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Processo Civil 1

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Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Campus Poços de Caldas
Direito Processual Civil
Professor Ézio Frezza Filho
Aluna Vanessa Rafaeli Teixeira Carneiro
Direito matutino – 5º período.
1. Processo:
O Direito Processual se desenvolveu em volta de três noções básicas, são elas:
a) Jurisdição: é o poder/dever do Estado em dizer e realizar o direito. Possui três atividades típicas próprias, a cognição a execução e a cautelar.
b) Ação: é o direito público subjetivo abstrato, exercitável pela parte para exigir do Estado a tutela jurisdicional.
c) Processo: é o método utilizado de forma lógica, com a prática de atos sequentes uns aos outros, com a finalidade de obter a tutela jurisdicional. O processo se materializa através dos autos, instrumento que materializa a jurisdição.
Segundo Oskar Von Bülow “O processo é uma relação jurídica que se desenvolve entre o autor, réu e o juiz. ” 
Não há hierarquia dentro do processo. Autor, réu e juiz figuram no mesmo plano.
 Autor
Réu Juiz
1.1. Procedimento:
O procedimento é modo como o processo caminha e se desenvolve. No Código de Processo Civil estão elencados dois tipos de procedimentos, os comuns e os especiais.
O procedimento comum serve para dar andamento para todos os processos, exceto aqueles que utilizam procedimentos especiais. Já os procedimentos especiais servem para casos específicos em que a lei determina, tanto no CPC quanto em legislações especiais.
2. O processo de Cognição no procedimento comum:
A cognição é essencial para o conhecimento de fatos e fundamentos a fim de resolver as relações jurídicas duvidosas. O processo de cognição no procedimento comum é composto por 4 fases: a postulatória, a de providências preliminares, a probatória/instrutória e a decisória.
 Fase cognitiva Fase executiva
1ª fase: 2ª fase: 3ª fase: 4ª fase:
Postulatória Providências Preliminares Probatória Decisória
|______________|__________________|_________________|____________
Existem três tipos de ações que podem ser constituídas no procedimento comum, são elas:
· Ação declaratória: é aquela em que o Juiz declarará a existência ou a inexistência de uma relação jurídica.
· Ação constitutiva: na sentença constitutiva o Juiz irá criar, modificar ou extinguir relações jurídicas.
· Ação condenatória: impõe conduta, condenação ou sanção.
Os atos do processo são todas as manifestações humanas capazes de criar, resguardar e modificar direitos dentro do processo. No processo de conhecimento a esmagadora maioria de seus atos são realizados por escrito, apenas a minoria é verbalizada na audiência de instrução.
Já os atos do Juiz, também conhecido como pronunciamento, podem ser de três diferentes espécies:
· Despacho: toda manifestação do Juiz que não contém caráter decisório, apenas dá impulso ao processo;
· Sentença: todo pronunciamento do Juiz que encerra a fase cognitiva na primeira instância.
· Decisão interlocutória: todo pronunciamento judicial que possui natureza decisória, mas que não encerra a fase cognitiva.
3. Fase postulatória:
Prolonga-se da propositura da ação até as respostas do réu. Compreende a petição inicial, a citação do réu, a realização de audiência de conciliação e mediação e a eventual resposta do réu.
3.1. Petição Inicial:
É a peça que abre o processo judicial e materializa o direito de ação, seja para o processo de conhecimento ou de execução, em procedimentos comuns ou especiais. 
Sua forma é escrita e deve ser elaborada por um advogado com capacidade postulatória, ou seja, inscrito na OAB. Exceto nos casos amparados pela lei 9099, dos Juizados Especiais, que permitem a apresentação de petições iniciais verbalizadas pelo interessado.
A petição possui certos requisitos intrínsecos, postulados pelo artigo 319 do CPC, são eles:
I - O juízo a que é dirigida: deve-se indicar o órgão a que é dirigida e não o nome da pessoa física do juiz.
II - Os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu: estes dados são necessários para a completa individualização dos sujeitos da relação processual e para facilitar a comunicação com as partes. Uma vez que o autor nem sempre terá acesso a esses dados, lacunas na petição a respeito dessa matéria não poderão ser indeferidas de imediato.
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido: o autor deve indicar o direito subjetivo que pretende exercitar contra o réu e apontar de qual fato ele deriva.
IV - O pedido com as suas especificações: é o objeto da ação e do processo.
V - O valor da causa: a toda causa o autor deverá atribuir um valor.
VI - As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.
A petição inicial também deve apresentar os requisitos extrínsecos, ou seja, os documentos necessários para a propositura da ação, como determina o artigo 320 do CPC. Exemplo: a procuração outorgada ao advogado que a subscreve.
“Art. 320: A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. ” 
A petição será encaminhada diretamente ao magistrado quando houver apenas um juiz competente para julgar a matéria na comarca, já em casos em que houver mais de um juiz competente, a petição inicial deverá ser submetida à distribuição do juízo. A partir da distribuição, se instaura a relação processual.
Assim, o juiz analisa se a petição inicial cumpre todos os requisitos intrínsecos e extrínsecos, podendo ser o juízo de admissibilidade positivo ou negativo. O deferimento da petição inicial acarreta a citação do réu, mas caso o juízo seja negativo, a parte autora terá 15 dias para sanar os defeitos da petição inicial, através da emenda. Se os defeitos não forem sanados a tempo, a petição inicial será considerada inepta e será indeferida, gerando uma sentença extintiva sem o julgamento de mérito. Porém, por se tratar de um defeito formal, o autor poderá propor nova ação.
Por se tratar de uma sentença, o autor poderá recorrer quanto à decisão do juiz em respeito ao indeferimento da petição. Havendo apelação, o juiz poderá reformar a petição no prazo de 5 dias, não ocorrendo a reforma, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso.
3.2. Pedido:
O pedido é o núcleo da petição inicial, pois exprime aquilo que o autor pretende do Estado frente ao réu. É a pretensão trazida em juízo pela parte. Pode ser feito pelo autor na petição inicial ou pelo réu nas respostas e deverá ser interpretado de acordo com o Princípio da Primazia do Julgamento de Mérito.
Existem duas classificações possíveis para o pedido: mediato e imediato. O pedido imediato se refere à providencia estatal que a parte busca da jurisdição, já o pedido mediato está estritamente relacionado ao bem de vida e precisa ser certo, determinado e explícito.
· Certo: natureza jurídica da pretensão.
· Determinado: se refere aos limites da pretensão que deve conter as quantificações, limitações e extensões.
· Explícito: o pedido deve ser claro.
São oito as principais espécies de pedido que devem ser analisadas e estudadas mais a fundo:
· Simples: ocorre quando há apenas umpedido a ser feito.
· Cumulado: a parte postula mais de um pedido, para isso, o juízo deve ser competente para julgar todos, o procedimento deve ser o mesmo para todos e os pedidos devem ser compatíveis entre si.
· Alternativo: há um único pedido, porém, de forma alternativa. O autor pede que a resolução do mérito ocorra de uma forma ou outra.
· Sucessivo: é aquele em que são apresentados 2 ou mais pedidos, sendo o primeiro o pedido principal e os subsequentes subordinados os sucessivos. Caso o primeiro pedido seja indeferido, o segundo deverá ser analisado. O segundo só será analisado se houver a negativa do primeiro.
· Cumulado simples: há a diversidade de pedidos, porém, não há conexão entre eles. A cognição do segundo pedido independe da procedência do primeiro.
· Cumulado sucessivo: ocorre quando o juiz só conhecerá o segundo pedido se o primeiro for procedente.
· Pedido genérico: não é determinado, permitido apenas I - nas ações universais se o autor não puder individuar os bens, II - quando não for possível determinar desde logo as consequências do ato ou fato ou III – quando a determinação do objeto ou valor depende de ato que ainda deva ser praticado.
· Pedido Cominatório: é aquele que contém o pedido de multa e astreintes. Pede a cominação, fixação de penalidades.
3.2.1. Improcedência Liminar do Pedido:
A improcedência liminar do pedido pode ocorrer nas causas que dispensem provas e está prevista no artigo 332 do NCPC. Significa que o mérito foi analisado e o pedido não foi aceito, gerando uma sentença com resolução de mérito, de acordo com o inciso primeiro do artigo 487.
“Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241.
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias.
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. ”
3.3. Autocomposição:
Após o deferimento da petição inicial, será designada uma audiência de mediação e conciliação. A audiência deverá ser designada com 30 dias de antecedência, no mínimo, e o réu deverá ser citado e intimado da audiência com pelo menos 20 dias de antecedência. 
Se o autor e o réu manifestarem desinteresse na realização da audiência, o evento será cancelado e o prazo para respostas é contado a partir do dia útil subsequente à protocolação do desinteresse do réu. Já na falha da autocomposição, as respostas deverão ser apresentadas 15 dias úteis após a audiência.
Petição Inicial Deferimento Designação de audiência Citação e Intimação Respostas do réu.
	Nos casos descritos no parágrafo quarto e no parágrafo quinto do artigo 334 não ocorrerá audiência de conciliação e mediação, sendo assim o prazo para as respostas do réu começa a contar da citação. Fora estes casos, a audiência só não ocorrerá se as duas partes não quiserem, se uma das partes se manifestar positivamente, a audiência ocorrerá.
	O autor deve indicar na petição inicial se tem interesse na audiência, já o réu deverá manifestar seu interesse até dez dias antes da data designada. O autor deverá se manifestar expressamente, enquanto o réu pode ficar silente, mas neste caso, presumir-se-á que ele concorda com a realização da audiência.
“TJMG Enunciado 1 – (arts. 3º, §§ 2º e 3º, e 319, VII, 334, § 5º) A omissão da petição inicial quanto à audiência de conciliação ou mediação deve ser interpretada como concordância, desnecessária a intimação para emenda”
Quando houver a pluralidade de réus e autores cada réu contara o prazo para respostas a partir da própria protocolação de desinteresse na audiência. Caso um dos réus ou um dos autores quiser a audiência, ela ocorrerá mesmo se todos os outros não quiserem. 
 “CPC. Art. 334, § 8º: O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. ”
A conciliação e mediação feita extrajudicialmente só substituirá a audiência de conciliação e mediação caso seja levada à juízo e homologada.
3.4. Citação: 
É o ato solene e revestido de formalidades pelo qual se comunica ao réu sobre a ação judicial. Em regra, cita-se para que o réu compareça à audiência de conciliação e mediação. Após a audiência, o réu terá direito ao contraditório. 
A citação válida induz Litispendência e torna litigiosa a coisa, constituindo-a de mora. O comparecimento espontâneo do réu dispensa a citação.
O mandado citatório deve conter os nomes do autor e do citando, a finalidade da citação, a intimação para a audiência de mediação e conciliação, a contrafé, a cópia do despacho, a assinatura do escrivão ou chefe de secretaria e a declaração que subscreve por ordem do juiz. 
Modalidades de Citação:
· Via postal: é a regra do CPC, todas as citações serão feitas pela via postal, exceto nos casos em que o código dispor em contrário.
· Por oficial de justiça: ocorrerá nos casos específicos do artigo 247 do CPC ou quando a citação pela via postal se mostrar ineficiente.
· Via edital: citação presumida prevista nos casos do artigo 256 em que o citando for desconhecido ou incerto ou o lugar que ele se encontra for ignorado, inacessível ou incerto.
· Eletrônica: poderá ser feita quando o Poder Judiciário tiver os meios necessários para faze-la, desde que feita com cautelas e a integra dos autos fique à disposição do citando.
· Por hora certa: quando, por malicia do citando o oficial de justiça não o encontrar, assim, ocorrerá a citação ficta, podendo o Oficial de Justiça citar qualquer pessoa da família ou vizinho.
O prazo para as respostas do réu é de 15 dias após o aperfeiçoamento da citação. A citação por via postal, hora certa e por oficial se aperfeiçoa no momento da juntada do comprovante aos autos. Tratando-se de citação eletrônica, o aperfeiçoamento ocorre com o envio, já a citação por edital terá de 20 a 60 dias, fixados pelo juiz, para aperfeiçoar-se contando da publicação única ou a primeira, no caso de várias publicações. A citação por hora certa é aperfeiçoada no momento da juntada no mandado de citação.
3.5. Das Cartas:
· Rogatória: utilizada para a comunicação com países estrangeiros, desde que haja tratado de reciprocidade, através do Ministério da Justiça e do Itamaraty.
· De ordem: é expedida dos Tribunais para os juízos inferiores para a realização de atos processuais.
· Precatória: é expedida de um juízo para outro, de mesma hierarquia.
· Arbitral: é a carta passada entre o juiz e o árbitro.
· Intimação: é o ato pelo qual o juiz expede comunicados que não se enquadram na citação, válida para pessoas físicas ou jurídicas.
3.6. Dos prazos:
Os prazos são contados em dias úteis e o prazo para respostas é de 15 dias. Não praticando o ato no prazo do CPC haverá a preclusão, ou seja, a perda de direitos processuais.
O artigo 226 do Código de Processo Civil de 2015 indica os prazos impróprios, ou seja, aqueles que não serão cumpridos em 15 dias.
“Art. 226 do CPC: O juiz proferirá:
I - os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;
II - as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;
III - as sentenças no prazo de 30 (trinta)dias. ”
Aquelas situações em que o juiz é omisso e não há preceito legal, o prazo será de 15 dias.
O prazo será contado excluindo-se o primeiro dia e contando-se o último, sendo que são contados apenas os dias uteis e não os dias corridos.
A Defensoria Pública, o Ministério Público e os litisconsortes com diferentes procuradores gozarão de prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais.
3.7. Respostas do Réu:
Respostas do réu constituem na diversidade de atitudes que o réu pode adotar em juízo, sendo resposta o gênero pelo qual o réu pode contestar, reconvir, anuir ou permanecer inerte. 
O Estado é obrigado a garantir o contraditório e a ampla defesa do réu, mas o réu possui a faculdade de responder, arcando com os ônus processuais decorrentes disto.
3.7.1. Contestação (artigo 335 do CPC):
É o meio pelo qual o réu se opõe, formalmente e materialmente ao conteúdo da petição inicial. 
O réu deve sempre apresentar a contestação de ordem formal, que diz respeito aos aspectos processuais a fim de extinguir o processo sem decisão de mérito (art. 485), e também as contestações de ordem material (art. 487), que diz respeito especificamente ao mérito e visa uma sentença com resolução do mérito.
A contestação deve ser feita obedecendo o princípio da concentração, ou seja, concentrar na matéria de defesa todas as impugnações formais e materiais, e o princípio da eventualidade, pois na eventualidade de um dos argumentos contestatórios não ser atendido, os outros serão analisados pelo juiz, aumentando as chances de sucesso do réu.
As preliminares, dispostas no artigo 337, dos incisos I ao XIII, são analises processuais antes da discussão do mérito, na tentativa de conseguir uma sentença sem a análise do mérito.
“Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
I - inexistência ou nulidade da citação;
II - incompetência absoluta e relativa;
III - incorreção do valor da causa;
IV - inépcia da petição inicial;
V - perempção;
VI - litispendência;
VII - coisa julgada;
VIII - conexão;
IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
X - convenção de arbitragem;
XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual;
XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;
XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.
§ 1o Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada.
§ 2o Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso.
§ 4o Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.
§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.
§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo arbitral. ”
Na Contestação o réu tem o ônus da impugnação especificada, ou seja, deve impugnar cada ponto, ou seja, toda alegação de fato do autor. Caso o réu não impugne as alegações do autor, estas poderão ser presumidas verdadeiras pelo juiz.
Porém, há casos em que o juiz não poderá presumir a veracidade das alegações do autor, mesmo que o réu não faça a impugnação especificada:
· Quando não for admissível a confissão,
· Quando a inicial estiver desacompanhada de instrumento probatório substancial do ato.
· Quando o conjunto da impugnação do réu estiver em franca contradição com a petição inicial.
Há também ainda a exceção do artigo 341 do CPC, que determina que o ônus da impugnação especificada não recai ao defensor público, ao advogado dativo e ao curador especial. Nestes casos, é permitida a contestação por negativa geral.
Caso o réu alegue a ilegitimidade das partes (uma das condições da ação) o juiz dará ao autor 15 dias para alterar a petição inicial e substituir o réu. Quando o réu alegar a ilegitimidade, deverá indicar o sujeito passivo, que poderá ser aceito pelo autor, que fara a substituição do polo passivo ou então a inclusão do sujeito indicado como litisconsorte. Porém, em algumas situações, só será possível averiguar a ilegitimidade do réu na análise do mérito.
Caso o réu alegue, na contestação, a incompetência, relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu.
3.7.2. Reconvenção:
Reconvenção é a peça de ataque pela qual o réu deduz pretensões em face do autor. Ou seja, além da resposta, fará pedidos perante o autor. É a possibilidade que as partes litiguem entre si dentro do mesmo processo. A reconvenção gera 2 ações no mesmo processo.
O réu que apresenta a ação passa a chamar réu reconvinte e o autor chamará autor reconvindo. O prazo para a apresentação da reconvenção é de 15 dias, dentro do prazo para respostas.
A reconvenção deve ser conexa com a ação principal ou com os fundamentos da defesa. O réu pode reconvir dentro da contestação ou mesmo independentemente dela, pois são autônomas.
O autor reconvindo será intimado para, no prazo de 15 dias úteis, apresentar a contestação à reconvenção.
Há a autonomia plena entre contestação e reconvenção. Segundo o §2º do artigo 343, a desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame do seu mérito não impede o prosseguimento do processo quanto à reconvenção. Porém, há apenas uma instrução probatória e uma sentença para ambos os pedidos.
A lei 9099 dos Juizados Especiais, determina que não existe reconvenção nestes casos, apenas o pedido contraposto que deve estar conectado com o fundamento de defesa e não é autônomo à contestação.
No caso de procedimentos especiais, para que ocorra a reconvenção é necessário que os pedidos possuam a mesma competência e o mesmo procedimento especial da ação.
Nas ações de natureza dúplice, o juiz deverá conceder o bem de vida para o autor ou para o réu, não para os dois juntos.
3.7.3. Revelia:
É caracterizada pela ausência de contestação, mesmo que o réu apresente a reconvenção. A ausência da contestação apresenta dois efeitos principais:
· O juiz poderá reputar verdadeiros os fatos apresentados pelo autor (artigo 344). O juiz julga de acordo com o conjunto probatório dos autos, por isso nem sempre irá presumir verdadeiros os fatos alegados pelo autor. Visando alcançar a verdade real. Incluindo-se os casos em que há a anuência expressa do réu.
· Os prazos processuais contarão da publicação dos atos decisórios no órgão competente. O réu revel não estará impedido de praticar ações processuais, porém, apenas terá à disposição os atos que ainda não foram praticados (artigo 346). 
“Artigo 346 CPC: Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar. ”
4. Fase de Providencias Preliminares, Saneamento e organização do Processo:
A fase de saneamento e organização do processo tem como finalidade sanar os erros de ordem formal, pois o não saneamento destes erros implicará na impossibilidade do juiz de proferir uma sentença de mérito.
As providências preliminares são as medidas que deverão ser tomadas pelo juiz, logo após a resposta do réu e que encerram a fase postulatória.
O saneamento propriamente dito se aperfeiçoa no julgamento conforme o estado do processo, dispostos do artigo 354 ao 357 do CPC/15.
4.1. Providências Preliminares:
Após o fim do prazo para as respostas do réu, os autos processuais são encaminhados para o juiz que, em cinco dias, deverá tomar uma das providências preliminares dispostas nos artigos 348 a 353 do Código de Processo Civil, conforme o caso concreto.
4.1.1. Réu revel:
Segundo o artigo 348 do CPC, nos casos em que o réu for revel, mas os efeitos da revelia (presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor), não forem aplicáveis ao caso concreto, o juiz deverá ordenar, em 5 dias, que o autorespecifique as provas que pretende produzir durante o processo na fase probatória. 
“Art. 348. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando a inocorrência do efeito da revelia previsto no art. 344, ordenará que o autor especifique as provas que pretenda produzir, se ainda não as tiver indicado. ”
Já o artigo 349 determina que é lícito ao réu revel produzir provas que se contraponham às alegações do autor, mas para isso é necessário que o réu, por sua vez, se faça representar por meio de um advogado nos autos a tempo de especificar as provas que irá produzir, ou seja, “praticar os atos indispensáveis a essa produção”.
“Art. 349. Ao réu revel será lícita a produção de provas, contrapostas às alegações do autor, desde que se faça representar nos autos a tempo de praticar os atos processuais indispensáveis a essa produção. ”
4.1.2. Fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor:
Se o réu, em sua contestação, alegar um fato novo que seja impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, o juiz deverá intimar o autor para que em 15 dias impugne os fatos novos trazidos pelo réu.
Cabe neste caso ao réu comprovar os fatos por ele trazido e ao autor impugnar especificadamente estes fatos, sob pena de serem considerados verdadeiros os fatos trazidos pelo réu.
“Art. 350. Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova.”
· Exemplo de fato extintivo: o autor está cobrando do réu uma dívida contraída em contrato e o réu, por sua vez, alega que já cumpriu a obrigação. O pagamento extingue o direito do autor de cobrar a dívida.
· Exemplo de fato modificativo: o autor está cobrando do réu uma dívida de 100 reais e o réu apresenta um fato novo de que pagou 50 reais e parcelou o resto, modificando o direito do autor. 
· Exemplo de fato impeditivo: o autor está cobrando o réu de uma dívida, mas o réu alega em sua contestação que o contrato era bilateral e que a obrigação do autor firmada no contrato não foi cumprida, configurando assim, um fato que impede o autor de cobrar sua dívida.
4.1.3. Das alegações do réu:
Caso o réu, em sua contestação, alegar qualquer das matérias enumeradas no artigo 337 do CPC, ou seja, análises processuais antes da discussão do mérito na tentativa de conseguir uma sentença sem a análise do mérito, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 dias e permitir a este que produza provas.
“Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337, o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe a produção de prova. ”
Porém, se o juiz verificar a existência de irregularidades ou vícios no processo que sejam sanáveis, deverá determinar que estes sejam corrigidos no prazo de 30 dias.
“Art. 352. Verificando a existência de irregularidades ou de vícios sanáveis, o juiz determinará sua correção em prazo nunca superior a 30 (trinta) dias. ”
Por fim, quando as providências preliminares dispostas acima forem cumpridas, ou mesmo quando não haja a necessidade delas, o juiz irá proferir um julgamento conforme o estado do processo.
4.2. Julgamento conforme o estado do processo:
O julgamento conforme o processo pode ocorrer de três formas distintas: o juiz pode julgar o processo e extingui-lo, julgar antecipadamente o mérito ou julgar parcialmente o mérito.
4.2.1. Extinção do processo:
A rigor, após as providencias preliminares do processo, o juiz deveria abrir a fase instrutória, porém, se não houver a necessidade da produção de provas, o processo pode ser extinto com ou sem o julgamento do mérito. O artigo 354 trata das hipóteses de extinção do processo, segundo este, se ocorrer qualquer uma das hipóteses do artigo 485 ou as hipóteses dos incisos II e III do artigo 487, o juiz proferirá sentença extintiva.
Já o parágrafo único do artigo 354 determina que a extinção do processo pode ser apenas parcial, caso haja mais de um pedido. 
“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
I - indeferir a petição inicial;
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes;
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo;
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada;
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;
VIII - homologar a desistência da ação;
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e
X - nos demais casos prescritos neste Código. ”
“Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
(...) 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
III - homologar:
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;
b) a transação;
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. ”
4.2.2. Julgamento antecipado do mérito:
	O juiz pode antecipar o julgamento de mérito, que em tese ocorreria só após a fase de instrução para a fase de saneamento, nas hipóteses do artigo 355 do CPC/15. 
“Art. 355.
O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, quando:
I - não houver necessidade de produção de outras provas;
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349. ”
4.2.3. Julgamento Parcial do mérito:
O julgamento antecipado parcial do mérito ocorre através de decisão interlocutória, contra qual cabe agravo de instrumento, quando o mérito se mostrar incontroverso, estiver em condições imediatas de julgamento sem a necessidade de produzir provas, ou o réu for revel.
O julgamento antecipado parcial do mérito não encerra a fase cognitiva, pois ainda há outra parte do pedido ou outros pedidos que ainda deverão ser analisados, por este motivo é feito através de decisão interlocutória e não de sentença.
4.3. Saneamento e Organização do processo:
O saneamento do processo, disposto no artigo 357 do CPC, tem como finalidade sanar os eventuais erros ou dúvidas que o juiz tenha em relação ao processo. 
Nesta fase, o juiz deverá resolver as questões processuais pendentes, delimitar as questões que carecem de provas e especificar as provas admitidas, distribuir o ônus da prova, delimitar as questões de direito relevantes para decidir o mérito e, se necessário, designar audiência de organização e saneamento.
O saneamento é proferido através de decisão, sobre a qual as partes têm 5 dias para solicitar ajustes ou pedir esclarecimentos.
As partes, se consentirem acerca do disposto nos incisos II e IV, podem apresentar ao juiz as delimitações de fato e de direito para ser homologada.
A audiência de Organização e Saneamento só será designada nas causas que apresentarem dificuldade em matéria de fato ou de direito, com o intuito de fazer com que as partes colaborem com o andamento processual.
Se o juiz determinar a produção de prova testemunhal, as partes terão o prazo de no máximo 15 dias, fixado pelo juiz, para apresentarem o rol de testemunhas. Caso seja designada audiência, as partes deverão levar o respectivo rol de testemunhas. Cada parte pode arrolar 3 testemunhas para cada fato, não podendo ser o total superior a 10. O juiz pode limitar o número de testemunhas de acordo com a complexidade do caso.
5. Audiência de instrução e julgamento:
Tem por objetivo colher as provas orais e, quando possível, obter uma sentença. As provas orais são colhidas obedecendo a uma ordem, ocorrendo primeiro o esclarecimento pericial, depois o depoimento pessoal e por último, a oitiva de testemunhas.
· Esclarecimento pericial, devendo ser feito através de perguntas escritas previamente. A resposta pode ser oral ou escrita.· Depoimento pessoal das partes, momento em que as partes buscam a confissão.
· Prova testemunhal, são ouvidas primeiro as testemunhas arroladas pelo autor e depois as testemunhas do réu. 
A audiência é ato complexo, solene e público, devendo o juiz exercer o poder de polícia, ou seja: manter a ordem e o decoro, retirar quem se comportar de forma inconveniente, requisitar força policial quando necessário, tratar os presentes de modo civilizado e registrando em ata todos os requerimentos apresentados em audiência. 
A audiência de instrução e julgamento é eventual, pois só ocorre caso seja necessária a produção de prova oral, não sendo necessária, não será realizada. As possibilidades de adiamento da audiência estão descritas no artigo 362, sendo elas:
· Convenção das partes;
· Não puder comparecer, por motivo justificado, uma das pessoas indispensáveis para o andamento da audiência;
· Por atraso injustificado em tempo superior a 30 min.
O juiz, após declarar aberta a audiência de instrução e julgamento, mandará apregoar as partes, os advogados e os demais presentes. Com a instalação da audiência, o juiz deverá tentar conciliar as partes, independente de anterior audiência de mediação e conciliação.
 Se houver qualquer decisão interlocutória proferida pelo juiz na audiência, poderá ser apresentado recurso de agravo, na modalidade retida, nos termos do artigo 523, parágrafo 3º do CPC.
Todos os atos e todas as questões que se passam e audiência devem ser reduzidas a termo e constar na ata de audiência. 
Ao final da colheita das provas, abre-se espaço para debates orais, com prazo de 20 minutos para cada parte, prorrogável por 10 minutos a critério do juiz. Os debates orais permitem que cada parte levante pontos que foram provados em audiência para buscar o entendimento que seja mais favorável ao seu interesse.
	Findos os debates e as alegações finais, o juiz proferirá sentença em audiência ou no prazo máximo de 30 dias.
6. Provas:
Provas são a demonstração da verdade dos fatos alegados em juízo, com a finalidade de provar os fatos apresentados na petição inicial, na contestação ou na reconvenção. Os fatos que não foram alegados previamente não poderão ser objeto de provas.
Não há o dever de produzir provas, mas há o ônus, ou seja, a parte que não produzir provas assume o risco de perder a causa se não provar os fatos alegados.
As partes podem empregar todos os meios legais e moralmente legítimos para provar a verdade dos fatos ao juiz. Por sua vez, caberá ao juiz determinar de ofício ou por requerimento das partes as provas necessárias ao julgamento do mérito, devendo indeferir com decisão fundamentada os atos que julgar meramente protelatórios, ou seja, há a contribuição do juiz na produção das provas.
É admitida a prova “emprestada”, ou seja, o juiz poderá admitir a utilização de prova utilizada em outro juízo. O empréstimo pode ocorrer de ofício ou a partir do requerimento das partes, desde que respeitado o contraditório e que as partes sejam as mesmas nas duas relações processuais. A prova emprestada guarda a mesma eficácia que tem no processo de origem.
O ônus da prova incumbe ao autor quanto ao fato constitutivo de direito ou ao réu em relação aos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Porém, caso o juiz perceba que o ônus da prova se torne extremamente difícil a uma das partes, o juiz poderá redistribuir este ônus, o ônus pode ser invertido. Desde que a redistribuição do ônus da prova não implique um encargo que seja impossível de produzir pela parte.
O ônus da prova também pode ser redistribuído por convenção das partes, salvo quando se tratar de direito indisponível ou for tornar excessivamente difícil para uma parte o exercício do direito de provar. A convenção pode ser trazida antes do processo ou durante do processo.
O CDC já prevê a inversão do ônus da prova em casos em que se estabeleça relações de consumo e que, a critério do juiz, for verossímil a alegação do consumidor ou quando este for hipossuficiente. Ou seja, ônus é invertido em favor do consumidor, a critério do juiz, segundo o artigo 6º, inciso VIII do CDC.
Os fatos notórios (de conhecimento do homem médio), confessados, incontroversos ou com presunção de veracidade não precisam ser provados.
O artigo 378 determina que ninguém será eximido do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade, causando discussão doutrinária a respeito da obrigatoriedade ou não de se produzir provas durante o processo.
É preservado o direito de não produzir provas contra si próprio, porém, cabe a parte comparecer em juízo e responder as questões que lhe forem dirigidas, colaborar com a inspeção judicial e praticar os atos que forem determinados.
As provas deverão ser analisadas em seu conjunto, na sua integralidade, obedecendo ao princípio da indivisibilidade.
6.1. Produção antecipada de Provas:
É uma ação probatória, autônoma e genérica. Ocorre independentemente da existência de uma ação principal e possui caráter não contencioso.
Não há a valoração da prova, o juiz apenas colhe a prova e é permitido produzir qualquer prova antecipadamente, exceto a prova documental. 
A produção antecipada de provas é possível quando houver receio de que se torne impossível a produção da prova durante o andamento da ação, quando a prova antecipada viabilizar a autocomposição ou quando o prévio conhecimento dos fatos possa evitar o ajuizamento da ação.
A produção antecipada de provas é de competência do juízo do foro onde deva ser produzida ou no foro de domicilio do réu. 
A produção deverá ser feita com a participação de todos os interessados, obedecendo o princípio do contraditório, para que as provas possam ser utilizadas posteriormente. Portanto, o juiz ao receber a petição, analisar o pedido e conceder o deferimento, as partes interessadas deverão ser citadas.
Segundo o artigo 382 do CPC, o requerente deverá apresentar na petição os motivos que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará os fatos que deseja provar.
“Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.
§ 1º O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser provado, salvo se inexistente caráter contencioso.
§ 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas.
§ 3º Os interessados poderão requerer a produção de qualquer prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora.
§ 4º Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente originário. ”
Os autos permanecerão em cartório pelo período de um mês para extração de cópias pelos interessados. Após o prazo, os autos serão entregues ao peticionante.
6.2. Ata notarial:
Disciplinada no artigo 384, possibilita que determinado fato possa ser atestado/ documentado, a requerimento do interessado, através de uma ata lavrada por um tabelião. Tal ata poderá ser utilizada como prova documental.
6.3. Inspeção Judicial:
Disciplinada no artigo 481, é o meio de prova que possibilita o contato do magistrado com coisas ou pessoas a fim que seja possível verificar a existência da coisa com seus próprios olhos.
A inspeção pode ser requerida pelas partes ou determinada de ofício. De regra, ela será definida no saneamento, entretanto, ela pode ser realizada a qualquer tempo do processo, incluindo em fase recursal.
Ao realizar a inspeção judicial, o juiz que julgar necessário, poderá nomear peritos para acompanha-lo na inspeção a fim de que ele possa esclarecer eventuais fatos discutidos na demanda.
O juiz realizará a inspeção quando julgar necessário, a coisa não puder ser apresentada em juízo ou quando for determinada a reconstituição dos fatos. As partestêm o direito de assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações pertinentes para causa.
Ao concluir a inspeção, o juiz ordenará lavrar auto circunstanciado, devendo mencionar nele tudo que for útil ao julgamento da causa, podendo o auto ser instruído com desenho, gráficos ou fotografia.
6.4. Depoimento Pessoal:
Disciplinado pelo artigo 385, tem por finalidade provocar a confissão da parte contrária, ou seja, pretende-se que a parte contrária admita a verdade dos fatos alegados em prejuízo de quem confessa.
O depoimento pessoal será feito pelas partes litigantes no processo e cabe a parte requerer ao juiz o depoimento pessoal da outra parte.
O não comparecimento ou comparecendo, a parte não responder às perguntas feitas, implicará na pena de confesso. A pena de confesso, porém, não é presumida, ou seja, a parte requerente deverá requerer na petição que a pena de confesso seja aplicada e que seja expressa no mandado de intimação.
Não há a faculdade do magistrado em aplicar a pena de confesso, porém, o convencimento deste é firmado a partir do conjunto probatório dos autos.
A produção da prova é feita na audiência de instrução e julgamento em que a oitiva das partes é feita em separado, para que uma parte não interfira do depoimento da outra. O autor é ouvido primeiro, sem a presença do réu.
Primeiro, o juiz faz as perguntas ao autor, depois, o advogado do réu faz as perguntas. Em seguida, é permitido que o réu entre na sala e responderá às perguntas feitas pelo juiz e pelo advogado do autor. Não é permitido ao advogado perguntar para a própria parte.
Apesar do artigo 385 determinar que é possível ao juiz ordenar o depoimento pessoal, o entendimento doutrinário rejeita esta possibilidade. Tal rejeição é baseada no fato de que o depoimento pessoal tem como objetivo obter a confissão da parte contrária e não há interesse do juiz em obter confissão. Porém, cabe ao juiz requerer o interrogatório, que pode ser feito em qualquer momento do processo antes da sentença.
6.5. Prova testemunhal:
A prova testemunhal é sempre admissível, a menos que a lei disponha de forma diversa, exigindo que seja produzida outro tipo de prova. Segundo o artigo 443, por exemplo, o juiz poderá indeferir a prova testemunhal nos casos em que os fatos já tiverem sido provados por documentos, fatos confessados ou que só possam ser provados por documentos ou perícia.
Em casos que a lei exija a produção de provas documentais, é possível utilizar da prova testemunhal se houver começo de prova escrita. A prova testemunhal deverá ser usada como complemento.
Já segundo o artigo 445 do CPC/15, a prova testemunhal pode ser produzida nos casos em que não seja possível obter as provas documentais. 
É licito à parte provar com testemunhas os vícios de consentimento decorrentes de contratos em geral, ou em contratos simulados a divergência entre a vontade real e a declarada. Ou seja, caso haja vicio de consentimento em contrato, a parte apresentará o contrato como prova documental e a testemunha para provar o vício de consentimento (coerção). Já em contratos simulados, apresentará o contrato como prova documental e a testemunha para provar a divergência entre a vontade real e a declarada.
Todos podem depor como testemunhas, exceto os incapazes, impedidos os suspeitos, como explica o artigo 447:
“Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas.
§ 1º São incapazes:
I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental;
II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções;
III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos;
IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam.
§ 2º São impedidos:
I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito;
II - o que é parte na causa;
III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes.
§ 3º São suspeitos:
I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo;
II - o que tiver interesse no litígio.
§ 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas.
§ 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer. ”
A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos que acarrete dano a si, a parente próximo, ao seu cônjuge, ou sobre fato que veio a tomar conhecimento em decorrência de sua profissão.
A testemunha deve ser ouvida na sede do juízo, porém, caso a testemunha não possa comparecer, mas possa depor, o juiz irá determinar uma data, horário e local diverso ao do juízo para ouvi-la.
A prova testemunhal deverá ser requerida na petição inicial, pelo autor, ou na contestação, no caso do réu. O rol de testemunhas não precisa ser apresentado desde logo, podendo ser apresentado após a decisão de saneamento, no prazo de 15 dias, ou na audiência de saneamento e organização.
O rol de testemunhas deverá conter o nome das testemunhas, a profissão, o estado civil, a idade, CPF, RG o endereço residencial e do local de trabalho.
Cada parte poderá arrolar 10 testemunhas, no máximo, sendo 3 para cada fato. Porém, de acordo com a complexidade do processo, o juiz poderá flexibilizar este número.
As partes que arrolam as testemunhas deverão intima-las, sendo que o juízo só irá intimar a testemunha no caso em que a parte requerer expressamente a intimação. O ônus da intimação recai sobre as partes.
O não comparecimento da testemunha implicará na condução coercitiva da testemunha em uma outra audiência. A testemunha faltante poderá pagar multa e será responsável pelos gastos com o cancelamento da audiência de instrução e julgamento e com a remarcação desta.
As testemunhas só poderão ser substituídas em caso de morte, doença, não puder depor, mudar de residência ou local de trabalho e não puder ser encontrada.
Ao se iniciar a oitiva das testemunhas, em regra, primeiro serão ouvidas as testemunhas do autor e depois, as testemunhas do réu. A menos que ocorra a inversão do ônus da prova, pois neste caso, é possível inverter a ordem da oitiva. A ordem também poderá ser invertida caso as partes façam um acordo. 
A testemunha deverá sempre prestar o compromisso legal de dizer a verdade, devendo o juiz informa-la que o descumprimento desta norma incorrerá em sanção penal. Cada testemunha deverá ser ouvida de forma separada e uma após a outra. 
O juiz deverá iniciar o depoimento da testemunha fazendo as perguntas a respeito dos fatos, depois, o advogado do autor faz as perguntas e, por último, o advogado do réu (no caso de a testemunha ser do autor). No caso da testemunha do réu, primeiro o juiz faz as perguntas, depois o advogado do réu e por último o advogado do autor. É importante ressaltar que o juiz poderá fazer perguntas sempre que achar necessário.
No momento da qualificação da testemunha, a parte contraria poderá contraditar a testemunha, alegando que a testemunha é incapaz, impedida ou suspeita. Se a parte não fizer isso, ocorre a preclusão, ou seja, a perda do direito. Caso a contradita seja deferia, o juiz poderá dispensar a testemunha ou requerer sua oitiva como informante. O informante não tem obrigação de dizer a verdade.
“O art. 461, II autoriza o juiz a determinar, de ofício ou a requerimento das partes, a acareação de duas ou mais testemunhas ou de algumas delas com a parte, quando, sobre fato determinado que possa influir na decisão da causa, divergirem as suas declarações. Aqueles que prestaram os depoimentos divergentes serão colocadosfrente a frente, e indagados a respeito da divergência ocorrida; o juiz pode advertir novamente as testemunhas das penas do falso. Em seguida, indagará se os depoentes mantêm as suas declarações, ou se têm retificação a fazer. De tudo, será lavrado termo. É possível realizar a acareação por meio de videoconferência (art. 461, § 2º). ”[footnoteRef:1] [1: Balduci, Felipe Donizeti da Silva. Disponível em: https://andradense.jusbrasil.com.br/artigos/296285003/a-prova-testemunhal-no-novo-cpc. Acesso em: 29, out, 2017.] 
Já o artigo 454 determina as exceções em que a testemunha será ouvida em sua residência ou em local que exerce a função, sendo eles:
“Art. 454. São inquiridos em sua residência ou onde exercem sua função:
I - o presidente e o vice-presidente da República;
II - os ministros de Estado;
III - os ministros do Supremo Tribunal Federal, os conselheiros do Conselho Nacional de Justiça e os ministros do Superior Tribunal de Justiça, do Superior Tribunal Militar, do Tribunal Superior Eleitoral, do Tribunal Superior do Trabalho e do Tribunal de Contas da União;
IV - o procurador-geral da República e os conselheiros do Conselho Nacional do Ministério Público;
V - o advogado-geral da União, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral do Município, o defensor público-geral federal e o defensor público-geral do Estado;
VI - os senadores e os deputados federais;
VII - os governadores dos Estados e do Distrito Federal;
VIII - o prefeito;
IX - os deputados estaduais e distritais;
X - os desembargadores dos Tribunais de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais do Trabalho e dos Tribunais Regionais Eleitorais e os conselheiros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal;
XI - o procurador-geral de justi ça;
XII - o embaixador de país que, por lei ou tratado, concede idêntica prerrogativa a agente diplomático do Brasil.
§ 1º O juiz solicitará à autoridade que indique dia, hora e local a fim de ser inquirida, remetendo-lhe cópia da petição inicial ou da defesa oferecida pela parte que a arrolou como testemunha.
§ 2º Passado 1 (um) mês sem manifestação da autoridade, o juiz designará dia, hora e local para o depoimento, preferencialmente na sede do juízo.
§ 3º O juiz também designará dia, hora e local para o depoimento, quando a autoridade não comparecer, injustificadamente, à sessão agendada para a colheita de seu testemunho no dia, hora e local por ela mesma indicados. ”
6.6. Prova Pericial:
6.7. Prova Documental:
Documento consiste na representação física de um fato. Documento não é apenas escrito, podendo também compreender desenhos, gráficos, pinturas, mapas, representações sonoras e filmes, por exemplo.
O documento pode ser público (lavrado por tabelião, chefe de secretaria ou funcionário público) ou particular. O documento público possui presunção de veracidade quanto à formação e a autoria do documento, mas não implica veracidade dos fatos alegados pela parte sendo que o documento público feito por funcionário público incompetente, ou sem observância das formalidades legais e subscrito pelas partes, tem poderes de documento particular. Já o documento particular presume-se verdadeiro somente em relação aos signatários e não perante terceiros, sendo que nos casos em que for contestada a assinatura de documento particular, este perde a fé independente de arguição de falsidade, incumbindo o ônus da prova a quem apresentou o documento.
O autor deve juntar os documentos inerentes à causa na petição inicial e o réu na contestação. Sendo que a lei só permite a juntada posterior de documentos quando impossível a sua apresentação na petição inicial ou na contestação ou quando forem documentos novos, respeitando o contraditório e a ampla defesa.
Os documentos devem sempre ser juntados em sua integralidade, não sendo possível cindi-los em favor própri
o.
Apresentada a prova documental, caberá à parte contrária adotar uma das providências dispostas no artigo 436 do CPC, dentro do prazo de 15 dias, sendo que o juiz poderá aumentar este prazo quando achar necessário:
“Artigo 436: A parte, intimada a falar sobre documento constante dos autos, poderá:
I - impugnar a admissibilidade da prova documental;
II - impugnar sua autenticidade;
III - suscitar sua falsidade, com ou sem deflagração do incidente de arguição de falsidade;
IV - manifestar-se sobre seu conteúdo.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, a impugnação deverá basear-se em argumentação específica, não se admitindo alegação genérica de falsidade. ”
6.8. Confissão:
A confissão ocorre quando a parte admite a verdade de um fato, contrário aos seus interesses e favorável ao adversário.
6.9. Exibição de Documento ou Coisa:
7. Sentença: