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Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP TRANSPORTE ATRAVÉS DO NÉFRON O filtrado glomerular passa por um processo de reabsorção e secreção de substâncias ao longo do seu trajeto pelo néfron. Na reabsorção, as substâncias são transportadas pelas membranas epiteliais tubulares para o líquido intersticial renal e depois retorna ao sangue, passando pelas membranas dos capilares peritubulares. Estrutura da barreira hemato-urinária tubular Os rins filtram cerca de 20% do plasma que chega aos néfrons - total de ~180 L/dia. Como é excretado, em média, 1,5 L de urina por dia, tem-se que os 178,5 L restantes são reabsorvidos, retornando ao sangue. Heterogeneidade na reabsorção Cada segmento do néfron manipula o filtrado de modo distinto. SEGMENTO REABSORÇÃO (%) TÚBULO PROXIMAL 65 ALÇA DE HENLE 15 TÚBULO DISTAL 5 TÚBULO DISTAL E DUCTO COLETOR 15 maior reabsorção no TCP A maior taxa de reabsorção no túbulo contorcido proximal se deve ao maior gradiente de pressão e à maior superfície de contato entre o epitélio do túbulo e o plasma, devido às 1 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP microvilosidades. Além de ser um epitélio frouxo, permitindo um grande transporte pela via paracelular. Padrões de excreção A regulação do processo de manipulação de determinada molécula do plasma sanguíneo ocorre de acordo com a importância dessa para o organismo. A. A substância é filtrada, mas não é reabsorvida⇒ ex.: Creatinina. B. A substância é filtrada e parcialmente reabsorvida⇒ ex.: Água e íons. C. A substância é filtrada e integralmente reabsorvida⇒ ex.: Glicose e aminoácidos. D. A substância é filtrada, não reabsorvida e secretada⇒ ex.: Catabólitos Forças que permitem a reabsorção As redes capilares peritubulares, que recebem tudo o que é reabsorvido, são ramos da arteríola eferente, ou seja, contém aquilo que não foi filtrado. ● ↑ pressão oncótica (π)→ capilar peritubular concentrado - atraí para o capilar ● ↓ pressão hidrostática (PH) → alta quantidade de líquido na luz tubular - força a saída de líquido da luz para o interstício. O gradiente resultante é favorável à entrada passiva de líquido do interstício para o capilar. No capilar glomerular, a saída de água diminui PH e a concentração do plasma aumenta ( ↑π). No capilar peritubular, o plasma já chega filtrado, estando com ↓ PH e ↑ Δπ, favorecendo a reabsorção de água e solutos, que dilui o plasma. 2 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP As substâncias reabsorvidas não podem permanecer no interstício, pois como o tecido é frouxo, em caso de variação de pressão pode ocorrer um vazamento para dentro da luz tubular. Assim, elas são reabsorvidas para os capilares a favor do gradiente de pressão. Em caso de mudança na resistência das arteríolas, as redes capilares são afetadas, alterando a pressão e, portanto, a taxa de reabsorção e secreção. Vasoconstrição Vasodilatação Fluxo ↓ ↑ PH ↓ ↑ π ↑ ↓ Processo favorecido REABSORÇÃO SECREÇÃO obs.: A angiotensina II é um hormônio que contrai as arteríolas e, assim, ↓PH e ↑π, facilitando a difusão de substâncias do interstício para a rede capilar peritubular. MEIOS DE TRANSPORTE Água e solutos são transportados via transcelular (através da célula) - por transporte passivo ou ativo - ou pela via paracelular (entre as células) - por difusão. Após a absorção pelo líquido intersticial, água e solutos são transportados através das paredes dos capilares peritubulares por ultrafiltração, mediada por forças hidrostáticas e oncóticas. Transporte ativo primário ● Relaciona a hidrólise do ATP com o movimento do soluto contra o gradiente eletroquímico. A bomba de Na+/K+ reabsorve ativamente o sódio, ocorrendo na maioria dos segmentos tubulares. O Na+ é transportado contra o gradiente de concentração (+ → -) estabelecido pela bomba, assim, a água e outras substâncias são reabsorvidas para os capilares peritubulares, onde ocorre a ultrafiltração. obs.: : Há muitas mitocôndrias nas células epiteliais devido a alta taxa de transporte ativo através das membranas. 3 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ● Os segmentos iniciais do sistema tubular usam mais transporte ativo, pois a composição do filtrado é muito semelhante ao do plasma sanguíneo. ● A composição similar impossibilita difusões passivas, dependentes de gradiente eletroquímico estabelecido por diferenças na composição. Transporte ativo secundário ● Ocorre quando duas substâncias interagem com uma proteína de membrana e são ambas transportadas. ● Não necessita de energia diretamente do ATP ou outras fontes de fosfato de alta energia→ usa energia liberada pela difusão facilitada simultânea de outra substância transportada a favor do gradiente eletroquímico. O Na+, após ser exportado com gasto de energia contra seu gradiente eletroquímico, se difunde de forma passiva, agora a favor do seu gradiente, e a energia liberada é usada para mover outra substância (como glicose) contra seu gradiente. Outros transportes ● Algumas porções do túbulo proximal reabsorvem moléculas grandes através de pinocitose, que é um transporte ativo para reabsorção de proteínas. ● A reabsorção de água por osmose é acoplada com a reabsorção de Na+ e depende da permeabilidade dos túbulos distais e coletores à água. ● Os íons Cl-, uréia e outros são reabsorvidos por difusão passiva e/ou por arraste em solvente→ reabsorção osmótica de água tende a concentrar esses solutos na luz tubular, favorecendo sua difusão para o interstício renal (+ → -). MANIPULAÇÃO AO LONGO DOS SEGMENTOS DO NÉFRON Túbulo proximal Reabsorção: Na+, Cl-, HCO3-, K+, H2O, glicose e aminoácidos Secreção: ácidos e bases orgânicas ● Função importante de conservar substâncias que são necessárias para o corpo (ex.: glicose, aminoácidos, proteínas, água e eletrólitos). 4 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Alça de Henle Alça descendente delgada Reabsorção: ↑↑↑ permeável a H2O e ↑ permeável a solutos, mas tem poucas mitocôndrias e baixa ou nula reabsorção ativa. ● Líquido tubular se torna hiperosmótico ao se mover para o interior da medula renal, devido a reabsorção de água, que migra para o interstício e deixa a luz mais concentrada. Alça ascendente espessa Reabsorção: Na+, Cl-, HCO3-, K+, Ca+2 e Mg+2, sendo impermeável à H2O. Secreção: H+ ● Diluição do líquido tubular pela reabsorção de íons à medida que volta ao córtex. ● ↑ reabsorção de íons⇒ ↑ [íons] no líquido intersticial da medula renal, ficando hiperosmótica. ● Local de ação de potentes diuréticos - ex.: furosemida, ácido etacrínico e bumetanida (inibidores de co-transportadores de íons) Túbulo distal Túbulo distal inicial Reabsorção: Na+, Cl-, Ca+2 e Mg+2, sendo praticamente impermeável à H2O e à ureia→ dilui ● Compõe o aparelho justaglomerular Túbulo distal final e Ducto coletor cortical Os túbulos distais finais e os túbulos coletores corticais são compostos de dois tipos distintos de célula: Células Principais→ reabsorvem Na+, Cl- e H2O e secretam K+ ● Controle pela aldosterona e ação de diuréticos poupadores de potássio (ex.: espironolactona, amilorida e eplerenona) 5 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Células Intercaladas→ reabsorvem K+ e HCO3- e secretam H+ ● Papel no equilíbrio ácido-base - Membranas quase impermeáveis à ureia - Permeabilidade à água é controlada pela [ADH] Ducto coletor medular Reabsorção: Na+, Cl-, HCO3-, ureia. - Na presença de ADH é permeável à H2O Secreção: H+ ● Importantes na determinação da quantidade final do débito urinário de água e solutos Alterações nas [substâncias] no filtrado em relação ao plasma ao longo do néfron 6 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP MECANISMOS DE REABSORÇÃO Balanço de sódio O Na+ determina o volume do líquido extracelular e a pressão arterial, além de ser fundamental para a função de células excitáveis⇒ ↑ necessidade deregulação sérica. No néfron: ● Livremente filtrado, quase integralmente reabsorvido e não é secretado. O “motor” para o transporte da maioria das substâncias no néfron é o trocador Na+/K+ ATPase, presente em grande número namembrana basolateral das células tubulares do néfron. - As bombas Na+/K+ exportam Na+ para o meio e, mesmo com a difusão desses para os capilares peritubulares, outros íons Na+ tubulares serão reabsorvidos. - O K+, embora seja importado, na membrana basolateral há canais para sua difusão passiva, logo, ele voltará ao interstício. Por meio das bombas nas membranas basolaterais e à perfusão sanguínea constante, será gerado um gradiente eletroquímico que permitirá a difusão de outras substâncias do filtrado. Túbulo contorcido proximal - TCP Sódio O Na+ intracelular é bombeado para o capilar, permitindo que o sódio filtrado seja reabsorvido por co-transporte (com glicose, aminoácidos ou PO4-2) ou contra-transporte (com H+). 7 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Cloreto É reabsorvido, via paracelular, pelo gradiente eletroquímico gerado devido a reabsorção de Na+, visto que o aumento da concentração de cátions no capilar atrai ânions. Água Reabsorvida por osmose devido ao gradiente osmótico criado pelo Na+. Outros cátions - ex.: Ca+2, Mg+2 Reabsorvidos por uma difusão passiva, pois a reabsorção de H2O e Cl- gera um gradiente de concentração e um eletroquímico favoráveis, respectivamente. Glicose 100% reabsorvida no TCP - Maior parte é reabsorvida nas 1°s porções do TCP 8 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP A concentração de glicose no plasma é de cerca de 100 mg/dL, e sua capacidade limite de reabsorção pelo rim é de 200 mg/dL. Em situações de excesso de glicose no plasma (ex.: diabetes), a reabsorção a partir do filtrado fica saturada e os transportadores não conseguem reabsorver 100%, sendo parte excretada na urina. BIcarbonato É reabsorvido de 70-85% no TCP, 10-20% na AH, 3-5% no TCD e 1-2% no DC. A secreção de H+ acidifica ligeiramente o pH do túbulo, favorecendo a reabsorção do tampão HCO-3→ manutenção do pH sanguíneo não apenas pela excreção de íon, mas pela reabsorção de bicarbonato. A anidrase carbônica (AC), nos microvilos, favorece a difusão de HCO3- do túbulo para a célula pela formação de H2O e CO2. Na célula, as moléculas formam H2CO3, que se dissocia e forma o bicarbonato, liberado no lúmen do capilar - A dissociação da água resulta no H+ (secretado para o lúmen tubular) e no OH- (combina-se com o CO2 e forma o HCO3-, que é reabsorvido pelo co-transporte com o Na+). 9 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Cálcio No TCP não há transportadores de cálcio. Em S1 (1°segmento)→ não há transporte passivo, pois não há gradiente eletroquímico favorável. Com a reabsorção de Na+, a água acompanha, deixando a luz do túbulo e concentrando Ca+2→ em S2, o cálcio está mais concentrado, havendo a reabsorção a favor do gradiente de concentração (+ → -) e a favor do gradiente elétrico (possível pelo transporte de Cl-). Fosfato Co-transporte Na+/HPO4-2 na membrana luminal. Uma vez reabsorvido, pode sair por difusão passiva na membrana baso-lateral→ contra-transportador de ânion/HPO4-2 ou co-transportador Na+/HPO4-2 . 10 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Para-Aminohipurato - PAH Molécula orgânica 100% secretada A PAH é importada do capilar para a célula por um contra-transporte com cetoglutarato que, por sua vez, havia sido importado por co-transporte com sódio. ● No polo apical, o PAH passa para a luz por difusão passiva. Proteínas São reabsorvidas por pinocitose→ interagem com receptores do epitélio tubular, sendo endocitadas e encapsuladas em vesículas→ fundem-se a lisossomo que as digerem, liberando aminoácidos no capilar. Situação do filtrado após manipulação no TCP 11 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Alça de Henle Reabsorve 15% da água e 25% do NaCl filtrado. A reabsorção de NaCl é maior que a de água, o que ↓ osmolaridade do filtrado em relação ao plasma, variando entre 100 e 200 mOsm a depender das condições do organismo. ● Nos ramos finos, ascendente e descendente, há apenas transporte passivo. ● No ramo espesso ascendente há transporte ativo. AHFD: impermeável a solutos e permeável à água AHFA e AHEA: impermeáveis à água e permeáveis a alguns íons Regulação da concentração da urina ● A urina, normalmente, tem osmolaridade diferente do plasma, pois sua formação tem a função de controlar a osmolaridade. ● O controle da concentração só ocorre em ambiente com um gradiente de osmolaridade e permeabilidade à água e solutos controlados. ● No córtex renal, a osmolaridade do interstício é similar à do plasma, mas na medula a osmolaridade é muito maior. - Córtex renal: 300 mOsm/L - Medula externa: 600 mOsm/L (néfron cortical) - Medula interna: 1.200-1.400 mOsm/L (néfron justamedular) *mOsm/L→ força osmótica da substância em relação à água como padrão A alça de Henle, por estar na medula e ter permeabilidade controlada, possibilita a mudança na concentração do filtrado. Córtex (C): pouco sal e muita água Medula (M): muito sal e pouca água No TCP o líquido tubular permanece isosmótico, na AH é concentrado e depois diluído, e tem concentração controlada pelos túbulos distais e coletores. 12 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Mecanismo de contracorrente Na AH fina descendente, a tendência é concentrar o filtrado, pois o túbulo tem osmolaridade crescente→ reabsorção de água ou secreção de soluto⇒ Água reabsorvida (↓ permeável ao soluto). Na AH fina ascendente, a tendência é diluir o filtrado, pois o túbulo tem osmolaridade decrescente→ reabsorção de soluto ou secreção de água⇒ Soluto reabsorvido (impermeável à água). *Perde mais sódio do que ganha ureia→ diluição No ramo espesso da AH, há a reabsorção e secreção de íons devido à gradiente estabelecidos por um transporte ativo de Na+/K+. O Na+, Cl- e K+ são reabsorvidos por co-transporte ativo secundário (3Na+ : 6Cl- : 3K+). - K+ é logo secretado para manter um gradiente para a difusão dos outros íons para o capilar→ contra-transporte 3Na+/2K+ - Paralelamente, um gradiente eletroquímico negativo gerado pela reabsorção de Cl- favorece a reabsorção paracelular de cátions (Ca+2, Mg+2, K+, Na+ e NH4+)→ co-transporte K+/Cl- e canais de cloreto. 13 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Túbulo contorcido distal - TCD Porção mais proximal do TCD: Sódio Reabsorvido passivamente por um gradiente favorável gerado pela Na+/K+ ATPase, que exporta o Na+ para o capilar, possibilitando a reabsorção do que está no filtrado. Cloreto Reabsorvido pelo gradiente eletroquímico formado pela reabsorção de Na+ Porção mais distal: Sódio e Cloreto Reabsorvidos por um co-transporte ativo secundário, possível pela bomba de Na+/K+ e carga oposta de íons. Hidrogênio e Bicarbonato Ocorre a secreção de H+ e HCO3- em virtude da reabsorção de Na+ e Cl-, respectivamente - arraste. Sódio e Potássio Troca de Na+/K+ entre o túbulo e o epitélio pelo gradiente eletroquímico, com reabsorção de Na+ e secreção de K+. 14 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Cálcio Pode ser reabsorvido passivamente, via paracelular, pelo gradiente gerado na reabsorção de Cl- ou via transcelular, por transporte ativo via Ca+2 ATPase ou acoplado a 3Na+ (via regulada pelo paratormônio e vitamina D). Ducto coletor O DC é formado, funcionalmente, por 3 tipos celulares com transporte distinto: Célula Principal (P) ● Na+ é reabsorvido paralelo a secreção de Cl-, ambos passivos, mas secundários à bomba de Na+/K+. ● Parte do Cl- é reabsorvido via paracelular pelo gradiente eletroquímico. Célula α ● Secreção ativa de íons de H+ por bombas de H+ ATPase. ● O HCO3- é reabsorvido do túbulo e na MBL, passando para o capilar por contra-transporte com Cl-, que se difunde para o capilar. Células β ● Reabsorção ativa de íons de H+ por bombas de H+ ATPase. ● Pode realizar troca de Cl-/HCO3- na membrana apical, atuando também na reabsorção de Cl- e na secreção de HCO3-. 15 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP Balanço do potássio A manutenção do balanço entre a produção e a excreção de K+ depende, em grande parte, da excreção renal. Ao longo dos túbulos, o potássio é reabsorvido: ● Dos túbulos para o epitélio, por um gradiente criadopela secreção de outros cátion, como o H+ ou por co-transporte com ânions, como o Cl-. ● Do epitélio para o capilar, por difusão passiva favorecida pelo gradiente eletroquímico intrínseco entre célula e interstício. O K+ é secretado em porções mais distais em paralelo à reabsorção de Na+, que cria o gradiente eletroquímico responsável pela secreção. A reabsorção do Na+ se dá por transporte ativo secundário, favorecido pelo gradiente gerado pela ATPase. Balanço de ureia ● A ureia contribui de 40-50% na osmolaridade intersticial da medula renal (hiperosmótica), quando o rim está formando uma urina concentrada. Nos túbulos distais e porção inicial do ducto coletor há reabsorção de água, mas impermeabilidade à ureia→ concentra a ureia no tubo. Na porção distal do DC, caso haja reabsorção de água (↑ADH), a ureia se concentra e é reabsorvida pelo gradiente formado. ● Se não houver reabsorção de água (↓ADH), o gradiente é menor e a ureia é menos reabsorvida. Como a circulação da ureia contribui com a determinação da concentração da urina? ● A ureia reabsorvida recircula para o interstício, difundindo-se para a porção delgada da AH, passando pelo túbulo distal e, por fim, retornando ao ducto coletor. 16 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ● A recirculação auxilia na retenção de ureia, no interstício medular, e contribui para a hiperosmolaridade da medula renal (mecanismo de contracorrente - regula [filtrado]). Transportador UT-A1 e UT-A3: reabsorção nos ductos coletores medulares. Transportador UT-A2: secreção no ramo delgado da alça de Henle descendente. REGULAÇÃO DOS MECANISMOS DE REABSORÇÃO O volume de sangue e a concentração de água e determinados solutos no plasma funcionam como sinais, integrados pelo sistema nervoso e sistema endócrino para gerar respostas regulatórias nos rins. Aldosterona Hormônio mineralocorticóide sintetizado na zona glomerulosa do córtex das adrenais. ● Ação sobre os rins reabsorvendo Na+ e secretando K+. Em células da AH espessa ascendente, do TD, e do DC a aldosterona exibe 2 respostas (consecutivas): - Resposta rápida→ induz a síntese de proteínas que se ligam a canais de Na+ do polo apical, os tornando permeáveis. 17 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP - Resposta lenta→ torna eficiente a Na+/K+ ATPase para aumentar o gradiente e, assim, estimular a reabsorção de Na+. Hormônio antidiurético - ADH Hormônio hipotalâmico armazenado na neurohipófise ● Secretado em casos de ↓ volemia ou ↓ nível de água plasmática ● Atua sobre o ducto coletor, aumentando a expressão de canais de água - aquaporinas - na membrana apical e, assim, a reabsorção passiva do líquido. O ADH se liga ao receptor associado a proteína G (GPCRs), ativando adenilato-ciclases, convertendo ATP em cAMP. O cAMP ativa PKAs, que induzem a fusão de vesículas intracelulares contendo AQPs com a membrana apical da célula. A osmolaridade plasmática e a pressão atrial são percebidas por receptores sensoriais, que emitem fibras para o hipotálamo, regulando a secreção de ADH pela seguinte via: Peptídeo natriurético atrial Hormônio peptídico produzido e armazenado por miócitos atriais, secretados quando há uma dilatação do coração pelo aumento de volume ou excesso de Na+ sérico. Suas ações quanto a excreção de água e sal são antagônicas as ações da aldosterona, envolvendo: 18 Nicole Siqueira de Arruda CB USP FMRP ● Vasodilatação da arteríola aferente e vasoconstrição da eferente do glomérulo ● Inibição da secreção de renina pelas arteríolas aferentes ● Inibição da secreção de aldosterona pelas células glomerulosas do córtex suprarrenal (inibição direta ou indireta) ● Inibição da reabsorção de NaCl pelo ducto coletor, causada, diretamente, pela inibição de canais de Na+ e, indiretamente, pelos níveis ↓ de aldosterona ● Inibição da secreção de ADH pela neurohipófise e da ação de ADH sobre o DC. 19
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