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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO DOCENTE: JAMILLY MIRANDA PERÍODOS CLÍNICOS DO TRABALHO DE PARTO O trabalho de parto corresponde ao processo de movimentação do feto, placenta e membranas, através do canal de parto para fora do útero. PERÍODOS DO TRABALHO DE PARTO Dilatação Expulsão Dequitação Greenberg ❑ DILATAÇÃO O primeiro período, denominado dilatação, inicia-se com as contrações uterinas rítmicas, intermitentes e dolorosas, que provocam a dilatação cervical. Essa fase termina com a dilatação de 10 centímetros do orifício cervical. ❑ EXPULSÃO Tem inicio com a dilatação total da cérvice e termina com o nascimento da criança. Essa fase é caracterizada pelo fortalecimento das Contrações uterinas, que provocam a movimentação do feto pela pelve materna e sua lenta descida pelo Canal de parto até a sua expulsão. ❑ DEQUITAÇÃO Inicia-se após a expulsão do feto e termina com a eliminação da placenta e das membranas. As contrações uterinas variam de fracas a moderadas e visam a expulsão da Placenta, que, em geral, ocorre de forma espontânea entre 5 e 30 minutos apos o nascimento do Bebê. ❑ GREENBERG Inicia-se imediatamente após a expulsão da placenta. Nesse período, o organismo materno realiza seus reajustes iniciais para o retorno ao estado não gravídico e as funções dos sistemas do corpo começam a se estabilizar. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ADMISSÃO DE UMA PARTURIENTE Identificação da mulher Dados sócio- demográficos. Antecedentes familiares, pessoais, ginecológicos e obstétricos. História da gestação atual. EXAME FÍSICO DA PARTURIENTE O sistema cardíaco e pulmonar; A coloração e a hidratação da pele e das mucosas; A presença de edema de face, mãos, sacro e pernas; Os sinais vitais EXAME OBSTÉTRICO A palpação obstétrica; A mensuração da altura uterina; A ausculta dos batimentos cardíacos fetais O toque vaginal. ❖PALPAÇÃO OBSTÉTRICA A palpação obstétrica deve ser realizada com o objetivo de avaliar o crescimento fetal e diagnosticar os possíveis desvios da normalidade do seu crescimento, além de identificar a situação e a apresentação do feto. Para a palpação obstétrica, recomenda-se a aplicação das Manobras de Leopold. o MANOBRAS DE LEOPOLD Exploração do fundo uterino; Exploração dos flancos; Exploração da mobilidade cefálica; Exploração da escava. o MANOBRAS DE LEOPOLD • Exploração do fundo uterino: delimite o fundo do útero com a borda cubital de ambas as mãos e reconheça a parte fetal que o ocupa. • Exploração dos flancos: deslize as mãos do fundo uterino até o polo inferior do útero, procurando sentir o dorso e as pequenas partes do feto. o MANOBRAS DE LEOPOLD • Exploração da mobilidade cefálica: explore a mobilidade do polo, que se situa no estreito superior pélvico. • Exploração da escava: determine a situação fetal, colocando as mãos sobre as fossas ilíacas, deslizando-as em direção à escava pélvica e abarcando o polo fetal que se apresenta. o MANOBRAS DE LEOPOLD APRESENTAÇÕES FETAIS Cefálica CórmicaPélvica APRESENTAÇÕES FETAIS SITUAÇÕES FETAIS Oblíquo Transversa Longitudinal SITUAÇÕES FETAIS ❖MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA Deve ser realizada com o objetivo de acompanhar o crescimento fetal e detectar precocemente as alterações. A medida da altura uterina possui relação com o numero de semanas de gestação. TÉCNICA PARA A MEDIDA DA ALTURA UTERINA Posicionar a parturiente em decúbito dorsal, com o abdome descoberto Delimitar a borda superior da sínfise púbica e o fundo uterino. Fixar a extremidade inicial da fita métrica, flexível e não extensível, na borda superior da sínfise púbica com uma das mãos, passando-a entre os dedos indicador e médio. Deslizar a fita métrica entre os dedos indicador e médio da outra mão ate alcançar o fundo do útero com a margem cubital da mesma mão. Proceder a leitura quando a borda cubital da mão atingir o fundo uterino. Anotar a medida (em centímetros) na ficha e no cartão e marcar o ponto na curva da altura uterina. MENSURAÇÃO DA ALTURA UTERINA ❖ AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDÍACOS FETAIS A ausculta dos BCF deve ser realizada antes, durante e depois de cada contração uterina com o objetivo de constatar a presença, o ritmo, a frequência e a normalidade dos batimentos cardíacos do feto, sendo indispensável para o diagnóstico oportuno de intercorrências obstétricas. A TÉCNICA PARA AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIOFETAIS Posicionar a gestante em decúbito dorsal, com o abdome descoberto. Identificar o dorso fetal. Procurar o ponto de melhor ausculta dos BCF na região do dorso fetal. Controlar o pulso da gestante para certificar-se de que os batimentos ouvidos sao os do feto, já que as frequências são diferentes. Contar os BCF por um minuto, observando sua frequência e seu ritmo. Registrar os BCF na ficha da mulher. Avaliar os resultados da ausculta dos BCF. ❖TOQUE VAGINAL O toque vaginal deve ser realizado pelo médico ou enfermeiro com especialidade em obstetrícia. Nesse exame, o profissional deve obter informações sobre: TOQUE VAGINAL A dilatação cervico-uterina; O apagamento cervical; A posição do colo do útero A apresentação fetal (cefálica ou pélvica); A variedade de posição; A altura da apresentação fetal O estado das membranas da bolsa de liquido amniótico As características do liquido amniótico ❖DINÂMICA UTERINA A verificação da dinâmica uterina e imprescindível para a avaliação da evolução do trabalho de parto. Com a mão espalmada, repousando sobre o fundo do útero materno durante 10 minutos, o enfermeiro deve avaliar os seguintes parâmetros: ❖DINÂMICA UTERINA A frequência (número de contrações); A intensidade (força da contração); A duração (tempo entre o início e o fim de uma contração) das contrações uterinas. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO: PERÍODO DE DILATAÇÃO Os cuidados de enfermagem no período de dilatação devem ser individualizados, considerando a condição clinica e psicológica de cada parturiente e devem estar embasados nos princípios da evidencia cientifica, utilizando esse método para aumentar a segurança, eficácia e aceitabilidade dos cuidados as mulheres nesse período. AVALIAÇÃO DO ENFERMEIRO A frequência das contrações uterinas de 1 em 1 hora O pulso materno a cada hora. A temperatura e a pressão arterial maternas a cada 4 horas. O BCF ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO: PERÍODO DE DILATAÇÃO Oferecer apoio físico e emocional para todas as parturientes. Recomendar o banho de aspersão morno, pois contribui para o relaxamento e o conforto da parturiente, desencadeando a redução da duração do trabalho de parto. Controlar a dor utilizando métodos não farmacológicos. Avaliar eliminações urinaria e fecal. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO: PERÍODO DE DILATAÇÃO Monitorar a administração de ocitocina. Preencher adequadamente o partograma. Evitar condutas ineficazes, como a tricotomia pubiana e perineal, a lavagem intestinal e o decúbito dorsal horizontal. Estimular a deambulação em parturientes de baixo risco. ❖PARTOGRAMA O Ministério da Saúde recomenda que um partograma com linha de ação de 4 horas deve ser utilizado para o registro do progresso do parto, seguindo modelo da OMS. Trata-se de uma representação gráfica do trabalho de parto que permite acompanhar sua evolução, documentar, diagnosticar alterações e indicar a tomada de condutas apropriadas para a correção desses desvios, ajudando ainda a evitar intervenções desnecessárias. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO: PERÍODO DE GREENBERG O período de Greenberg e considerado uma fase de risco materno, com possibilidade de grandes hemorragias. A hemostasia e assegurada pela retração uterina persistente, que promove a oclusão dos vasos na porção muscular, constituindo as ligaduras vivas de Pinard (globo de segurança de Pinard). Concomitantemente, ocorreo tamponamento trombótico dos vasos utero-placentarios. Assim, a contração uterina constitui o principal mecanismo de defesa do organismo materno contra a hemorragia ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRABALHO DE PARTO: PERÍODO DE GREENBERG A assistência ativa e a vigilância das condições da mulher durante o período de Greenberg são primordiais para a detecção precoce e o tratamento imediato da hemorragia. Para evitar esse quadro clinico, o profissional de saúde deve avaliar as condições uterinas logo apos o parto, verificando se o útero esta contraído, na linha mediana do abdome, e se a altura uterina esta entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical, indicando a retração uterina persistente ou globo de segurança de Pinard A ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO PERIODO DE GREENBERG ENVOLVE OS SEGUINTES CUIDADOS Avaliar os sinais vitais a cada 15 minutos: Verificar constantemente a contração uterina por meio da avaliação da firmeza do fundo uterino Em caso de hipotonia uterina, realizar uma massagem suave no fundo do útero e solicitar avaliação medica. Avaliar a presença de distensão vesical, pois a bexiga distendida dificulta a involução uterina Na presença de distensão vesical, auxiliar a puérpera a urinar espontaneamente. Mensurar a quantidade, aspecto e odor da urina. Observar os lóquios fisiológicos A ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM NO PERIODO DE GREENBERG ENVOLVE OS SEGUINTES CUIDADOS Observar a região perineal buscando fontes de sangramento (por exemplo, episiotomia e/ou lacerações). Revisar o canal de parto. Coletar amostras de sangue para exames laboratoriais, caso necessário. Coletar amostras de sangue para exames laboratoriais, caso necessário. Incentivar a ingestão de alimentos e líquidos conforme tolerância da mulher. Estimular o aleitamento materno precoce na primeira meia hora de vida quando o recém-nascido estiver em boas condições, pois a sucção do recém-nascido estimula a contração uterina. Incentivar o vinculo da tríade mãe, pai e recém-nascido.
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