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Tireoidites As tireoidites promovem lesão inflamatória do parênquima tireoidiano, de forma que o conteúdo coloide dos folículos é extravasado, liberando tireoglobulinas T3 e T4 para a circulação. Fase inicial: tireotoxicose manifesta ou subclínica Após as primeiras semanas o hormônio estocado já foi liberado, enquanto a lesão das células foliculares reduz a síntese de hormônios tireoidianos hipotireoidismo Tireoidites subagudas: fase de hipotireoidismo é autolimitada, pois o tecido tireoideo regenera-se mais tarde. PRINCIPAIS TIREOIDITES AGUDAS: infecciosa SUBAGUDAS: TLSA (linfocítica), TGSA (granulomatosa), pós parto CRÔNICAS: Hashimoto, fibrosante de Riedel. CAUSAS MAIS COMUNS Bacteriana – 70% staphylo aureus, strepto pyogenes, strepto pneumoniae Fungos – aspergillus, coccidiodes immitis, cândida albicans, pneumocystis jirovecii Secundária a sífilis, tuberculose, parasitoses (quinococcose) e tripanossomíase. A tireoide tem alta resistência a infecções, encapsulada, alto teor de iodo, risco suprimento sanguíneo, extensa drenagem linfática. É mais frequente em imunodeprimidos, debilitados ou idosos. TIREOIDEITE AGUDA É raramente encontrada nessa fase! MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Acometimento assimétrico Dor cervical anterior unilateral – pode irradiar para mandíbula ou o ouvido homolateral Febre, sudorese e astenia Podem ocorrer calafrios se houver bacteriemia Disfonia e disfagia Frenquentemente precedida por infecção aguda do trato respiratório superior Em adultos pode se apresentar como massa indolor em região anterior do pescoço Exame físico: Sinais flogísticos no lado acometido – pele eritematosa, intensa dor à palpação e às vezes, flutuação. Lobo esquerdo é mais atingido Linfadenomegalia cervical é comum Sinais de hipertireoidismo: taquicardia, pele quente, tremor nas mãos – podem ser encontrados. ALTERAÇÕES LABORATORIAIS Leucocitose com desvio à esquerda Elevação da velocidade de hemossedimentação VHS Função tireoidiana mostra-se normal Pode haver hipertiroidismo Hipocaptação de iodo na região envolvida (percebe-se pela cintilografia) US: geralmente possibilita a localização do abcesso ou do processo supurativo. DX: confirmada por bacterioscopia e cultura. Histologicamente: infiltrado de leucócitos polimorfonucleares e linfócitos, o qual pode vir associado a franca necrose tireoidiana e formação de abcesso. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Principal distinção é com tireoidite granulomatosa subaguda (TGSA) TA: dor tem maior intensidade e é mais comum a linfadenomegalia cervical; além de eritema e formação de abcesso Leucocitose com desvio a esquerda e elevação de VHS estão presentes nas duas Hipertireoidismo mais frequente na TGSA TRATAMENTO Antibioticoteriapia apropriada por bacterioscopia e cultura do material obtido pela PAAF Casos graves: internação para atb ou terapia antifúngica IV Se nenhuma bactéria for isolado pode-se inicial tto empírico de amplo espectro Em pct pediátrico – TC ou RM da região cervical para investigar se há fistula comunicante como a do seio piriforme, se forem encontradas devem ser reomovidas. Qualquer abcesso deve ser drenado, seja por PAAF ou por cirurgia. PROGNÓSTICO Infecções tireoidiana são protencialmente letais e seu prognóstico depende de pronto reconhecimento e tratamento adequado. Taxa de mortalidade – 12% Resposta ao tto clínico é satisfatória, no entanto pode haver lesão de tireoide. TIREOIDITES SUBAGUDAS TGSA – dolorosa TLSA (tireoidite linfocítica subaguda) – indolor Tireoidite pós parto FASE 1: tireotoxicose FASE 2: hipotireoidismo FASE 3: eutiroidismo DX DIFERENCIAL: Graves devido a tireoxicose, deve-se realizar cintilografia com iodo marcado ou RAIU-24H Cintilografia: se ta produzindo muito, ela capta mais iodo. Em graves aumenta captação, em subaguda está reduzida. RAIU-24H: iodo radioativo + sonda gama – avalia produção. TGSA – tireoidite granulomatosa subaguda Tireoidite de De Quervain, tireoidite subaguda dolorosa, tireoidite de células gigantes e tireoidite granulomatosa Processo inflamatório autolimitado Causa mais comum de dor na tireoide 30-50 anos, mulheres Causa viral possivelmente, relacionada com caxumba, sarampo, doença da arranhadura do gato, faringoamidalites Infiltração de polimorfosnucleares mononucleares e células gigantes com formação de microabcessos e fibrose. Destruição dos folículos e proteólise da tireoglobulina CLINICA Fase prodromica: mal estar, artralgia, mialgia, faringite e febre baixa Dor cervical após 1-3 semanas após infecção viral Tireotoxicose em cerca de 50% dos casos 1. FASE DOLOROSA AGUDA INICIAL COM HIPERTIREOIDISMO Intensificação da febre + dor na região da tireoide – moderada ou intensa Dor agrava com tosse, deglutição e movimentação do pescoço. Pode irradiar para região occipital, parte superior do pescoço, mandibbula, garganta ou ouvidos Aumento de VHS É uma reação granulomatosa para reagir a infecção 2. EURITOIDISMO Duas primeiras fases são transitórias – regride em poucas semanas 3. HIPOTIREOIDISMO 4. EUTIREOIDISMO: reconstrução da glândula, porém pode acontecer o hipotireoidismo permante RARAMENTE HÁ PRESENÇA DE ERITEMA E CALOR NA PELE, ADENOPATIA CERVICAL É RARA. EXAME FÍSICO: Tireoide com bócio nodulor de consistência firme, bastate doloroso e na maioria das vezes unilateral TRATAMENTO Manejo da dor e se necessário controlar os sintomas da tireotoxicose e tratar hipotireoidismo DOR: AINES: eficazes em casos mais brandos. Se não houver melhora em 2-3 dias inicia-se glicocorticoide Glicocorticoide: em caso refratário ao AINE. Alivio em 24-48, caso o contrario o dx deve ser questionado Geralmente prednisona 40-60mg/dia Em caso de agravamento deve-se aumentar a dose HIPERTIROIDISMO Betabloqueadores: representam a melhor opção. Propanolol 40mg 2-4x/dia HIPOTIROIDISMO Levotiroxina: na maioria não requer tratamento. Nos casos mais graves ou mais sintomáticos – 50-100ug/dia por 6-8 semanas. Depois deve ser descontinuada com nova avalição após 4-6 semanas para verificar se é permanente PROGNÓSTICO Hipotiroidismo permante em até 15% dos casos TIREOIDITE LINFOCÍTICA SUBAGUDA Geralmente nãos e dá diagnóstico Pode ocorrer após o término da gravidez caracterizando a tireoidite pós parto Estudos sugerem ser doença autoimune Infiltração linfocítica acentuada que pode ser difusa ou focal CLINICA Indolor e transitória Sintomática – hiper: calor, nervosismo, palpitações, emagrecimento, mas pode passar desapercebio LABORATORIAL Semelhante a TGSA, porém com anticorpo anti-Tg frequente e anti-TPO mais frequente ainda VHS normal ou pouco elevada Hemograma geralmente normal, leucocitose ocasional Indolor, ausência de orbitopatia (diferente de graves) Anticorpo antirreceptores do TSH habitualmente normais (diferente de graves) TRATAMENTO Não há tratamento específico Dor, controle do hiper ou hipo se necessário HIPER: geralmente leve e não requer tratamento. Quando necessário utiliza-se betabloqueador. Raramente é necessário uso de glicocorticoide (apenas em casos refratários) Em caso de reincidiva pensa-se em radioiodo ou tireoidectomia subtotal HIPO: é temporário, reposição não é necessária. Se permanecer requer terapia de reposição plena de L-t4 PROGNÓSTICO: rsico maior de desenvolver hipo e bócio permanete. Reincidivas mais frequentes. TIREOIDITES CRÔNICAS TIREOIDITE DE HASHIMOTO (TH) Tireoidite crônica autoimune – causa mais comum de hipotireoidismo em locais sem deficiência de iodo Mulheresmais velhos, prevalência de 15% nesse grupo Mas pode ocorrer em qualquer idade e em ambos os sexos ETIOPATOGENIA etiologia desconhecida, mas existência de fatores genéticos e adquiridos associados Reação imunologica voltada contra uma série de antígenos tireoidianos, utilizando tanto a via celular (citotóxica pelos CD8) quanto via humoral (autoanticorpos) Anticorpos comumente encontrados: -antitireoperoxidase (TPO) -antitireoglobulina -antirreceptor de TSH -antitransportador de iodo Fator ambiental: infecções virais, principalmente HepC, consumo de iodo fator hormonal: estrogênio parece aumentar a resposta imune PATOLOGIA: formação de imunocomplexos na membrana basal das células foliculares levando à infiltração linfocitária e hiperplasia folicular. Pode progredir para fibrose da glândula. QUADRO CLÍNICO Fase inicial com elevação transitória (semanas a meses) dos hormonoios tireoidianos eventualmente levando a tireotoxicose clinicamente manifesta (hashitoxicose) A maioria se apresenta assintomática no início da doença, sendo o diagnóstico suspeitado a partir dos exames de função tireoidiana ao acaso ou pela presença de bócio Hipertiroidismo pode ser um sintoma inicial em cerca de 5% dos casos Bóciio: volume da tireoide 2-4x o normal Segunda fase: hipotiroideismo subclinico, elevação de tsh com t4 ainda dentro da faixa de normalidade Terceira fase: hipotireoidismo clinicamente manisfesto: média de 5% dos casos ao ano Tireoidite atrófica – evolução tardia da TH com anticorpos positivos, sem bócio e com hipotiroidismo Associação frequente de TH com outras doenças autoimunes: vitiligo, anemia perniciosa, doença de addsion, dm1 e doença celíaca. -Sd de Down e Turner possuem maior chance de desenvolver. Mulheres com SOP ENCEFALOPATIA DE HASHIMOTO: condição na qual se encontram presentes altos títulos de anticorpos anti-tpo apresentando boa resposta aos glicocorticoides. Idade média: 44 anos Sinais semelhantes a AVC, convulsões, psicose, aumento de proteínas no líquos, alterações no eletroencefalograma Aumenta risco de linfoma de tireoide, a suspeita deve ser feita quando houver aumento súbito ou localizado do bócio e/ou sintomas compressivos
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