Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Dos sujeitos no processo Art. 70 a 78 Capacidade de ser parte É a capacidade do ser humano, prevista nos arts. 1 e 2 do CC. Para parte da doutrina, a capacidade de ser parte é um pressuposto de validade do processo. Capacidade de estar em juízo É a capacidade ad processum (é aptidão para o exercício pessoal de direitos e obrigações sob pena de invalidade do processo por ausência de pressuposto processual que diz a respeito da capacidade de estar em juízo (de ser parte, autor ou réu), que está prevista no art. 70 do CPC. Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Capacidade para estar em juízo, há uma diferença entre capacidade de ser parte e capacidade de estar em juízo. A capacidade de ser parte aprendemos no começo das aulas de Direito Civil, que é a personalidade jurídica. O conceito de personalidade jurídica é que ela (pessoa) possui aptidão genérica para adquirir direitos e contrair obrigações, ou seja, ela adquire seus próprios direitos decorrentes da lei como um todo, não sendo separada ou dividida propriamente, portanto tem capacidade de ser parte. Para a capacidade de estar em juízo a pessoa tem que ter a capacidade civil, se não tiver capacidade civil terá que ter um representante ou ser assistida por alguém. Essa capacidade de estar em juízo é um pressuposto de validade, a ausência de capacidade para estar em juízo pode levar a extinção do processo sem analise do mérito se tratando do autor que não tem capacidade de estar em juízo como os menores de 16 anos, deficientes mentais, etc. Salienta se que o incapaz deverá ser representado (absolutamente incapaz, são os menores de 16 anos; os que por enfermidade ou deficiência mental, não tiveram o necessário discernimento para a pratica desses atos; os que mesmo por causa transitória não puderem exprimir sua vontade) ou assistido (relativamente incapaz, os maiores de 16 anos e menores de 18; os ébrios habituais que são as pessoas que consomem bebida alcoólica de forma imoderada por hábito de vicio de beber; os viciados em tóxicos e os que por deficiência mental não tenham o discernimento reduzido; os excepcionais, sem desenvolvimento mental complemento; os pródigos entre outros. Capacidade (legitimidade) ad causam Está prevista nos arts. 17 e 18 do CPC. Trata se de uma condição da ação. É o vínculo que as partes do processo têm com o direito material. Pode ser: ▪ Ordinária: parte que defende direito próprio em nome próprio ▪ Extraordinária: (depende de expressa previsão legal) - parte defende direito alheio em nome próprio - exemplos: CPC, art. 109. Pessoa Física Ordinariamente pessoas capazes se auto representam. Excepcionalmente uma pessoa capaz pode ser representada por um mandatário, em que alguém se obriga a representar outra pessoa. Contudo, há casos em que a pessoa física será incapaz, por isso deverá ser representada (absolutamente incapaz) ou assistida (relativamente incapaz), nos termos dos arts. 70 e 71 do CPC. Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo. Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou curador, na forma da lei. Basta ter personalidade jurídica para ser parte no processo, mas também é necessário ter a capacidade de estar em juízo. A pessoa precisa ser apta para praticar os atos processuais, ela tem que ter a capacidade civil plena para praticar os atos por si ou então ela precisa ser representada ou assistida caso seja incapaz. ▪ Tutor: o tutor é atribuído aos menores, a tutela confere a alguém a administração dos bens e proteção e representação legal do menor até sua maioridade. ▪ Curador: confere-se aos maiores de 18 anos, normalmente pessoas com deficiência ou idosos. Confere a alguém a administração dos bens e representação legal de uma pessoa, mesmo maior de idade, considerada incapaz transitória ou permanentemente. Todos os atos de comunicação e de manifestação no processo, que envolvam o absolutamente incapaz, será feito na pessoa do representante. Não há nenhuma manifestação da sua vontade. Tratando se de assistência, os atos de comunicação e as tomadas de decisao serao feitas de forma conjunta, ou seja, o relativamente incapaz (assistido) e o seu assistente serão intimados, por exemplo. Aqui a pessoa atua em nome alheio e na defesa dele, o incapaz é a parte do processo e não seu representante ou o assistente. Por exemplo, uma ação de alimentos de um menor de 3 anos, a ação será ajuizada em nome do menor, devidamente representado por sua mãe/pai, a depender do caso. Pessoa jurídica Encontra se prevista no Art. 75 do CPC. Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I. A União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado; II. O Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores; III. o Município, por seu prefeito ou procurador; IV. A autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar; Nesses quatro incisos estão tratando da representação das pessoas jurídicas de direito público, quem vai atuar em nome dessas pessoas no processo. VIII. A pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; X. A pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agencia ou sucursal aberta ou instalada no Brasil; § 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. § 3º O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo. § 4º Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias. É um convenio firmado no âmbito administrativo pra que um Estado preste serviços colaborativos com outro Estado em ações judiciais que eventualmente tramitem dentro do seu território. Exemplo: o Estado de São Paulo responde a uma ação que é ré, em uma ação do Estado do MS e para evitar deslocamento de procuradores enfim é possível que haja afirmação de um convenio entre os Estados em que eles se comprometem a prestar serviços auxiliares. Dos entes sem personalidade jurídica Apesar de não possuírem personalidade jurídica, possuem capacidade de estarem no processo (capacidade juridica), tendo em vista que os entes despersonalidos possuem deveres, obrigaões próprias. Serão, assim como a pessoa juridica, presentados. IV. A massa falida, pelo administrador judicial; A massa falida é o acervo de bens e direitos do falido, compreendendo assim, o ativo (bens e créditos) e o passivo (débito) do falido, dessa forma ele pode ser administrado e representado pelo administrador judicial. Por exemplo, a emprese de Pedro está em processo de falência, dessa forma ele teve que dispor da massa falida da empresa para que o administrador judicial que cuida de sua falência pudesse fazer a gestão desta. O administrador judicial é feito pelo juiz. V. A herança jacente ou vacante, por seu curador; Herança jacente acontece quando não há herdeiros identificados ou ainda que identificados não demonstram interesse no patrimônio deixado pelo falecido. Uma herança que está em um estado de espera. Herança vacante prevista no art. 1823. Quando todos os chamados a suceder renunciarem à herança, será está desde logo declarada vacante. VI. O espólio, pelo inventariante; Espólio significa patrimônio, isto é, todos os bens, direitos e obrigações deixadas por alguém que veio a falecer. O espólio irá responder por todas as dívidas do falecido e até por alguma condenaçãoanterior a sua morte, ou por qualquer ação, mas que seja de sua responsabilidade civil. O inventariante de espólio geralmente é escolhido entre os herdeiros, por exemplo, o filho mais velho ou aquele que sempre manteve laços afetivos mais fortes com o falecido. IX- A sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; XI- O condomínio, pelo administrador ou sindico. § 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte. O inventariante dativo é a pessoa que não é representante do espólio, mas apenas administradores da herança e responsáveis pelo andamento do inventário, assim como por atos de defesa do acervo. É nomeada pelo juiz para administrar o inventário. § 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. Em relação ao espolio, é possível que o juiz nomeie inventariante dativo (não é herdeiro, não é meeiro) para presentear o espólio. Nesses casos, é necessária a intimação de todos os herdeiros. Tratamento do cônjuge Encontra se previsto no art. 73, caput e no art. 74 do CPC. Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob regime de separação absoluta de bens. Nesse artigo está sendo bem especifico falando sobre direito real imobiliário, nesses casos vai haver a necessidade do consentimento do cônjuge a não ser a pessoa seja casada pelo regime de separação absoluta de bens conforme a exclusão feita aqui no próprio caput do art. 73. Art. 74. O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. Neste caput temos uma regra que instrumentaliza a aplicabilidade da regra anterior. O art. 73 disciplina sobre a necessidade de consentimento de um dos conjuges em determinadas ações. Esse consentimento pode ser que seja dado espontaneamente pelo cônjuge ou pode ser negado, o art. 74 possibilita uma forma de fazer valer o direito ao consentimento em duas hipóteses básicas, quando esse consentimento for negado sem um justo motivo ou quando for impossível que o consentimento seja dado. Exemplo: um dos cônjuges esteja internado e muito doente e não consiga expressar a sua vontade de uma forma valida nesse caso vai ser necessária a propositura de uma ação judicial que vai tramitar pelo procedimento de jurisdição contenciosa (na jurisdição contenciosa, a sentença sempre favorece uma das partes em detrimento da outra, já que ela decide um conflito entre ambas. Pede se ao juiz que dê uma decisão, solucionando um conflito de interesses, que lhe é posto, diretamente, para julgamento). Nesse caso o cônjuge vai pedir ao juiz que supra a falta de consentimento, obviamente vai ser ônus da pessoa que requerer o suprimento do consentimento demonstrar a ocorrência de um desses dois motivos dispostos no art. 74. Toda ação de bem imovel, fundada em direito real, para ser proposta precisará do consentimento do conjuge (venia conjugal – pressuposto de validade), pois se trata de uma ação de interesse da familia. Caso o regime seja o de separação total de bens, não é necessária a autorização. § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação. Nesse primeiro parágrafo está tratando do litisconsórcio necessário, que é o litisconsórcio imposto seja pela natureza da relação jurídica ou pela própria lei. I: que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob regime de separação absoluta de bens; Aqui se repete a regra do caput, no parágrafo primeiro fala sobre a citação de ambos os cônjuges se tratando de um litisconsórcio necessário que se deve formar no polo passivo então aqui o caso é de exigência do consentimento do cônjuge não se dá na propositura da ação (ação de propor uma ação judicial) e sim daqueles casos em que os cônjuges devem ser réus no processo. II: resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou e ato praticado por eles; Aqui quer dizer “praticado” pelos dois cônjuges e este ato tenha gerado a necessidade de propositura da ação contra eles. III: fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; Fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família em benefício da entidade familiar; IV: que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. Esse é um ônus que recai sobre o autor sempre que o autor for propor uma ação que se encaixa em uma dessas hipóteses dos incisos do parágrafo primeiro do artigo 73. Ele precisa se atenta para o fato de que aqui se exige a formação de litisconsórcio necessário. § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. Ações ou interditos possessórios, são as formas de assegurar o direito à posse de um bem caso de lesão possessória de esbulho (é a retirada de um bem que está sob a posse ou propriedade de alguém, ou seja, o detentor do bem perde a posse que exercia sobre ele), turbação (é a perda de somente parte da posse de um bem, sem que haja perda de contato com o bem turbado, um exemplo é João leva seus cavalos todos os dias para pastar na fazenda que é de propriedade de Jorge. ) ameaça (ocorre quando há receio sério de que a posse venha a sofrer turbação ou esbulho, um exemplo é invasor de terras nas proximidades) por ato de outrem. Tratamento do companheiro Conforme o art. 73, inciso terceiro do CPC, o regramento visto acima deve ser aplicado aos companheiros (conviventes), desde que fique comprovada a união estável. § 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. Primeiramente união estável é quando duas pessoas se unem de forma duradoura, contínua e com convivência pública com o objetivo de constituir família. A união estável é equiparada ao casamento, na relação de união estável temos o regime da comunhão parcial de bens e se houver um enquadramento de uma das hipóteses previstas nesse artigo mesmo que não seja casamento a união estável vai ser necessário o consentimento ou a presença do outro companheiro. A falta de comprovação nos autos não gera nenhum vicio. Regulação da representação O vício de representação, o vício de presentação, o vício de consentimento do cônjuge, de acordo com o art. 76 do CPC, acarreta a suspensão do processo para que o vicio seja corrigido em um prazo razoável (discricionamento do juiz). Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. § 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária: I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor; II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. § 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator: I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente; II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. Caso não seja regularizada, em primeira instancia (é a porta de entrada do Poder Judiciário, por onde se inicia a maior parte dos processos que são analisados e julgados por um juiz) , haverá extinção do processo sem analise de mérito (para o autor) ou será decretada a revelia (para o réu). Se a irregularidade foi constada em segundo grau enão foi corrigida, o recurso não será conhecido (vicio do apelante) ou as contrarrazões serão retiradas dos autos (vicio do apelado). Dos deveres das partes e de seus procuradores Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do processo: I - expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que são destituídas de fundamento; III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou à defesa do direito; IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua efetivação; Não embaraçar a efetividade do processo e das decisões judiciais. V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva; VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso. VII - informar e manter atualizados seus dados cadastrais perante os órgãos do Poder Judiciário e, no caso do § 6º do art. 246 deste Código, da Administração Tributária, para recebimento de citações e intimações. 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade da justiça. § 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de acordo com a gravidade da conduta. § 3 o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no § 2º será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execução fiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97 . § 4º A multa estabelecida no § 2º poderá ser fixada independentemente da incidência das previstas nos arts. 523, § 1º , e 536, § 1º . http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art97 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art523%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art536%C2%A71 § 5º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no § 2º poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo. § 6º Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º, devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará. § 7º Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2º. § 8º O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar. Os parágrafos do art. 77 regulamentam os atos atentatórios à dignidade da justiça. No CPC, somente é considerado ato atentatório (todo e qualquer comportamento, comissivo ou omissivo, que possa atrapalhar, retardar, tentar fraudar, reduzir a respeitabilidade e a importância social do sistema judiciário) falhar com o dever de cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais de natureza provisória ou final e não criar embaraços à sua efetivação. O novo CPC acrescenta como ofensiva a pratica de fraude à execução. A multa que poderá ser aplicada no caso, agora regulamentada em detalhes, será revertida à União ou Estado (conforme a justiça federal ou estadual). As demais hipóteses do artigo 77, incisos I a III e V, são práticas de litigância de má-fé e a multa se reverte a favor da vítima. Art. 78. É vedado às partes, a seus procuradores, aos juízes, aos membros do Ministério Público e da Defensoria Pública e a qualquer pessoa que participe do processo empregar expressões ofensivas nos escritos apresentados. Enquanto o art. 77 dispõe sobre os deveres das partes, o art. 78 dispõe sobre as vedações às partes. E estabelece, assim a proibição de expressões ofensivas nos escritos apresentados, mas não apenas a elas. Também veda condutas aos seus procuradores, aos juízes, aos membros do MP e da DP e a qualquer pessoa que participe do processo, como terceiros interessados. § 1º Quando expressões ou condutas ofensivas forem manifestadas oral ou presencialmente, o juiz advertirá o ofensor de que não as deve usar ou repetir, sob pena de lhe ser cassada a palavra. Nesse parágrafo está disposto sobre as consequências para o uso das expressões ofensivas mesmo diante dos deveres das partes e da proibição do caput. Nesse caso, o juiz advertirá o ofensor e caso venha se repetir, poderá, desse modo cassar-lhe (anular, invalidar, impedir) a palavra. § 2º De ofício ou a requerimento do ofendido, o juiz determinará que as expressões ofensivas sejam riscadas e, a requerimento do ofendido, determinará a expedição de certidão com inteiro teor das expressões ofensivas e a colocará à disposição da parte interessada. Nesse segundo parágrafo estabelece que as expressões ofensivas deverão ser riscadas dos autos, a pedido do ofendido ou de oficio. Ou seja, caso o juiz interprete a expressão como ofensiva, poderá riscá-la, independentemente de manifestação do ofendido.
Compartilhar