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MICROBIOTA VAGINAL E COLPORREIAS

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1 
 
GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA 
 MICROBIOTA VAGINAL E COLPORREIAS 
Emanuel Antonio Lopes Domingos – Medicina UFES 
 
CONTEÚDO VAGINAL FISIOLÓGICO: 
Referido como corrimento pelas pacientes. 
Possui um aspecto de “Mingau de maisena” e é eliminado cerca de 0,5-11 
mL/dia. 
Composição: 
- Muco: Proveniente das Tubas, endométrio e endocérvice. Essas 
regiões são responsáveis por secretarem o muco. 
- Água: é um transudato que passa através dos canais intercelulares da 
parede vaginal. 
- Células descamadas; 
- Células inflamatórias (anticorpos); 
- Bactérias / fungos / vírus: bacteriocinas/ citocinas. 
 
CINÉTICA EPITELIAL ESCAMOSA: 
A cinética do epitélio muda ao longo da vida da mulher, a depender de seu 
status hormonal. Ocorre variações no pH, odor e microbiota. 
De uma forma geral é o estrogênio que estimula essa proliferação ou não do 
epitélio do colo e da vagina. 
2 
 
 
 
COLPORREIAS OU VULVOVAGINITES INFECCIOSAS: 
Quando se tem uma vulvovaginite, há uma alteração do aspecto e quantidade 
do conteúdo vaginal. Pode ocorrer alterações na(o): 
- Quantidade; 
- Cor: amarelo/amarelo-esverdeado, pus/sangue; 
- Aspecto: Ao invés de cremoso, pode ficar grumoso (como leite 
talhado) 
 
MICROBIOTA: 
A vagina tem uma quantidade e diversidade muita grande de 
microrganismos, variando de acordo com o período estrogênico em que a 
paciente se encontra. 
Se encontra cerca de 108 a 109 bactérias por grama. 
- Anaeróbicos; 
- Lactobacillus; 
- Cocos gram positivos, S. epidermidis, entercocos, Ureaplasma 
urealyticum, Gardnerella vaginalis, bacteroides, Mobiluncus mulieris, 
Mobiluncus curtisii, Mycoplasma hominis e Candida sp. 
- Chlamydia trachomatis, HPV, HSV e CMV; (não são considerados 
componentes da microbiota vaginal normal); 
3 
 
Obs: A flora endógena é potencialmente patogênica. Tudo depende da 
quantidade desses microrganismos nesse ambiente. 
 
As vulvovaginites surgem em decorrência da perda do equilíbrio da 
microbiota vaginal. 
 
LACTOBACILOS: 
Possuem um grande potencial de oxi-redução. Têm alta aderência ao muco. 
Produzem: 
- H202, que é letal contra G.vaginalis, Bacteroides, E.coli. 
- Ácido lático; 
- Biossurfactantes: impedem a formação de biofilmes. 
- Bacteriocinas: criparinas/lactocinas, gasserinas; 
- Competição por receptores; 
Obs: existe melhores cepas de lactobacilos: L. crispatus, L. jensenii e L. 
gasseri. Eles têm a capacidade de produzirem o D-ácido lático. 
As principais espécies de Lactobacillus que colonizam a vagina são: 
- Lactobacillus crispatus; 
- Lactobacillus jensenii; 
- Lactobacillus gasseri; 
- Lactobacillus iners. 
95% das cepas de L. crispatus e L. jensenii produzem H202. São 
considerados os “bons”. 
Já os L. gasseri e L. iners se associam com flora intermediária e vaginose 
bacteriana. São considerados os “ruins”. 
4 
 
 
 
As mulheres que possuem menores populações de lactobacilos “bons” têm 
maiores riscos de contrariem ISTs e, se caso gestantes, de darem a luz a bebês 
prematuros. 
 
 
 
 
5 
 
 
 
VAGINOSE BACTERIANA: 
Etiologia: substituição de Lactobacilos por G. vaginalis e Baterióides 
anaeróbicos (100 a 1000x); o que vem primeiro? É infecção? É DST? 
Já foram descritas mais de 70 espécies, vários grupos filogenéticos, sem 
predominância. Também já foi descrito mulheres com mais de 45 espécies. 
Sinais e sintomas: assintomáticas em até 50%; fluxo homogêneo 
(“corrimento”), fétido (cheiro de peixe podre). 
Diagnóstico: clínico (critérios de Amsel); exame a fresco (morfotipo e clue 
cells) e Gram (Nugent 1991); Papanicolau (morfotipo e clue cells). 
Critérios de Amsel1 
Os critérios de Amsel são quatro. Para estabelecer o diagnóstico clínico da 
vaginose bacteriana, pelo menos três dos quatro parâmetros devem ser 
atendidos. 
Para fazer isso, é necessária uma amostra de corrimento vaginal com um 
cotonete estéril. De acordo com o estudo da secreção, o seguinte será 
confirmado: 
Aparência de corrimento vaginal 
O corrimento vaginal tem uma aparência leitosa, homogênea, acinzentada ou 
amarelada, chamada leucorréia. Em alguns casos, é fedorento. A diferença entre 
vaginose bacteriana e outras patologias causadoras de leucorréia é muito difícil 
de estabelecer, principalmente devido à subjetividade na observação do 
corrimento vaginal. De fato, em alguns casos, a mudança entre o corrimento 
 
1 https://maestrovirtuale.com/criterios-de-amsel/ 
6 
 
vaginal considerado “normal” em alguns pacientes é muito sutil e pode ser 
confundida com a característica corrimento vaginal espesso no final do ciclo 
menstrual devido ao aumento da progesterona. Aproximadamente 50% das 
pacientes com vaginose bacteriana não percebem diferença no corrimento 
vaginal, principalmente em mulheres grávidas. 
PH vaginal superior a 4,5 
Às vezes, o pH pode ser elevado se houver presença de restos de sangramento 
menstrual, muco cervical ou sêmen após a relação sexual; portanto, não é um 
critério tão específico sozinho para o diagnóstico de vaginose. 
Teste positivo de aminas (10% KOH) 
Também é conhecido como “teste do olfato”; Apesar de ser um critério bastante 
específico, não é muito sensível. Isso significa que, mesmo que dê resultados 
positivos, indicará a presença de uma vaginose bacteriana, nem toda vez que a 
infecção for estabelecida será positiva. Esse teste envolve a adição de uma gota 
de hidróxido de potássio a 10% à amostra de secreção vaginal. Se um odor ruim 
começar a aparecer (algumas literaturas o descrevem como cheiro de peixe), o 
resultado do teste de aminas é considerado positivo. Isso acontece porque, 
quando o hidróxido de potássio entra em contato com o corrimento vaginal, a 
liberação de aminas imediatamente leva ao aparecimento de odor desagradável. 
Se nenhum odor ruim aparecer, uma infecção não bacteriana é considerada e 
sugere uma possível candidíase. 
Presença de células descascadas 
A presença de células descamativas corresponde aos critérios mais específicos e 
sensíveis para estabelecer o diagnóstico de vaginose bacteriana. São células 
epiteliais escamosas cobertas por cocobacilos que são claramente evidenciadas 
na microscopia eletrônica e praticamente estabelecem o diagnóstico 
isoladamente. Os critérios de Amsel separadamente não podem estabelecer um 
diagnóstico preciso devido à subjetividade na observação do corrimento vaginal 
e aos vários estados fisiológicos que podem levar ao aparecimento desses 
critérios. No entanto, a presença de três critérios estabelece um diagnóstico 
preciso em 90% dos casos. 
7 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
Complicações: DRR; complicações pós-operatório, maior risco para HIV; 
risco aumentado de Trabalho de Parto Prematuro; 
 
Epidemiologia: mais comum infecção vaginal 
Existe associação epidemiológico com ISTs; frequência sexual; número de 
parceiros; parceiro novo; preservativo (sem evidência de alguma prática 
sexual específica); parceiros sem circuncisão; HSV; HIV; N. gonorrhoeae, 
C. trachomatis; T. vaginalis (aumente a 60% o risco de aquisição). 
As evidências não são suficientes para indicar secreening ou tratamento de 
pacientes de baixo risco. 
 
Tratamento: 
 
9 
 
Não se recomenda tratar parceiros. 
 
 
VAGINITE DESCAMATIVA INFLAMATÓRIA (VAGINITE 
AERÓBICA) 
Etiologia: Infecção por S. agalactiae ? Líquen plano. Tem poucos 
anaeróbicos. 
Ela gera uma inflamção exsudativa bem evidente. 
 
Ela pode ter uma coloração amarelo-avermelhada, e o pH geralmente é maior 
do que a vaginose bacteriana, em torno de 5,5 e 6. 
Apresenta fluxo purulento, crônico, ulcerações, hemorragia. 
Diagnóstico: exclusão de outra doença; exame a fresco; Papanicolau. 
 
CANDIDÍASE VAGINAL: 
10 
 
Etiologia: Candida albicans e não albicans; 
Patogênese: inflamação exsudativa em resposta à invasão tecidual e 
metabólitos (acetaldeído e etanol); RI Th1 (IL-2, IFN gama, IL-12) / Th2(IL-4, IL-10 IgG, Histamina, PGE2). 
Quadro clínico: variável conforme a carga e formas fúngicas: fluxo 
grumose, hiperemia, edema, prurido, ardor. Parceiros podem apresentar 
sintomas autolimitados. 
Diagnóstico: exame a fresco; Gram; Papanicolau; Cultura. 
A cultura deve ser feita quando se suspeita de uma Candida não albicans. 
 
 
Diagnósticos diferenciais: alergia, irritação e vaginose citolítica. 
Fatores predisponentes: gestação, uso de antibióticos. 
Gravidez: maior concentração de glicogênio no tecido vaginal (fonte 
de carbono para Candida sp); presença do receptor para hormônio 
sexual no citosol de C. albicans; capacidade in vitro dos hormônios 
sexuais favorecerem a formação de micélios. 
11 
 
Complicações: doença recorrente; aumento do risco para HIV; 
Epidemiologia: segunda mais comum infecção vaginal; 
 
Tratamento: 
 
12 
 
 
 
VULVOVAGINITE (CANDIDÍASE) RECORRENTE 
 
 
13 
 
 
 
VULVOVAGINITES ALÉRGICAS: 
Pode ser causada por inalantes, alimentos, drogas, sêmen, látex, 
espermicidas, absorventes, produtos tópicos, corantes, parasitas, ácaro. 
 
VAGINOSE CITOLÍTICA: 
Etiologia: exacerbação da população de lactobacilos, deixando o pH vaginal 
muito ácido. 
 
Patogênese: citólise, ausência de inflamação. 
Quadro clínico: semelhante ao da Candidíase vaginal; 
Diagnóstico: exame a fresco; papanicolau; 
14 
 
Epidemiologia: 5 a 7% das mulheres com fluxo; 
 
TRICOMONÍASE VAGINAL: 
Etiologia: T. vaginalis (protozoário anaeróbio e flagelado); 
Transmissão: quase que exclusivamente sexual (70-80% dos parceiros 
acometidos); 
Infecta o epitélio vaginal, mas pode atingir outros sítios do trato urogenital, 
como a uretra, o reto, a próstata. 
Patogênese: respostas celular, humoral e secretora. Leucocitose PMN. 
Epidemiologia: é a IST curável mais comum. Prevalência entre 18 e 50%, a 
depender da população estudada. 
É comum a associação com outras ISTs. Há um sinergismo com HIV 
(aumenta em 2-4x a transmissão e infectividade). 
Aumenta as chances de Complicações reprodutivas: 
- Infecção pós-cesárea; 
- RUPREMA; 
- Parto pré-termo; 
- BPN; 
Quadro clínico: 
- Assintomática (20 – 50% tem sintomas); 
- Corrimento amarelo-esverdeado; 
- Edema, eritema, escoriações na vulva; 
- Colpite característica (colo em framboesa/iodo trigróide); 
- Disúria, polaciúria, dor pélvica. 
Diagnóstico: 
15 
 
 
 
Tratamento:

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