1 MORFOFISIOLOGIA II SUMÁRIO Urinário ...................................................................................................................................................................................... 3 Regulação ácido-base ................................................................................................................................................................ 18 Gasometria arterial .................................................................................................................................................................... 23 pH equilíbrio ácido-básico......................................................................................................................................................... 25 Tireoide .................................................................................................................................................................................... 30 Metabolismo do cálcio (Ca2+) .................................................................................................................................................... 35 Sistema circulatório................................................................................................................................................................... 41 Metabolismo dos lipídeos .......................................................................................................................................................... 48 Fígado ...................................................................................................................................................................................... 52 Bile ........................................................................................................................................................................................... 58 2 3 URINÁRIO O rim é o principal órgão que mantém a quantidade e composi- ção dos fluidos extracelulares (meio interno), uma vez que não regulamos a quantidade de material ingerido, processado e ab- sorvido. URINÁLISE Urina como uma “janela para o funcionamento interno do copo” Fluido instável - muda de composição assim que é eliminado pela micção. A coleta, armazenamento e manuseio precisos são cruciais para manter a integridade da amostra. As amostras de urina coletadas na primeira micção ou “urina da manhã” são consideradas as melhores representativas para o teste. A urina acumulada durante a noite na bexiga é mais con- centrada, portanto, fornece uma visão sobre as capacidades de concentração dos rins e permite a detecção de traços de substân- cias que podem não estar presentes em amostras mais diluídas. TESTE DIAGNÓSTICO Uma urinálise completa consiste em três componentes ou exa- mes: físico, químico e microscópico. O exame físico descreve o volume, cor, clareza, odor e densi- dade específica. O exame químico identifica pH, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos, proteínas, glicose, urobilinogênio, bilirrubina, corpos cetônicos, esterase de leucócitos e nitritos. O exame microscópico abrange a detecção de cilindros, células, cristais e microorganismos. ARQUITETURA RENAL FUNÇÕES DOS RINS 1) Regulam o volume hídrico no organismo 1800 L sangue/rins/dia → 180 litros FG → 1-2 litros urina 2) Controlam o balanço eletrolítico: Na+, K+, Mg2+, Cl-, HCO3-, Ca2+, HPO42- 3) Regulam o equilíbrio ácido-básico: secretam radicais ácidos (H+, NH4); conservam HCO3- 4) Conservam nutrientes: glicose, aminoácidos, proteínas 5) Excretam resíduos metabólicos: uréia, ácido úrico, uratos, creatinina 6) Regulam a hemodinâmica renal e sistêmica: regula Pressão Arterial a) Efeito hipertensor: Sistema Renina-Angiotensina-Aldoste- rona b) Efeito hipotensor: prostaglandinas e cininas renais 7) Participam na produção de eritrócitos: eritropoietina (EPO) 8) Participam na regulação do metabolismo ósseo do cálcio e fósforo: ativação final da vitamina D em 1,25 (OH)2D (calci- triol). Calcitriol age principalemente no intestino estimulando a absorção de cálcio na dieta. 9) Gliconeogênese – durante jejum prolongado, os rins produ- zem 40% da glicose (50% são sintetizados no fígado e cerca de 10% pelo intestino)) A produção de EPO (eritropoetina) é pelo interstício renal Entre os túbulos há tecido conjuntivo rico em vasos (capilares peritubulares). Existe um tecido intersticial e é nele que a EPO é produzida. O nosso rim tem um sistema que monitora a quantidade de oxi- gênio. Quando chega hemácia carregando menos oxigênio no rim, ele percebe isso por meio de um sistema molecular. Nesse momento, o rim começa a produzir o hormônio eritropoetina que é lançado na corrente sanguínea e vai para a medula óssea esti- mular a produção de glóbulos vermelhos (eritropoiese) → au- mentando a capacidade de transportar oxigênio. Por isso, em in- divíduos que vivem em maiores altitudes ou tem problemas res- piratórios, a contagem de hemácias é maior. CIRCULAÇÃO RENAL A despeito do modesto tamanho (como de um punho humano), o rim é altamente vascularizado. Fluxo sanguíneo para os 2 rins: 22% do DC – 1100 mL/min (1,1 L/min) Artéria renal → Arté- rias segmentares → Artéria interlobares → Artérias arqueadas → Artérias interlobulares (radiais) → Arteríolas aferentes → Capilares glomerulares → Arte- ríolas eferentes → Ca- pilares peritubulares → Vasos do Sistema Venoso (veia interlo- bular, veia arqueada, veia interlobar e veia renal) CIRCULAÇÃO RENAL - CARACTERÍSTICA ÚNICA • Dois leitos capilares (glomerular e peritubular) organizados em série e separados pelas arteríolas eferentes • As arteríolas auxiliam na regulação da pressão hidrostática nas • duas redes de capilares • Alta pressão hidrostática nos capilares glomerulares (~60 mmHg) resulta na filtração • Pressão hidrostática mais baixa nos capilares peritubulares (~13 mmHg) permite reabsorção 4 • Alterações na resistência das arteríolas aferentes e eferentes re- gula a pressão hidrostática nos capilares glomerulares e peritu- bulares alterando intensidade de filtração e/ou reabsorção NÉFRON – UNIDADE FUNCIONAL DO RIM 1- CORPÚSCULO RENAL (UNIDADE DE FILTRA- ÇÃO) - Cápsula de Bowman - Glomérulo - Espaço de Bowman Sua estrutura forma uma barreira seletiva para macromoléculas (proteínas) e células 2- TÚBULOS RENAIS (UNIDADE DE REABSORÇÃO E SECREÇÃO) - TCP – túbulo contorcido proximal - AH – alça néfrica (de Henle) - TCD – túbulo contorcido distal Expressa vários canais iônicos e de água, bem como transporta- dores que auxiliam a ajustar a composição do filtrado por reab- sorção e secreção Cerca de 4000 néfrons estão ligados à um ducto coletor *O ducto coletor não faz parte do néfron FILTRAÇÃO GLOMERULAR – FORMAÇÃO DA URINA PRIMÁRIA (ULTRAFILTRADO GLOMERU- LAR) Processo inicial de formação da urina - Filtração Renal Filtração de grandes quantidades de fluido – 180 L/dia Alta taxa de filtração glomerular depende: - Alta taxa de fluxo sanguíneo renal - Propriedades especiais da barreira de filtração glomerular Composição do Ultrafiltrado Glomerular Composição semelhante ao plasma, quase livre de proteínas e células - Água - Eletrólitos (Na, K, Cl, etc) - Moléculas orgânicas (glicose, ureia, aminoácidos) - EXCEÇÕES: algumas substâncias de baixo peso molecular como ácidos graxos e cálcio são apenas parcialmente filtrados - Metade do cálcio e a maior parte dos ácidos graxos estão liga- dos à proteínas plasmáticas A medida que esse ultrafiltrado passa pelos túbulos ele vai ser modificado e ai que ele vai virar urina. Seletividade da barreira de filtração glomerular A barreira de filtração é seletiva devido ao tamanho (raio) das moléculas. ULTRAFILTRADO = Plasma – (células e proteínas) Este processo de filtração