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Introdução e conceitos em Parasitologia Sabemos que os seres vivos mantêm um padrão de relação, seja uma relação entre si, podendo ser da mesma espécie ou não ou uma relação entre seres vivos e ambiente. Dentro das relações ecológicas ou interações biológicas há uma complexidade de relações e interações que podem ser positivas ou negativas. Desarmônica: negativa para alguma das partes Harmônicas: Ambas são beneficiadas O que interessa para o estudo da parasitologia são as relações interespecíficas (entre espécies diferentes) e desarmônicas. O campo da parasitologia é amplo, podendo ser entendido academicamente: · MAS O QUE É O PARASITISMO? É toda relação ecológica desenvolvida entre indivíduos de espécies diferentes em que se observa, além de associação íntima e duradoura, uma dependência metabólica de grau variado. (Rey, 2001). Alguns parasitos vão ter dependência de grau metabólica variado, podendo ser extremamente alta. EX: A Tênia, um cestódeo, é um organismo com ausência do tubo digestivo. Dessa forma ela se alimenta através da absorção dos nutrientes do seu hospedeiro Portanto, o parasitismo é uma relação que evolui, ou seja, passa por uma adaptação parasitária. · Perda parcial de um ou mais sistemas metabólicos (Taenia) e incapacidade para utilizar outra fonte nutricional no meio ambiente externo, em todo seu ciclo de vida ou em parte dele Dependência da sobrevida do hospedeiro · Quanto: Agressão Adaptado o parasito ao hospedeiro Morte do hospedeiro · Consequência -> Seleção de amostras (Cepas) menos virulentas para este hospedeiro IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO PARASITO- HOSPEDEIRO É importante o equilíbrio entre a relação parasita-hospedeiro. Se essa relação tem um aspecto negativo muito grande ela mata o hospedeiro e ele é eliminado. A adaptação observada tem relação com: · resposta imune X o parasito; · Parasito inerte em algum lugar, não estimula o sistema imune; · Ou o sistema imune não reconhece ou falha; Tipos de Parasitismo · Ectoparasito: Obtém oxigênio diretamente do meio externo (infestação). Ex: Bicho do pé (Tunga) (pulga que penetra na pele, que depende de nutriente do hospedeiro) · Endoparasito: Vive dentro do corpo do hospedeiro, cavidades naturais ou tecidos, dependem totalmente de seus hospedeiros como fonte nutritiva. · Permanente: Vive sempre como parasita. EX: Ácaro da Sarna · Temporário: Vive uma fase de vida livre durante parte do seu ciclo EX: Bicho de pé, carrapato. · Obrigatório: Depende totalmente da vida parasitária EX: Pulga e piolho · Facultativo: é capaz de adaptar-se a vida parasitária se colocado em tal situação íntima, mas não depende dela. EX: Larvas de mosca (Fannia) · Periódico (= intermitente): Ataca o hospedeiro por um período curto para obter alimento. Geralmente relacionado com o dia e a noite. EX: mosquitos · Incidental: Ocorre em hospedeiro que não é seu normalmente. EX: Carrapato do boi nos humanos. · Acidental: Organismo de vida livre que pode sobreviver por tempo limite em parasitismo. EX: Acaríase intestinal de produtos embutidos. Tipos de parasitismo quanto: · Número de hospedeiros - Monoxeno (um único hospedeiro que o parasito utiliza durante seu ciclo de vida) - Polixeno (dois ou mais hospedeiro que o parasito utiliza durante seu ciclo de vida) · Categoria de hospedeiros: - Heteroxeno: Mais categoria de hospedeiro. -Homoxeno: única categoria de hospedeiro. · Especificidade ao hospedeiro: - Estenoxeno: Alta especificidade; - Eurixeno: Baixa especificidade Classificação quanto ao hospedeiro · Definitivo: Hospedeiro em que vamos encontrar a forma sexuada do parasito. Encontraremos a forma adulta do parasito. · Intermediário: Hospedeiro em que um parasito desenvolve seus estágios sexualmente imaturos ou preliminares. Vão encontrar as formas jovens do parasito. Para organismo unicelulares, como por exemplo protozoários, podemos identificar como: Vertebrado X invertebrado reprodução sexuada · Paratênico ou de transporte: Serve de refúgio temporário e de veículo para ascender ao hospedeiro definitivo. O parasita não evolui nesse, não é imprescindível para completar o ciclo vital. · Vetor: Qualquer agente animado (artrópode) ou inanimado (água, vento etc.) que transmite um organismo infeccioso. · Biológico: Há desenvolvimento do parasito; · Mecânico: Só transporte; Transmissão Transovariana Transmissão dos agentes parasitários pelos seus vetores, como por exemplo a babesia. Esse agente invade as células ovarianas e uma vez infectado o parasito se reproduz e infecta cada embrião dentro do ovo. · Infecta as células ovarianas da mãe para a prole. Transmissão Transestadial. Ocorre quando há a infecção em um estádio e a transmissão no estádio seguinte. O agente persiste no vector por diferentes estádios do desenvolvimento Períodos parasitológicos Período pré patente (PPP) Da ingestão/ Penetração do estágio infectante até o aparecimento de novas formas infectantes (Ovos, larvas ou oocitos) Ação dos parasitos nos hospedeiros · Mecânica -Compressão: cisto hidático - Obstrução: Ascaris - Espoliadora: Sangue ou nutrientes - Irritativa e inflamatória: Penetração das larvas de helmintos: Dermatites. - Transmissão de patógenos: Agentes infecciosos ou parasitários - Tóxica/ Imunológica: Liberação de substâncias como ação tóxica ou que induzem a reações de hipersensibilidade. (EX: as reações alérgicas provocadas pelos metabólitos de Ascaris Lumbricoides) EX: paralisia por carrapato. http://www.parasitologia.org.br/estudos_glossario_P.php. ChiropteraBiologia e importância das Quem São os Chiroptera? São os únicos mamíferos com capacidade real para o voo, apresentam hábito noturno (o que caracteriza certa limitação ao seu deslocamento); têm capacidade de ecolocalização (sonar). Aspectos Gerais · Únicos mamíferos que voam; · Vertebrados de hábitos noturno; · De dia em refúgios; · Deslocamento prejudicado, mas se guiam através de um mecanismo de ondas sonoras (ecolozalização); · Vivem em torno de 15 anos; · Longevidade: média; · Maturidade sexual: a partir dos 2 anos de idade; · Período de gestação: 2 a 7 meses; · Geralmente 1 filhote por ano; Tipos de refúgios · Naturais: Árvores e cavernas; · Artificiais: Vão de edifícios, local onde se localiza aparelhos de ar condicionado, vão do telhado, etc. Hábito alimentar · Morcegos Frugívoros: São importantes semeadores de floresta. Quando ingere o fruto de sementes pequenas, essas sementes passam pelo trato digestivo e sofre uma escarificação que aumenta o poder germinativo dessas sementes; · Morcegos insetívoros: São importantes para o controle de insetos em ambiente urbano e também no ponto de vista ecológico. · Morcego Nectarívoro: São importantes na polinização. · Morcegos Piscívoro: Se alimentam de peixes. · Morcegos Carnívoros: São importantes na cadeia alimentar, no controle de alguns outros vertebrados de menor porte (répteis). · Morcegos Hematófagos: Importante na cadeia alimentar, controlando determinadas espécies de animais vertebrados. OBS: Nas cidades, a maioria é de espécies consome partes de plantas (frutos, polén, néctar) como: Artebeus lituratus, Glossophaga soricina e Sturnira lilium (família Phyllostomidae) Qual a relação que existe entre a tequila e os morcegos? Tequila é feita a partir de uma planta, agave azul, e essa planta é polinizada por morcegos que se encontravam em extinção. Nova Classificação: Megachiroptera: não utiliza sistema de ecolozalização Microchiroptera: utiliza sistema de ecolocalização. Essa classificação foi organizada seguindo a ordem filogenéticas. → Subordem Yinpterochiroptera Raposas voadoras e alguns pequenos morcegos; → Subordem Yangochiroptera Morcegos de pequeno porte Ou seja, o que era Megachiroptera passou a ser Yinpterochiroptera e o que era Microchiroptera passou a ser Yangochiroptera Distribuição Geográfica dos morcegos hematófagos está restrita na América Central e parteda América do Sul. Morcegos hematófagos Desmodus rotunduso- preferência por herbívoros. Importância dos morcegos hematófagos · Transmissão do vírus rábico; · Cão como principal espécie hospedeira e transmissão do vírus rábico no ambiente · urbano. Saúde Pública X Morcegos. · Raiva Doença causada por um vírus, que atinge o sistema nervoso central e acomete, em sua grande maioria, mamíferos. · Alta mortalidade · Responsável anualmente por cerca de. mortes e milhões de tratamentos pós-expositivos de seres humanos em todo o mundo (Araújo et al.) · Transmitido por mordidas e arranhaduras de mamíferos contaminados. · Transmissão da raiva: urbano e silvestre. · Cão e gato – ciclo urbano · Morcego – Ciclo silvestre. · Morcego infectado com vírus · Atividade alimentar noturna; · Hiper excitabilidade; · Agressividade; · Tremores; · Falta de coordenação dos movimentos; · Contrações musculares; · Paralisia; · Histoplasmose É um fungo que está presente nas fezes dos morcegos e nos pombos. Esse acumulo de fezes pode carregar esporos de fungos de histoplasma. · Vírus Alimentação de animais silvestres. Devido a ação do homem, ocorre a alteração da cadeia alimentar, aumentando a diversidade local. Desequilíbrio ambiental · Vacinação. Como proceder em caso de mordida por mamífero · Lavar bem a ferida com água e sabão; · Ir a uma unidade de saúde; · Vacina e tratamento profilático em caso de exposição ao vírus; · Animais domésticos obter caderneta de vacinação; Atenção! A profilaxia pós-exposição deve ser feita o mais rápida possível. Problemas ocasionados por morcegos · Morcegos frugívoros · ‘’Ataques’’, voos rasantes; · Sujidades; · Morcegos insetívoros · Vocalização; · Odor desagradável. Molossidae, podem apresentar glândulas que produzem odor forte; · Acúmulo de fezes; · Adentramento ocasional; ChiropteraMorfologia e diagnóstico das principais espécies INTRODUÇÃO: Conceitos: a) Classificação → Processo pelo qual os organismos são organizados em vários grupos chamados taxon. A posição ocupada por um táxon numa escala zoológica é indicado pelo uso de categorias; essas categorias, por sua vez, estão associadas hierarquicamente. Taxonomia → estuda a classificação dos seres vivos Táxon/Taxa → tipos ou grupos de animais a serem classificados e.g. Homo sapiens é um táxon da categoria espécie; Rana é um táxon da categoria gênero. → maior grau de parentesco → b) Descrição de um táxon: 1) Deve receber um nome em latin 2) O nome não pode ter um homônimo 3) A descrição deve se basear em, pelo menos, uma espécie-tipo 4) Deve incluir referências e atributos que tornem um táxon único 5) Estes quatro primeiros requisitos devem ser publicados em uma obra em que haja um grande número de cópias idênticas, como um registro científico permanente. NOMENCLATURA: 1- UNINOMINAIS: Filo até Tribo – com maiúscula, sem grifar. Filo: Arthropoda Classe: Arachnida Ordem: Acar Superfamília: IxodOIDEA Família: IxodIDAE → Gênero – Maúscula, grifado: Ex Ixodes ou Ixodes 2- BINOMIAL: Nome do gênero + nome da espécie → Apis mellifera 3- TRINOMIAL: Subgênero: Gênero + (Subgênero) + espécie → Glenea (Paraglena) tigrinata Subespécie: Gênero + espécie + subespécie → Papilio thoas brasiliensis 4- TETRANOMIAL: Gênero + (Subgênero) + espécie + subespécie → Taricanus (Microcanus) truquii mexicanus 5- sp. → abreviatura de espécie / spp. → abreviatura de espécies / sp. n. → espécie nova As abreviaturas sp. (espécies) ou spp. (espécies) são utilizadas quando o material só foi determinado até o nível genérico Morfologia e Diagnóstico de Chiroptera Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Chiroptera → Únicos mamíferos com capacidade de voo verdadeiro graças às membranas interdigitais entre os dedos denominada patágio. Algumas espécies também apresentam essa membrana nos pés, e nesse caso ela é denominada uropatágio. Morfologia propicia ao voo: · Ossos densos, finos e leves · A cintura escapular mais desenvolvida do que a cintura pélvica. Isso porque, eles precisam de uma caixa torácica ampla para poder respira e compensar o gasto energético que eles têm em relação ao voo. DIVERSIDADE MORFOLÓGICA: → com relação à cauda e ao uropatágio → com relação ao focinho → com relação às orelhas e trago → com relação às asas OBS: nas orelhas, os morcegos apresentam uma estrutura denominada trago, responsável por captar as ondas sonoras da ecolocalização. DIVERSIDADE MORFOLÓGICA COM RELAÇÃO À FILOGENIA: → Subordem Yinpterochiroptera: · Representante: Raposas voadoras: Olhos grandes e geralmente focinho de raposa. · Família Pteropodidae: Frugívoros e nectarívoros. · Família de Rhinolophidae: Insetívoros · Família de Megadermatidade: Insetívoros e carnívoros: Olhos pequenos, orelhas grandes e folha nasal grande. → Subordem Yangochiroptera: olhos pequenos e face com estruturas elaboradas. Usam a ecolocalização laringeal. · Família: Philostomidae: morcegos com projeção nasal · Subfamília Phillostominae: folha nasal desenvolvida · Subfamília Desmodontinae: folha nasal rudimentar (Hematófagos) · Espécie Desmodus rotundus: sem cauda, focinho com uma reentrância acentuada, folha nasal rudimentar, com dois calos na porção ventral do polegar e uropatágio médio, sem pelos nas pernas. · Espécie Diphylla ecaudata: sem cauda, focinho arredondado, folha nasal rudimentar, sem calo no polegar, pelos nas pernas. · Espécie Diaemus youngi: asas com manchas brancas, focinho com uma leve chanfradura, folha nasal rudimentar, glândulas de odor na boca e com dois calos na porção ventral do polegar. · Espécie Molossidae- Frugívoros e insetívoros. Peludo. Cuada longa e metade com uropatágio. · Espécie Noctilionidae- piscívoros. Cauda urta e com uropatágio grande · Espécie Vespertilionidae- Frugívoros e insetívoros. Cauda longa e toda com uropatágio. Importância médica Reptilia e Amphibia Répteis → Cobras, tartarugas, jabutis, jacarés, lagartos, etc Anfíbios → Sapos, rãs e pererecas. OPHIDIA (Cobras e serpentes) Filo: Chordata Subfilo: Vertebrata Subclasse: Diapsida Superordem: Lepdosauria Ordem: Squamata Classe: Reptilia · Dentição São quatros tipos de sulcos e dentição 1- Aglifa: Ausência de sulco inoculação; 2- Opstoglifa: Dente sulcado na parte posterior; 3- Proteroglifa: Dente sulcado na parte anterior; 4- Solenoglifa: Dente anterior é oco onde escorre o veneno; Pênis bífido de Naja Hemipênis é o par de órgãos reprodutores. Famílias importantes Caract. Família Viperidae Escamas imbricadas Subfamília Crotalinae Gênero Caudisona (Cascavel) Cauda com creptáculo, ventre esverdeado, faixa escura próxima aos olhos. Escamas com desenho de losangos Guizo ou creptáculo Língua bifurcada Desenho de losangos Caract. Família Viperidae Escamas imbricadas Subfamília Crotalinae Gênero Gênero Lachesis (surucucu) Cauda arrepiada (escanas) e final liso, coloração tons de areia e marrons. Escamas com formatos de triangulo deformado. Final da cauda com escamas nas laterais e a ponta final lisa. Bushmaster (Lachesis muta) / Lagartos, Serpientes, R. O que parece ser triangular deformado. Caract. Família Viperidae Escamas imbricadas Subfamília Crotalinae Gênero Gênero Bothrops (Jararaca) Cauda lisa. Escamas com desenhos em forma de ‘’U’’ invertido Lista negra, olho com pupila elíptica, fosseta loreal e língua bífida. Desenho de ‘’u’’ invertido Cauda sem espinho ou creptáculo.
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