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Strongyloides Strongyloides é um gênero de parasitas do sistema gastrointestinal. As espécies desse gênero possuem ciclos de vida complexos, onde larvas podem seguir diferentes caminhos de desenvolvimento, levando a formas sexuais de vida livre ou a estágios infecciosos. A espécie Strongyloides stercoralis é a de maior importância clínica para o homem, por ser a mais prevalente e ter uma distribuição mais ampla, com mais de 600 milhões de pessoas infectadas no mundo. As larvas infectantes (filarioides), presentes no solo, penetram através da pele e chegam aos pulmões, traqueia e epiglote. Após serem engolidas vão atingir o trato digestivo onde se transformam em verme adulto. A fêmea libera os ovos que eclodem ainda no intestino, liberando larvas não infectantes, que saem pelas fezes. No meio externo, as larvas, denominadas rabditóides, podem evoluir para a larva filarióide (forma infectante) ou para adultos de vida livre que ao se acasalarem geram novas formas infectantes. Outra forma de infecção, é por meio da transmissão fecal-oral, com a ingestão de água ou alimentos contaminados com larvas infectantes. Além disso, é possível ter a autoinfecção externa e interna. A autoinfecção externa ocorre quando as larvas presentes em resíduos de fezes na região anal e perianal penetram no indivíduo pela mucosa retal. Já a autoinfecção interna ocorre no próprio intestino do indivíduo infectado, quando fatores intestinais propiciam a transformação das larvas e permitem a invasão direta da mucosa, e esse fator pode cronificar a doença em vários meses e anos. O período de incubação entre a penetração através do tegumento e o surgimento de larvas não infectantes nas fezes ocorre no prazo de 14 a 28 dias. s larvas lançadas ao ambiente junto com as fezes podem contaminar outras pessoas ou evoluir para vida adulta no meio ambiente, desta vez, tornando-se macho ou fêmeas (quando dentro do intestino, a larva torna-se sempre uma fêmea na fase adulta). Do momento da contaminação até a liberação de novas larvas pelas fezes costuma haver um intervalo de 3 a 4 semanas. Portanto, uma vez infectado, o paciente passa a ser um potencial transmissor em cerca de 1 mês. Essa parasitose intestinal, na grande maioria dos casos, é assintomática. As formas sintomáticas podem cursar com manifestações dermatológicas, pulmonares, e/ou intestinais. As lesões dermatológicas podem ser urticariformes, maculopapulares, serpiginosas ou linear pruriginosa migratória, e são secundárias à penetração das larvas no tegumento. Dentre as alterações pulmonares, é possível ter tosse seca, dispneia ou broncoespasmo e edema pulmonar (síndrome de Loeffler), que cursa com eosinofilia sanguínea elevada. A sintomatologia intestinal pode ser de média ou grande intensidade, como por exemplo: distensão abdominal, flatulência, dor em cólica ou em queimação em epigástrico, anorexia, náusea, vômitos, diarreia secretora ou esteatorréia, e desnutrição proteico-calórica. Nos casos de superinfecção, pode-se observar quadro grave manifestado por febre, dor abdominal, anorexia, náuseas, vômitos e diarreia, além das manifestações pulmonares já faladas, podendo inclusive em alguns casos cursar com hemoptise e angústia respiratória. Nos pacientes com imunossupressão, a doença pode atingir altos índices de mortalidade em virtude da disseminação do parasito para múltiplos órgãos. A estrongiloidíase não é uma parasitose de notificação compulsória. A redução da transmissão pode ser alcançada por meio do tratamento sanitário das fezes e por medidas de proteção individual como o uso de calçados. Ancilostomídeos A ancilostomíase é uma doença causada por parasitas nematóides das espécies Necator americanus e Ancylostoma duodenale. A doença é contraída quando entramos em contato com solo contaminado por larvas desses nematódeos, que penetram ativamente pela pele. As larvas entram na corrente sanguínea, atingem o sistema respiratório, seguem até a faringe, onde são engolidas, e continuam seu caminho até o intestino, desenvolvendo-se em vermes adultos. A ancilostomíase pode ocorrer de maneira assintomática em infecções mais leves, porém pode ter sintomas em casos mais graves. Na pele, após a penetração da larva, pode ser observada coceira local. Quando a larva passa pelo pulmão, pode provocar pneumonite e hemorragias. Quando se instala no intestino delgado, pode provocar dores abdominais, diarreia (com sangue ou não), perda de apetite, enjoo e vômito. Esses vermes provocam nos seres humanos grande perda de sangue, uma vez que utilizam o sangue como alimento e podem provocar feridas ao se fixarem. Essa perda de sangue pode provocar anemia. Em crianças com infecção intensa, a doença pode provocar atraso no desenvolvimento físico e mental. O homem é o hospedeiro do Necator americanus e do Ancylostoma duodenale. O ciclo tem início quando uma pessoa doente elimina suas fezes e estas atingem o solo. Em condições favoráveis, os ovos do parasita eclodem em 18h ou até 24h. As larvas que saem do ovo, chamadas de rabditóides, encontram-se no seu primeiro estágio. Essas larvas alimentam-se de partículas orgânicas e bactérias encontradas no solo e nas fezes. Elas se desenvolvem então em larvas de segundo e terceiro estágio, atingindo o terceiro estágio em um prazo de, aproximadamente, uma semana. A larva no terceiro estágio tem a capacidade de infectar os seres humanos. Ela penetra na pele quando andamos descalços em solo contaminado. O parasito pode ser combatido com base nas seguintes medidas: tratar os doentes; Fornecer informações sobre a doença, explicando a importância de eliminar-se as fezes no local adequado e sempre andar calçado e Investir em saneamento básico.
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