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FIGADO E HEPATOPATIAS

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1 
 
NEMOEL ARAUJO NUTRIÇÃO CLINÍCA 
DOENÇAS HEPÁTICAS 
FIGADO 
Órgão central de regulação metabólica e homeostase nu-
tricional 
Recebe os nutrientes absorvidos no intestino via circula-
ção porta, retém uma parte para reserva e metabolismo 
próprio, distribui nutrientes via circulação sistêmica para 
utilização imediata ou depósito em tecidos extra-hepáticos 
Apenas 10 a 20% do fígado funcional é necessário para 
manter a vida 
Funções: 
 Metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios 
 Armazenamento e ativação das vitaminas e mi-
nerais 
 Formação e excreção da bile 
 Conversão da amônia em ureia 
 Metabolismo de esteroides 
 
Hepatopatias 
Caracterizam-se por agressão e necrose celular, resposta 
imunológica e regeneração nodular que comprometem a 
estrutura hepática e a capacidade funcional dos hepatóci-
tos. 
 
Doenças hepáticas: 
Agudas ou crônicas e hereditárias ou adquiridas 
• Hepatite viral aguda 
• Hepatite fulminante 
• Hepatite crônica 
• Esteato-hepatite não alcoólica 
• Hepatite alcoólica 
• Cirrose 
• Doenças hepáticas colestáticas 
• Distúrbios hereditários 
 
Hepatopatias agudas: 
 Há destruição dos hepatócitos, sugerindo que 
a capacidade metabólica hepática diminui como resultado 
do menor número de hepatócitos funcionantes, e não 
pela diminuição da função hepática de cada hepatócito 
Hepatopatias crônicas: 
 Além da diminuição do número de hepatócitos, 
ocorre também alteração da microcirculação hepática. 
 Alteração da circulação hepática, como resultado 
da lesão do órgão e consequentemente fibrose, é a base 
da falência funcional do fígado. 
Hepatopatias crônicas: 
 Além da diminuição do número de hepatócitos, 
ocorre também alteração da microcirculação hepática. 
 Alteração da circulação hepática, como resultado 
da lesão do órgão e consequentemente fibrose, é a base 
da falência funcional do fígado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
CUPPARI 3ª Ed.2014 
INTRODUÇÃO 
O fígado é considerado o órgão central do metabolismo. 
Pesando entre 1.200 e 1.500 g, é perfundido com sangue 
venoso proveniente da circulação portal, rico em nutrien-
tes, e também com sangue proporcionalmente rico em 
oxigênio, proveniente da artéria hepática. Essa dupla irri-
gação confere ao órgão heterogeneidade funcional e 
grande capacidade metabólica. 
O lóbulo hepático é considerado unidade funcional do fí-
gado. Possui formato cilíndrico e é formado por lâminas 
hepatocelulares dispostas em torno da veia central. Os 
hepatócitos possuem forma poligonal e são ricos em or-
ganelas como mitocôndrias, dispostos em coluna única. 
São os principais constituintes funcionais dos lóbulos he-
páticos. 
Entre os lóbulos, encontram-se os septos formados por 
canalículos biliares, vênulas e arteríolas que convergem 
para os sinusoides, irrigando o parênquima hepático. Os 
sinusoides são constituídos por células endoteliais, de Ku-
ppfer, de Ito e linfócitos natural killer. As células endoteli-
ais são fenestradas para permitir fluxo bidirecional de 
substâncias do plasma para os hepatócitos. Células de 
Kuppfer são macrófagos grandes de forma estelar, que 
fagocitam agentes invasores, células velhas ou neoplási-
cas. A função das células de Ito é sintetizar substâncias 
precursoras para fibroblastos e colágeno, enquanto os lin-
fócitos natural killer auxiliam na destruição de células ne-
oplásicas ou proteínas virais. 
 
Entre as lâminas hepatocelulares e o endotélio, estende-
se o espaço de Disse, que apresenta conexão direta entre 
as estruturas celulares e o plasma, encerrando lipócitos e 
microvilos dos hepatócitos. Essas estruturas apresentam-
se inter-relacionadas anatômica e funcionalmente, fa-
zendo do fígado o principal centro regulador da homeos-
tase nutricional. 
O fígado exerce funções metabólicas importantes do or-
ganismo humano, sendo responsável por mais de 500 re-
ações de síntese e degradação de moléculas. As princi-
pais funções envolvem a formação da bile, glicogênese e 
glicogenólise, gliconeogênese, síntese de ureia, metabo-
lismo do colesterol, armazenamento de ferro, vitaminas li-
possolúveis e B12, síntese de proteínas plasmáticas, a 
exemplo da albumina, globulina, transferrina, ceruloplas-
mina, fatores de coagulação e lipoproteínas. Além disso, 
atua no metabolismo de alguns polipeptídeos hormonais 
e detoxificação de diversas drogas e toxinas externas ao 
organismo (xenobiótico). 
Atua como centro de biotransformação dos xenobióticos 
ingeridos que chegam até o fígado por meio da absorção 
paracelular e após a primeira fase do processo de detoxi-
ficação por meio da ativação da cadeia de isoenzimas ci-
tocromo P450 com geração de espécies reativas de oxi-
gênio, são conjugados com substratos como glutationa, 
taurina, glicina, fosfato, ácido glicurônico, entre outros. As-
sim, são convertidos em produtos hidrossolúveis e inó-
cuos, eliminados via sistema urinário ou biliar. 
 
EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA 
Doenças hepáticas agudas e DHC podem ser conse-
quentes a lesões no parênquima hepático provocadas 
por agentes químicos, virais, farmacológicos ou outros 
componentes tóxicos, que alteram a estrutura morfoló-
gica e a capacidade funcional dos hepatócitos. 
Portanto, as doenças hepáticas crônicas (DHC) podem 
cursar com anormalidades metabólicas e nutricionais, 
as quais repercutem negativamente sobre a morbidade 
e mortalidade dos pacientes. 
Nos dependentes alcoólicos, o consumo de álcool pode 
chegar próximo a 50% da ingestão calórica total diária, 
podendo causar importante redução de peso. 
No Brasil, as doenças gastroenterológicas representam 
a sétima causa de mortalidade, sendo a cirrose hepá-
tica a primeira causa de óbito deste grupo de doenças. 
Em 1998, observaram-se 8.870 óbitos ocasionados por 
cirrose hepática, com as seguintes taxas de mortali-
dade específica por região, em ordem decrescente: 
 Sudeste: 55,41%; 
 Nordeste: 19,39%; 
 Sul: 16,16%; 
 Norte: 4,65%; 
 Centro-oeste: 4,37%. 
 
PATOGÊNESE DAS DOENÇAS HEPÁTICAS CRÔNI-
CAS 
O termo doença hepática crônica (DHC) compreende 
hepatite, cirrose e insuficiência hepática. A cirrose 
constitui a forma mais grave do dano hepático, sendo 
ocasionada principalmente por infecção pelos vírus da 
hepatite B e C, pela ingestão excessiva de etanol, de 
fármacos e doença autoimune. Independentemente do 
agente etiológico, as DHC podem ser caracterizadas 
por agressão e necrose celular, resposta imunológica 
e regeneração nodular que comprometem a estrutura 
hepática e a capacidade funcional dos hepatócitos. 
No entanto, pela enorme reserva e capacidade rege-
nerativa do fígado, as manifestações clínicas tendem 
a surgir tardiamente, com lesões sérias e muitas ve-
zes irreversíveis. 
Aproximadamente 40% dos pacientes com cirrose são 
assintomáticos, contudo na presença da doença des-
compensada, com quadro clínico característico, o 
prognóstico é grave, e os custos econômicos e huma-
nos são altos, fazendo que o paciente com DHC perca 
em média 12 anos de vida produtiva, tempo maior 
3 
 
quando comparado com a perda de dois anos obser-
vada no grupo de pacientes cardiopatas, e de quatro 
anos no portador de neoplasia maligna, reforçando a 
necessidade de se estabelecer o diagnóstico precoce-
mente. 
 
Krause 14º edição 
O fígado é de primordial importância; é impossível sobre-
viver sem ele. O fígado e o pâncreas são essenciais para 
a digestão e o metabolismo. Embora seja importante, a 
vesícula biliar pode ser retirada, e o corpo consegue se 
adaptar confortavelmente à sua ausência. O conheci-
mento da estrutura das funções desses órgãos é de im-
portância vital. Quando são acometidos por doença, a di-
etoterapia é complexa. 
Fisiologia e funções do fígado 
Estrutura 
O fígado é a maior glândula do corpo, com massa corporal 
de cerca de 1.500 g. O fígado apresenta dois lobos princi-
pais: o direito e o esquerdo. O lobo direito é ainda dividido 
nos segmentos anterior e posterior; a fissura segmentar 
direita,que não pode ser vista externamente, separa os 
segmentos. O ligamento falciforme externamente visível 
divide o lobo esquerdo em segmentos medial e lateral. O 
fígado é irrigado com sangue de duas fontes: a artéria he-
pática, que supre cerca de um terço do sangue proveni-
ente da aorta, e a veia porta do fígado, que supre os ou-
tros dois terços e coleta o sangue drenado do trato diges-
tório. 
Cerca de 1.500 mL de sangue por minuto circulam através 
do fígado e saem por meio das veias hepáticas direita e 
esquerda para a veia cava inferior. O fígado tem um sis-
tema de vasos sanguíneos e uma série de ductos biliares. 
A bile, que é formada nas células hepáticas, sai do fígado 
por uma série de ductos biliares, que aumentam de tama-
nho à medida que se aproximam do ducto colédoco. 
Constitui-se de um líquido viscoso espesso secretado 
pelo fígado, armazenado na vesícula biliar e liberado no 
duodeno quando alimentos gordurosos entram no duo-
deno. Ela emulsifica a gordura no intestino e forma com-
postos com os ácidos graxos para facilitar a sua absorção. 
Funções 
O fígado é dotado da capacidade de autorregeneração. 
Apenas 10% a 20% do fígado funcional são necessários 
para manter a vida, embora a retirada dessa glândula leve 
à morte, habitualmente dentro de 24 horas. 
Ele é essencial para a maioria das funções metabólicas 
do corpo e realiza mais de 500 tarefas. As principais fun-
ções do fígado incluem: (1) o metabolismo dos carboidra-
tos, das proteínas e dos lipídeos; (2) o armazenamento e 
a ativação das vitaminas e minerais; (3) a formação e a 
excreção da bile; (4) a conversão da amônia em ureia; (5) 
o metabolismo dos esteroides; (6) a destoxificação de 
substâncias, como fármacos, álcool e compostos orgâni-
cos; e (7) ação como câmara de filtro e irrigação. 
Ele desempenha um importante papel no metabolismo 
dos carboidratos. A galactose e a frutose, produtos da di-
gestão dos carboidratos, são convertidas em glicose no 
hepatócito ou célula hepática. O fígado armazena a gli-
cose na forma de glicogênio (glicogênese) e a devolve ao 
sangue quando as concentrações de glicose se tornam 
baixas (glicogenólise). Ele também produz glicose “nova” 
(gliconeogênese) a partir de precursores, como ácido lác-
tico, aminoácidos glicogênicos e intermediários do ciclo do 
ácido tricarboxílico. 
Há importantes vias metabólicas das proteínas no fígado. 
A transaminação (ou seja, a transferência de um grupo 
amino de um composto para outro) e a desaminação oxi-
dativa (ou seja, a remoção de um grupo amino de um ami-
noácido ou outro composto) constituem duas dessas vias 
que convertem aminoácidos em substratos, que são utili-
zados na produção de energia e de glicose, bem como na 
síntese de aminoácidos não essenciais. Os fatores de co-
agulação sanguínea, como fibrinogênio e a protrombina, 
bem como as proteínas séricas, como albumina, alfaglo-
bulina, betaglobulina, transferrina, ceruloplasmina e lipo-
proteínas, são formados no fígado. Os ácidos graxos pro-
venientes da dieta e do tecido adiposo são convertidos no 
fígado em acetil-coenzima-A pelo processo de betaoxida-
ção para produzir energia. Ocorre também produção de 
cetonas. O fígado sintetiza e hidrolisa triglicerídeos, fosfo-
lipídeos, colesterol e lipoproteínas. 
O fígado está envolvido no armazenamento, na ativação 
e no transporte de muitas vitaminas e minerais. Ele arma-
zena todas as vitaminas lipossolúveis, além da vitamina 
B12 e dos minerais zinco, ferro, cobre e manganês. As 
proteínas de síntese hepática transportam a vitamina A. O 
ferro, o zinco e o cobre na circulação sanguínea. O caro-
teno é convertido em vitamina A. O folato em ácido 5-metil 
tetrahidrofolato, e a vitamina D em sua forma ativa (25-
hidroxicolecalciferol) pelo fígado. 
Além de suas funções no metabolismo e no armazena-
mento de nutrientes, o fígado forma e excreta a bile. Os 
sais biliares são metabolizados e usados para a digestão 
e a absorção dos lipídeos e das vitaminas lipossolúveis. A 
bilirrubina é um produto metabólico final da destruição dos 
eritrócitos; é conjugada e excretada na bile. 
Os hepatócitos destoxificam a amônia, convertendo-a em 
ureia, da qual 75% são excretados pelos rins. A ureia re-
manescente retorna ao sistema gastrointestinal (SGI). O 
4 
 
fígado também metaboliza os esteroides. Ele inativa e ex-
creta a aldosterona, os glicocorticoides, o estrogênio, a 
progesterona e a testosterona. É responsável pela desto-
xificação de substâncias, como fármacos e álcool, bem 
como toxinas, como poluentes, pesticidas e herbicidas, fi-
toterápicos e cogumelos tóxicos (A. phalloides). Por fim, o 
fígado atua como câmara de filtração e irrigação ao remo-
ver bactérias e restos do sangue por meio da ação fago-
cítica das células de Kupffer localizadas nos sinusoides, e 
ao armazenar sangue que retorna da veia cava, como na 
insuficiência cardíaca direita. 
Avaliação Laboratorial da Função Hepática 
São utilizados marcadores bioquímicos para avaliar e mo-
nitorar pacientes com suspeita ou presença de doença he-
pática. Os ensaios enzimáticos medem a liberação das 
enzimas hepáticas, enquanto outros testes medem a fun-
ção hepática. As provas de triagem para doença hepato-
biliar incluem as concentrações séricas de bilirrubina, fos-
fatase alcalina, aspartatoaminotransferase e alanina ami-
notransferase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
NEMOEL ARAUJO NUTRIÇÃO CLINÍCA 
DOENÇAS HEPÁTICAS 
 
 
 
 
 
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