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Mecânica dos Solos I Lista de Exercícios no3 1) Calcule as tensões efetivas finais nos pontos A e B, e na profundidade z = -14m. Considere o carregamento retangular uniformemente distribuído, Q = 340kPa, e os dados da Figura I. Figura I 2. Calcule o acréscimo de tensão no ponto I (Figura II) por Boussinesq e Westergaard, para: a) solo argiloso (H = 8m) e b) solo arenoso (H = 10m). Faça uma análise comparativa dos resultados. Dados: solo argiloso µ = 0,40 e solo arenoso µ = 0,20. Figura II LISTA III - Mecânica dos Solos Aluna: Isabella do Socorro Neves Mergulhão Matrícula: 21850575 Para o cálculo das tensões geostáticas iniciais, necessita-se do γsat (pois os solos são saturados) e z. Nesta questão, não foi dado o γsat, portanto, ele será deduzido abaixo de forma a achar uma correlação que envolva os índices físicos dados. γ𝑠𝑎𝑡 = 𝑃 𝑉 , 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑉𝑣 = 𝑉𝑤 γ𝑠𝑎𝑡 = 𝑃 𝑉 = 𝑃𝑤 + 𝑃𝑠 𝑉𝑤 + 𝑉𝑠 Foi dado w, e sabe-se que 𝑤 = 𝑀𝑤∙𝑔 𝑀𝑠∙𝑔 = 𝑃𝑤 𝑃𝑠 , assim como, foi dado γ𝑠 = 𝑃𝑠 𝑉𝑠 . A partir deles, obtém-se 𝑃𝑤 = 𝑤 ∙ 𝑃𝑠 e 𝑃𝑠 = γ𝑠 ∙ 𝑉𝑠, portanto: γ𝑠𝑎𝑡 = 𝑤 ∙ 𝑃𝑠 + 𝑃𝑠 𝑉𝑤 + 𝑉𝑠 = 𝑤 ∙ γ𝑠 ∙ 𝑉𝑠 + γ𝑠 ∙ 𝑉𝑠 𝑉𝑤 + 𝑉𝑠 = γ𝑠 ∙ 𝑉𝑠 ∙ (𝑤 + 1) 𝑉𝑤 + 𝑉𝑠 A partir de 𝑒 = 𝑉𝑣 𝑉𝑠 , obtém-se 𝑉𝑣 = 𝑉𝑤 = 𝑒 ∙ 𝑉𝑠 e portanto, substituindo na última igualdade: γ𝑠𝑎𝑡 = γ𝑠 ∙ 𝑉𝑠 ∙ (𝑤 + 1) 𝑒 ∙ 𝑉𝑠 + 𝑉𝑠 = γ𝑠 ∙ 𝑉𝑠 ∙ (𝑤 + 1) 𝑉𝑠 ∙ (𝑒 + 1) = γ𝑠 ∙ (𝑤 + 1) (𝑒 + 1) Line Line Como a questão não forneceu o valor de e, será necessário fazer uma dedução para encontrar uma correlação que utilize os índices físicos dados e ela será feita a seguir. 𝑒 = 𝑉𝑣 𝑉𝑠 Como 𝑆𝑟 = 𝑉𝑤 𝑉𝑣 , tem-se que 𝑉𝑣 = 𝑉𝑤 𝑆𝑟 . Portanto: 𝑒 = 𝑉𝑤 𝑉𝑠 ∙ 𝑆𝑟 A partir de γ𝑤 = 𝑃𝑤 𝑉𝑤 , obtém-se 𝑉𝑤 = 𝑃𝑤 γ𝑤 e, portanto: 𝑒 = 𝑃𝑤 γ𝑤 ∙ 𝑉𝑠 ∙ 𝑆𝑟 A seguir, partindo de γ𝑠 = 𝑃𝑠 𝑉𝑠 , tem-se que 1 𝑉𝑠 = γ𝑠 𝑃𝑠 , então: 𝑒 = 𝑃𝑤 ∙ γ𝑠 γ𝑤 ∙ 𝑃𝑠 ∙ 𝑆𝑟 Por fim, como 𝑤 = 𝑀𝑤∙𝑔 𝑀𝑠∙𝑔 = 𝑃𝑤 𝑃𝑠 , obtém-se: 𝑒 = 𝑤 ∙ γ𝑠 γ𝑤 ∙ 𝑆𝑟 PARA O SOLO ARGILOSO: 𝑒 = 𝑤 ∙ γ𝑠 γ𝑤 ∙ 𝑆𝑟 = 1,08 ∙ 22 10 ∙ 1,00 = 2,376 γ𝑠𝑎𝑡 = γ𝑠 ∙ (𝑤 + 1) (𝑒 + 1) = 22 ∙ (1,08 + 1) (2,376 + 1) = 13,55 𝑘𝑁/𝑚3 PARA O SOLO ARENOSO: 𝑒 = 0,98 𝑤 ∙ γ𝑠 γ𝑤 ∙ 𝑆𝑟 = 0,98 = 𝑤 ∙ 26,5 10 ∙ 1,00 𝑤 = 36,98% γ𝑠𝑎𝑡 = γ𝑠 ∙ (𝑤 + 1) (𝑒 + 1) = 26,5 ∙ (0,3698 + 1) (0,98 + 1) = 18,33 𝑘𝑁/𝑚3 TENSÕES GEOSTÁTICAS INICIAIS σ = γ𝑠𝑎𝑡 ∙ 𝑧 = 13,55 ∙ 10 + 18,33 ∙ 4 = 208,82 𝑘𝑃𝑎 𝑢 = γ𝑤 ∙ 𝑧 = 10 ∙ 14 = 140 𝑘𝑃𝑎 𝜎′ = 𝜎 − 𝑢 = 208,82 − 140 = 68,82 𝑘𝑃𝑎 ACRÉSCIMO DE TENSÃO Para os cálculos de acréscimo de tensão foram utilizadas as informações do gráfico abaixo, disponível no livro do Carlos Souza Pinto. PONTO A Para o cálculo do acréscimo de tensão no ponto A, de acordo com a solução de Newmark, ele precisar estar em um dos vértices do retângulo, portanto, foi considerado um dos quadrados de acordo com a divisão abaixo: A 5 m 2 m A 10 m 4 m Na tabela a seguir estão expostas as informações calculadas. PONTO B Assim como no ponto A, para o cálculo do acréscimo de tensão no ponto B, de acordo com a solução de Newmark, ele precisar estar em um vértice do retângulo, portanto, criou-se um retângulo maior para acomodá-lo. Entretanto, como a nova área criada não corresponde de fato ao terreno em estudo, então, ao final, é necessário fazer o ajuste (por meio de subtrações) para obter-se os resultados corretos. A nova área está mostrada na figura abaixo: PONTO A Q (kPa) 340 a (m) 5 b (m) 2 z (m) 14 m a / z = 0,357 n b / z = 0,143 Iσ' 0,019 Iσ' Total Iσ' *4 = 0,076 ∆σ'z (kPa) Q* Iσ' Total = 25,840 A 10 m 4 m B 3 m 4 m A 10 m 4 m Os cálculos dos acréscimos de tensão foram feitos e estão alocados na tabela a seguir, sendo que os retângulos correspondentes estão na foto abaixo: PONTO B Retângulo maior R1 R2 R3 Q (kPa) 340 Q (kPa) 340 Q (kPa) 340 Q (kPa) 340 a (m) 14 a (m) 7 a (m) 14 a (m) 4 b (m) 7 b (m) 4 b (m) 3 b (m) 3 z (m) 14 z (m) 14 z (m) 14 z (m) 14 m 1,000 m 0,500 m 1,000 m 0,286 n 0,500 n 0,286 n 0,214 n 0,214 Iσ' 0,120 Iσ' 0,055 Iσ' 0,059 Iσ' 0,026 Iσ' Total = (Iσ' retângulo maior - Iσ' R1 - Iσ' R2 + Iσ' R3) = 0,032 ∆σ'z (kPa) = Iσ' Total * Q = 10,880 TENSÕES EFETIVAS FINAIS Tensões Efetivas Finais (σ' + ∆σ'z) (kPa) PONTO A PONTO B 94,66 79,70 A B Retângulo maior A B R1 A B R2 A B R3 Para o cálculo de acréscimo de tensão em um ponto, existem as duas fórmulas abaixo: Boussinesq Westergaard Para este problema, foram utilizadas as duas, para a observação da diferença de resultados. E os resultados estão apresentados na tabela abaixo: Acréscimos de Tensão Solo Argiloso Solo Arenoso Boussinesq Westergaard Boussinesq Westergaard F (kN) 500 F (kN) 500 F (kN) 500 F (kN) 500 z (m) 8 z (m) 8 z (m) 10 z (m) 10 r (m) 6 r (m) 6 r (m) 6 r (m) 6 ∆σ'z (kPa) 1,223 µ 0,40 ∆σ'z (kPa) 1,107 µ 0,20 - - ƞ 0,408 - - ƞ 0,612 ∆σ'z (kPa) 0,816 ∆σ'z (kPa) 0,774 Lembrando-se que para o cálculo do ƞ, utilizou-se a seguinte expressão: ƞ = √ 1−2µ 2−2µ . Com relação aos resultados pode-se observar uma diferença considerável no acréscimo de tensão no mesmo solo ao variar-se a equação de cálculo, cerca de 43,21%. Boussinesq foi a pioneira entre essas duas analisadas e é válida, entretanto não leva em consideração a granulometria dos solos. Ela considera apenas a força aplicada, a profundidade do ponto em relação ao nível de referência e a distância horizontal entre a força aplicada e o ponto de análise. Já a equação de Westergaard leva em consideração no cálculo do ƞ o coeficiente de Poisson (µ), que é um parâmetro que reflete o quanto o solo deforma no sentido horizontal em relação à deformação no sentido do carregamento. Ou seja, as características de cada solo interferem no cálculo do acréscimo de tensão e em como a carga distribuída vai agir em um determinado terreno. O que torna a equação de Westergaard mais realista e precisa que a de Boussinesq.
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