se o cirurgião for ágil; 
 Drenagem da cavidade 
 Hidratação: expandir a volemia através do uso de cristaloides e/ou expansores plasmáticos; 
 Monitorização de PA, débito urinário e saturação de O2; 
 Suplementação de O2 e EOT em casos necessários; 
 Drogas para diminuir secreção ácida; 
 SNG para diminuir a peritonite química e diminuir distensão; 
 Antibióticos de amplo espectro principalmente Gram (-). 
Levar o paciente para operação nas melhores condições clínicas possíveis. 
 Lysa Laura Figueiredo 
O tratamento do abdome agudo perfurativo consiste em abordagem cirúrgica. A depender do status do paciente e do sítio da 
perfuração, a operação pode envolver ressecção do segmento perfurado ou mesmo rafia da lesão, devendo passar pela drenagem da 
secreção depositada na cavidade abdominal. 
Cirurgia: 
A úlcera duodenal perfurada é a principal causa de AA perfurativo. Procedimento realizado na maioria das vezes é o debridamento dos 
bordos, rafia e epiplonplastia (técnica de Grahan Steele). Essa técnica é amplamente aceita para úlceras agudas e paciente muito 
graves. Nas úlceras duodenais crônicas a simples sutura cursa com altas taxas de insucesso. 
 
ÚLCERA DUODENAL CRÔNICA: 
 Vagotomia gástrica proximal + sutura + epiplonplastia. 
 Vagotomia troncular + piloroduodenoplastia. 
 Vagotomia troncular + antrectomia. 
Com a descoberto do papel fundamental do H pylori na gênese das UD e o uso de IBP vem reduzindo drasticamente sua ocorrência. 
 
TUMOR GÁSTRICO PERFURADO: 
Sinais e sintomas: dor abdominal, irritação peritoneal, distensão abdominal, timpanismo supra hepático e desidratação. 
 
Raio X de tórax + abdome: 
 
Tratamento: 
Cirúrgico, laparotomia exploradora/laparoscopia, ressecção, exteriorizar a área perfurada, anastomose primária (avaliar bem), 
ressecção e sutura da ulcera. 
 
SÍNDROME DE BOERHAAVE: 
É uma perfuração esofágica transmural geralmente associada a múltiplos vômitos. É uma condição incomum, grave e potencialmente 
letal se não tratada a tempo. Corresponde a apenas 15% das perfurações esofágicas. 
Sexo masculino, 35 a 55 anos. 
Aumento súbito da pressão intraesofágica com redução da pressão intratorácica e fechamento do músculo cricofaríngeo com lesão 
esofágica, causado por múltiplos vômitos. 
Ruptura transmural longitudinal de alguns centímetros posterolateral no esôfago intratorácico a 3-6 cm acima do diafragma. 
Geralmente do lado esquerdo (maior fragilidade), com contaminação do mediastino e da pleura. 
Quadro Clínico: 
Inespecífico, dor torácica, dor a deglutição ou flexão do pescoço, dispneia, dor abdominal. 
Tríade de Meckler: vômito + dor retroesternal + enfisema subcutâneo. 
Exame físico: 
Rigidez abdominal, macicez à percussão, taquicardia, hipotensão e enfisema subcutâneo. 
 Lysa Laura Figueiredo 
Exames complementares: 
Raio X de tórax: alargamento do mediastino, pneumomediastino, pneumotórax, derrame pleural (geralmente à esquerda). A 
radiografia normal não é capaz de excluir o diagnóstico. 
Tomografia com contraste (maior sensibilidade): visibilização direta da descontinuidade das camadas do esôfago, espessamento 
parietal esofágico, gás periesofágico, pneumomediastino, pneumotórax, derrame pleural. 
 
 
Tratamento: 
Estabilização, monitorização, limitação da contaminação mediastinal por interrupção da dieta oral, antibioticoterapia sistêmica de 
amplo espectro, descompressão gástrica e reanimação. 
Complicações: fístula esôfagopleural, empiema, pneumonia, mediastinite, sepse. 
 
CORPO ESTRANHO: 
 
 
Corpos estranhos pontiagudos e alongados (espinha de peixe, osso de galinha e palito de dente). 
Local: intestino delgado, em pontos de angulações ou estreitamentos fisiológicos. 
83% ocorrem nas alças ileais. 
População de risco: idoso, usuário de droga, psiquiátrico, usuário de prótese dentária (reduz a sensibilidade no palato), criança. 
Quadro clínico: dor abdominal, náusea, vômitos e febre. 
Exames: 
Raio X de abdome: pouca validade (o corpo estranho geralmente é pequeno e não aparece) e perfuração pequena que não promove 
grande pneumoperitôneo. 
 
Tomografia de abdome: alta sensibilidade. O sinal mais frequente indicativo de perfuração intestinal foi o segmento intestinal comparede espessada no ponto de impactação do corpo estranho, associado a edema da gordura mesenterial adjacente. 
Tratamento: 
Depende da localização. Depende se existe complicação ou não (perfuração, hemorragia e obstrução). 
Corpos estranhos localizados no esôfago e estômago = endoscopia. 
Corpo estranho localizado no intestino delgado e grosso = cirurgia (ressecção segmentar da alça comprometida). 
 
PERFURAÇÕES DE CÓLON: 
Peritonite fecal (grave, quantidade de germes presentes nas fezes causam a peritonite), rapidamente evolui para sepse. Geralmente é 
feita uma ressecção do segmento acometido e colostomia de proteção. 
 
 
 Lysa Laura Figueiredo 
DIVERTICULITE AGUDA: 
Na TC, verifica-se que há espessamento parietal segmentar do colo sigmoide, na região da fossa ilíaca esquerda, onde se observa 
divertículo de paredes espessadas, bem como densificação da gordura pericólica adjacente com focos gasosos fora de alça. Fica claro o 
diagnóstico de diverticulite aguda com perfuração. Além disso, deve-se levar em conta que se trata, do ponto de vista sindrômico, de 
paciente com sepse e de um abdome agudo perfurativo. 
 
ABDOME AGUDO VASCULAR: 
Trombose arterial da mesentérica (25%), trombose venosa da mesentérica (5%), embolia da artéria mesentérica (50%), isquemia por 
baixo fluxo não oclusiva (20%). A dor é súbita, intensa e mal localizada, sem melhora com analgésico. Pode ser acompanhada por 
toxemia, vômitos, parada de eliminação de gases e fezes. 
Hipotensão e choque, dor desproporcional ao exame físico, irritação peritoneal difusa, ausência de ruídos hidroaéreos, sangue no 
toque retal (fezes em “geleia de amora”) 
Exame físico: distensão abdominal, ruídos hidroaéreos diminuídos (alça em sofrimento) e sinal de defesa. 
 
DOENÇA ISQUÊMICA INTESTINAL: 
Acometimento vascular, depende do grau de comprometimento. 
 Isquemia mesentérica aguda/crônica. 
Fatores de risco: idade avançada, cardiopatias, doenças vasculares prévias, fibrilação atrial, doenças valvares e hipercoagulação. 
 Isquemia mesentérica aguda: perda súbita do suprimento arterial (tromboembolismo), tronco celíaco, artéria mesentérica superior 
e artéria mesentérica inferior, infarto com necrose e morte de grandes porções ou todo o trato digestivo. 
 Isquemia mesentérica crônica: arteriosclerose, angina abdominal, dores abdominais após as refeições (desnutrição). 
 Isquemia colônica: hipofluxo em certas regiões do cólon com isquemias, localizadas na mucosa e paredes do cólon mais frequentes 
no retosigmóide e ângulo esplênico. 
Quadro clínico: 
Dor abdominal súbita na região periumbilical, evolução para abdômen agudo franco, angiografia tem especificidade de 80% e 
sensibilidade de 100%. 
Tratamento rápido antes da necrose intestinal. 
 
ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO: 
Rutura de cisto ovariano, gravidez ectópica rota, ruptura do baço, ruptura de aneurisma de aorta abdominal, cisto ovariano 
hemorrágico, necrose tumoral e endometriose. A dor é súbita e progressiva. Pode estar acompanhada de fraqueza e mal-estar. 
Taquicardia, hipotensão e choque, palidez cutâneo (mucosa), discreta irritação peritoneal = descompressão brusca positiva (variável). 
Exame físico: palidez cutâneo-mucosa. 
Gravidez ectópica rota: 
Tríade clássica: dor abdominal (100%) + sangramento vaginal (60-90%) + atraso ou irregularidade menstrual (75-95%)

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