Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Metabolismo e excreção de fármacos Profa. Ms.Taciana Maia • Os animais desenvolveram sistemas complexos para desintoxicar substâncias químicas estranhas, como carcinogênicos, toxinas, fármacos... Biotransformação de fármacos Biotransformação de fármacos • Capacidade de metabolizar esses xenobióticos lipofílicos, permitindo sua excreção e evitando o acúmulo destes no organismo, que poderiam causar toxicidade. Biotransformação de fármacos • A biotransformação dos fármacos em metabólitos mais hidrofílicos é essencial a sua eliminação do organismo. Biotransformação de fármacos • Os compostos lipofílicos filtrados pelos glomérulos são reabsorvidos em grande parte, de volta para a circulação sistêmica. Biotransformação de fármacos Droga Excreção Pró-droga Droga Metabolização e Conjugação Metabolização Biotransformação de fármacos Inativação Ativação Metabolização Inativação • Muitos fármacos (bases ou ácidos fracos) são lipossolúveis e por isso não são rapidamente eliminados. • Por isso, devem ser conjugados ou metabolizados a compostos mais polares e menos lipossolúveis para serem excretados. Biotransformação de fármacos • Reações bioquímicas envolvidas no metabolismo dos fármacos: –Fase I –Fase II Biotransformação de fármacos –Fase I: • Introduzem ou expõem um grupo funcional do composto original, tornando o mais hidrofílico. Biotransformação de fármacos • Em geral, ocorre inativação farmacológica. Todavia, em alguns casos, ocorre conversão em metabólitos mais potentes. Ex: Oxidação, Redução e Hidrólise: (-OH; -COOH; -SH; -O- ; NH2) Biotransformação de fármacos –Fase II: •Resultam na formação de conjugados com o composto original ou com o metabólito de fase I. Biotransformação de fármacos • Aumentam ainda mais a solubilidade promovendo a eliminação. - Conjugação (ácido Glicurônico; sulfato; glutationa; aminoácidos; acetatos). Biotransformação de fármacos • As reações de fase I normalmente introduzem na molécula, um grupo reativo, como o grupo hidroxila (-OH), um processo conhecido com funcionalização. Biotransformação de fármacos Esse grupo serve como ponto de ataque para que o sistema de conjugação ligue um substituinte, como o glicuronídeo. Fase I Fase II Oxidação Redução Hidrólise Conjugação Produtos ainda mais hidrossolúveis Produtos hidrossolúveis Biotransformação de fármacos • Locais de Metabolização –Fígado, intestino, pulmões, rins, plasma Retículo endoplasmático Citosol Mitocôndrias Invólucro nuclear Membrana plasmática Biotransformação de fármacos • SISTEMA MONOOXIGENASE P450 –Enzimas relacionas, mas distintas (CYP) –CYP1, CYP2, CYP3: metabolismo dos fármacos no fígado humano Biotransformação de fármacos • SISTEMA MONOOXIGENASE P450 - Especificidade de substratos distinta, mas que frequentemente se sobrepõem: “especificidade ampla”, fator responsável por interações entre os fármacos. Biotransformação de fármacos Indutores enzimáticos Barbitúricos Hidantoínas Carbamazepinas Clorpromazina Rifampicina Álcool Tabagismo Griseofulvina Inseticidas Interações medicamentosas por indução enzimática Agente precipitante Agente afetado ANTICONVULSIVANTES Glicocorticóides, AINEs, Antidepressivos, Digitoxina, Anticoagulantes orais, Hipoglicemiantes orais RIFAMPICINA Glicocorticóides, Digitoxina, Anticoagulantes orais, Hipoglicemiantes orais, Anticoncepcionais GRISEOFULVINA Anticoagulantes orais ÁLCOOL Hipoglicemiantes, Anticoagulantes e Fenitoína Inibidores enzimáticos Metronidazol Cloranfenicol Cimetidina Fluoxetina Paroxetina Álcool Isoniazida Ciprofloxacina Eritromicina Interações medicamentosas por inibição enzimática Agente precipitante Agente afetado PAROXETINA VENLAFAXINA Sinvastatina DISSULFIRAM Varfarina, Álcool FLUOXETINA Sibutramina ÁLCOOL Barbitúricos, ansiolíticos e neurolépticos A indução pode acelerar o metabolismo hepático de fármacos, consequentemente, pode haver aumento da toxicidade de fármacos que possuem metabólitos tóxicos. Biotransformação de fármacos • Depuração: – prevê a taxa de eliminação em relação a concentração da droga. • Meia-vida: –refere-se ao tempo necessário para reduzir a quantidade da droga no corpo pela metade, durante o processo de eliminação. Biotransformação de fármacos Uma droga que é metabolizada rapidamente, possui meia-vida curta e, consequentemente, um efeito terapêutico curto. Biotransformação de fármacos 1. Fatores genéticos Influenciam nos níveis metabólicos enzimáticos, causando diferenças individuais. Ex: - Polimorfismo da CYP2C93: redução da tolerância a varfarina. - Variante do gene CYP2D6 resulta em hidroxilação deficiente ou extensa de debrisoquina. Relevância clínica do metabolismo de drogas 2. Idade As drogas são metabolizadas em taxas reduzidas durante o período pré- puberal e na senescência. Relevância clínica do metabolismo de drogas 3. Via de administração A via oral pode resultar no extenso metabolismo hepático de alguns fármacos, conhecido como efeito de primeira passagem. Ex: verapamil Relevância clínica do metabolismo de drogas 4. Dieta e fatores ambientais Alimentos grelhados com carvão, bem como o uso de nicotina, causam indução enzimática. Relevância clínica do metabolismo de drogas 5. Posologia As doses tóxicas podem provocar depleção das enzimas necessárias para as reações de detoxificação. Relevância clínica do metabolismo de drogas 6. Interação entre drogas Indução ou inibição enzimática no metabolismo de uma droga causada por outra. Ex: Fenobarbital inibe metabolismo de drogas e o etanol induz metabolismo de drogas. Relevância clínica do metabolismo de drogas 7. Doenças A presença de hepatopatia diminui a capacidade de metabolizar os fármacos. Relevância clínica do metabolismo de drogas A cardiopatia, ao limitar o fluxo sanguíneo para o fígado, pode comprometer o processamento de drogas cujo metabolismo é limitado pelo fluxo. Ex: lidocaína, propranolol. Relevância clínica do metabolismo de drogas Relevância clínica do metabolismo de drogas A disfunção tireoidiana pode alterar o metabolismo de alguns fármacos. Ex: o hipotireoidismo aumenta a meia vida da digoxina e alguns B- bloqueadores. O hipertireoidismo tem o efeito oposto. • Estudos afirmam que a liberação de mediadores inflamatórios, citocinas e oxido nítrico, associados a infecções bacterianas ou virais e câncer dificultam o metabolismo de fármacos pela inativação do complexo P450. Relevância clínica do metabolismo de drogas Excreção dos fármacos • A excreção dos fármacos refere-se ao processo pelo qual um fármaco ou metabólito é eliminado do organismo. • O rim é o mais importante órgão de excreção. Excreção dos fármacos • Outras vias de excreção: –BILIAR: circulação êntero-hepática. –FECAL: importante via de excreção de alguns fármacos que são metabolizados no fígado e excretados na bile ou fármacos que não foram absorvidos. Excreção dos fármacos –PULMONAR: importante para a eliminação de gases anestésicos. –LEITE: é quantitativamente insignificante, porém podem causar efeitos indesejáveis durante a amamentação. – SUOR, SALIVA, LÁGRIMAS: Também podem ser excretados (fármacos lipossolúveis, não- ionizados). Excreção dos fármacos Três processos fundamentais para a eliminação renal dos fármacos: • Filtração glomerular • Secreção tubular ativa • Difusão passiva através do epitélio tubular Excreção renal Excreção dos fármacos Filtração glomerular: • PM < 20.000 • A maioria dos fármacos, com exceção de macromoléculas cruza esta barreira • Ligação dos fármacos a proteínas plasmáticas Excreção renal Excreção dos fármacos Filtração glomerular: Os compostos hidrossolúveis são incapazes de sofrer difusão retrógrada para a circulação e são excretados. Isso depende da TFG e da extensão da ligação plasmáticada substância. Excreção dos fármacos Excreção renal Secreção tubular: Mecanismo de excreção que envolve a participação de transportadores primários e secundários para a excreção de ânions e cátions (transporte ativo). Ex: penicilina. Excreção renal Excreção dos fármacos Secreção tubular: A glicoproteína-P transporta ativamente alguns fármacos da circulação sistêmica para a luz do túbulo renal. Ex: digoxina Excreção renal Excreção dos fármacos Excreção renal Excreção dos fármacos Reabsorção tubular passiva: Formas ionizadas dos eletrólitos fracos que irão depender das diferenças de pH entre urina e sangue (sequestro iônico). Importante no tratamento das intoxicações farmacológicas. Excreção dos fármacos Excreção renalExcreção renal Hidrofílica Lipofílica + Metabólito hidrofílico Hidrofílica Lipofílica Lipofílica + Metabólito hidrofílico Hidrofílica • Transportadores semelhantes aos que existem nos rins também estão presentes na membrana canalicular do hepatócito e secretam fármacos na bile: - Glicoproteína-P Excreção dos fármacos Excreção biliar e fecal • Circulação êntero-hepática: Os fármacos e metabólitos presentes na bile são liberados no TGI durante o processo digestivo, ondem podem ser reabsorvidos do intestino. Aumento do tempo do fármaco no corpo. Ex: Morfina, Etiniestradiol. Excreção biliar e circulação êntero-hepática. Excreção dos fármacos
Compartilhar