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PNEUMOLOGIA TROMBOEMOBOLISMO PULMONAR Introdução: Obstrução de um ou mais ramos da artéria pulmonar. Embolo se desprende e viaja pela veia cava inferior até os pulmões. ➔ Pode ser aguda, subagudo ou crônico Localização e seus tipos: • TEP em sela (à cavaleira) • TEP lobar • TEP segmentar • TEP subsegmentar. Epidemiologia: • Terceira síndrome cardiovascular aguda • Principal causa de morte evitável em paciente internado • Homens > mulheres Fatores de risco: Ambientais e genéticos. Intrínsecos (permanentes) e associados a um fato de risco temporário Trombofilias -> hematologia. Fisiopatologia: Tríade de Virchow: • Hipercoagulabilidade • Lesão endotelial • estase venosa A maior parte dos TEP são originadas de TVP proximais de membros inferiores (acima do joelho). Atingem as câmaras direitas via ascendente (veia cava inferior) e, após, valva tricúspide - pulmonar e se alojam em uma das bifurcações da artéria pulmonar. Entretanto, as TVP distais tendem a ser mais comuns, com fluxo sanguíneo reduzido pela presença de um trombo. Definição de instabilidade hemodinâmica no TEP: PCR CHOQUE OBSTRUTIVO HIPOTENSÃO PERSISTENTE Necessidade de ressuscitação cardiopulmonar PAS < 90mmHg ou necessidade de vasopressores para PAS > ou igual a 90mmHg e sinais de hipoperfusão orgânica (rebaixamento do nível de consciência, hiperlactatemia etc.) PAS < 90 mmHg ou queda maior ou igual a 40 mmHg da PAS de base por mais que 15 minutos, sem outra causa aparente. Quadro clínico: • Mais comum: dispneia e dor pleurítica. • Desde assintomático até choque obstrutivo/óbitos. Sinais mais comuns: taquipneia, crepitações e edema. SINTOMAS SINAIS Dispneia Taquipneia Dor pleurítica Crepitações Tosse Taquicardia Ortopneia B4 Sibilancia Hiperfonese de P2 Hemoptise Instabilidade hemodinâmica • Hemoptise pouco comum. • Rouquidão – síndrome de Ortner (cardiovocal). • Síncopes admitidas no PS – 17% podem ser TEP. • Síncope como manifestação clínica do TEP presente em 10% ou menos dos TEP agudo. • De todas as PCR, até 8% do total pode ser TEP. TROMBOSE Diagnósticos Diferenciais de TEP: Causas pleuropulmonares: • Pneumonia • Crise asmática • Exacerbação aguda da doença pulmonar obstrutiva crônica • Pneumotórax • Câncer de pulmão Causas cardiovasculares • Infarto agudo do miocárdio • Angina • Edema agudo pulmonar • Tamponamento cardíaco • Dissecação de aorta Parede torácica • Fratura costas • Condrites • Mialgias • Nevralgias • Herpes zoster. Probabilidade clínica: HISTÓRIA + exame físico + fatores de risco. Escore de Wells: Diagnostico por probabilidade clínica. Perda sensibilidade e especificidade em pacientes internados. Maioria dos pacientes é de baixa probabilidade, quando TEP é uma hipótese Mesmo validado e de fácil aplicabilidade, 80% dos médicos não utilizam. • Não confundir com o Escore de Wells para TVP • Um item subjetivo, que pontua muito. Exames complementares: • Exame de apoio aos diagnósticos. • Exames específicos – exames diagnósticos. Exames laboratoriais (bioquímica básica, gasometria arterial, BNP, Troponina, d-dímero): Bioquímica básica • Leucocitose, VHS e LDH aumentados • Solicitar função renal -> Contraste • Pode afastar diagnósticos alternativos Gasometria arterial • Normal em até 18% dos pacientes (gasometria normal é incomum). • Hipoxemia (74% dos pacientes) • Aumento do gradiente alvéolo-arterial (62-86%) • Alcalose respiratória com hipocapnia (41%). BNP • É diferente de ANP • Valor diagnóstico limitado • Importante na estratificação de risco • Marcador prognóstico. Troponina I • Aumentada em até 50% dos TEP de grande monta • Tende a normalizar em até 40 horas após o evento inicial • Nem toda troponina positiva é IAM!! D-dímero • É um Produto de Degradação da Fibrina (PDF) • Principal característica: ALTA SENSIBILIDADE x BAIXA ESPECIFICIDADE Exames de imagens: Eletrocardiograma: • Mais comum: Taquicardia Sinusal • Mais característica: Padrão S1Q3T3 (presença de onda S em DI, onda Q em DIII e onda T negativa em DIII). Em algumas casuísticas, o padrão S1Q3T3 é chamado de complexo de McGinn-White. Eletrocardiograma evidenciando Taquicardia Sinusal, a alteração eletrocardiográfica MAIS COMUM no TEP AGUDO. Eletrocardiograma com presença de onda S em D1, onda Q em D3 e inversão de onda T em D3, caracterizando o padrão S1Q3T3, que, embora seja incomum, é característico do TEP agudo Radiografia de tórax • Principal papel: diagnóstico diferencial (exclusão de outras doenças). • NORMAL em apenas 12-22% • Maioria das alterações: achados INESPECÍFICOS • Se normal: elegibilidade para cintilografia V/Q Ecodopplercardiograma Exames diagnósticos específicos no TEP: Angiotomografia de Tórax: • Método de escolha para o estudo da vasculatura pulmonar em pacientes com suspeita de TEP • AngioTC / angiotomografia de tórax / tomografia com protocolo TEP • Sua relevância para TEP subsegmentar é incerta • TC de tórax com contraste (sem fase angio) não exclui TEP!! Cintilografia Ventilação/Perfusão: • Precisa de radiografia de tórax normal (a fase ventilatória é para ser normal) • Baixa radiação, sem contraste (uso de radiotraçador). • Individualizar: sexo feminino, gestantes (angioTC não é proibida), anafilaxia pelo contraste, insuficiência renal. • Maior tempo de aquisição do exame (não indicado para instabilidade). Arteriografia Pulmonar • Elevada resolução espacial • Historicamente, padrão ouro • Caro, pouco disponível, invasivo, alta carga de contraste e radiação • Diagnóstico e terapêutico. Arteriografia pulmonar evidenciando uma falha de enchimento subsegmentar US doppler com manobra da compressibilidade • TVP concomitante em 70% dos TEP • Compressibilidade: sens>90%, espec 95% para TVP proximal • ACEITAR diagnóstico de TEV (E TEP) se US com manobra da compressibilidade demonstrar TVP PROXIMAL em paciente COM SUSPEITA CLÍNICA DE TEP (IA) • Se TVP distal, testes adicionais são necessários. Ultrassonografia no diagnóstico de trombose venosa profunda, com explicação sobre os princípios da manobra da compressibilidade (mais sensível no diagnóstico de TVP), onde a veia não comprime pela presença de um trombo intraluminal. Investigação diagnostica: • Instável x estável • Minimizar e EVITAR o excesso de exames. • FOCO no Wells ORIGINAL • Só não começa tratando o de BAIXA PROBABILIDADE. TEP suspeito + paciente estável: TEP SUSPEITO + paciente Instável • Lembrar da “espiral da morte” • Critérios de instabilidade: quais são?? • O fluxograma é mais intuitivo • Não usar Wells, D-dímero e PERC. TEP confirmado: Manejo geral: • Suporte ventilatório /oxigenatório. • Otimização volêmica. • Suporte inotrópico. • Dispositivos de assistência circulatória Anticoagulação • PILAR do tratamento da TEV à TEP • Fase inicial, longa duração e indefinida. • IMEDIATA em probabilidade intermediária e alta, mesmo sem diagnóstico confirmado. Após confirmada, indicada para TODOS, desde que o risco de sangramento permita. Anticoagulação Parenteral • Heparina de Baixo Peso Molecular (HBPM) • Heparina Não Fracionada (HNF) • Fondaparinux Anticoagulação via oral • AVK x NOACs • ESC 2019: Para pacientes elegíveis, NOAC é a escolha Trombolítico (fibrinólise) • Ativam o plasminogênio para formar a plasmina, que acelera a lise dos trombos • Melhora da obstrução arterial pulmonar, PAP e RVP • Redução da dilatação de VD ao ecocardio • ATÉ 14 DIAS • Para pacientes portadores de TEP alto risco Filtro de veia cava inferior: • Contraindicação à Anticoagualçao • TEP recorrente à despeito da anticoagualção terapêutica • Risco de sangramento inaceitavelmente alto. Esse filtro impedeque os coágulos (trombos) que estão subindo obstruem as artérias pulmonares. Tratamento crônico • Prevenir recorrência de TEV a longo prazo • PELO MENOS 3 MESES • ACO reduz recorrência de TEV em até 90% dos casos • Risco de recorrência x risco de sangramento
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