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PNEUMO - pneumoconioses

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PNEUMOLOGIA 
PNEUMOCONIOSES 
Introdução: 
São doenças causadas por exposição a partículas inorgânicas no ambiente de trabalho. 
❖ Mais comum no mundo: silicose 
Pneumoconioses são dividias em: 
Fibrogênicas (aquelas que cursam com fibrose) e estão relacionadas com: 
❖ silicose (exposição à sílica) 
❖ Asbestose (exposição ao asbesto ou amianto) 
Não fibrogênicas ou raramente fibrogênicas (que raramente cursam com fibrose). Associadas a 
exposição de 
❖ Ferro – siderose 
❖ Estanho (estanhose) 
❖ Bário (baritose) 
Fisiopatologia geral 
A gravidade e a evolução da doença dependem da forma, do tamanho (diâmetro 
aerodinâmico) e da quantidade de partículas inaladas, do tempo de exposição e do potencial 
fibrogênico do material inalado. 
As partículas mais deletérias são aquelas com 1 a 5 µm de diâmetro, pois podem alcançar as 
regiões mais distais do parênquima pulmonar (bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e 
alvéolos). 
As partículas maiores que 10 µm de diâmetro são retidas pelo sistema mucociliar e as menores de 
1 µm são em geral expiradas. 
❖ Os macrófagos alveolares constituem o primeiro mecanismo de defesa celular, que atua 
por meio da liberação de mediadores inflamatórios e do recrutamento de outras células. 
O resultado do processo inflamatório crônico é uma fibrose progressiva e irreversível. 
Diagnostico de modo geral: 
Avaliar quadro clínico: 
❖ Tipo de ocupação e tempo de exposição à partícula 
Sintomas respiratórios frequentes: 
❖ Tosse 
❖ Dispneia 
❖ Chiado 
Exame físico: é possível observar 
❖ Baqueteamento digital -> Indicativo de hipoxia prolongada e doença avançada 
❖ Cianose -> indicativo de doença avançada 
Exames complementares: 
RAIO-X: detectação de opacidades 
❖ Quando pequenas e arredondadas – > indicam silicose ou Pneumoconioses do minerador 
de carvão 
❖ Quando pequenas e lineares – indicam asbestose 
Espirometria: 
❖ Padrão restritivo - indica Pneumoconioses 
Tratamento: 
Não há tratamento específico para a doença. Entretanto, é possível reduzir a progressão da 
doença por meio de reabilitação pulmonar. 
❖ O paciente deve ser afastado da ocupação. 
❖ Utiliza-se oxigenioterapia nos casos de hipóxia. 
❖ Tratamento preventivo: vacinação contra influenza e pneumocócica 
Exposição a silicose: 
❖ Sílica 
Trabalho: Jateamento de areia, marmoraria, cerâmica, corte e refine de pedras. 
Formas de apresentação: aguda, aceleradas e crônica 
Tem risco aumentado de tuberculose (silicotuberculose) 
Forma crônica simples 
Exame de imagens: opacidade micro nodulares com predomínio em campos superiores e 
presença de linfonodos calcificados. 
 
Forma crônica – fibrose maciça progressiva 
Exame de imagens: coalescência dos nódulos e micro nódulos -> grandes opacidades e 
presença de linfonodos calcificados – casca de ovos 
 
Fisiopatologia: 
As partículas de sílica depositam-se principalmente nos bronquíolos respiratórios e alvéolos. Se o 
clearance mucociliar ascendente e linfático não for capaz de remover as partículas, elas acabam 
por induzir um processo inflamatório, caracterizado inicialmente como uma alveolite, podendo 
evoluir para a fase de fibrose. 
Aguda (proteinose alveolar silicótica): Ocorre geralmente após meses ou poucos anos de 
exposição elevada a partículas de sílica. Habitualmente, há rápida evolução para o óbito. 
Acelerada: É a forma de silicose cujo período de manifestação ocorre entre as formas aguda e 
crônica, geralmente após um período de exposição de cinco a dez anos. As manifestações 
clínicas e por imagem são semelhantes a forma crônica. 
Crônica: É a forma de apresentação mais comum e geralmente ocorre após mais de dez a 
quinze anos de exposição ou de latência. Tem evolução insidiosa, sendo inicialmente 
assintomática, e pode evoluir com sintomas de dispneia progressiva. Com o avançar do 
processo fibrótico, desenvolve sintomas típicos de cor pulmonale. 
Com quadro de intensa dispneia, astenia, perda de peso e hipoxemia. 
❖ Como a sílica é citotóxica para os macrófagos alveolares, os pacientes com silicose 
correm risco mais alto de contrair infecções pulmonares que afetam estas células como 
defesas primárias (Mycobacterium tuberculosis, micobactérias atípicas e fungos.) 
Alterações funcionais: 
Podem não apresentar alterações funcionais nas fases iniciais, evoluindo para um padrão 
obstrutivo, restritivo ou misto. 
Nos casos mais avançados de fibrose ou na presença de enfisema, há importante redução da 
capacidade de difusão de monóxido de carbono. 
Na forma aguda, predomina o padrão restritivo e nas formas crônicas, o obstrutivo, em geral 
pouco ou não responsivo ao uso de broncodilatadores. 
 A obstrução é atribuída a diversos fatores, como irritação brônquica pela poeira, distorção e 
compressão das vias aéreas pelos nódulos silicóticos e pela fibrose e existência de enfisema. 
Exposição de Amianto: 
❖ Asbesto: amianto 
❖ Asbestose: com fibrose pulmonar 
Trabalho: Indústria de fibrocimento, tecelagem, mineração e o clássico é a fabricação de telhas 
de amianto e manutenção de caixa d’água. 
❖ Doença pleural: derrame pleural isolado ou placas pleurais. 
❖ Complicação mais temida mesotelioma de pleura. 
É uma doença fibrosante intersticial difusa dos pulmões e está diretamente relacionada com a 
intensidade e a duração da exposição. É semelhante às outras formas de fibrose intersticial 
difusa. 
❖ Em geral, a exposição ocorre por pelo menos 10 anos antes que a doença se manifeste 
Placas pleurais 
Presentes em até 80% dos expostos -> espessamento pleural, predomínio anteriores com 
calcificações. 
 
Fisiopatologia: 
As fibras de asbesto são inaladas e devido ao seu diâmetro aerodinâmico, atingem com grande 
facilidade o trato respiratório inferior. A deposição de fibras de asbesto atrai macrófagos 
alveolares, que induzem uma reação inflamatória imediata. Essa reação produz edema de 
células alveolares, seguida por alveolite descamativa, espessamento das paredes alveolares e 
obliteração de alvéolos por feixes de colágeno. Durante o processo fibrótico, surgem corpos de 
asbesto e placas de fibrose pleural, que podem ser vistas no RX. 
Apresentação clínica: geralmente se dá com tosse seca e dispneia ao esforço. 
Exame físico: revela estertores basais a ausculta pulmonar e baqueteamento digital. 
RAIO-X: mostra doença pulmonar intersticial basal, com ou sem alterações pleurais adicionais. A 
característica principal da asbestose na radiografia de tórax é a presença de opacidades 
irregulares ou lineares que em geral são primeiramente notadas em campos pulmonares 
inferiores. 
❖ Os testes de função pulmonar mostram doença pulmonar restritiva. 
Tratamento farmacológico não é eficaz e a doença pulmonar pode progredir para fibrose em 
fase terminal. É de suporte, incluindo oxigênio suplementar e consideração para o transplante de 
pulmão. 
❖ Complicações: Mesotelioma pleural (pode ocorrer até mesmo em exposições 
relativamente curtas - 1 a 2 anos) e ou câncer de pulmão. 
Exames complementares: 
❖ Radiografia de tórax. 
❖ Espirometria. 
❖ TC de alta resolução (melhora a detecção da abestos) 
A radiografia frontal de tórax mostra placas pleurais calcificadas bilaterais compatíveis com 
doença pleural associada ao asbesto. Nos lobos inferiores dos dois pulmões, podem ser 
observadas anormalidades lineares e reticulares mal definidas. 
A tomografia computadorizada de alta resolução do tórax no plano axial, obtida nos 
campos pulmonares inferiores, mostra um padrão reticular subpleural, que reflete a doença 
pulmonar fibrótica causada pela asbestose. 
Outros tipos de Pneumoconioses: 
 
 
 
1) 57 anos, procedente e morador de Goiás, ajudante de uma fábrica de telhas de amianto 
foi ao hospital com quadro de: dispneia aos médios a pequenos esforços, tosse seca, 
acompanhado de sibilos e baqueteamento digital. Foi realizado uma espirometria que 
apresentouo padrão restritivo. Qual a hipótese diagnóstica e respectivo exame que o 
médico ainda deve solicitar: 
A) asbestose e curva seriada de peak-flow 
B) asbestose e raio-X de tórax 
C) asma e raio-X de tórax 
D) asma e curva seriada de peak-flow 
2) Homem, 63 anos, trabalhou com jateamento de areia no porto até a aposentadoria aos 60 
anos. Radiografia (RX) do tórax de rotina: pequenas opacidades nodulares em lobos superiores e 
calcificações em hilo direito. Considerando se a principal hipótese diagnóstica, pode afirmar -se 
que: 
A) mesotelioma é complicação frequente desta doença. 
B) a forma aguda da doença pode ser grave e progressiva. 
C) esses pacientes têm maior risco de infecção por pseudomonas aeruginosa. 
D) esse paciente não tem maior risco de desenvolver tuberculose pulmonar 
3) Trabalhador que tem como profissão jateamento de areia, está sujeito a adoecer por qual 
pneumoconiose? 
A) Beriliose. 
B) Siderose. 
C) Silicose. 
D) Histiocitose X. 
4)Para fins pedagógicos, as pneumoconioses podem ser divididas em fibrogênicas e não 
fibrogênicas, considerando o potencial da substância inalada no ambiente de trabalho em 
produzir fibrose reacional. Nessa classificação, é um exemplo de pneumoconiose fibrogênica: 
A) silicose. 
B) baritose. 
C) estanhose. 
D) pneumoconiose por carvão vegetal

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