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UNIDADE 4 - Modalidades e pesquisa científica

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UNIDADE 4. 
Modalidades e técnicas da pesquisa 
científica 
Wheslley Rimar Bezerra 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
• bullet 
Conhecer os conceitos, interesses e motivações da 
pesquisa científica; 
• bullet 
Compreender os aspectos fundamentais para a 
delimitação do tema de uma pesquisa científica; 
• bullet 
Conhecer o campo de aplicação científica; 
• bullet 
Identificar modalidades, métodos e técnicas de 
pesquisa; 
• bullet 
Analisar e interpretar dados, bem como apresentar 
resultados. 
TÓPICOS DE ESTUDO 
Clique nos botões para saber mais 
Pesquisa científica 
– 
// Delimitação do tema 
// Campo da aplicação científica 
// A entrada no campo 
Modalidade de pesquisa 
– 
// Métodos 
 
Técnicas 
– 
// Coleta de dados 
// Análise e interpretação de dados 
// Apresentação dos resultados 
Pesquisa em impresso e on-line (Bireme, Lilacs, SciELO e Google 
Acadêmico) 
– 
// Bireme e Lilacs 
// SciELO 
// Google Acadêmico 
 
Pesquisa científica 
Seção 2 de 5 
 
A pesquisa científica é uma atividade desenvolvida pelos investigadores com o 
intuito de entender melhor o mundo à sua volta e propiciar novas descobertas, 
impactando em aprimoramento da qualidade da vida intelectual e refletindo nos 
modelos de desenvolvimento econômico e social. 
As atividades de pesquisa requerem do investigador o 
planejamento, o conhecimento e a adequação às normas 
científicas. 
O estudo e a pesquisa estão presentes em toda a vida do 
acadêmico e, por isso, é tão importante que o estudante 
compreenda algumas questões a eles relacionadas. O 
desenvolvimento de estudos científicos se torna uma experiência 
prática e teórica do pesquisador e da comunidade científica em 
que se insere, pois, assim, é possível refletir sobre acontecimentos 
ocorridos na sociedade da qual faz parte. 
 
EXPLICANDO 
A pesquisa tem por objetivo a produção de novos 
conhecimentos por meio da utilização de procedimentos 
científicos. Contribui para o trato dos problemas e processos 
do dia a dia nas mais diversas atividades humanas, no 
ambiente de trabalho, nas ações comunitárias, no processo 
de formação e outros. 
Diversos autores já publicaram suas percepções e conceitos sobre 
pesquisa e muitos salientam que é um processo de perguntas e 
investigação sistemática e metódica, e que amplia o conhecimento 
humano. Sendo assim, é necessário compreender que a ciência, 
desenvolvida por meio da pesquisa, é um conjunto 
de procedimentos sistemáticos baseados nos raciocínios lógico e 
analítico, com o objetivo de encontrar soluções para os problemas 
propostos, mediante o emprego de métodos científicos e definição 
de tipos de pesquisa. 
O conhecimento se torna uma premissa para o desenvolvimento do ser humano 
e a pesquisa como a consolidação da ciência. 
Existe a possibilidade de o aluno pesquisador desenvolver estudos 
científicos para construir e gerar novos conhecimentos, mas, 
principalmente, para contribuir com a evolução de informações em 
uma determinada área de atuação profissional. 
O pesquisador utiliza conhecimentos teóricos e práticos. Para que 
isso ocorra, é necessário ter habilidades para a utilização de 
técnicas de análise, entender os métodos científicos e os 
procedimentos com o objetivo de encontrar respostas para as 
perguntas formuladas. 
Jill Collis e Roger Hussey ressaltam em sua obra Pesquisa em 
administração: um guia prático para alunos de graduação e pós-
graduação, de 2005, que o objetivo da pesquisa pode ser: 
 
Tabela 1. Objetivos de uma pesquisa. 
O aluno pesquisador necessita de métodos e procedimentos 
precisos, planejamento eficaz, critérios e instrumentos adequados 
que passem confiança e credibilidade tanto aos envolvidos no 
processo quanto no resultado do trabalho. 
O método da pesquisa e outras questões relacionadas ao seu 
estudo serão de acordo com o tipo de trabalho que desenvolve, já 
que os resultados das investigações podem ser encontrados sob a 
forma de trabalhos técnico-científicos, publicados em revistas 
científicas, em eventos e em instituições de Ensino Superior. 
 
É necessário compreender que a pesquisa consolida a ciência de 
determinada área, divulgando, por meio de trabalhos técnico-
científicos nos cursos de graduação e pós-graduação, os 
conhecimentos práticos e teóricos descobertos pelos 
pesquisadores por meio do uso de métodos científicos que 
impulsionam o crescimento humano. 
O pesquisador deve se preocupar, então, em estabelecer um 
planejamento e execução da pesquisa, pois essas duas 
características fazem parte de um procedimento sistematizado que 
compreende etapas que podem ser definidas como: 
Clique nos botões para saber mais 
 
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
6. 
7. 
8. 
9. 
10. 
Inicialmente, o investigador deve se preocupar com as três 
primeiras etapas (tema, problema e objetivos), que são 
fundamentais para começar a pesquisa e compõem o projeto de 
trabalho que será abordado mais adiante. As demais etapas 
também serão comentadas ao longo desta disciplina. 
Portanto, para o desenvolvimento adequado do estudo científico, 
são necessários o planejamento cuidadoso e a investigação, de 
acordo com as normas da metodologia científica, tanto aquela 
referente à forma quanto a referente ao conteúdo. 
// Interesses e motivações de pesquisa 
Como dito anteriormente, a pesquisa foca no estudo e na 
descoberta de novos conhecimentos e assuntos que são 
importantes para o avanço da humanidade. Entretanto, a temática 
a ser estudada deve ser também importante para o pesquisador 
para que ele tenha real interesse em seu desenvolvimento e que se 
sinta motivado a ler, analisar, testar, relatar e publicar seus 
estudos. Quanto mais interesse o pesquisador tiver em 
determinado assunto e quanto mais ele quiser saber sobre algo, 
mais prazeroso será seu desenvolvimento. 
A produção do artigo é uma etapa importante na vida acadêmica, 
portanto, o estudante não deve encará-la como uma obrigação. 
Para que a escrita não se transforme num fardo, basta analisar 
com atenção alguns fatores antes de começar. É fundamental 
lembrar que a escolha deve fazer com que se sinta realizado ao 
escrever sobre o assunto. 
Quando o autor da pesquisa não se motiva com o assunto e não se sente 
instigado em estudar o tema, possivelmente mais ninguém terá interesse. É 
preciso encarar este momento como uma oportunidade de estudar e aprender 
mais sobre um tema que é relevante para o pesquisador e para a sociedade. 
É possível selecionar um assunto a partir da análise de alguns 
aspectos: 
Relevância do assunto: Cervo e Bervian apresentam, 
em Metodologia científica (2002, p. 74), que “o assunto de uma 
pesquisa é qualquer tema que necessita melhores definições, 
melhor precisão e clareza do que já existe sobre o mesmo”. 
Deve-se pensar em uma justificativa para a realização do trabalho 
dentro daquele tema escolhido. Para isso, é preciso questionar se o 
tema é importante, se é um novo método ou uma nova forma 
criada em algum mercado, se apresentará soluções mais 
específicas e que tem relevância para uma determinada 
comunidade. É necessário apresentar ao leitor as contribuições 
práticas e teóricas geradas por meio das formas sugeridas e 
também apresentar argumentos que convençam o leitor sobre a 
importância do seu tema de pesquisa. 
O assunto pesquisado deve ser atual, pois dificilmente alguém terá 
interesse em ler, estudar, analisar e discutir sobre algo 
ultrapassado e que não irá ajudar na construção do conhecimento. 
Por isso, o pesquisador deve se manter sempre atualizado sobre o 
que está sendo estudado em sua área profissional e de pesquisa. 
 
Existem alguns questionamentos importantes para se pensar 
durante a escolha do tema como pode ser observado na Tabela 2. 
 
 Tabela 2. Questões para avaliar no momento da escolha do tema da 
pesquisa. Fonte: AZEVEDO, 1998. 
Inclinações e possibilidades da pesquisa: as possibilidades de 
pesquisapodem ser consideradas quando se tem envolvimento 
com o tema. Isso porque o grau de dificuldade para discuti-lo se 
torna menor e, assim, o pesquisador conseguirá elaborar algumas 
etapas do trabalho com mais rapidez. Ele deve estar ciente de que 
se escolher um tema com o qual não tem vínculo anterior algum, 
mesmo sendo desafiador e enriquecedor, pode proporcionar 
frustração, em virtude do tempo e dos prazos que devem ser 
cumpridos. 
É importante refletir sobre o conteúdo apresentado nas disciplinas 
cursadas, seja na graduação ou pós-graduação. Possivelmente, o 
pesquisador encontrará algum assunto interessante a ser discutido 
e que pode se transformar em um artigo. 
Pode-se buscar, também, um tema em seu ambiente profissional, 
pois, muitas vezes, dessa realidade é possível extrair um tópico 
interessante de estudo. No dia a dia é possível, por exemplo, 
perceber que alguns alunos da turma X têm dificuldades de 
aprendizagem. Então, se pode pesquisar a dificuldade de 
aprendizagem de um determinado grupo de alunos, verificando os 
aspectos familiares, emocionais ou outros. 
 
 
 
Outro exemplo: o pesquisador percebe que, em um determinado 
setor da empresa na qual atua, muitos funcionários desistem do 
emprego e pedem demissão. Então, ele pode pesquisar sobre as 
causas da alta rotatividade de funcionários no setor Y da empresa 
B. 
Lembre-se de que, quando se propõe a produzir conhecimento, 
deve-se fazê-lo com dedicação, rigor 
científico, seriedade e comprometimento. Aliás, a leitura de 
publicações da área de estudo em questão (revistas, livros, 
dissertações, teses) pode despertar a curiosidade em aprofundar 
algum tema. 
A escolha do tema da pesquisa geralmente é um momento de 
angústia para o pesquisador. Este deve considerar alguns critérios: 
• bullet 
Conhecimento prévio de autores, temas, assuntos, 
matérias; 
• bullet 
Disponibilidade de tempo e de recursos para a 
pesquisa; 
• bullet 
Existência de bibliografia disponível sobre o assunto; 
• bullet 
Possibilidade de orientação e supervisão adequada 
dentro do assunto; 
• bullet 
Relevância e fecundidade do assunto. 
A definição do tema deverá ser guiada não apenas por razões 
intelectuais, mas por questões como a instituição, o nível de 
conhecimento e a perspectiva profissional 
 
DELIMITAÇÃO DO TEMA 
 
Após a escolha do assunto a ser pesquisado, uma das tarefas 
iniciais na elaboração do artigo deve ser a delimitação do tema. 
Nesse processo, é preciso levar em conta alguns fatores. Caso o 
pesquisador não lhes dê atenção, correrá o risco de descobrir, no 
meio do caminho, que a escolha foi equivocada. 
Para a realização dessa etapa, não existem regras fixas. Porém, 
alguns encaminhamentos podem guiar o pesquisador nesse 
momento: 
• 1 
1 
Identificar as publicações mais recentes sobre o tema; 
• 2 
2 
Verificar os temas mais importantes para não ficar 
com muitos temas, mas focar em um subtítulo; 
• 3 
3 
Conversar com orientadores para concentrar-se nas 
informações mais relevantes. 
Há outras técnicas que podem ajudar no processo de delimitação, 
entretanto, elas podem não funcionar para alguns assuntos. A 
primeira é a divisão do assunto em suas partes constitutivas; a 
segunda é a definição da compreensão dos termos, que implica a 
enumeração dos elementos constitutivos ou explicativos que os 
conceitos envolvem. Fixar circunstâncias de tempo (quadro 
histórico, cronológico) e de espaço (quadro geográfico) também 
contribui para indicar os limites do assunto. Por exemplo, o tema 
de qualidade total é muito amplo e deve ser delimitado. A ideia da 
delimitação é segmentar o tema, como se fosse passá-lo em por 
funil. 
 
EXEMPLIFICANDO 
Exemplos de delimitação do tema qualidade total: 
• Aplicabilidade da qualidade total nas empresas têxteis de 
Brusque; 
• Implantação da qualidade total nas empresas 
metalúrgicas de São Bernardo do Campo; 
• Análise da implantação da qualidade total na hotelaria 
de Salvador. 
Ao se especificarem as informações (onde, em que região, cidade, 
estado?), em que nível (no ensino fundamental, médio ou 
superior?) e qual o enfoque (estatístico, filosófico, histórico, 
psicológico, sociológico?), indicam-se as circunstâncias para 
pesquisa e discussão. Ou seja, definem-se a extensão e a 
profundidade do artigo. 
 
CAMPO DA APLICAÇÃO CIENTÍFICA 
 
Agora chegou a hora da investigação. O trabalho de campo se 
apresenta como uma possibilidade de conseguirmos não só uma 
aproximação com aquilo que desejamos conhecer e estudar, mas 
também de criar um conhecimento, partindo da realidade presente 
no campo. O cientista, em sua tarefa de descobrir e criar, necessita, 
em um primeiro momento, questionar. Esse questionamento é que 
nos permite ultrapassar a simples descoberta para, por meio da 
criatividade, produzir conhecimentos. Quando definimos bem o 
campo de interesse é possível partir para um rico diálogo com a 
realidade. Assim, o trabalho de campo deve estar ligado a uma 
vontade e a uma identificação com o tema a ser estudado, 
permitindo uma melhor realização da pesquisa proposta. 
A relação do pesquisador com os sujeitos a serem estudados 
também é de extrema importância. Isso não significa que as 
diferentes formas de investigação não sejam fundamentais e 
necessárias. Para muitos pesquisadores, o trabalho de campo fica 
circunscrito ao levantamento e à discussão da produção 
bibliográfica existente sobre o tema de seu interesse. Esse esforço 
de criar conhecimento não desenvolve o que originalmente 
consideramos como um trabalho de campo propriamente dito. 
Essa forma de investigar, além de ser indispensável para a 
pesquisa básica, nos permite articular conceitos e sistematizar a 
produção de uma determinada área de conhecimento. Ela visa 
criar novas questões num processo de incorporação. Além dessas 
considerações, podemos dizer que a pesquisa bibliográfica coloca 
frente a frente os desejos do pesquisador e os autores envolvidos 
em seu horizonte de interesse. 
Esse esforço em discutir ideias e pressupostos tem como lugar 
privilegiado de levantamento as bibliotecas, os centros 
especializados e arquivos. Nesse caso, trata-se de um confronto de 
natureza teórica que não ocorre diretamente entre pesquisador e 
atores sociais que estão vivenciando uma realidade peculiar dentro 
de um contexto sócio-histórico. 
Após essas observações, é hora de nos aproximarmos mais da 
ideia de campo que pretendemos explicitar. Pode-se definir campo 
de pesquisa como o recorte que o pesquisador faz em termos de 
espaço, representando uma realidade empírica a ser estudada a 
partir das concepções teóricas que fundamentam o objeto da 
investigação. 
 
A título de exemplo, podemos citar o seguinte recorte: o estudo da 
percepção das condições de vida dos moradores de uma 
comunidade. Para esse estudo, a comunidade corresponde a um 
campo empiricamente determinado. Além do recorte espacial, ao 
tratar de pesquisa social, o lugar primordial é o ocupado pelas 
pessoas e grupos convivendo numa dinâmica de interação social. 
Essas pessoas e grupos são sujeitos de uma determinada história a 
ser investigada, sendo necessária uma construção teórica para 
transformá-los em objetos de estudo. Partindo da construção 
teórica do objeto de estudo, o campo torna-se um palco de 
manifestações de intersubjetividades e interações entre 
pesquisador e grupos estudados, propiciando a criação de novos 
conhecimentos. 
Definido o objeto com uma devida fundamentação teórica, 
construídos os instrumentos de pesquisa, e delimitado o espaço a 
ser investigado, faz-se necessário concebermos a fase exploratória 
do campo para que possamos entrar no trabalho propriamente 
dito. Seguindo esses passos, devemos observar alguns cuidados 
relativos à entrada no trabalho de campo. 
 
A ENTRADA NO CAMPO 
 
Vários são os obstáculos que podem dificultar ou até mesmo 
inviabilizaressa etapa da pesquisa. Portanto, cabem algumas 
considerações: 
Clique nos botões para saber mais 
Buscar aproximação com as pessoas da área selecionada para o estudo 
– 
Essa aproximação pode ser facilitada por meio do conhecimento 
de moradores ou daqueles que mantêm sólidos laços de 
intercâmbio com os sujeitos a serem estudados. De preferência, 
deve ser uma aproximação gradual, possibilitando que cada dia de 
trabalho possa ser refletido e avaliado com base nos objetivos 
preestabelecidos. É fundamental consolidarmos uma relação de 
respeito efetivo pelas pessoas e pelas suas manifestações no 
interior da comunidade pesquisada. 
Apresentar proposta de estudo aos grupos envolvidos 
– 
É importante estabelecer uma situação de troca. Os grupos devem 
ser esclarecidos sobre aquilo que pretendemos investigar e sobre 
as possíveis repercussões favoráveis advindas do processo 
investigativo. É preciso termos em mente que a busca das 
informações que pretendemos obter está inserida num jogo 
cooperativo em que cada momento é uma conquista baseada no 
diálogo e que foge à obrigatoriedade. Ou seja, os grupos 
envolvidos não são obrigados a uma colaboração sob pressão, até 
porque isso caracterizaria um processo de coerção, que 
inviabilizaria a efetiva interação. 
Dar atenção à postura em relação ao problema a ser estudado 
– 
Às vezes, o pesquisador entra em campo considerando que tudo o 
que vai encontrar serve para confirmar o que ele considera já 
saber, ao invés de compreender o campo como possibilidade de 
novas revelações. Esse comportamento pode dificultar o diálogo 
com os elementos envolvidos no estudo, além de poder gerar 
constrangimentos entre pesquisador e grupos envolvidos, e poder 
implicar no surgimento de falsos depoimentos. 
Ter cuidado teórico-metodológico com a temática a ser explorada 
– 
A atividade de pesquisa não se restringe ao uso de técnicas 
refinadas para obtenção de dados. Assim, a teoria informa o 
significado dinâmico daquilo que ocorre e que buscamos captar no 
espaço em estudo. Para conseguirmos um bom trabalho de 
campo, há necessidade de se ter uma programação bem definida 
de suas fases exploratórias e de trabalho de campo propriamente 
dito. É no processo desse trabalho que são criados e fortalecidos 
os laços de amizade, bem como os compromissos firmados entre o 
investigador e a população investigada, propiciando o retorno dos 
resultados alcançados para essa população e a viabilidade de 
futuras pesquisas. 
 
Modalidade de pesquisa 
Seção 3 de 5 
 
A pesquisa é uma atividade direcionada para a elucidação de problemas por meio 
da utilização de procedimentos científicos. 
Dessa forma, ao desenvolver uma pesquisa, é necessária a 
compreensão das modalidades da pesquisa, bem como das formas 
de coleta e análise de dados. 
Um documento científico se inicia com uma introdução, seguida pelo 
desenvolvimento (delimitação do tema, a definição dos objetivos de estudo, 
procedimentos metodológicos, fundamentação teórica, análise e interpretação 
das informações coletadas), considerações finais e referências. 
Assim, é comum que o aluno pesquisador questione: quais as 
características do meu estudo? Que tipo de pesquisa pretendo 
desenvolver? Qual a necessidade de aplicação de questionários ou 
entrevistas para esse tema? Como devo coletar e apresentar os 
dados? É necessário fundamentar meu trabalho com literaturas? 
A elaboração de pesquisas pode ser uma experiência prática, para 
que busquem refletir, sistematizar e testar os conhecimentos 
teóricos e instrumentais aprendidos durante o ensino formal e de 
pesquisa. 
Portanto, a pesquisa propõe uma reflexão de fatos e dados, 
estimulando o estudante a analisar e julgar, quando oportuno, de 
forma ética e profissional, ampliando seus conhecimentos. Seu 
espírito crítico e ético lhe possibilitará que se destaque na procura 
de soluções para os problemas da sociedade em que vive e aceite 
suas responsabilidades sociais. Muitos autores já publicaram suas 
percepções e conceitos sobre pesquisa e vários salientam que é 
um processo de perguntas e investigação, é sistemática e metódica 
e aumenta o conhecimento humano. 
 
CITANDO 
“A pesquisa parte [...] de uma dúvida ou problema e, com o 
uso do método científico, busca uma reposta ou solução” 
(CERVO; BERVIAN, 2002, p. 63). 
Assim, o pesquisador utilizará seus conhecimentos teóricos e 
práticos. Para tal, é necessário que tenha habilidades para a 
utilização de técnicas de análise, que entenda os métodos 
científicos e os procedimentos para que possa atingir o objetivo de 
encontrar respostas para as perguntas formuladas no estudo. É 
importante lembrar que a pesquisa científica é uma atividade que 
se volta ao esclarecimento de situações-problema ou novas 
descobertas. Dessa forma, é indispensável que se use processos 
científicos que, por sua vez, são bem diversos, dependendo do 
campo de conhecimento. 
O artigo científico também deve apresentar os caminhos e formas 
utilizados no estudo. Assim, é importante citar as modalidades ou 
tipos da pesquisa e características do trabalho. As pesquisas 
podem ser classificadas quanto: 
• bullet 
Às bases lógicas da investigação (métodos dedutivo, 
indutivo, hipotético-dedutivo, dialético ou 
fenomenológico); 
• bullet 
À natureza da pesquisa (básica ou aplicada); 
• bullet 
À abordagem do problema (qualitativa, quantitativa 
ou ambas combinadas); 
• bullet 
À realização dos objetivos (descritiva, exploratória 
ou explicativa); 
• bullet 
Ao propósito da pesquisa (aplicada, avaliação de 
resultados, avaliação formativa, proposição de planos 
ou pesquisa-diagnóstico); 
• bullet 
Aos procedimentos técnicos (bibliográfico, 
documental, levantamento, estudo de caso, 
participante, pesquisa ação, experimental e ex-post-
facto). 
Do ponto de vista das bases lógicas da investigação, pode ser 
 
Do ponto de vista da sua natureza, pode ser: 
Pesquisa básica 
Objetiva produzir conhecimentos novos, úteis para o avanço da 
ciência, sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e 
interesses universais. Assim, o pesquisador busca satisfazer uma 
necessidade intelectual pelo conhecimento, e sua meta é o saber. 
Pesquisa aplicada 
Gera conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de 
problemas específicos. Envolve interesses locais e a pesquisa visa à 
aplicação de suas descobertas na solução de um problema. 
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema, pode ser: 
Clique nos cards para saber mais 
considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir, em números, 
opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer o uso de 
técnicas estatísticas e de recursos (percentagem, média, moda, mediana, desvio 
padrão, coeficiente de correlação, entre outros). Assim, a pesquisa quantitativa é 
focada na mensuração de fenômenos, envolvendo a coleta e análise de dados 
numéricos e aplicação de testes estatísticos. 
considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o indivíduo, isto é, 
um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito 
que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a 
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não 
requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte 
direta para coleta de dados, e o pesquisador é o instrumento-chave. A pesquisa 
qualitativa utiliza técnicas de dados, como a observação participante, história ou 
relato de vida, entrevista, entre outros. 
Do ponto de vista de seus objetivos, pode ser: 
 
PESQUISA EXPLORATÓRIA 
 
Proporciona maior proximidade com o problema, visando torná-lo 
explícito ou definir hipóteses e procura aprimorar ideias ou 
descobrir intuições. Também possui um planejamento flexível, 
envolvendo, em geral, levantamento bibliográfico, entrevistas com 
pessoas que tiveram experiênciaspráticas com o problema 
pesquisado e análise de exemplos similares. Assume as formas de 
pesquisas bibliográficas e estudos de caso. Esse tipo de pesquisa é 
voltado para pesquisadores que possuem pouco conhecimento 
sobre o assunto pesquisado, pois, geralmente, há pouco ou 
nenhum estudo publicado sobre o tema. 
 
PESQUISA DESCRITIVA 
Visa descrever as características de determinada população, ou 
fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. A 
forma mais comum de apresentação é o levantamento, em geral 
realizado mediante questionário ou observação sistemática, que 
oferece uma descrição da situação no momento da pesquisa. 
Metodologia indicada para orientar a forma de coleta de dados 
quando se pretende descrever determinados acontecimentos. É 
direcionada a pesquisadores que têm conhecimento aprofundado 
a respeito dos fenômenos e problemas estudados. 
 
PESQUISA EXPLICATIVA 
Aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o 
porquê das coisas e, por isso, é o tipo mais complexo e delicado, já 
que o risco de cometer erros aumenta consideravelmente. Visa 
identificar os fatores que determinam ou contribuem para a 
ocorrência dos acontecimentos. Caracteriza-se pela utilização do 
método experimental (nas ciências físicas ou naturais) e 
observacional (nas ciências sociais). Geralmente, utiliza as formas 
de pesquisa experimental e ex-post-facto. Método adequado para 
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2494.51820/content/_3990281_1/scormcontent/index.html
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2494.51820/content/_3990281_1/scormcontent/index.html
https://sereduc.blackboard.com/courses/1/1.2494.51820/content/_3990281_1/scormcontent/index.html
pesquisas que procuram estudar a influência de determinados 
fatores na determinação de ocorrência de fatos ou situações. 
 
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, pode ser: 
Clique nos botões para saber mais 
Pesquisa bibliográfica 
– 
Utiliza material já publicado, constituído basicamente de livros, 
artigos de periódicos e, atualmente, com informações 
disponibilizadas na internet. Quase todos os estudos fazem uso do 
levantamento bibliográfico e algumas pesquisas são desenvolvidas 
exclusivamente por fontes bibliográficas. Sua principal vantagem é 
possibilitar ao investigador a cobertura de uma gama de 
acontecimentos muito mais ampla do que aquela que poderia 
pesquisar diretamente. 
Pesquisa documental 
– 
Elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento 
analítico, documentos de primeira mão, como: documentos 
oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, 
fotografias, gravações etc; ou, ainda, documentos de segunda mão 
que, de alguma forma, já foram analisados, tais como: relatórios de 
pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, etc. 
Levantamento 
– 
Envolve a interrogação direta de pessoas cujo comportamento em 
relação ao problema estudado se deseja conhecer para, em 
seguida, mediante análise quantitativa, identificar as conclusões 
correspondentes aos dados coletados. O levantamento feito com 
informações de todos os integrantes do universo da pesquisa 
origina um censo. Ele usa técnicas estatísticas, análise quantitativa, 
permite a generalização das conclusões para o total da população 
e, assim, para o universo pesquisado, permitindo o cálculo da 
margem de erro. Os dados são mais descritivos que explicativos. 
Estudo de caso 
– 
Envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos 
de maneira que se permita o seu amplo e detalhado 
conhecimento. O estudo de caso pode abranger análise de exame 
de registros, observação de acontecimentos, entrevistas 
estruturadas e não estruturadas, ou qualquer outra técnica de 
pesquisa. Seu objeto pode ser um indivíduo, um grupo, uma 
organização, um conjunto de organizações ou, até mesmo, uma 
situação. A maior utilidade do estudo de caso é verificada nas 
pesquisas exploratórias. Por sua flexibilidade, é sugerido nas fases 
iniciais da pesquisa de temas complexos para a construção de 
hipóteses ou reformulação do problema. 
Pesquisa-ação 
– 
Concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou 
com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e 
participantes representativos da situação ou do problema estão 
envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Implica o contato 
direto com o campo de estudo, envolvendo o reconhecimento 
visual do local, a consulta a documentos diversos e, sobretudo, a 
discussão com representantes das categorias sociais envolvidas na 
pesquisa. É delimitado o universo da pesquisa e recomenda-se a 
seleção de uma amostra. É importante a elaboração de um plano 
de ação envolvendo os objetivos que se pretende atingir, a 
população a ser beneficiada, a definição de medidas, 
procedimentos e formas de controle do processo e de avaliação de 
seus resultados. 
Pesquisa participante 
– 
Realizada por meio da integração do investigador, que assume 
uma função no grupo a ser pesquisado, mas sem seguir a uma 
proposta pré-definida de ação. A intenção é adquirir conhecimento 
mais profundo do grupo. O grupo investigado tem ciência da 
finalidade, dos objetivos da pesquisa e da identidade do 
pesquisador. Permite a observação das ações no próprio momento 
em que ocorrem. Essa pesquisa necessita de dados objetivos sobre 
a situação da população; isso envolve a coleta de informações 
socioeconômicas e tecnológicas que são de natureza idêntica aos 
adquiridos nos tradicionais estudos de comunidades. Os dados 
podem ser agrupados por categorias, como: geográficos, 
econômicos, educacionais, entre outros. 
Pesquisa experimental 
– 
Quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se as 
variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definem-se as 
formas de controle e de observação dos efeitos que a variável 
produz no objeto. A pesquisa experimental necessita de previsão 
de relações entre as variáveis a serem estudadas e o seu controle. 
Dessa forma, na maioria das situações, é inviável quando se trata 
de objetos sociais. É geralmente utilizada nas ciências naturais. 
Pesquisa ex-post-facto 
– 
Quando o “experimento” se realiza depois dos fatos. O pesquisador 
não tem controle sobre as variáveis; é um tipo de pesquisa 
experimental, diferindo apenas pelo fato do fenômeno ocorrer 
naturalmente sem que o investigador tenha controle sobre ele, ou, 
o pesquisador é um mero observador do acontecimento. Assim, o 
pesquisador deve citar e explicar os tipos de pesquisa que o estudo 
trata, justificando cada item de classificação e a relação com o 
tema e objetivos da pesquisa. Deve-se fazer uso de citações para 
enriquecer a argumentação. Toda e qualquer fonte deve ser 
referenciada, precisando data e página, quando tratar-se de citação 
direta. 
 
MÉTODOS 
 
A pesquisa científica exige uma organização para que realmente 
saia do papel e atinja seu objetivo final. Para isso, é preciso que o 
aluno conheça e saiba executar os métodos de procedimento. Os 
métodos mais utilizados nos projetos acadêmicos e suas 
respectivas características são: 
Clique nos botões para saber mais 
Método histórico 
– 
Investiga eventos do passado a fim de compreender os modos de 
vida do presente, que só podem ser explicados a partir da 
reconstrução da cultura e da observação das mudanças ocorridas 
ao longo do tempo; 
Método estatístico 
– 
No campo biológico, verifica as variabilidades das populações; no 
campo cultural, levanta diversificações dos aspectos culturais. Os 
dados, depois de coletados, são reduzidos a termos quantitativos, 
demonstrados em tabelas, gráficos, quadros, etc.; 
 
 
Método etnográfico 
– 
Refere-se à análise descritiva das sociedades humanas e grupos 
sociais (de pequena escala). Mesmo o estudo descritivo requer 
alguma generalização e comparação, implícita ou explícita. Refere-
se a aspectos culturais e consiste nolevantamento e na descrição 
de todos os dados possíveis sobre as sociedades e grupos, com a 
finalidade de conhecer melhor seus estilos de vida e cultura 
específicos; 
Método comparativo ou etnológico 
– 
Permite verificar diferenças e semelhanças apresentadas pelo 
material coletado. Compara padrões, costumes, estilos de vida, 
culturas e verifica diferenças e semelhanças a fim de obter melhor 
compreensão dos grupos sociais pesquisados; 
Método monográfico ou estudo de caso 
– 
Estudo em profundidade de determinado caso ou grupo humano, 
sob todos os seus aspectos. Permite a análise de instituições, de 
processos culturais e de todos os setores da cultura; 
Método genealógico 
– 
Estudo do parentesco com todas as suas implicações sociais: 
estrutura familiar, relacionamento de marido e mulher, pais e 
filhos e demais parentes; informações sobre o cotidiano, a vida 
cerimonial (nascimento, casamento, morte), etc.

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