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Introdução Urgência: Situação clínica ou cirúrgica sem risco de morte iminente, mas que se não for tratada pode evoluir para complicações mais graves; Atendimento em curto prazo. Emergência: Situação clínica que exige cuidado imediato; Implica em risco iminente de morte Parada cardiorrespiratória. Conduta com um paciente em emergência: Objetivo: excluir da condição imediata do animal as causas mais graves ou que ameaçam a vida; Limitação de tempo impede o uso de métodos convencionais de diagnóstico e tratamento. Conduta básica: Obtenção da queixa principal (histórico mínimo); Avaliação dos sinais vitais e exame físico superficial: Característica e frequência respiratória; Ritmo e frequência cardíaca; Característica, frequência e ritmo do pulso; Temperatura corporal; Coloração e aspecto das membranas mucosas; Tempo de preenchimento capilar (TPC). Identificação da ameaça à vida e reversão; Estabelecida a intervenção, controle adequado do paciente para assegurar que permaneça estável até a recuperação ou até que a terapêutica definitiva possa ser realizada; Execução de metodologia para o diagnóstico: anamnese e exame físico completos; exames complementares e diferenciais; Questões éticas e legais. Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Equipe de profissionais treinados; Equipamentos adequados de diagnóstico, controle e terapia; Suprimentos e drogas de máxima prioridade disponíveis; Registros de observações e tratamentos. Vias aéreas e respiração Avaliação: Permeabilidade das vias aéreas; Presença e frequência dos movimentos respiratórios; Natureza do esforço ventilatório; Caráter dos sons respiratórios; Coloração das mucosas; Integridade da parede torácica; Postura do animal. Conduta terapêutica: Melhorar a respiração: Estabelecer uma via aérea patente – intubação endotraqueal/ cateter transtraqueal percutâneo/ traqueostomia; Proporcionar suporte ventilatório → ventilação artificial – balão de ressuscitação Ambu/ ventilador mecânico/ boca-a-tubo/ boca-a-focinho. 2 respirações prolongadas (1,5 – 2,0s cada); Se não respirar com 5-7s → ventilação na frequência 12-20 vezes por minuto (1 movimento a cada 3-5s). Administrar oxigênio suplementar – sonda endotraqueal/ cateter transtraqueal/ insuflação nasal/ máscara facial/ tenda de oxigênio. Manter PaO2 em 60-90 mml/Hg; Ressuscitação ou breve uso (<12h) → 100%; Outras situações → 40-50%. Em caso de trauma torácico recuperar a integridade da parede torácica e reexpandir o pulmão → toracocentese/ toracotomia. Prever e evitar complicações respiratórias: Broncoespasmo → drogas broncodilatadoras; Retenção de secreções respiratórias → succionamento das vias aéreas; hidratação do paciente; umidificação dos gases administrados; mudança na posição do animal; expectorantes e mucolíticos; Infecções broncopulmonares → antimicrobianos. Investigar e tratar a causa fundamental. Coração e circulação Avaliação: Estado mental; Presença, frequência e ritmo dos batimentos cardíacos; Presença e qualidade do pulso; Coloração e caráter das mucosas; Tempo de enchimento capilar; Tugor cutâneo; Pressão sanguínea; Temperatura corporal. Parada Respiratória: Ausência de ventilação, com ritmo cardíaco normal; Se não revertida rapidamente, evolui para ritmo cardíaco letal e parada cardiorrespiratória → a hipoxemia e a hipercapnia podem levar à acidose e à liberação de catecolaminas, resultando em arritmias; O tratamento rápido com ventilação assistida e oxigênio pode evitar a parada cardíaca, principalmente se não houver doença grave concomitante. Parada Cardiorrespiratória (PCR): Sinais: Ausência de ventilação; Ausência de ruídos cardíacos; Ausência de pulso palpável; Cianose; Hipotensão; Aumento do tempo de perfusão capilar (TPC); Dilatação das pupilas; Hipotermia. Conduta terapêutica: Ressuscitação Cardiorrespiratória (RCR) Conjunto de manobras mecânicas e farmacológicas que recuperam a vida. Tempo entre a PCR e o início das técnicas de RCR → essencial para o sucesso; Taxas de sobrevivência a PCR → 5-10%; Recidiva em pacientes que sofreram PCR → 60-70%; Mais de 5 min em PCR → lesões irreversíveis no SNC. Suporte básico da vida (imediato) A (Airway) → reestabelecer as vias aéreas: intubação orotraqueal ou traqueostomia; B (Breathing) → apoio respiratório: ventilação mecânica e oxigenação (100%) ou ambu com ar ambiente (21% O2) ou conectado a uma fonte de oxigênio a 100%; C (Circulation) → restabelecer a circulação: compressão torácica externa ou interna. Apoio respiratório por acupuntura Estimulação do ponto Jen Chung (Vaso Governador 26), localizado na linha mediana do filtro nasolabial; Atua na depressão respiratória de origem central pela ação reflexa dos receptores opiáceos cerebrais produzindo, ainda, efeitos simpatomiméticos, com reflexos sobre os sistemas cardiovascular e respiratório. Compressão torácica externa Decúbito lateral (cães pequenos, filhotes e gatos) ou decúbito dorsal (cães com mais de 20 kg); O fluxo é gerado pelo deslocamento da vasculatura pulmonar devido às compressões torácicas (bomba torácica); 15 compressões seguidas de 2 ventilações longas; 120 compressões/min (<7kg); 80-100 compressões/min (>7kg); Compressões abdominais podem ser interpostas entre as compressões torácicas externas → ↑ enchimento cardíaco durante a diástole → ↑ fluxo; Avaliação de eficiência através da verificação do pulso e ausculta cardíaca; Cinco minutos de não efetividade das compressões torácicas externas → toracotomia de emergência e massagem cardíaca interna. Compressão torácica interna O fluxo sanguíneo é gerado pelo deslocamento das câmaras cardíacas (bomba cardíaca), sendo mais efetivo na geração de fluxo ao cérebro; Técnica de escolha na PCR em pacientes com o tórax aberto (cirurgia); Resulta em maiores taxas de sobrevida, possibilitando melhor recuperação neurológica se comparada com as manobras externas. Suporte avançado da vida D (Drugs) → administração de fármacos – estabelecimento de uma via de acesso; E (Electrocardiographic rhythm) → avaliação eletrocardiográfica – diagnóstico correto da arritmia cardíaca. Administração de fármacos: Objetivos: ↑ FC e contratilidade cardíaca, melhorar a oxigenação do miocárdio, reestabelecer a pressão arterial, corrigir as arritmias cardíacas ameaçadoras da vida, estimular a respiração e corrigir a acidose; Adrenalina é o fármaco de eleição como terapia inicial, e a escolha de um segundo fármaco é instituída baseada no traçado eletrocardiográfico; Vias de administração: intravenosa central; intravenosa periférica; intraóssea; intratraqueal; intracardíaca; Iniciar a atividade elétrica: adrenalina e atropina; ↑ FC e contratilidade: adrenalina e atropina; simpatomiméticos B-adrenérgicos: adrenalina, dopamina, dobutamina, isoproterenol; Melhorar a oxigenação do miocárdio: simpatomiméticos B-adrenérgicos: adrenalina, dopamina, dobutamina, isoproterenol; Controlar as arritmias Bradicardia: simpatomiméticos B- adrenérgicos e atropina; Taquicardia: lidocaína, procainamida e verapamil; Fibrilação ventricular: desfibrilação elétrica; desfibrilação química: adrenalina, tonsilato de bretílio e cloreto de magnésio. Suporte prolongado da vida (posterior) F (Follow-up) → suporte após a ressuscitação. Restabelecimento da pressão sanguínea e débito cardíaco → fluidoterapia, cardiotônico, tratamento da doença básica; Monitoração do paciente → avaliação da resposta à terapia e das complicações adversas (recidiva e lesão cerebral) – manitol e corticosteroide. Choque Redução crítica do fluxo sanguíneo → desequilíbrio crítico entre a ofertade O2 e nutrientes às células e a sua utilização. Hipovolêmico: hemorrágico, desidratação; Cardiogênico: IC; Obstrutivo: filariose, tumores, tromboembolismo; Distribuitivo: séptico, anafilático, neurogênico. Conduta terapêutica Imediato → apoio básico da vida. A → vias aéreas patentes; B → manutenção da respiração (ventilação) e oxigênio; C → restauração e manutenção da circulação. Restauração e manutenção do volume vascular → fluidoterapia. Hemoterapia, controle de hemorragia, eliminação de perda fluída contínua; Manutenção da função cardíaca normal → normalização da frequência e ritmo (antiarrítmico); melhora da contratilidade (cardiotônico); melhora da pressão sanguínea (vasoconstrictor); redução da resistência vascular periférica (vasodilatador). Outras medidas terapêuticas: Correção da acidose metabólica → NaHCO3; Correção da hipopotassemia → KCl; Prevenção do edema cerebral → furosemida, manitol; Glicocorticosteróides (inotrópico +, ↓ acidose, estabiliza membranas); Antimicrobianos (choque séptico); Anticoagulantes (choque obstrutivo por trombos); Aquecimento; Reparo cirúrgico. Lesões cerebrais Avaliação: Nível de consciência; Padrão respiratório; Postura; Atividade motora; Tamanho e reatividade da pupila; Resposta dos nervos craniais; Presença de convulsão; Presença de fraturas de crânio ou coluna vertebral. Conduta terapêutica: No traumatismo cranioencefálico Manutenção de via aérea patente e oxigenação; Elevação da cabeça acima do nível de repouso do corpo e prevenção de obstrução venosa jugular; Apoio circulatório → acesso vascular, fluidoterapia IV adequada; Diminuição do edema cerebral e pressão intracraniana (PIC) → manitol IV/furosemida/DMSO/ glicocorticosteróides. Manitol IV → causa expansão plasmática, ↓ o hematócrito e a viscosidade sanguínea, ↑ o fluxo sanguíneo e o aporte de oxigênio ao cérebro → reduzindo a PIC em poucos minutos. Outras medidas: Contenção e restrição de movimento; Analgesia; Sedação/terapia anticonvulsivante; Exploração cirúrgica; Avaliação e tratamento das complicações sistêmicas secundárias. No estado epilético Apoio respiratório → via aérea patente, ventilação e oxigenação; Elevação da cabeça acima do nível de repouso do corpo; Apoio circulatório → acesso vascular, fluidoterapia intravenosa; Terapia anticonvulsivante imediata. Diazepam IV lentamente: se não interromper as convulsões → repetir a dose a cada 5 minutos até um total de 3 doses; Se as convulsões permanecerem: fenobarbital IV; Se as convulsões permanecerem: anestesiar o paciente com pentobarbital sódico IV. Nas convulsões ativas decorrentes de enfermidades metabólicas reversíveis: Hipoglicemia → glicose a 25% IV (1-2 ml/kg); Hipocalcemia → gluconato de cálcio 20% IV lentamente (1-2 ml/kg). + terapia anticonvulsivante IV ou IM (Diazepam). Outras medidas terapêuticas: Resfriamento se estiver presente hipertermia; Monitoração dos sinais vitais; Realização de exames de rotina visando o diagnóstico etiológico.
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