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Manutenção da Glicemia - Arthur Ribeiro Segatto

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1 Arthur Ribeiro Segatto | Manutenção da Glicemia: tarefa final – Bioquímica II (BBM1054) 
1 - https://veja.abril.com.br/blog/letra-de-medico/- A relação da obesidade e o coronavírus- 
A pandemia de Covid-19 colocou no rol de notícias da mídia a constante comunicação de 
número de contaminados, por meio dos testes de positividade e, também de forma muito 
contundente, o dado alarmante do número de mortos diariamente nos jornais e telejornais. 
No entanto, em paralelo às notícias gerais, a associação de fatores de risco, marca forte 
presença. A obesidade, diabetes, hipertensão, desnutrição e fragilidades gerais associadas ao 
idoso, colocam maior risco a população com essas morbidades. 
Segundo dados do sistema inglês de saúde, 71% dos internados por Covid-19 estão com 
obesidade ou excesso de peso. 
Entre o mês de março e meados de abril desse ano, dados da população brasileira mostram que 
em torno de 20% estão obesos e 57% com excesso de peso. A obesidade e o sobrepeso há 
muito estão entre as preocupações de gestores de saúde pública e profissionais de saúde. 
 
Com este recorte de notícia podemos iniciar a discussão a cerca dos fatores responsáveis pela 
Manutenção da Glicemia. 
 
a) Observe a figura e descreva, brevemente, como se dá a manutenção da GLICEMIA 
considerando regulação hormonal, a rota metabólica ativada e a relação com o tempo. 
 A manutenção da concentração sanguínea de glicose (glicemia) constante requer a ação 
de hormônios que regulem o metabolismo de carboidratos, lipídeos e aminoácidos de acordo 
com as necessidades e capacidades próprias de cada tecido. A insulina e o glucagon são os dois 
principais hormônios que regulam a mobilização e o armazenamento desses substratos, apesar 
do consumo de carboidrato variar consideravelmente durante o curso do dia. Dessa forma, 
basicamente, os componentes da dieta são, com exceção daqueles com necessidade imediata, 
armazenados, e, quando ocorre a demanda, o substrato energético apropriado é mobilizado, de 
acordo com a concentração de insulina e glucagon no sangue. 
 
2 Arthur Ribeiro Segatto | Manutenção da Glicemia: tarefa final – Bioquímica II (BBM1054) 
A insulina é liberada em resposta à ingestão de carboidratos ao aumento dos níveis de 
glicose do sangue e estimula a captação da glicose pelos músculos e pelo tecido adiposo (onde é 
convertida a glicose-6-fosfato), promove o armazenamento de ácidos graxos (na forma de TAG) 
e a síntese de triacilglicerol nos adipócitos após uma refeição rica em carboidratos, o 
armazenamento da glicose como glicogênio (nos músculos e no fígado, onde ativa a glicogênio-
sintase e inativa a glicogênio-fosforilase), o aumento da síntese de proteínas e a utilização de 
aminoácidos, bem como o crescimento celular, em adição ao armazenamento de substrato 
energético. No fígado, ainda ativa a oxidação da glicose-6-fosfato em piruvato (pela glicólise) e 
a oxidação do piruvato em acetil-CoA, usado na produção de ATP e, quando em excesso, usado 
na síntese de ácido graxo. A liberação de insulina ocorre minutos após a exposição do pâncreas 
à alta concentração de glicose. 
O glucagon, por outro lado, é o principal hormônio contra-regulatório da insulina e está 
diminuído em resposta a uma refeição com carboidratos, tendo sua concentração elevada no 
jejum, horas ou até mesmo dias após a refeição. Sua concentração no sangue sinaliza a 
abstinência da glicose e promove a produção síntese de glicose via glicogenólise (degradação do 
glicogênio, por meio da inativação da glicogênio-sintase e da ativação da glicogênio-fosforilase) 
e gliconeogênese (síntese de glicose a partir do aminoácido e de outros precursores não-
carboidratos), bem como inibe a degradação da glicose pela glicólise, e estimula a mobilização 
dos ácidos graxos a partir de tecido adiposo, ativando a degradação do TAG por fosforilação 
dependente de AMPc da perilipina e da lipase sensível a hormônio. 
A manutenção da glicemia também é acompanhada por outros hormônios, como 
epinefrina, norepinefrina, cortisol e outros. Esses hormônios opõem-se à ação da insulina por 
mobilizarem a fonte de energia e, por isso, como o glucagon, também são chamados hormônios 
contra-regulatórios de insulina e atuam de maneira semelhante. No entanto, quando ocorre um 
corrente aumento na demanda de fontes de energia, a liberação desses hormônios é mediada por 
sinais neuronais. 
 
b) Qual a relação da manutenção da glicemia com o sobrepeso e a obesidade, relatados no 
artigo da revista Veja? 
Após uma refeição, a liberação de insulina envia sinais ao músculo, ao fígado e ao 
tecido adiposo para aumentarem a conversão de glicose em acetil-CoA, fornecendo o material 
de partida para a síntese de gordura. Embora o fígado sintetize triacilglicerol, ele não o 
armazena, mas o “empacota” na lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL) e a secreta para 
o sangue, levando seus ácidos graxos a serem armazenados como triacilgliceróis no tecido 
adiposo. 
 
3 Arthur Ribeiro Segatto | Manutenção da Glicemia: tarefa final – Bioquímica II (BBM1054) 
No entanto, o sobrepeso e a obesidade são resultado da ingestão de mais calorias na 
dieta do que as gastas pelas atividades corporais que consomem combustível. O corpo lida de 
três formas com o excesso de calorias dietéticas: convertendo o excesso de combustível em 
gordura e armazenando-a no tecido adiposo; queimando o excesso de combustível em exercício 
extra; e “desperdiçando” combustível, desviando-o para a produção de calor (termogênese) 
pelas mitocôndrias desacopladas. 
O tecido adiposo tem uma capacidade quase infinita de armazenar gordura, limitada 
principalmente pela habilidade do coração em bombear sangue através dos capilares da massa 
adiposa em expansão. Embora a gordura seja estocada por todo o corpo, ela tende a se acumular 
em lugares onde não há muita interferência com a mobilidade: no abdômen, no quadril, nas 
coxas e nas nádegas.

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