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LEGISLAÇÃO EMPRESARIAL Professora Me. Mariane Helena Lopes Benedito GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; BENEDITO, Mariane Helena Lopes. Legislação Empresarial. Mariane Helena Lopes Benedito. Reimpressão 2021. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. 200 p. “Graduação - EaD”. 1. Legislação. 2. Administração . 3. Empresarial. 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0722-0 CDD - 22 ed. 343 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Pós-graduação Bruno do Val Jorge Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas Gerência de de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Coordenador de Conteúdo Patrícia Rodrigues da Silva Design Educacional Giovana Cardoso Iconografia Isabela Soares Silva Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Ellen Jeane da Silva Qualidade Textual Hellyery Agda Pedro Afonso Barth Alisson André Pepato Ilustração Marta Kakitani Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis- cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. CU RR ÍC U LO Professora Me. Mariane Helena Lopes Benedito Mestre em Ciências Jurídicas com ênfase em Direitos da Personalidade pelo Centro Universitário Cesumar (Unicesumar/2012). Tem pós-graduação em Direito Aplicado pela Escola da Magistratura do Paraná (2009). Tem graduação em Direito (Unicesumar/2008). Professora da Unicesumar desde 2010, atuando nos cursos de Administração, Direito, Gestão de Recursos Humanos, Jornalismo, Pilotagem de Aviões e Publicidade e Propaganda na modalidade presencial. No ensino a distância, atua nos cursos de Administração, Gestão de Recursos Humanos e Processos Gerenciais, Serviço Social, Gestão Hospitalar, Economia, Gestão de Cooperativas e trabalha também na pós graduação. Para informações mais detalhadas sobre sua atuação profissional, pesquisas e publicações, acesse seu currículo, disponível no endereço a seguir: <http://lattes.cnpq.br/1815582404405502>. SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) aluno(a)! Com base neste livro didático, estudaremos algumas áreas do Di- reito. A disciplina se propõe a fornecer as bases necessárias para que você possa enten- der as matérias (Empresarial, Tributário, Trabalho e Consumidor) que serão estudadas e que serão importantes no exercício de sua profissão. O Direito está presente em todos os eventos do nosso cotidiano. Por exemplo, quando, ao sairmos de casa, apagamos todas as luzes. Apesar de não percebermos, o que existe nessa relação é um contrato de prestação de serviços fornecidos pela companhia de energia elétrica. Por relações como essa, conhecer o Direito é essencial para a tomada de decisões, tanto na vida pessoal quanto na vida profissional. Neste livro, estudaremos grandes áreas do Direito, as quais são de suma importância para o seu conhecimento e aplicação enquanto um(a) futuro(a) profissional de Administração. Inicialmente, na Unidade I, faremos uma breve introdução sobre o que é o Direito, com- preendendo a sua finalidade e seus objetivos, bem como divisões e classificações. Na Unidade II, estudaremos o Direito Empresarial, analisando quem pode ser considerado empresário ou não, de que forma a pessoa pode ser considerada empresária, bem como as modalidades de sociedade e os títulos de crédito que existem na nossa legislação. A seguir, na Unidade III, estudaremos o Direito Tributário, compreendendo que o tributo é o gênero que se subdivide em espécies que são: imposto, taxa, contribuição de melhoria, contribuição social e empréstimo compulsório e analisaremos cada uma delas. Na Unidade IV, falaremos um pouco sobre Direito do Trabalho, a área de mais importân- cia e grande discussão dentro de uma organização empresarial. Veremos a diferença en- tre empregado e empregador, a forma de remunerar oempregado pela função desem- penhada, em que medida vai o poder de direção do empregador, entre outros aspectos relevantes e pertinentes ao conteúdo. Por fim, na Unidade V, estudaremos o Direito do Consumidor, conhecendo um pouco melhor os direitos e deveres que o Código do Con- sumidor criou tanto para o consumidor final quanto para o próprio fornecedor. Espero que, por meio deste material, você possa conhecer um pouco mais sobre seus direitos, bem como conhecer melhor a legislação para poder desempenhar o melhor trabalho possível dentro de uma organização empresarial. Bons estudos! APRESENTAÇÃO LEGISLAÇÃO EMPRESARIAL SUMÁRIO 09 UNIDADE I DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL 15 Introdução 16 Conceito de Direito 18 Direito Objetivo e Direito Subjetivo 19 Distinção entre Direito e Moral 20 Ramos do Direito 21 Fontes do Direito 24 Aplicação das Normas de Direito 26 Eficácia 29 Princípios Gerais do Direito 31 Direito Constitucional 34 Divisão dos Poderes 37 Direitos e Garantias Individuais 45 Considerações Finais 52 Referências 53 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE II DIREITO EMPRESARIAL 57 Introdução 58 Desenvolvimento do Direito Empresarial no Brasil 59 Autonomia, Importância e Conceito de Direito Empresarial 60 Objeto do Direito Empresarial 60 Conceito e Caracterização do Empresário 62 Conceito de Empresa 63 Capacidade de ser Empresário 68 Sociedades Comerciais 71 Títulos de Crédito 77 Direito Falimentar 80 Considerações Finais 88 Referências 89 Gabarito UNIDADE III DIREITO TRIBUTÁRIO 93 Introdução 94 Conceito e Denominação 94 Princípios Tributários 96 Tributo SUMÁRIO 11 102 Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 104 Fato Gerador 104 Sujeito Ativo e Sujeito Passivo 105 Obrigação Tributária 106 Crédito Tributário 107 Lançamento 107 Exclusão do Crédito Tributário 108 Dívida Ativa 109 Considerações Finais 117 Referências 118 Gabarito UNIDADE IV DIREITO DO TRABALHO 121 Introdução 122 A Evolução no Brasil 125 Autonomia do Direito do Trabalho 126 Princípios do Direito do Trabalho 129 Direito Individual do Trabalho 130 Contrato de Trabalho pela Consolidação das Leis do Trabalho 135 Empregado 140 Empregador SUMÁRIO 12 145 Remuneração 152 Formas de Rescisão de Contrato de Trabalho e Direitos do Empregado 158 Considerações Finais 166 Referências 167 Gabarito UNIDADE V DIREITO DO CONSUMIDOR 171 Introdução 172 Finalidade 173 Objetivo 174 Princípios do Direito do Consumidor 177 Consumidor 178 Fornecedor 184 Responsabilidade Civil nas Relações de Consumo 186 Responsabilidade pelo vício do Produto e do Serviço 189 Considerações Finais 196 Referências 197 Gabarito 198 Conclusão U N ID A D E I Professora Me. Mariane Helena Lopes DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Objetivos de Aprendizagem ■ Demonstrar a diferença entre Direito e Moral. ■ Compreender o Direito na sociedade. ■ Compreender a evolução do Direito Constitucional. ■ Analisar alguns tópicos relacionados à Constituição Federal brasileira. ■ Conhecer os direitos previstos na Constituição Federal. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Conceito de Direito ■ Direito Objetivo e Direito Subjetivo ■ Distinção entre Direito e Moral ■ Ramos do Direito ■ Fontes do Direito ■ Aplicação das Normas de Direito ■ Eficácia ■ Princípios Gerais do Direito ■ Direito Constitucional ■ Divisão dos Poderes ■ Direitos e Garantias Fundamentais INTRODUÇÃO Nesta primeira unidade, estudaremos o conceito de Direito, qual a importância do Direito para a nossa sociedade e para regulamentar a vida humana em sociedade. Nesse primeiro momento, é importante entendermos como o Direito funciona e de que forma ele se divide. Além disso, precisamos saber onde o Direito está posto, ou seja, de que forma encontramos as leis, que são as normas de conduta a serem seguidas pela sociedade. Compreender a divisão entre Direito e Moral também é um ponto funda- mental, uma vez que, na maioria das vezes, as pessoas confundem os dois, pois em muitas situações eles se completam. Veremos também a divisão do Direito em ramos que facilitarão o nosso estudo e fazem com que a compreensão da matéria seja mais fácil. Analisaremos as fontes do Direito: as principais são leis, jurisprudência, costume jurídico e doutrina jurídica, existindo outras fontes, mas de menor importância para esta disciplina. Ainda, no Direito temos que conhecer a melhor forma de se aplicar uma legislação a um caso concreto. Tal quesito será demons- trado de duas maneiras: como pode ser feito tanto com a interpretação quanto com a integração. Cabe chamarmos a atenção para a integração, pois ela, no caso da equidade e da analogia, só pode ser feita pelo magistrado, no momento em que o caso concreto é levado a seu conhecimento. Após essa parte introdutória, passaremos a estudar o Direito Constitucional, a principal e mais importante área do Direito. É a partir da Constituição Federal que todas as demais fontes no nosso ordenamento jurídico devem ser criadas. Caso alguma fonte seja criada em contradição com a Constituição Federal, esta não pode ser aplicada em nossa sociedade, devendo ser considerada inconstitucional. Por fim, veremos alguns direitos e deveres individuais e coletivos previstos na Constituição Federal. Bons estudos! Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 CONCEITO DE DIREITO A palavra direito vem do latim directu, que tem como significado colocado em linha reta, alinhado, direito, reto, da qualidade do que é conforme a regra (MARTINS, 2013). Existem vários significados para a palavra Direito, tais como norma, lei, regra, faculdade, o que é devido à pessoa, fenômeno social entre outros. Ao se falar em conceituar, significa que se procurará limitar o signifi- cado, bem como o sentido de cada palavra posta. Para Luis Alberto Warat, uma boa definição de Direito depende dos seguin- tes requisitos: “a) não deve ser circular; b) não deve ser elaborada em linguagem ambígua, obscura ou figurada; c) não deve ser demasiado ampla, nem restrita; d) não deve ser negativa quando puder ser positiva (WARAT, 1977, p. 6) Muitas vezes, o conceito de Direito deve ser elaborado pela Filosofia do Direito, podendo fazer críticas necessárias para esse fim. Aristóteles mencio- nava que o homem é um animal político, destinado a viver em sociedade. Por essa razão, havia a necessidade de regras para que pudesse viver em harmonia, evitando a desordem em sociedade (MARTINS, 2013). Ou seja, para Aristóteles as regras foram necessárias a fim de fazer com que a sociedade pudesse ser har- mônica e ainda fosse possível em sua organização. Miguel Reale define o Direito como “a vinculação bilateral atributiva da conduta para a realização ordenada dos valores de convivência” (REALE, 1972, p. 617). O Direito pode ser definido como o conjunto de princípios, regras e insti- tuições destinados a regulamentar a vida humana em sociedade. Nesse ponto, quando se fala em regulamentar a vida humana em sociedade, deve-se fazer uma reflexão: o Direito está em todo lugar? Posso falar que ele existe apenas onde existe a sociedade? Conceito de Direito Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 Vamos desmembrar a definição anterior para compreendermos melhor o Direito. Inicialmente, podemos defini-la como conjunto. De fato, o Direito repre- senta um conjunto por ser composto de várias partes organizadas, formando assimum sistema. Como iremos estudar mais adiante, observaremos que o Direito é dividido em vários ramos, cada um sobre um determinado assunto. Nesta dis- ciplina, estudaremos os seguintes ramos: Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Administrativo, Direito Internacional e Direito Penal. O Direito possui também princípios próprios como qualquer ciência, mesmo que não exata. Dentre eles, pode-se citar o da dignidade humana, boa-fé, publici- dade, razoabilidade, proporcionalidade dentre outros que estudaremos adiante. Dentro do Direito encontramos as instituições, que são entidades que perdu- ram no tempo, como, por exemplo: os sindicatos, os órgãos do Poder Judiciário, do Poder Executivo etc. É necessário pontuar que o Direito tem como objetivo a regulamentação da vida humana em sociedade, estabelecendo, para tal fim, normas de conduta que devem ser seguidas. Além disso, e por meio do Direito que se realizará ou se obterá a Justiça. Para finalizar, ele é um meio para a realização ou obtenção de um fim, que é a Justiça. Por mais que esta muitas vezes pareça utópica, é para essa finalidade que o Direito existe na sociedade. Para que o Direito seja cumprido em sociedade, o Estado (aqui, quando se fala em Estado, deve-se compreender como país), com o uso do seu poder impe- rativo, prevê a sanção (punição). A sanção no Direito existe para que a norma criada seja cumprida quando a submissão a ela não ocorre espontaneamente. O Direito, como afirma Sérgio Pinto Martins (2013), tem em uma das mãos a balança e na outra a espada. A balança serve para sopesar o Direito, e a espada visa fazer cumprir as suas determinações. A espada sem a balança é a despro- porção. A balança sem a espada é um direito ineficaz. As duas devem caminhar juntas. A proporção do emprego da espada e da balança tem de ser igual para não se criar desigualdades. DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 O Direito tem três dimensões: 1º) os fatos que ocorrem na sociedade; 2º) a valoração que se dá a esses fatos; 3º) a norma, que pretende regular as condutas das pessoas, com base nos fatos e valores. Há uma interação dos fatos, valores e normas. O Direito é uma ordem de fatos integrada em uma ordem de valores. Dessa integração de um fato surge a norma (REALE, 1940), que seria a chamada tridimensionalidade do Direito. DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO O Direito Objetivo, nas palavras de Sérgio Pinto Martins (2013, p. 5), “é o com- plexo de normas que são impostas às pessoas, tendo caráter de universalidade, para regular suas relações”. Ou seja, o Direito Objetivo é aquele criado pelo Estado e aplicado a toda a coletividade. Independente da vontade do indivíduo, ele existe. Podemos citar como exemplo o Direito Constitucional, que é apli- cado igualmente a todos. Já o Direito Subjetivo é a faculdade, a escolha de a pessoa postular seu direito, objetivando a realização de seus interesses, uma vez que não foram cumpridos. No caso do Direito Subjetivo, diferentemente do Direito Objetivo, ele depen- derá da vontade do indivíduo para existir, ou seja, é necessária a manifestação de vontade para a aplicação de um direito. O exemplo deste seria o Direito do Consumidor. Quando se compra um produto e ele apresenta algum defeito, dependerá da manifestação da vontade daquele que comprou para que o pro- duto seja trocado ou o negócio seja desfeito. Tanto o direito subjetivo quanto o objetivo são aspectos da mesma realidade, podendo ser encarada de uma ou de outra forma. O primeiro é a expressão da vontade individual, enquanto o segundo é a vontade geral. Pode-se dizer que o interesse também configura o direito subjetivo, já que se trata de um poder atri- buído à vontade do indivíduo para a satisfação dos seus próprios interesses, que são protegidos pela lei, vale dizer, pelo direito objetivo. Distinção entre Direito e Moral Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 DISTINÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL Para continuarmos nosso estudo sobre o Direito, precisamos estabelecer a dis- tinção entre o que é Direito e o que é Moral. A Moral possui um conceito que varia com o tempo, em razão de questões políticas, sociais e econômicas, que vão sendo alteradas de acordo com a história e com a sociedade que é estudada. A Moral é unilateral, pois não há punição, uma vez que a norma foi des- cumprida. Já no Direito, há uma bilateralidade, uma vez que há uma imposição do comportamento do indivíduo na sociedade e, quando este é descumprido, há uma sanção (punição) por parte do Estado. Para melhor compreender, veja a tabela a seguir com a distinção feita por Miguel Reale (1972, p. 626). Quadro 1 - Diferenças entre Moral e Direito ASPECTO MORAL DIREITO Quanto à valoração do ato a) unilateral. b) visa à intenção, par- tindo da exteriorização do ato. a) bilateral. b) visa à exteriorização do ato, partindo da intenção. Quanto à forma a) é autônoma, prove- niente da vontade das partes. b) não há coação. a) pode vir de fora da vontade das partes (heterônomo). b) é coercível. Quanto ao objeto a) visa ao bem indivi- dual ou aos valores da pessoa. a) visa ao bem social ou aos valores de convivência. Fonte: adaptado de Martins (2013). Assim, observamos que o Direito e a Moral, apesar de parecerem a mesma coisa em muitos momentos, apresentam diferenças bastante marcantes. A diferença entre eles fica clara quando se fala na punição e na criação da norma de cada um deles. DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 RAMOS DO DIREITO Existe uma vasta classificação da ciência do Direito. A primeira que vamos tra- balhar é a classificação em direito natural e direito positivo. O Direito natural nasce a partir do momento em que surge o homem, apa- recendo, portanto, naturalmente para regular a vida humana em sociedade, de acordo com as regras da natureza (MARTINS, 2013). Pode-se dizer que seria uma norma criada pela natureza e não pelo homem, logo não pode ser criada pelo Estado. Seriam princípios gerais e universais para regular os direitos e deveres do homem. O Direito natural é aquele que fixa regras de validade uni- versal, não consubstanciadas em regras impostas ao indivíduo pelo Estado. Em verdade, ele se impõe a todos os povos pela força dos princípios supremos dos quais resulta, como, por exemplo, o direito de reproduzir, o direito de viver etc. (FÜHRER; MILARÉ, 2009). Já o Direito positivo compreende o conjunto de regras estabelecidas por meio do poder político em vigor num determinado país e em uma determinada época (FÜHRER; MILARÉ, 2009). Ou seja, “o Direito positivo é apenas a norma legal, emanada pelo Estado e não de outras fontes do Direito. Ele estabelece o que é útil, sendo conhecido por meio de uma declaração de vontade alheia, que é a promulgação” (MARTINS, 2013, p. 8). O Direito público é aquele que regula as relações em que o Estado é parte; o segundo é o que disciplina as relações entre particulares, nas quais predomina, de modo imediato, o interesse de ordem privada (REIS; REIS, 2006). Ainda, pode-se definir o Direito público como o ramo que: [...] regula as relações em que predominam os interesses gerais da so- ciedade, considerada como um todo. Nas relações de Direito Público, o Estado participa como sujeito ativo (titular do poder jurídico) ou como sujeito passivo (destinatário do dever jurídico), mas sempre como órgão da sociedade e, portanto, sem perder a posição de supremacia ou poder de império. (REIS; REIS, 2006, p. 8). Fontes do Direito Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 O Direito privado é aquele que: [...] regulaas relações em que predominam os interesses particulares ou a esfera privada. Nas relações jurídicas de Direito Privado o Estado pode participar como sujeito ativo ou passivo, em regime de coorde- nação com os particulares, isto é, dispensando sua supremacia ou po- der de império. (REIS; REIS, 2006, p. 8). Assim, conclui-se que o Direito público envolve a organização de um Estado, em que são estabelecidas as normas de ordem pública, enquanto o direito pri- vado diz respeito ao interesse dos particulares, decorrentes da manifestação de vontade dos interessados. FONTES DO DIREITO Ao se falar em fontes, deve-se ter em mente as diversas formas pelas quais nasce o Direito. Como visto, o Direito é uma criação do Estado, de acordo com as neces- sidades da sociedade. Por essa razão, a própria sociedade determinará de onde provém ou emanam as regras que a disciplinará. As fontes primárias do Direito são: lei, costumes, doutrina e jurisprudência. Passaremos a estudar cada uma delas. DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 LEI Essa é a fonte do direito de maior importância em nosso país e em nosso ordenamento jurídico. Assim, deve-se buscar na lei a forma correta de proce- der em nossas relações sociais. O Art. 5º, II da Constituição Federal estabelece que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Tal fonte é uma regra de con- duta editada pelo Poder Legislativo, no qual estão presentes os representantes do povo, ou seja, são os vereadores (nível municipal), os deputados estaduais (nível estadual) e os deputados fede- rais (nível federal). A característica da lei é a generalidade. Ela se aplica de uma maneira geral a todos, não fazendo qualquer tipo de distinção. Para conhecer as leis que estão em vigor em nosso país, uma excelente fonte de consulta é o site do Planalto. Nesse espaço você tem acesso a todo o ma- terial legislativo produzido em nosso país. Além disso, consegue também se manter informado sobre as alterações legislativas, leis que deixaram de existir (revogadas) e leis que passaram a existir (vigentes) em nossa socie- dade. Para consultar acesse o link: <http://www2.planalto.gov.br/acervo/ legislacao>. Fonte: a autora. Fontes do Direito Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 COSTUME O costume é o comportamento praticado reiteradamente pela sociedade, que acaba se tornando uma lei, sendo então incorporada ao ordenamento jurí- dico brasileiro, ou seja, antes mesmo de se tornar uma lei já é considerado uma fonte do direito. Como dito anteriormente, a principal fonte do direito é a lei. Todavia, em alguns casos ainda não há regulamentação, sendo necessário buscar a solução para esses casos nas regras que a sociedade vem praticando de forma reiterada. Deve-se salientar que o costume não poderá ser aplicado se for con- trário a uma determinação expressa em lei. A aplicação do costume varia conforme o ramo do Direito. Por exemplo, no Direito Comercial, o costume tem importância. Já no Direito Penal, o costume é totalmente proibido, pois, conforme prevê o Código Penal e como será estu- dado em nossa última unidade, não há crime sem lei que o defina. Deve-se salientar que o costume não poderá ser aplicado se for contrário a uma determinação expressa em lei. DOUTRINA A doutrina consiste na opinião dos juristas, que são os estudiosos do Direito sobre determinado assunto. Seria o conjunto sistemático de teorias sobre o Direito elaborado pelos juristas. Pode-se dizer que é um produto da reflexão e do estudo que os grandes juristas desenvolvem sobre o Direito (COTRIM, 2009). DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 JURISPRUDÊNCIA Ao lado da doutrina, a jurisprudência realiza a interpretação do direito. Enquanto a doutrina é a interpretação do direito feita pelos juristas, a jurisprudência é a interpretação do Direito feita pelos Tribunais do nosso país. A principal fonte é a lei, porém, ela deve ser interpretada e esta é feita tanto pelos juristas quanto pelos Tribunais, no momento em que eles julgam os casos concretos. Dessa forma, a jurisprudência acaba sendo utilizada como uma refe- rência para a pessoa ingressar com uma ação, ajudando assim a fundamentar seu pedido. APLICAÇÃO DAS NORMAS DE DIREITO Ao aplicar uma lei, o juiz busca atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Passaremos a estudar a interpretação e a integração das normas, compreendendo assim como se aplica uma lei ao caso concreto. INTERPRETAÇÃO Quando se fala em interpretar a norma, significa compreender o que o legis- lador quis dizer com a criação da norma. Quanto às fontes que interpretam a norma, elas podem ser: autêntica, doutrinária e jurisprudencial. Com relação aos meios: gramatical, lógica, histórica e sistemática. E, por fim, quanto aos resulta- dos: declarativa, extensiva, restritiva e finalística. Vamos analisar as várias formas de interpretação da norma jurídica (MARTINS, 2013, p. 21-22): Aplicação das Normas de Direito Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 A. Gramatical, literal ou filológica: é a verificação do sentido grama- tical da norma criada. Analisa-se o alcance das palavras no texto da lei. B. Lógica: estabelece-se uma conexão entre vários textos legais a se- rem interpretados e aplicados ao caso concreto. C. Teleológica ou finalística: a interpretação da norma é dada de acor- do com o fim esperado pelo legislador. D. Sistemática: é feita a interpretação de acordo com o sistema que a norma está inserida, não interpretando isoladamente a lei. E. Extensiva ou ampliativa: dá-se um sentido mais amplo à norma do que ela normalmente teria. F. Restritiva ou limitativa: dá-se um sentido mais restrito, limitando- -se à interpretação da norma jurídica. G. Histórica: deve-se analisar a evolução histórica dos fatos, o pensa- mento do legislador não só à época da edição da lei, mas também de acordo com sua exposição de motivos. H. Autêntica: é realizada pelo próprio órgão que criou a lei, no mo- mento em que ela declara o sentido, alcance e conteúdo por meio de norma. I. Sociológica: constata-se a realidade e a necessidade social na ela- boração da lei e em sua aplicação. No Direito, não há uma única interpretação fora do que foi mencionado na citação anterior. Ou seja, dessa forma devem ser seguidos os métodos de inter- pretação supracitados. INTEGRAÇÃO A integração é quando o intérprete da lei fica autorizado a suprir as lacunas exis- tentes na norma jurídica por meio da utilização de técnicas jurídicas, que são: analogia, equidade e princípios gerais do direito. DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 A analogia é um meio de preenchimento das lacunas deixadas pelo legis- lador no momento de criação de uma lei. É quando o juiz, ao analisar o caso concreto, aplica uma lei semelhante ao caso. A equidade significa justiça, o bom senso. Nesse caso, o juiz aplicará ao caso concreto a solução que considerar como adequada de acordo com o seu enten- dimento, com o que ele considerar correto. Ela tem como significado completar a lacuna da lei, porém é vedado qualquer julgamento que for contra a lei. Tanto a analogia quanto a equidade serão utilizadas exclusivamente pelo juiz para fundamentar sua decisão quando a lei apresentar alguma lacuna. Já os princípios gerais do direito serão analisados separadamente no decor- rer desta unidade, devido à sua complexidade. EFICÁCIA A eficácia pode ser conceituada como“a produção de efeitos jurídicos concretos ao regular as relações” (MARTINS, 2013, p. 25). Compreende na aplicabilidade da norma se ela é obedecida ou não pelas pessoas. A eficácia jurídica é a pos- sibilidade de a norma ser aplicada ao caso concreto, gerando efeitos jurídicos. Essa eficácia pode ser dividida em no tempo e no espaço, que estudaremos a seguir (MARTINS, 2013). EFICÁCIA NO TEMPO Significa a entrada da lei em vigor, ou seja, quando a lei passará a existir na socie- dade. Geralmente, a lei entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União (DOU). Caso a lei não apresente nenhum prazo, esta começará a vigo- rar 45 dias depois de oficialmente publicada. (MARTINS, 2013). Eficácia Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Com a publicação da lei no Diário Oficial da União, objetiva-se torná-la pública para toda a sociedade, não podendo ser alegado o seu desconhecimento. Caso a lei não tenha uma vigência temporária, ou seja, não apresente um prazo máximo em que ela existirá na sociedade, ela só poderá deixar de existir até que outra lei a modifique ou a revogue. A lei posterior pode revogar a anterior nas seguintes situações (MARTINS, 2013, p. 58): A. Expressamente o declare: revogam-se as disposições em contrário, ou quando revoga especificamente outra lei ou Artigo de lei; B. For incompatível como, por exemplo, quando prescrever conduta totalmente contrária à especificada na lei anterior; C. Regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. Caso a nova lei estabeleça disposições gerais ou especiais iguais as já existen- tes, não revoga nem modifica a lei anterior. Uma vez que a lei passou a ter vigor, terá efeito imediato e geral, respeitando sempre o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. O ato jurídico perfeito é aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que ela se efetuou. O direito adquirido é o que integra o patrimônio jurídico da pessoa, por já ter implementado todas as condições para adquirir o direito, podendo exercê-lo a qualquer momento. E, por fim, a coisa julgada que é a decisão judicial que já não cabe mais recurso, não podendo ser modificada (MARTINS, 2013). DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 EFICÁCIA NO ESPAÇO A eficácia no espaço diz respeito ao território em que será aplicada a norma. “Ela se aplica ao Brasil, tanto para os natos como para os estrangeiros que aqui resi- dam” (MARTINS, 2013, p. 27). A eficácia no espaço também resolverá os casos em que acontecer alguma atitude contrária à lei, analisando se naquele territó- rio será aplicada a lei brasileira ou uma lei estrangeira. Para ilustrar, imagine a seguinte situação: o indivíduo A entrou na embai- xada brasileira na Holanda e acabou matando o sujeito B. Nesse caso, ainda que a embaixada esteja localizada na Holanda, será aplicada a lei brasileira, pois o órgão oficial é brasileiro, sendo considerada uma extensão do nosso território. Princípios Gerais do Direito Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO Antes de começarmos a falar das funções ou de cada um dos princípios, preci- samos entender o que é princípio. Este deve ser considerado como o alicerce do Direito, uma vez que são as proposições básicas, o fundamento, a base que infor- mará e orientará as normas jurídicas. FUNÇÕES GERAIS DO PRINCÍPIO As funções dos princípios são: informadora, normativa e interpretativa. A pri- meira função tem como finalidade a inspiração ou orientação ao legislador, servindo para basear a criação de uma norma e como sustentáculo para o orde- namento jurídico (MARTINS, 2013). A segunda função – normativa – atuará nos casos concretos quando não houver uma disposição específica para disciplinar determinada situação. E, por fim, a terceira e última função servirá de critério orientador para os intérpre- tes e aplicadores da lei. Auxiliará na interpretação da norma e também tem sua exata compreensão. Em nosso ordenamento jurídico, os princípios só serão uti- lizados quando não houver uma norma legal, convencional ou contratual. Será o último elo a que o intérprete para solucionar o caso concreto. ALGUNS PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO 1º) Princípio do respeito à dignidade da pessoa humana: é um dos objetivos do nosso país. O Art. 5º, X da Constituição Federal assegura a inviola- bilidade à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano material ou moral decor- rente de sua violação. DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 2º) Princípio da função social: regula a vida humana em sociedade, esta- belecendo as regras de conduta que devem ser respeitadas por todos. 3º) Princípio da razoabilidade: as pessoas devem agir com razoabilidade, o que também acontece com as normas jurídicas. 4º) Princípio da proporcionalidade: não se pode impor condutas a não ser que seja em estrito cumprimento do interesse público. Não se pode agir com excessos, nem de forma insuficiente. 5º) Princípio do enriquecimento sem causa: uma pessoa não poderá locupletar-se de outra, enriquecendo às custas dela, sem que haja causa para tanto. 6º) Princípio da proibição do abuso do direito ou do lícito exercício regu- lar do próprio direito: tal princípio é fundamental ao Direito. Nesse caso, não se constituem atos ilícitos os praticados no exercício regular de um direito reconhecido. Com relação ao princípio da dignidade da pessoa humana, sabe-se que deve ser seguido à risca. Você acredita que isso acontece no Brasil? Direito Constitucional Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 DIREITO CONSTITUCIONAL Para estudarmos algumas áreas específicas do Direito, precisamos conhecer o Direito Constitucional, que é o ramo mais impor- tante de todo o nosso ordenamento jurídico. Isso porque a Constituição Federal de 1988 é a fonte principal e que regulamenta todas as demais áreas. Antes de começarmos a estudar o Direito Constitucional, é preciso fazer a análise do Art. 1º da Constituição Federal, que dispõe que a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados, municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamento a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, e o pluralismo político. A Constituição é a lei máxima e fundamental do Estado. Ela ocupa o ponto mais alto da hierarquia das normas, recebendo, por esse motivo, nomes como: Lei Suprema, Lei Maior, Carta Magna, Lei das Leis ou Lei Fundamental (COTRIM, 2009). O Direito Constitucional é o ramo do Direito Público responsável por estu- dar as regras estruturadoras do Estado, garantidoras dos direitos e liberdades individuais (JACQUES, 1954). A Constituição pode ser conceituada como um conjunto de princípios e regras relativos à estrutura e ao funcionamento do Estado. Ela é uma norma escrita ou costumeira, que regula a forma de Estado e governo, bem como a sua organização (MARTINS, 2013). Por isso, na Constituição Federal brasileira, são encontradas várias regras de Direito Civil, Tributário, Administrativo, Internacional, Penal, do Trabalho, da Seguridade Social entre outras, ou seja, ela traz um pouco de cada ramo do direito. Além disso, ela possui um conteúdo específico, previamente DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 defevereiro de 1998. IU N I D A D E32 identificável, do que seja ou não próprio de uma Constituição. Seu conteúdo é elástico, variando de acordo com a vontade política do povo. Gilberto Cotrim (2009, p. 19) define a Constituição como: É a declaração da vontade política de um povo, manifestada por meio de seus representantes cujos mandatos resultam de eleição popular. É uma declaração solene expressa mediante um conjunto de normas ju- rídicas superiores a todas as outras que estabelece os direitos e deveres fundamentais das pessoas, das entidades e dos poderes públicos. Conclui-se que a Constituição é um documento político, dirigida a todas as pes- soas, tendo, geralmente, uma linguagem comum e não técnica para que todos possam compreender. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Passaremos a estudar alguns dos princípios constitucionais previstos na Constituição Federal: 1º) Princípio da supremacia da Constituição: a norma constitucional é superior, devendo ser obedecida por todas as demais normas. 2º) Princípio da unidade da Constituição: ela deve ser interpretada na sua unidade, ou seja, no seu conjunto. A interpretação deve ser feita de forma a evitar contradições. 3ª) Princípio da máxima efetividade da Constituição: as normas consti- tucionais devem ter o máximo de eficácia na sua aplicação. 4º) Princípio da interpretação conforme a Constituição: caso a norma tenha mais de uma interpretação, deve-se dar preferência àquela que esti- ver de acordo com a Constituição. Direito Constitucional Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS O preâmbulo da Constituição Federal dispõe que: Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Na- cional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, pro- mulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da Repú- blica Federativa do Brasil (BRASIL,1988, preâmbulo). Quando se fala em preâmbulo, deve-se entender como uma indicação das inten- ções da Constituição brasileira. Os fundamentos da República Federativa do Brasil são: a) soberania; b) cida- dania; c) dignidade da pessoa humana; d) valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e) pluralismo político, sendo vedada a existência de um partido único. Já os objetivos fundamentais são: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; b) garantir o desenvolvimento nacional; c) erradicar a pobreza e a mar- ginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 DIVISÃO DOS PODERES A base da organização do governo está no Art. 2º da Constituição Federal, que prevê: “são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário” (BRASIL, 1988). Qual é a função dos poderes? Segundo Führer e Milaré (2009, p. 73). “Os Poderes são os órgãos que realizam as diversas funções atribuídas ao Estado, quais sejam, as funções: legislativas, administrativas e jurisdicionais”. A fórmula ideal para o funcionamento do Estado é de que suas operações fundamentais sejam repartidas entre vários órgãos autônomos, cada um atuando na sua esfera de atribuição. Divisão dos Poderes Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 PODER EXECUTIVO É o órgão incumbido de executar as leis e administrar o país. Ele é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. O mandato do Presidente da República é de quatro anos, com início no dia 1º de janeiro do ano seguinte de sua eleição. A reeleição é permitida em um único período. O presidente pode cometer crimes como: a) de responsabilidade definidos em lei especial; b) comuns, previstos na legislação ordinária. A acusação contra o Presidente da República, para ser admitida, precisa de dois terços de aprovação na Câmara dos Deputados e, após isso, será subme- tido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade (Art. 86 da Constituição Federal). Para ser eleito, o candidato a presidente e vice-presidente da República deve- rão ter a idade mínima de 35 anos. O governador e o vice-governador de Estado e Distrito Federal deverão ter no mínimo 30 anos. O prefeito e o vice-prefeito deverão ter no mínimo 21 anos. DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 PODER JUDICIÁRIO O Poder Judiciário tem a função de legislar e administrar, bem como a função de dizer o direito, aplicando ao caso concreto, mediante um pro- cesso regularmente instaurado, por iniciativa do interessado. É o Poder Judiciário que dirá como as normas serão aplicadas. Desse modo, assim ele demonstrará a forma correta de interpretação das leis existentes em nosso ordenamento jurídico. PODER LEGISLATIVO Em nível federal, o Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe de duas casas, o Senado e a Câmara dos Deputados, ambos eleitos pelos habitantes dos respectivos estados. Cada estado e o Distrito Federal, de acordo com os Arts. 44 e 45 da Constituição Federal elegerá três senadores, com dois suplentes cada, com mandato de oito anos, sendo renovada a representação a cada quatro anos de forma alternada. O número total de deputados, bem como a representação por estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por Lei Complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma unidade da fede- ração tenha menos de oito e mais de setenta deputados (PALAIA, 2011). Os deputados são escolhidos pelo sistema proporcional.Cada estado da federação, bem como o Direitos e Garantias Individuais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 Distrito Federal, não poderá ter menos de oito e mais de 70 representantes. O mandato dos deputados tem duração de quatro anos e, para se elegerem, devem ter idade mínima de 21 anos. Já no caso dos senadores, estes são eleitos pelo sistema majoritário, sendo três para cada estado e para o Distrito Federal. Os mandatos têm duração de oito anos e para se elegerem devem ter idade mínima de 35 anos (MARTINS, 2013). DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS Eles foram estabelecidos para coibir os abusos praticados pelas autoridades. Os direitos não se confundem com as garantias. Os direitos são aspectos e mani- festações da personalidade humana, em sua existência subjetiva ou em suas situações de relação com a sociedade ou ainda os indivíduos que a compõem. Já as garantias são os instrumentos para o exercício do direito consagrados na Constituição (MARTINS, 2013). Os direitos e deveres são individuais e coletivos. São garantias expressas na Constituição, pois não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados ou dos tratados internacionais em que o Brasil é parte (Art. 5º, §2º da Constituição Federal). A Constituição Federal, em seu Art. 5º, assegura que: 1. Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos ter- mos da Constituição. Poderá haver tratamento diferenciadose as- sim a Constituição estabelecer; 2. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo a não ser em virtude de lei. É o princípio da legalidade; 3. Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 4. É livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E38 5. É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; 6. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegu- rado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias; 7. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; 8. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para exi- mir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; 9. É livre a expressão da atividade intelectual, Artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; 10. São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 11. A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo pe- netrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 12. É inviolável o sigilo da correspondência as comunicações telegrá- ficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei esta- belecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. A norma que trata do assunto é a Lei nº 9.296/96; 13. É livre o exercício de qualquer trabalho, oficio ou profissão, atendi- das as qualificações profissionais que a lei estabelecer; 14. É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional; 15. É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, po- dendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens; 16. Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais aber- tos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente; Direitos e Garantias Individuais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 39 17. É plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de ca- ráter paramilitar; 18. A criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas in- dependem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento. As sociedades cooperativas são reguladas na Lei nº 5.764/71; 19. As associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; 20. Ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer as- sociado; 21. As entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudi- cialmente; 22. É garantido o direito de propriedade; 23. A propriedade atenderá a sua função social; 24. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por neces- sidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição; 25. No caso de iminente perigo público, a autoridade competente po- derá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; 26. A pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que tra- balhada pela família, não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; 27. Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tem- po que a lei fixar; 28. São assegurados, nos termos da lei: (a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; (b) o direito de fis- calização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E40 29. A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio tem- porário para sua utilização, bem como proteção às criações indus- triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi- mento tecnológico e econômico do país; 30. É garantido o direito de herança; 31. A sucessão de bens de estrangeiros situados no país será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja favorável a lei pessoal do de cujus; 32. O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. O Código de Defesa do Consumidor é a Lei nº 8.078/90; 33. Todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo de lei, sob pena de responsabilidade, ressalva- das aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da socieda- de e do Estado; 34. São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e escla- recimento de situações de interesse pessoal; 35. A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ame- aça a direito; 36. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Direito adquirido é o que faz parte do patrimô- nio jurídico da pessoa, que implementou todas as condições para esse fim, podendo exercê-lo a qualquer momento. Na expectativa de direito, a pessoa não reuniu todas as condições para adquirir o direito no curso do tempo. Ato jurídico perfeito é o que se formou sob o império da lei velha e não pode ser modificado. A lei não pode ser retroativa. Devem ser respeitadas as situações estabele- cidas na vigência de lei anterior, em razão da estabilidade e segu- rança jurídicas. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba mais recurso. Há coisa julgada “quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso”. Denomina-se coisa julgada material a eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordi- nário ou extraordinário. Direitos e Garantias Individuais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 37. Não haverá juízo ou tribunal de exceção; 38. É reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: (a) a plenitude de defesa; (b) o sigilo das vo- tações; (c) a soberania dos veredictos; (d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 39. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; 40. A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 41. A lei punirá qualquer discriminaçãoatentatória dos direitos e li- berdades fundamentais; 42. A prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 43. A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e dro- gas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evita-los, se omitirem; 44. Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos ar- mados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; 45. Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obri- gação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles assegura- das, até o limite do valor do patrimônio transferido; 46. A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: (a) privação ou restrição da liberdade; (b) perda de bens; (c) multa; (d) prestação social alternativa; (e) suspensão ou interdição de direitos; 47. Não haverá penas: (a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; (b) de caráter perpétuo; (c) de trabalhos forçados; (d) de banimen- to; (e) cruéis; 48. A pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado; 49. É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E42 50. Às presidiárias serão asseguradas condições para que possam per- manecer com seus filhos durante o período de amamentação; 51. Nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de com- provado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 52. Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião; 53. Ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 54. Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 55. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusa- dos em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 56. São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilíci- tos; 57. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 58. O civilmente identificado não será submetido a identificação cri- minal, salvo nas hipóteses previstas em lei; 59. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal; 60. A lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quan- do a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem; 61. Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem es- crita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; 62. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão co- municados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 63. O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de per- manecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado; Direitos e Garantias Individuais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 64. O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 65. A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judi- ciária; 66. Ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admi- tir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 67. Não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo ina- dimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel; 68. Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; 69. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líqui- do e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quan- do o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; 70. O mandado de segurança coletivo deve ser impetrado por: (a) partido político com representação no Congresso Nacional; (b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados. 71. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberda- des constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania; 72. Conceder-se-á habeas data: (a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de regis- tros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de cará- ter público; (b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; 73. Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio am- biente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucum- bência. DIREITO E MORAL E DIREITO CONSTITUCIONAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E44 74. O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos. 75. O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 76. São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (a) o registro civil de nascimento; (b) a certidão de óbito; 77. São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania; 78. A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a ra- zoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (BRASIL, 1988, art. 5). São direitos sociais previstos na Constituição Federal: a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) aluno(a), na primeira unidade estudamos quais as funções e como se divide o Direito. Diferenciamos ainda o Direito da Moral. Neste estudo, pude- mos constatar que o Direito surge por uma imposição do Estado, que o cria a partir da necessidade da própria sociedade, devendo avançar conforme a evolu- ção da mesma. Já a moral surge a partir da cultura, da religião da criação de cada pessoa, não existindo uma punição e nem mesmo sendo imposta pelo Estado. Além disso, precisamos entender que o Direito é essencial para a sociedade, uma vez que nela, por termos pessoas, origens e crenças diferentes, os conflitos podem existir, necessitando assim de uma regulamentação para resolver esses pequenos conflitos. Para que o Direito seja conhecido por todos da sociedade, ele possui fon- tes de consulta em que as pessoas podem assim conhecer e se informar sobre as leis vigentes em nosso país, bem como a posição adotada pelos nossos tribunais. Visto isso, passamos a analisar o Direito Constitucional.Esse ramo do Direito é importante, visto que serve como base para todos os demais ramos jurídicos, ou seja, uma vez que alguma norma é criada contrária à Constituição Federal, ela é considerada inconstitucional, não podendo existir em nossa sociedade, até porque não deveria nem mesmo ter sido criada. Na sequência, analisamos os Poderes do nosso Estado, que são previstos também pela Constituição Federal. São eles: Executivo, Legislativo e Judiciário. Cada um tem sua limitação de poder, seu campo de atuação e seu responsável, sendo sempre fiscalizado pelos demais. Vimos ainda que a Constituição brasileira traz uma série de artigos, prevendo um pouco de cada ramo do Direito. Ela aborda quais são os fundamentos e os objetivos do nosso Estado e, por fim, os direitos e garantias fundamentais pre- vistos no Art. 5º da Carta Magna. Vamos nos aprofundar ainda mais na Legislação Empresarial? 46 1. O Direito pode ser definido como o conjunto de princípios, regras e instituições destinados a regulamentar a vida humana em sociedade. Para que o Direito seja cumprido em sociedade, o Estado, com o uso do seu poder imperativo, prevê a sanção (punição). Com o intuito de facilitar a compreensão do Direito, este é di- vidido em algumas áreas. Vimos que uma dessas divisões é em Direito Objetivo e Direito Subjetivo. Com relação a essa divisão, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta: I. O Direito Objetivo é aquele criado pelo Estado e aplicado a toda a sociedade. II. O Direito Subjetivo é a faculdade, a escolha de a pessoa postular seu direito, objetivando a realização de seus interesses. III. O Direito Objetivo dependerá da vontade do indivíduo para existir. IV. O Direito Subjetivo é um complexo de normas que são impostas às pessoas. a. Estão corretas somente as afirmativas I e II. b. Estão corretas somente as afirmativas I e IV. c. Estão corretas somente as afirmativas III e IV. d. Estão corretas somente as afirmativas II e III. e. Todas as afirmativas estão corretas. 2. O Direito é uma ciência bilateral, pois precisa de duas pessoas para existir, além de impor um comportamento do indivíduo na sociedade e, quando for descum- prido, haverá uma sanção por parte do Estado. Já que o Direito é uma ciência, existe uma vasta classificação do mesmo. Com relação a essa classificação, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta. I. O Direito Natural nasce a partir do momento em que surge o homem, apare- cendo naturalmente para regular a vida humana em sociedade. II. O Direito Positivo é um conjunto de regras estabelecidas por meio do poder político em vigor num determinado país e numa determinada época. III. O Direito Público envolve a organização de um Estado, onde são estabelecidas as normas de ordem pública. IV. O Direito Privado diz respeito ao interesse dos particulares, decorrente da ma- nifestação de vontade dos interessados. 47 a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas II e III estão corretas. c. Apenas I está correta. d. Apenas II, III e IV estão corretas. e. Todas as afirmativas estão corretas. 3. Ao aplicar uma lei, o juiz busca atender aos fins sociais a que ela se dirige e às exi- gências do bem comum. Para se aplicar uma norma, muitas vezes o juiz precisa analisar o caso e interpretar a norma com o intuito de compreender o que o le- gislador quis dizer com sua criação. Sobre as formas de interpretação, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta: I. Histórica: constata-se a realidade e a necessidade social na elaboração da lei e em sua aplicação. II. Restritiva: é aquela realizada pelo próprio órgão que criou a lei, no momento em que ela declara o sentido, alcance e conteúdo por meio de norma. III. Lógica: estabelece-se uma conexão entre vários textos legais a serem interpre- tados e aplicados ao caso concreto. IV. Gramatical: é a verificação do sentido gramatical da norma criada. a. Estão corretas somente as afirmativas I, II e IV. b. Estão corretas somente as afirmativas I e II. c. Estão corretas somente as afirmativas II, III e IV. d. Estão corretas somente as afirmativas III e IV. e. Todas as afirmativas estão corretas. 4. Como o próprio nome diz, o princípio é a base de tudo. Pode-se dizer que ele é o alicerce do Direito. A atuação do princípio no Direito se inicia antes de a regra ser feita, ou numa fase pré-jurídica. Ou seja, em verdade os princípios acabam in- fluenciando a elaboração da regra. Em nossa disciplina estudamos alguns princí- pios gerais de Direito. Sobre esses princípios, assinale a alternativa incorreta: 48 a. O princípio do respeito à dignidade da pessoa humana é um dos objetivos do nosso país. b. O princípio da proporcionalidade é aquele em que não se pode impor condu- tas a não ser que seja em estrito cumprimento do interesse público. c. O princípio da razoabilidade é aquele em que as pessoas devem agir com razo- abilidade, o que também acontece com as normas jurídicas. d. O princípio da função social é aquele que regula a vida humana em sociedade, estabelecendo regras de conduta que devem ser respeitadas por todos. e. O princípio normativo é aquele em que o Poder Legislativo atuará nos casos concretos quando não houver uma disposição específica para disciplinar de- terminada atuação. 5. A Constituição Federal, em seu art. 2º, prevê que “são poderes da União, indepen- dentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. A fórmula ideal para o funcionamento do Estado é que suas operações fundamentais se- jam repartidas entre vários órgãos autônomos, cada um atuando em sua esfera de atribuição. No Brasil existem três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. Sobre esses poderes, assinale a alternativa incorreta: a. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado. b. O Poder Judiciário dirá como as normas serão aplicadas, e assim demonstrará qual a forma correta de interpretação das leis. c. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que é composto so- mente pelo Senado Federal, sendo eleito pelos habitantes dos respectivos es- tados. d. Os deputados são escolhidos pelo sistema proporcional e cada estado da fe- deração, bem como o Distrito Federal, não poderá ter menos de oito e mais de 70 representantes. e. O vereador é um representante do povo na Câmara dos Vereadores. 49 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DO CIDADÃO [...] Igualdade -Todas as pessoas são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer na- tureza. Os brasileiros e os estrangeiros residentes no país têm a garantia de proteção ao direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Igualdade de gênero - Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Princípio da legalidade - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Integridade - Ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou de- gradante. Liberdade de opinião e expressão - É livre a manifestação do pensamento e a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença, sendo vedado o anonimato. Liberdade e assistência religiosa - É garantida a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e mantida, na forma da lei, a pro- teção aos locais de culto e a suas liturgias. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. Direito à intimidade e à inviolabilidade do domicílio - São protegidas a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. A casa é abrigo inviolável do indivíduo; nin- guém pode nela penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Sigilo das comunicações - É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicaçõestelegráficas, de dados e telefônicas, exceto, no último caso, por ordem judicial. Liberdade de informação - É assegurado a todos o acesso à informação, resguardando- -se o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional. Direito de reunião e associação - Todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público. É plena a liberdade de associação para fins lícitos. Ninguém pode ser obrigado a associar-se ou a permanecer associado. Direito de propriedade - É garantido o direito de propriedade, que atenda à sua função social. A lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utili- dade pública, mediante justa e prévia indenização. Direito de informação e petição - Todos têm direito a receber dos órgãos públicos in- formações de seu interesse. São assegurados, independentemente do pagamento de taxas, o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegali- dade ou abuso de poder, e a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal. 50 Estado de direito - A lei não pode prejudicar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. É reconhecida a instituição do júri, assegurando-se a plenitude de defe- sa; o sigilo das votações; a soberania dos veredictos e a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia determinação legal. A lei penal não pode retroagir, salvo para beneficiar o réu. Racismo - Constitui crime inafiançável e imprescritível. Crimes hediondos - A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os execu- tores e os que, podendo evitá-los, se omitirem. Delitos e penas - Não haverá penas de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos força- dos, de banimento e cruéis. A pena é cumprida em estabelecimentos distintos, de acor- do com a natureza do delito, a idade e o sexo do condenado. É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral. Serão asseguradas às presidiárias condições para que possam permanecer com seus filhos durante a amamentação. Extradição - Nenhum brasileiro nato será extraditado. Não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. Fonte: Senado Federal ([2017], on-line)1. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Instituições de Direito Público e Privado Sérgio Pinto Martins Editora: Atlas Ano: 2004 Sinopse: a obra citada é excelente para nos auxiliar a entender melhor o Direito. É uma obra simples, com linguagem fácil, voltada para aqueles que não têm formação jurídica, mas têm interesse em conhecer melhor a estrutura e o funcionamento do nosso país. O Náufrago Ano: 2001 Sinopse: narra a história de um empregado da FedEx que sofre um acidente aéreo e vai parar numa ilha desabitada no meio do Pacífico Sul. É incomum no cinema em Hollywood que, durante a maior parte do filme, só haja um personagem humano. Comentário: o filme é um bom exemplo de onde existe o Direito, de fato. No momento em que Tom Hanks fica sozinho na ilha, não existe nenhuma regulamentação sobre a vida em sociedade. A partir do momento em que ele volta para a civilização, deve se adaptar novamente à regulamentação que ali existe https://pt.wikipedia.org/wiki/FedEx https://pt.wikipedia.org/wiki/Acidente_a%C3%A9reo https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha https://pt.wikipedia.org/wiki/Oceano_Pac%C3%ADfico https://pt.wikipedia.org/wiki/Hollywood REFERÊNCIAS BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Bra- sília-DF. Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. COTRIM, G. V. Direito fundamental: Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Saraiva, 2009. FUHRER, M. C. A.; MILARÉ, É. Manual de Direito Público e Privado. São Paulo: R dos Tribunais, 2009. JACQUES, P. Curso de direito constitucional. Rio de Janeiro: Forense, 1954. LENZA, P. Direito Constitucional esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2010. MARTINS, S. P. Instituições de Direito Público e Privado. São Paulo: Atlas, 2013. MENDES, K. R. Curso de Direito da Saúde. São Paulo: Saraiva, 2013. MORAES, A. Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2009. PALAIA, N. Noções Essenciais de Direito. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. REIS, H. M. REIS, C. N. P. Direito para administradores. v. I. São Paulo: Cengage, 2006. REALE, M. Curso de Filosofia do Direito. 6. ed. São Paulo: Saraiva, 1972. WARAT, L. A. A definição jurídica. Porto Alegre: Atrium, 1977. REFERÊNCIAS ON-LINE 1 Em: <https://www.senado.gov.br/noticias/jornal/cidadania/DireitosCidadao/ not01.htm>. Acesso em: 03 dez. 2016. REFERÊNCIAS GABARITO 53 1. A 2. E 3. D 4. E 5. C GABARITO U N ID A D E II Professora Me. Mariane Helena Lopes DIREITO EMPRESARIAL Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender o Direito Empresarial. ■ Analisar modelos societários. ■ Analisar títulos de crédito. ■ Conhecer o direito falimentar. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Desenvolvimento do Direito Empresarial no Brasil ■ Autonomia, importância e conceito de Direito Empresarial ■ Objeto do Direito Empresarial ■ Conceito e Caracterização do Empresário ■ Conceito de empresa ■ Capacidade para ser empresário ■ Sociedades comerciais ■ Títulos de crédito ■ Direito falimentar Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 57 INTRODUÇÃO Com o Código Civil de 2002 e a revogação de parte do Código Comercial de 1850, no Brasil, alguns autores vêm utilizando a expressão “Direito Empresarial” em vez de “Direito Comercial”. Podemos dizer que o Direito Empresarial é o mesmo que Direito Comercial, mas o primeiro é mais amplo, alcançando todo o exercício profissional de atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou de serviços, exceto a produção intelectual. Nesta unidade, estudaremos como as empresas surgem, os modelos socie- tários que podem ser escolhidos pelos futuros empresários, bem como de que forma cada uma delas funcionará. Vamos ver que cada modelo possui um limite de responsabilidade diferente. Como verificaremos ao longo da unidade para que a sociedade comece a existir ela deve ser devidamente registrada no órgão competente. O registro de uma sociedade empresarial é importante visto que, a partir do momento que o registro é feito, o patrimônio da empresa passa a ser separado da pessoa que o criou. Ou seja, como o patrimônio da pessoa jurídica é separado ele responderá somente pelas dívidas da empresa e vice e versa. Veremos ainda que os títulos de crédito existentes poderão ser emitidos em situações, momentos e ocasiões diferentes. Até mesmo em alguns casos, o que é feito na prática não existe na teoria. Contudo, eles não necessitam de compro- vação da obrigação para que tenham validade. Basta o título propriamente dito. Por fim, verificaremos como funciona o direito falimentar, que se divide em recuperação extrajudicial, judicial e falência. Quando uma empresa está passando por dificuldades, ela pode solicitar sua recuperação, fazendo de tudo para que não feche e, se ainda assim não conseguir continuar com a atividade, poderá, em último caso, decretar a sua falência. Bons estudos! DIREITO EMPRESARIAL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E58 DESENVOLVIMENTO DO DIREITO EMPRESARIAL NO BRASIL No período Brasil Colônia, as relações jurídicas brasileiras eram reguladas pelas Ordenações Portuguesas, sob influência do Direito Canônico e Direito Romano (TEIXEIRA, 2011). Em 1808, com a chegada da Família Real ao Brasil, surgiu a necessidade
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