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Recursos Terapêuticos 
Manuais
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Esp. Daniela Siviero Hercules Bessa
Revisão Técnica: 
Prof.ª Me. Pamela Arantes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
• Introdução;
• Sistema Linfático;
• Drenagem Linfática Manual (DLM);
• Manobras Básicas de Drenagem Linfática – Vodder;
• Diretrizes de Tratamento;
• Protocolo de Atendimento da Drenagem Linfática Manual.
• Conhecer a anatomia e fi siologia do sistema linfático;
• Localizar os linfonodos corporais;
• Identifi car as diferentes técnicas de drenagem linfática manual;
• Conhecer as indicações e contraindicações da DLM;
• Aprender os princípios das manobras básicas realizadas na DLM;
• Conhecer os movimentos de drenagem linfática pelo método Vodder;
• Aplicar as diretrizes e protocolo de atendimento da DLM.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Drenagem Linfática Manual
– Método Vodder
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Introdução
A drenagem é uma palavra de origem inglesa cujo significado consiste em eva-
cuar um pântano do seu excesso de água por meio de canaletas, que desembocam 
em um poço ou curso de água. Esta técnica auxilia o sistema linfático no processo 
de drenagem, removendo o excesso de líquido nos tecidos, proteínas e resíduos 
metabólicos, favorecendo a nutrição e oxigenação tecidual.
Na drenagem linfática manual – Método Vodder –, as manobras são suaves e 
superficiais, não necessitando comprimir os músculos, mas sim mobilizar uma cor-
rente de líquido que está presente no sistema linfático.
Deve-se respeitar a anatomia e fisiologia do sistema linfático, além da integri-
dade dos tecidos superficiais para obter um resultado satisfatório sem causar dor, 
danos ou lesões aos tecidos.
Sistema Linfático
O sistema linfático é um sistema vascular, porção do sistema circulatório, por 
onde líquidos provenientes do interstício, ou seja, dos espaços intercelulares, são 
devolvidos à circulação sanguínea.
Sangue
Arteríola
Vênula
Tecido Celular
Capilar
Sanguíneo
Fluido
Intersticial
Linfa
Capilar
Linfático
Sangue
Figura 1
Fonte: Adaptado de Getty Images
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É um sistema de drenagem de baixa pressão, semelhante ao venoso, que possui 
duas funções importantes: transporte da linfa por todo o corpo e função imunológica.
Figura 2
Fonte: Getty Images
Componentes do sistema linfático
Vias
Linfáticas
Capilares
Vasos ou Coletores
Troncos
Ductos
Linfonodos
Baço
Amígdalas
Timo
Tecidos
Linfóides
Figura 3 – LINFA
Capilares linfáticos
Os capilares linfáticos são conhecidos, também, como linfáticos iniciais. Origi-
nam-se nos espaços intersticiais, em fundos cegos, ou seja, não há contato direto 
entre seu conteúdo e o líquido intercelular ou as células dos tecidos.
Infiltram-se entre elas devido às suas paredes serem extremamente finas e seu 
formato como dedos de luva, num sistema tubular fechado, facilitando a permea-
bilidade de líquidos e proteínas, que é maior comparado, aos capilares sanguíneos.
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
São constituídos por uma única camada de células endoteliais e são mais calibro-
sos que os capilares sanguíneos.
Os capilares linfáticos são formados por uma única camada de células endo-
teliais, sobrepostas como escamas, similares à fibra capilar. Em algumas porções 
encontramos os filamentos de ancoragem, que realizam a abertura dessas escamas 
através da diferença de pressão (manobras realizadas na drenagem linfática p. ex.) 
e então o líquido intersticial oriundo do meio extracelular migra para o interior do 
capilar linfático e passa então a ser denominado linfa.
Músculo
Liso
Capilares
Sanguíneos
Células
Endoteliais
Tecido
conectivo
frouxo
(a) Associação de Capilares sanguíneos e capilares linfáticos
Arteriola
Vênula
Líquido
Intersticial
Fluxo
da Linfa
Figura 4 – Associação de Capilares sanguíneos e capilares Linfáticos
Drenagem linfática manual com ou sem óleo, disponível em: https://bit.ly/2ZOHlNR
Ex
pl
or
Vasos linfáticos
Iniciam-se em uma densa rede de capilares linfáticos com calibre progressivo. 
São vasos coletores encontrados paralelos às artérias e veias, passando pelos lin-
fonodos onde são denominados de vasos linfáticos aferentes (levam a linfa até os 
linfonodos) e vasos linfáticos eferentes (levam a linfa para fora do linfonodo).
Os vasos linfáticos possuem um sistema de válvulas, aos pares, que impedem o 
refluxo da linfa, pois o sentido do fluxo linfático é ascendente. As primeiras válvulas 
estão localizadas no início dos coletores ou vasos linfáticos.
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Comparados com as veias, os vasos linfáticos possuem maior número, mas com 
um tamanho muito menor.
Fluido Linfático
Direção da Linfa
Válvula Aberta
Válvula Fechada
Figura 5 – Vasos Linfáticos
Importante!
Linfangions são seguimentos do vaso linfático compreendido entre duas válvulas. Possui 
contractilidade própria, ou seja, é capaz de impulsionar a linfa como se fosse um “mini-
coração”, favorecendo o fluxo linfático.
Importante!
Troncos linfáticos
Os vasos linfáticos eferentes, da maioria das regiões do corpo, convergem em 
vasos maiores denominados troncos linfáticos. São em número de onze, sendo 
cinco aos pares, e cada tronco é responsável pela drenagem de uma região corres-
pondente do organismo. São eles:
• Tronco intestinal: drena a linfa dos órgãos abdominais;
• Troncos lombares: drenam os membros inferiores e alguns órgãos pélvicos;
• Troncos subclávios: drenam os membros superiores e parte do tórax e dorso;
• Troncos jugulares: drenam a cabeça e pescoço;
• Troncos broncomediastinais: drenam a região do tórax;
• Troncos descendentes intercostais: drenam a parte inferior do tórax.
A união dos troncos linfáticos forma os ductos linfáticos.
Ductos linfáticos 
Os ductos linfáticos são em número de dois: o ducto torácico e ducto linfático direito.
O ducto torácico é formado pela união dos troncos lombares, intestinais e descen-
dentes intercostais que drenam os membros inferiores, região infraumbilical, metade es-
querda do tórax, membro superior esquerdo e metade esquerda da cabeça e pescoço.Toda linfa drenada nesse ducto é transportada para a veia subclávia esquerda.
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
O ducto linfático direito é formado pela união dos troncos subclávios, jugulares 
e broncomediastinais direitos que drenam a linfa proveniente do membro superior 
direito e metade direita do tórax, cabeça e pescoço. Toda linfa drenada neste ducto 
é transportada para a veia subclávia direita.
Linfonodos cervicais
Tronco jugular direito
Ducto linfático direito
Tronco subclávio direito
Veia subclávia direita
Linfonodos axilares
Tronco lombar direito
Tronco Intestinal
Tronco jugular esquerdo
Tronco subclávio esquerdo
Veia subclávia esquerda
Ducto Torácico
Cisterna do Quilo
Tronco lombar esquerdo
Linfonodos inguinais
Figura 6
Região drenada
pelo Ducto Torácico
Região drenada
pelo Ducto Linfático Direito
Figura 7
Linfa
Líquido coagulável que possui coloração variável entre amarelo-claro e transpa-
rente, geralmente alcalina, contém elementos, como leucócitos, linfócitos e proteí-
nas plasmáticas.
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A linfa é proveniente do sangue, portanto, sua composição é semelhante ao 
plasma sanguíneo, sendo assim, podemos dizer que o líquido que circula no interior 
das estruturas que compõem o sistema linfático é chamado de linfa. É transporta-
da, principalmente, pelos vasos linfáticos e filtrada nos linfonodos. 
Desloca-se lentamente, cerca de seis vezes mais lenta que o sangue, o que é um 
dos motivos pelo qual a técnica de drenagem linfática consiste em manobras em 
ritmo lento. O sistema linfático para fluir depende de forças internas e externas ao 
organismo, como movimentos passivos, gravidade, contração muscular, pulsação 
das grandes artérias, peristaltismo visceral, movimentos respiratórios e massagem.
Importante!
Forças de Starling – As forças de Starling são as responsáveis pelo movimento de fluido 
entre os compartimentos. Entre as forças de Starling existe a pressão hidrostática e a 
pressão oncótica. A pressão hidrostática é uma força exercida pelos líquidos que tende a 
expulsar o líquido de seu compartimento. A pressão oncótica é uma força que atrai água 
para o compartimento. Ambas as pressão existem nos dois compartimentos: intravascu-
lar e intersticial. A resultante entre elas é que determina se o líquido irá entrar ou sair de 
cada compartimento. Na primeira metade do capilar, a resultante dessas forças faz com 
que o líquido tenda a extravasar para o interstício, processo chamado de ultrafiltração. 
Na segunda metade do capilar, a resultante das pressões é tal que o líquido tende a 
voltar para o interior do vaso – reabsorção. O principal objetivo do deslocamento de 
fluido pela parede capilar é o de levar nutrientes aos tecidos e dele retirar produtos do 
metabolismo da célula – como o CO2: Disponível em: https://bit.ly/3js3Sb0
Importante!
A formação do edema dá-se principalmente pelo aumento da a pressão hidrostática 
no interior dos capilares sanguíneos, e o aumento da pressão oncótica no interstício. 
Esse desequilíbrio gera então aumento de líquidos no interstício e ultrapassa a 
capacidade de drenagem dos capilares linfáticos. Esse desequilíbrio leva o nome de 
Desequilíbrio de Starling.
Desequilíbrio de Starling, disponível em: https://bit.ly/2WJwnY3 
Ex
pl
or
Linfonodos
Os linfonodos são órgãos encapsulados formados por tecidos linfoides (grande 
quantidade de linfócitos), estão presentes em todo o corpo, sempre no trajeto dos 
vasos linfáticos.
Esses órgãos desempenham papel na defesa do organismo, sintetizando anti-
corpos e destruindo elementos nocivos. Apresentam formato arredondado ou em 
forma de feijão, possuem um lado convexo e outro com reentrância, denominado 
hilo, pelo qual penetram as artérias, com função de nutrir o linfonodo. Seu tama-
nho varia de 1mm a 2 cm de comprimento.
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
O sentido da passagem da linfa pelo linfonodo é unidirecional. Ela entra pelos 
vasos linfáticos aferentes e sai pelos vasos linfáticos eferentes. Existe menor número 
de vasos linfáticos eferentes do que vasos linfáticos aferentes, e por esse motivo há 
uma redução na velocidade do fluxo da linfa.
Como vimos, os linfonodos funcionam como filtro da linfa, retirando da mesma 
as partículas estranhas, antes da linfa retornar ao sistema sanguíneo. Já que os lin-
fonodos são encontrados em todo o organismo, a linfa passa por, pelo menos, um 
linfonodo antes de retornar ao sangue.
Linfonodos: http://bit.ly/2QmhtSX.
Ex
pl
or
Quando partículas estranhas invadem o linfonodo, inicia-se o mecanismo de 
defesa, evitando que essas partículas (vírus e bactérias) continuem seu trajeto. Para 
que a defesa seja aumentada, ocorre aumento de células de defesa como linfócitos 
e macrófagos, resultando em um linfonodo infartado e doloroso.
Importante!
O sistema linfático é um sistema de drenagem que auxilia o sistema venoso no retorno 
dos componentes do sangue. Reabsorvem do interstício líquidos e produtos que deixa-
ram a corrente sanguínea e que interagiram com meio local, principalmente as células 
que não conseguiram retornar pelos capilares venosos. Esse fluído absorvido é deno-
minado linfa. Passando pelos linfonodos a linfa é filtrada e recebe células (monócitos, 
plasmócitos), funcionando como verdadeira “lixeira” do organismo. Os produtos que 
sobraram no interstício são retirados, filtrados e devolvidos ao sangue, além de garantir 
proteção imunológica ao indivíduo (GODOY, 1999).
Em Síntese
Figura 8
Fonte: Getty Images
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Principais linfonodos corporais
Quanto à localização dessas estruturas de defesa, os linfonodos aparecem no 
corpo humano de forma aglomerada (linfocentros), quase sempre perto das veias. 
Essas estruturas podem ser superficiais ou profundas e estão distribuídas por 
diferentes áreas do corpo. No entanto, serão destacados apenas os linfonodos 
importantes para a drenagem linfática corporal. São eles: 
• Linfonodos supra e infraclaviculares: recebem a linfa dos vasos linfáticos da 
região superior do tronco e dors;
• Linfonodos axilares: recebem a linfa dos membros superiores, região torácica, 
abdome superior e terço médio do dorso;
• Linfonodos cubitais: recebem a linfa dos antebraços e mãos;
• Linfonodos inguinais: recebem a linfa do abdome inferior, região pélvica, re-
gião inferior do dorso região anterior dos membros inferiores e região posterior 
de coxa e glúteo;
• Linfonodos poplíteos: recebem a linfa da perna e pé.
Principais Linfonodos Corporais, disponível em: http://bit.ly/2QvzO0g.
Ex
pl
or
Órgão linfoides
O baço, o timo e as amígdalas são considerados órgãos linfoides. Apesar de não 
possuírem associação direta com a circulação linfática, correspondem a uma parte 
do sistema imune do organismo.
Sistema
Imunológico
Linfonodos
Amígdalas e Adenóides
Timo
Baço
Placa de Peyer
Apêndice
Medula
Óssea
Figura 9
Fonte: Adaptado de Getty Images
Têm como principal função a produção de linfócitos, que exercem papel impor-
tante no desenvolvimento de respostas imunológicas, produção de anticorpos e 
reação imune.
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Drenagem Linfática Manual (DLM)
O organismo realiza o processo de drenagem linfática naturalmente por meio do 
sistema linfático como uma forma de auxiliar a manutenção da proteção e equilíbrio 
do corpo. Portanto, a drenagem linfática manual, representada pela sigla DLM, é 
um tipo de massagem que auxilia o funcionamento do sistema linfático.
É realizada através de manobras com ritmo e velocidade lentos e pressão suave, 
em torno de 30 a 40 mmHg, sempre respeitando a fisiologia do sistema linfático.
Tem como efeitos fisiológicos remover o excesso de líquidos nos espaços inters-
ticiais, desintoxicando os tecidos e favorecendo a melhora da oxigenação e nutrição 
celular que contribui para o aumento da circulação sanguínea venosa, relaxamento 
muscular, eliminação de ácido lático, redução de dor e relaxamento. As manobras 
são realizadas em direção centrípeta(em direção ao coração).
Redução
de Edema
Desintoxicação
Tecidual
Melhora a
Oxigenação e
Nutrição celular
Aumento da
Circulação
Venosa
Eliminação de
Ácido Iático
Redução de Dor 
e Relaxamento
Efeito
da DLM
Figura 10
História da DLM
Pode-se dizer que a história da DLM iniciou-se em 450 anos a.C., na antiga 
Grécia, quando Hipócrates e o anatomista Herófilo fizeram os primeiros registros 
do sistema linfático, chamando a linfa de sangue branco. Foi apenas no século XVII 
que o conhecimento da linfa e dos vasos linfáticos foram consolidados.
Em 1651, o pesquisador Jean Pecquet observou a cisterna de Chyli, mais tarde 
denominada cisterna de Pecquet (“bolsa” localizada na região do abdome formando 
o início do ducto torácico, que transporta a linfa e o quilo do abdome até a ceia 
subclávia esquerda). A primeira descrição da terapia de compressão foi em 1892, 
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quando o cirurgião austríaco Winiwarter iniciou a aplicação da técnica. Entretanto, 
apenas em 1936 a massagem de drenagem linfática foi estudada e praticada pelo 
biólogo Emil Vodder, nascido em Copenhague, e sua esposa Estrid Vodder. Ambos 
criaram a técnica de DLM, baseada na longa experiência adquirida, onde obser-
varam que muitas pessoas apresentavam quadros gripais crônicos, nos quais se 
detectava um aumento dos linfonodos na região cervical. A melhora deste quadro 
foi obtida com determinados movimentos de massagem realizados na região envol-
vida. A partir dessas observações, desenvolveu-se a técnica de drenagem linfática 
manual, com a sistematização de alguns tipos de movimentos e da orientação do 
sentido de drenagem.
Ainda na década de 60, o pesquisador Foldi estudou as vias linfáticas da cabe-
ça e sua relação com o líquor cérebro espinhal, desenvolvendo junto a sua equipe 
algumas técnicas de drenagem.
Os métodos de Foldi e Vodder foram adaptados pelos professores Albert e 
Oliver Leduc, que demonstraram, através de radioscopia, o aumento do fluxo lin-
fático durante a realização da DLM. Desde então, as técnicas de Vodder e Leduc
são as mais seguidas pelos profissionais que realizam a drenagem linfática manual, 
porém, muitas técnicas foram criadas por meio de adaptações das técnicas ini-
ciais, principalmente de Vodder.
Independente da técnica realizada, alguns cuidados são importantes para exe-
cutá-la de forma correta: a velocidade dos movimentos, pressão exercida, identi-
ficação das vias alternativas de drenagem quando necessário e drenagem sempre 
no sentido do fluxo linfático.
Indicações da DLM
• Redução de edema e linfedema;
• Hidrolipodistrofiaginoide;
• Insuficiência venosa crônica;
• Síndrome pré-menstrual;
• Dores e cansaço nas pernas;
• Irritabilidade e ansiedade;
• Edemas pós-traumáticos;
• Tratamento pré e pós-cirurgia plástica.
Contraindicações da DLM
Importante!
A drenagem linfática deve ser realizada com o cliente em condições normais de saúde, 
pois, caso contrário, não poderá recebê-la, exceto com orientação médica.
Importante!
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Tabela 1
Contraindicações absolutas
 · Neoplasias sem autorização médica;
 · Insuficiência cardíaca descompensada;
 · Tuberculose;
 · Trombose venosa profunda;
 · Infecções agudas;
 · Tromboflebite e flebite;
 · Insuficiência renal crônica;
 · Estado febril;
 · Edema de origem cardíaca ou renal;
 · Diabetes descompensadas ou sem autorização médica;
 · Hipertensão arterial descompensada ou sem autorização médica;
 · Hiper ou hipotireoidismo descompensado ou sem autorização médica.
Contraindicações relativas
 · Neoplasias tratadas (somente com a autorização médica);
 · Cardiopatias em geral ou sem autorização médica;
 · Asma e bronquite;
 · Período menstrual com fluxo intenso;
 · Hipotensão arterial;
 · Gestantes antes do terceiro mês.
Princípios das manobras
Existem várias manobras de massagem para promover a DLM. De modo geral, 
essas manobras consistem, basicamente, em manobras de evacuação e captação 
da linfa.
• Evacuação: realizada nos linfonodos para esvaziá-los, assim os prepara para 
receber mais linfa a ser filtrada. São conhecidas, também, por manobras de 
demanda, visam evacuar os dejetos provenientes do metabolismo celular;
• Captação: realizada diretamente no segmento edemaciado, visando absorver 
fluídos excedentes nos espaços intersticiais, levando-os, por meio dos capilares 
e vasos linfáticos, até a circulação venosa.
Figura 11
Fonte: Getty Images
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Manobras Básicas de
Drenagem Linfática – Vodder
Emil Vodder propõe a realização da drenagem linfática de acordo com quatro 
tipos de movimentos: círculos fixos, movimentos de bombeamento, movimento do 
“doador” e movimento giratório ou de rotação.
Figura 12 – Dr. Emil Vodder e sua Esposa Estrid Vodder
Fonte: Wikimedia Commons
Círculos fixos
Coloca-se a mão espalmada sobre a pele e realizam-se, com os dedos, movimentos 
circulares, promovendo um estiramento do tecido, com uma pressão/descompressão.
São, principalmente, aplicados no pescoço e na face.
Movimentos de bombeamento
Inicia-se com movimentos ondulatórios, com as mãos acopladas no tecido a ser 
drenado, com pressões decrescentes da palma para os dedos, realizando compres-
são/descompressão.
Movimentos utilizados nas extremidades dos membros.
Figura 13
Fonte: Getty Images
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Movimento do “doador”
O movimento é iniciado com as palmas das mãos posicionadas perpendicular-
mente às vias de drenagem. Primeiro, toca-se com a borda medial da mão, se-
guidos dos movimentos de pronação do antebraço e abdução do braço. Depois, 
a outra mão com o polegar em extensão realiza movimento de arraste com a 
borda lateral associando movimentos de supinação do antebraço com abdução 
do braço.
Utilizado nas extremidades.
Figura 14
Fonte: Getty Images
Movimento giratório ou em rotação
Realizado em superfícies planas. O braço é posicionado em leve abdução, com 
o antebraço em máxima pronação. A mão que inicia o movimento toca a superfície 
da pele com a face palmar e realiza um movimento de desvio ulnar em direção e 
sentido de drenagem proposta. Realizar o mesmo movimento com a outra mão de 
forma alternada.
Utilizado em superfícies planas do corpo, como costas.
Figura 15
Fonte: Getty Images
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Diretrizes de Tratamento
Nas extremidades, a drenagem linfática de Vodder, trabalha a área proximal 
antes da distal, para dar lugar ao líquido que flui da região distal.
A direção do impulso de pressão segue a direção dos vasos linfáticos eferentes 
da pele. O movimento deve ser realizado de forma rítmica e uniforme. Geralmente 
se realizam de cinco a oito repetições.
Não deve haver vermelhidão na pele e nem causar dor ao cliente.
Em geral, não se devem utilizar produtos cosméticos, para haver contato sufi-
ciente da mão do profissional com a pele do cliente, evitando deslizamentos. Muitos 
profissionais perdem a sensibilidade do toque caso a pele do cliente esteja com 
cosmético, e acabam executando movimentos de forma errônea (mais pressão e 
velocidade). Como as manobras de drenagem linfática devem ser rítmicas, suaves, 
lentas, com baixa pressão e lentas, deve-se evitar esse erro.
Protocolo de Atendimento
da Drenagem Linfática Manual
1. Higienizar e organizar o ambiente em que será realizada a massagem;
2. Preparar a maca e o carrinho de apoio;
3. Recepcionar o cliente;
4. Posicioná-lo na maca e realizar a higienização das axilas, mãos, virilhas e 
pés do cliente com lenço umedecido;
5. Higienizar as mãos do profi ssional;
6. Realizar os movimentos de evacuação na seguinte ordem: 
» Linfonodos supra e infraclaviculares;
» Linfonodos axilares;
» Linfonodos cubitais;
» Linfonodos ingunais;
» Linfonodos poplíteos;
7. Realizar movimentos de ativação diafragmática, através de pressão sobre 
o músculo diafragma e estímulo dos movimentos peristálticos, sempre em 
sentido horário;
8. Iniciar os movimentos de captação em decúbito dorsal pelos membros 
superiores, mamas, região abdominal, membrosinferiores. Em decúbito 
ventral, iniciar pelos membros inferiores e região dorsal;
9. Realizar as manobras em silêncio e observar qualquer alteração de pele e 
sintomatologia do cliente.
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UNIDADE Drenagem Linfática Manual – Método Vodder
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
Drenagem linfática manualtTerapêutica ou estética: existe diferença?
http://bit.ly/2Xb5s5r
The vodder school: The vodder method
http://bit.ly/2wrW2GZ
Anatomia aplicada do sistema linfático
http://bit.ly/2wrWkh3
Benefícios da drenagem linfática manual em paciente com edema de 
membros inferiores no sétimo mês gestacional
http://bit.ly/2wrd8oE
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Referências
GODOY, J. M. P.; GODOY, M. F. G. Drenagem Linfática Manual – uma nova 
abordagem. São José do Rio Preto, SP: Lin Comunicação, 1999.
GUIRRO, E. C. O.; GUIRRO, R. R. J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamen-
tos, recursos, patologias. 3.ed. ver. E ampliada. Barueri, SP: Manole, 2004.
PEREIRA, M. F. L. Recursos estéticos (v.1). São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2013.
WITTLINGER, H.; WITTLINGER, D.; WITTLINGER, A.; WITTLINGER. M. Dre-
nagem linfática manual: método Dr. Vodder. Porto Alegre: Artmed, 2013.
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