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CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADE METROPOLITANAS UNIDAS LABORATÓRIO DE PRÁTICA PROFISSIONAL EM NEGÓCIOS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RAFAEL ASSUMPÇÃO DUARTE AMBIENTE INTERNO E EXTERNO SÃO PAULO 2021 RAFAEL ASSUMPÇÃO DUARTE AMBIENTE INTERNO E EXTERNO Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como requisito obrigatório à obtenção do grau de Bacharel em Administração pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas. SÃO PAULO/SP 2021 1. HISTÓRICO ORGANIZACIONAL A cidade de São Luís, fundada em 1612, obteve grande influência dos franceses, portugueses e holandeses, sendo isso refletido na riqueza da arquitetura secular encontrada nos casarões azulejados, nas escadarias, becos e mirantes do Centro Histórico (IPHAN, 2007). Além do patrimônio histórico e cultural, São Luís também possui seu lado moderno com shopping centers, luxuosos hotéis, excelentes espaços para realização de eventos, com o acréscimo de belos rios, ilhas e 32km de praias que abrigam bares e restaurantes que aproveitam da vista inigualável, da gastronomia e da reconhecida hospitalidade do povo, para oferecer experiências singulares. É o caso do Laje98. Inaugurado no dia 18/05/2021, o Restaurante e Gastrobar “Laje 98” (FIGURA 01) conta com 03 ambientes e está localizado na Praia da Ponta D´Areia. O espaço cujo nome remete a laje que permite uma vista panorâmica do Centro Histórico e da praia além de decoração com grafitagem de artistas locais exaltando as riquezas da cidade, possui arquitetura moderna, paisagismo e jardinagem em ambientes que se diferenciam e se complementam. A laje é um ambiente mais informal, conta com música ao vivo, enquanto o ambiente climatizado é mais sofisticado e voltado aqueles que pretendem apreciar culinária contemporânea e/ou parrilla com maior privacidade e tranquilidade, enquanto o jardim possui um misto de informalidade e sofisticação além de dispor de um bar com design diferenciado. Os clientes e frequentadores habituais do Laje 98 fazem parte das classes A e B, pois o empreendimento foi projetado para atender as expectativas de um público exigente, que busca experiências gastronômicas diferenciadas e com requinte, sofisticação e o que os proprietários chamam de “boa música”, seja mecânica ou ao vivo. Para tanto, os fornecedores também são os mais conceituados a nível nacional e local. Fazem parte deles o Grupo Mateus que recentemente abriu capital na bolsa de valores, as cervejarias Heineken e Ambev, a Companhia do Vinho que dispõe de rótulos nacionais e internacionais, além da Fribal e seus segmentos. Como a maioria dos restaurantes, o modelo empregado é o B2B (bussiness to consumer), com algumas parcerias firmadas com representantes comerciais, por exemplo médicos e farmacêuticos que realizam reuniões de negócios ou confraternizações no estabelecimento. São oferecidos os pratos mais tradicionais da gastronomia contemporânea e parrilla, idealizados e preparados por chefs de cozinha. Os sócios Julcynara Teixeira (Psicóloga), Oldmar Júnior (Nutricionista) e Bárbara Wegener (Arquiteta), já possuem experiências bem-sucedidas anteriormente no ramo da gastronomia, e agora apostam nos conceitos de arquitetura, requinte e hospitalidade, com a pretensão de que o Laje 98 se transforme em referência gastronômica na cidade de São Luís. 2. NORTEADORES INSTITUCIONAIS Os norteadores institucionais de um empreendimento são constituídos como os pilares para o sucesso no mercado, são a base de sustentação das atividades de uma empresa e fundamentais para elaboração do planejamento estratégico, visto que sem eles, os gestores não conseguem ter um foco e direcionamento claros e sistematizados de como agir e desenvolver o trabalho. Apesar disso e do inegável sucesso anterior com o também inovador restaurante “Natural”, os proprietários da Laje 98 não elaboraram documentos sistematizados como um planejamento estratégico, um plano de negócios ou até mesmo um Canvas, antes ou após a operacionalização das atividades, o que se caracteriza como uma oportunidade para essa consultoria: construir juntamente com a empresa os norteadores institucionais. São eles: MISSÃO: Razão de existir do empreendimento; VISÃO: Expectativa para o futuro; VALORES: Preceitos éticos que norteiam a empresa, seus proprietários e colaboradores. 3. FORÇAS E FRAQUEZAS INSTITUCIONAIS 3.1 AMBIENTE INTERNO Constituindo-se como importante etapa do Planejamento Estratégico de uma organização, trata-se de um modelo de decisão unificador e integrador que tem por objetivos a delimitação dos domínios de atuação da organização, a descrição das condições internas de resposta ao ambiente externo além das formas de modifica-las com vistas ao fortalecimento organizacional. Para tanto é fundamental a análise do ambiente interno. Análise do ambiente interno comporta principalmente a combinação dos recursos internos que sustentam a competitividade da empresa, como recursos, os ativos, aspectos estruturais, produtivos, capacidades, competências essenciais, experiência no mercado, inovação, etc. A combinação desses recursos permite o alcance de vantagens competitivas ou, identificação das fragilidades de forma a desenvolver planos para dirimi-las (TAVARES, 2008) O processo de análise do ambiente interno deve ser realizado em três momentos. No primeiro são identificados os principais gaps institucionais, após a identificação é necessário hierarquiza-los em uma escala de prioridade, por fim, analisar criticamente as principais causas e efeitos destes. Seguindo essas etapas, os pontos fortes e fracos do local a ser analisado ficam em evidência, tornando a sua identificação clara. Esses pontos são variáveis internas que podem ser controlados e alterados pelos gestores e dirigentes da organização, diferentemente de ameaças e oportunidades externas que por fazerem parte do macroambiente, são incontroláveis. 3.2 AMBIENTE EXTERNO As empresas, enquanto sistemas vulneráveis às interferências externas estão sujeitas às constantes alterações que se dão em um ambiente marcado pela velocidade das inovações e competitividade exacerbada. Portanto, a identificação e monitoramento constante das variáveis que compõe o macroambiente são fundamentais para a elaboração de planos futuros, tanto de adaptações quanto de alterações e capacidade de resposta. No planejamento estratégico, os fatores que influenciam de forma indireta o macroambiente tanto das organizações constituem o ambiente externo (PORTER, 1985; KOTLER, 2005). Questões econômicas, sociais, políticas, alterações legislativas e normativas, a concorrência, a Pandemia de COVID-19 que transformou a forma como convivemos, consumimos e nos sujeitamos às diretrizes superiores, além de ter potencializado a desigualdade, pobreza e fome no nosso país, cortes orçamentários, mudanças de governo, emergência climática, etc. constituem o Kotler (2005) caracteriza como ameaças não controláveis, de caráter conjuntural, temporal, potencial e de mudança e são de máxima importância na Análise SWOT para direcionamento de ações estratégicas. Além do macroambiente como fatores externos à empresa, outras variáveis estão inseridas no microambiente e devem também ser identificadas e monitoradas pelos gestores. Inseridos nesse contexto estão os fornecedores, os clientes, as instituições financeiras, os concorrentes, etc. e embora não estejam sobre domínio da empresa, são fundamentais para a operacionalização saudável das atividades e impactam diretamente nos negócios Kotler (2005) prolonga ainda que o microambiente é composto com forças dinâmicas que exigem controle e esforço sinérgico para monitorá-las e, em caso de problemas,minimizá-las. 3.3 MATRIZ SWOT A Análise SWOT ou Análise FOFA é o acrônimo de uma clássica e eficaz ferramenta gerencial cuja visualização gráfica representa a análise ambiental das empresas. Seus principais objetivos são compor o planejamento estratégico a curto, médio e longo prazo, a elaboração de vantagens e diferenciais competitivos, e o monitoramento de variáveis externas. Ela se divide em quadrantes que representam o ambiente interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças). Para maior efetividade e seguindo os preceitos de Kotler (2005), a matriz foi elaborada com base em entrevistas com os gestores do Laje 98 com vistas a projeção de cenários futuros e elaboração de planos gerenciais e estratégicos. FIGURA 01: MATRIZ SWOT DO LAJE 98 Fonte: Elaborada pelo autor 3.4 ANÁLISE PEST + A A matriz PEST (e suas variantes) caracteriza-se por ser uma simples e eficaz ferramenta de análise cuja visualização gráfica comporta os fatores macroambientais que incidem sobre o ambiente do negócio. A utilização dessa matriz justifica-se pelo fato de que o sucesso de uma empresa depende da correta análise e acompanhamento das variáveis relacionadas ao setor de atuação, ambiente socioeconômico e político e inovações especialmente em decorrência de mudanças tecnológicas disruptivas (GUPTA, 2013). A análise PEST e suas variantes resultam de uma mnemónica na qual cada letra da palavra corresponde a uma categoria de fatores que serão analisados. São eles: P: fatores políticos que correspondem a intervenções governamentais; E: fatores econômicos como oferta e demanda, taxa cambial, inflação, etc.; S: fatores sociais que abrangem a pluralidade das relações socioculturais; T: fatores tecnológicos correspondem inovações e mudanças tecnológicas; A: fatores ambientais como alterações climáticas, poluição, lixo, etc.; Comumente a análise SWOT e a PEST são confundidas, porém, é importante frisar que a elaboração de uma não anula a outra, uma vez que a análise PEST abrange fatores que não são alcançados pela SWOT e que podem ser úteis para formatação de planos de expansão, mudança de segmento de mercado, condições socioeconômicas gerais do local de atuação, etc. que são complexas e multidimensionais, sendo importante utilizar as duas matrizes de forma complementar (GUPTA, 2013). TABELA 02: ANÁLISE PEST+A DO LAJE 98 POLÍTICOS ECONÔMICOS SOCIAIS TECNOLÓGICOS AMBIENTAIS Transição governamental Flexibilização da legislação trabalhista e previdenciária Endurecimento dos protocolos sanitários Aumento da inflação Diminuição do poder de compra Aumento da taxa de juros Elevação dos impostos Procura por empreendiment os sustentáveis Busca por alimentação saudável e produtos orgânicos Necessidade de valor agregado à experiência gastronômica Crescente automatização dos serviços Aumento da competitividade em função de aplicativos Economia Colaborativa e Disruptiva Elevação das temperaturas do planeta Perda da biodiversidade Evolução do agronegócio Surgimento de nova pandemia Fonte: Elaborada pelo autor 4. CADEIA DE VALOR ORGANIZACIONAL De acordo com Porter (1989) uma empresa é por natureza uma cadeia de valor representada por uma série de processos inter-relacionados. Dessa forma, para compreendê-la, necessário apreender as relações e os processos sinérgicos e simultâneos que compõe a razão de ser e a operacionalização dos processos organizacionais que tem por finalidade tanto a sustentabilidade da empresa, quanto a geração de lucro. Esse ecossistema pode ser desmembrado em dois tipos de atividades, primárias que são aquelas que envolvem diretamente os clientes, e as de apoio, que tem por finalidade dar suporte às atividades primárias. A representação gráfica da Cadeia de valor do Laje 98 foi construída através de entrevistas, pesquisas documentais e visita in loco, e pode ser analisada abaixo: FIGURA 02: CADEIA DE VALOR ORGANIZACIONAL DO LAJE 98 Fonte: Elaborada pelo autor 5. INTERPRETAÇÃO DOS AMBIENTES INTERNO E EXTERNO O setor de bares e restaurantes, por suas características, é capaz de dinamizar o desenvolvimento socioeconômico e proporcionar aos empreendedores e trabalhadores oportunidades de geração de divisas, emprego e renda, mesmo em períodos de crise como a da atual pandemia. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL), o mercado gastronômico foi um dos mais atingidos pelas medidas de restrição adotadas pela pandemia de COVID-19. Controles higiênicos e sanitários essenciais para comerciantes que manipulam alimentos, tomam proporções inestimáveis em momentos que exigem protocolos sanitários rigorosos ou medidas de isolamento, o que faz com que seja urgente a operacionalização do Delivery pelo Laje 98, tanto para maximização dos lucros, quanto para continuidade das atividades em contextos extremos. Além disso, reformulações no mercado de trabalho, nas leis trabalhistas, impactos macroeconômicos como inflação e diminuição do poder de compra do consumidor exigem dos gestores estratégias para garantir o engajamento, crescimento e manutenção dos estabelecimentos, em um contexto social e político marcado pela crescente preocupação com as questões ambientais e de saúde, no qual os consumidores, especialmente de classes mais abastadas, procuram empresas que estejam alinhadas com práticas ecológicas, que adotem além das obrigatórias técnicas de segurança certificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para manipulação, armazenamento e descarte de alimentos, políticas de compra de insumos agroecológicos que não prejudiquem a saúde. No ambiente interno, os gestores do Laje 98 devem atentar para a urgente construção dos norteadores institucionais e divulga-los ao público por meio das redes sociais e/ou mídias off-line, além disso, em entrevista com o gestor Oldmar Junior, o mesmo informou uma negociação com uma empresa para locação de estacionamento, porém, surge uma oportunidade de inovar nesse segmento, uma vez que os preços galopantes da gasolina e a emissão de gases de efeito estufa tornam cada vez mais inviável a utilização de carros particulares. A elaboração de um planejamento sinérgico que contemple o cruzamento dos fatores internos, externos e a multiplicidade das dimensões inerentes à atividade, certamente beneficiará os gestores que já tem um valor agregado pela sua experiência anterior no ramo, além de investir em treinamento e capacitação constante dos recursos humanos como forma de atingir a excelência na prestação de serviços e oferecer aos clientes além do tripé, boa música, boa comida e ambiente acolhedor, experiências autênticas que renderão não só o atendimento de uma necessidade básica, mas principalmente boas recordações e o objetivo final, fidelização. TABELA 02: SWOT CRUZADA AMBIENTE INTERNO ELEMENTO POTENCIALIDADE FRAGILIDADE A M B I E N T E OPORTUNIDADES Gestora com formação e experiência em Recrutamento e Seleção; Elaboração de Plano de Cargos e Salários; Desenvolvimento de Programas de Treinamento & Capacitação 03 ambientes com arquitetura e paisagismo que podem se tornar instagramáveis Construção dos Norteadores Institucionais Elaboração do Planejamento Estratégico Estratégia inovadora para estacionamento E X T E R N O RISCOS Estruturação do Delivery Estratégias de promoção por dia da semana Estabelecimento de convênios Parceria com produtores agroecológicos Implementação de projetos de Responsabilidade Social Implementação de estratégias de redução de lixo orgânico e inorgânico Adoção de reciclagem e doação de alimentos Fonte: Elaborada pelo autorREFERÊNCIAS GUPTA, A. Environmetal and pest analisys: an approach to external business environmnet. Meirt Research Journal of Art, Social Sciences and Humanities, Vol 1 N.2 pp 13-17, 2013. KOTLER, Philip. O papel da ampliação do movimento de marketing na história do pensamento de marketing. Journal of Public Policy & Marketing , v. 24, n. 1, pág. 114-116, 2005. PORTER, Michael E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho. 3ª ed. Rio De Janeiro: Campus, 1989. TAVARES, Mauro Calixto. Gestão Estratégica. São Paulo, Atlas, 2008.
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