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Ana Elisa A. G. Medicina 2021.02 
Doença de Chagas 
 
 
Vetor: protozóario Trypanosoma cruzi (T. cruzi). 
 É um triatomínio que se apresenta como flagelado no sangue periférico e flúidos 
biológicos, e não flagelado (amastigota) nos tecidos infectados, tanto de animais como 
de seres humanos. 
 
Insetos hematófagos domésticos e silvestres, da subfamllia Triatominae (Hemiptera, familia 
Reduviidae), sendo conhecidos como "barbeiro", "chupão", "procotó" ou "bicudo". Machos 
e fêmeas, se adaptam em domicilio e peridomicilio (galinheiros, chiqueiros, restos de madeira, 
tijolos). 
 
Reservatório: animais silvestres como quatis, gambás e tatus que se aproximam do 
peridomicílio. Em zonas rurais (casas de pau a pique, galinheiro, chiqueiro, currais, depósitos 
etc). 
 Alguns animais podem ser infectados, mas não apresentam parasiternia suficiente para 
funcionarem como reservatórios, podendo os cães servir como sentinela da infecção na 
região. 
 
Período de incubação 
 
 Vetorial: 4 a 15 dias. 
 Oral: 2 a 11 dias. 
 Sangue e homoderivados: 30 a 112 dias. 
 
Epidemiologia 
 
Além da inoculação do parasita a partir da picada dos triatomineos, verifica-se a emergência 
de surtos de transmissão por via oral como a principal forma de transmissão em regiões com 
controle de transmissão intra e peridomiciliar. 
 
É considerada uma endemia urbana, em consequência da migração de grandes contingentes 
populacionais da região rural para áreas urbanas. 
 
De 2000 a 2013, 1.574 casos agudos foram registrados, 90% na Região Norte, dos quais 68,7% 
associados à ingestão de bebidas e alimentos contaminados e 7% à transmissão vetorial. 
 
Transmissão 
 
 Vetorial: por meio das excretas dos triatomíneos. Ao picar o hospedeiro, em geral defecam 
após o repasto, eliminando as formas metaciclicas infectantes, que penetram pelo orifíio 
da picada ou por solução de continuidade deixada pelo ato de coçar. 
 Oral: ingestão de alimentos ou bebidas (caldo cana, açaí, bacaba, sucos) contaminados 
ou pela secreção de marsupiais contendo elevada concentração de parasita. Ao contato 
com sangue da mãe por meio de fissura mamilar. 
 Transfusão de sangue e hemoderivados 
 Vertical: mãe para o feto, principalmente no 3° mês de gestação e no parto. 
Ana Elisa A. G. Medicina 2021.02 
 Transplante de órgãos: pelo menos dois métodos de triagem de elevada sensibilidade. 
 Acidentes perfurocortantes: trabalho com animais infectados em laboratório, e, menos 
comumente, na manipulação de material contaminado de pacientes. 
 
Fisiopatologia 
 
Tripomastigotas inoculadas por escarificação ou por contaminação oral -> células do 
hospedeiro -> diferenciam-se em formas amastigotas intracelulares que se multiplicam 
->tripomastigotas -> ruptura celular -> tripomastigotas vão para circulação sanguínea -> 
órgãos e tecidos 
 
 10 dias após infecção: ativação policlonal de linfócitos T e B. 
 
Fase Aguda: IgG-2, IL-2, IF-gama e TNF alfa -> ativação de macrófagos e secreção de produtos 
intermediários do nitrogênio (controle da replicação do parasita). 
 Menor resposta linfoproliferativa e citotóxica, hipersensibilidade tardia a antígenos 
ubiquitários e do parita. 
 Pode-se encontrar infiltrado inflamatório no tecido por conta da reação de 
hipersensibilidade tardia por CD4. 
 
Pós fase aguda: parasitemia baixa, persistência do parasita nos tecidos, mesmo sem 
tratamento. Pode evoluir para crônica (cardíaca, digestiva ou ambas). 
 
Fase crônica: parasita nos tecidos cardíacos -> infiltrado inflamatório -> miocardiopatia com 
alteração do sistema de condução e ritmo -> fibrose e insuficiência cardíaca. 
 
 
 
 
Manifestações Clínicas 
 
 Febre: 38 a 39°C 
 Cefaleia, mialgia, vômitos, artralgia, anorexia e prostração. 
 Chagoma de inoculação: local da picada, caracterizado por edema unilateral na pálpebra 
superior e inferior, não doloroso, avermelhado a rosa. 
Ana Elisa A. G. Medicina 2021.02 
 Adenomegalia regional ou generalizada, hepato e esplenomegalia, exantema cutâneo e 
edema não inflamatório localizado ou generalizado e não associado à insuficiência 
cardíaca, insuficiência renal ou hipotireoidismo. 
 Ocorre em 5 a 10% dos casos, principalmente em lactentes e idosos, com miocardite e 
meningoencefalite, e pode causar o óbito do paciente. Pode ocorrer intensa desnervação 
dos plexos mioentéricos. 
 Oral: pode haver hemorragia digestiva, sendo frequente o exantema. Pode-se assemelhar 
à febre tifoide ou toxoplasmose - forma tifoídica com exantema maculopapular, petequial 
ou mesmo eritema nodoso. 
 Em alguns surtos de transmissão oral, ocorre miocardite, pericardite com derrame 
pericárdico (hidropericárdio), seguidos de tamponamento cardíaco são importantes 
causas de morbidade e mortalidade e devem ser precocemente diagnosticados para 
evitar o óbito do paciente. 
 
 
 
Diagnóstico 
 
 Leucograma: linfocitose com linfócitos atípicos. 
 Microscopia direta no sangue periférico ou líquidos biológicos (padrão ouro) 
 Histopatologia: ninhos de amastigotas no infiltrado inflamatório agudo nos tecidos. 
Miocardio e encefalites as vezes mais sensíveis do que o sangue periférico. 
 Para a confirmação de um caso agudo por anticorpos: 
 PCR (não diferencia fase aguda da crônica). 
 IgM anti-T. cruzi: são necessárias duas coletas com intervalo de 21 dias, com 
demonstração de soroconvcrsão de ausência para presença de anticorpos ou aumento 
de mais de. 
 Recomenda-se realizar a pesquisa do parasita no recém-nascido nos primeiros 10 dias de 
vida, por métodos diretos ou indiretos. Apesar de não ser comercializada, a prova de PCR 
tem-se revelado mais sensível para o diagnóstico do que provas parasitológicas. 
 Se der negativo e ainda apresentar sintomas de doença congênita, recomenda-se repetir 
as provas sorológicas aos 9 meses de idade. 
 Em casos de alta parasitemia na mãe, decorrente da presença de doença de Chagas aguda 
ou coinfecção T.cruzí+HIV, recomenda-se a pesquisa do parasita até 2 meses após o 
nascimento (exames parasitológicos diretos, xenodiagnóstico e hemocultura) e, caso 
negativa, realizar as provas sorológicas após 9 meses de vida da criança. 
 Eletrocardiograma, radio da área cardíaca, ecocardiograma: alterações de ritmo (arritmias 
atriais e supraventriculares ou extrassístoles ventriculares), distúrbios de condução 
(bloqueio atrioventricular (BAV), bloqueio de ramos direito ou da divisão anterossuperior) 
e outras alterações de baixa voltagem de QRS, alterações de Te aumento de intervalo PR. 
 
Ana Elisa A. G. Medicina 2021.02 
 
 
Tratamento 
 
Benzonidazol 
 Adultos: 5-10mg/kg/dia 
 Crianças: 5-10mg/kg/dia 
 Lactentes: 10mg/kg/ 
 
Nifurtimox 
 Adultos: 8-10mg/kg/dia 
 Crianças: 15mg/kg/dia

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