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Introducao a farmacologia

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FARMACOCINÉTICA	
	 Farmacocinética	é	o	movimento	do	fármaco	no	corpo,	e	como	o	corpo	processa	esse	fármaco,	então	
seu	conceito	tem	a	ver	com	o	processamento,	pois	a	depender	do	processamento,	eu	vou	ter	as	mudanças	do	
movimento;	 tem	 a	 ver	 com	 biodisponibilidade.	 Estudamos	 desde	 a	 administração	 desse	 fármaco	 até	 o	
momento	da	 sua	excreção.	Os	 fenômenos	que	compreendem	a	 farmacocinética	 são	absorção,	distribuição,	
metabolização/biotransformação	e	excreção.	
	 Quando	falamos	em	absorção,	falamos	em	passagem,	que	é	a	passagem	de	onde	o	fármaco	está,	para	
o	sangue,	por	exemplo,	se	tomamos	uma	aspirina,	esse	fármaco	vai	sair	do	estômago/intestino	e	vai	para	o	
sangue,	então	essa	passagem	é	a	absorção	(se	não	tem	passagem,	não	tem	absorção).	Tem	alguns	fatores	que	
influenciam	a	absorção,	 como	a	 lipossolubilidade,	 pois	 a	membrana	é	 lipossolúvel,	 então	 se	o	 fármaco	 for	
lipossolúvel,	atravessa	com	mais	facilidade,	quanto	mais	lipossolúvel	o	fármaco,	mais	fácil	vai	ser	a	absorção	e	
na	farmacologia	a	lipossolubilidade	é	chamada	de	coeficiente	de	partição	óleo/água,	que	quanto	maior	for,	
maior	lipossolubilidade,	e	maior	a	absorção,	mas	se	o	fármaco	for	hidrossolúvel,	o	processo	de	absorção	reduz	
(há	vias	de	administração	que	o	fármaco	não	precisa	atravessar	membranas	para	chegar	no	sangue,	como	a	via	
endovenosa).	 A	 depender	 da	 forma	 físico-química	 que	 esse	 fármaco	 tiver,	 eu	 posso	 administrá-lo	 de	 uma	
maneira	que	 favoreça	 seu	mecanismo	de	ação.	Outro	 fator	que	 influencia	nesse	processo	de	 absorção	é	 a	
concentração	do	fármaco,	ou	seja,	a	gente	tem	um	processo	de	difusão	passiva,	no	qual	quanto	maior	for	a	
concentração	do	fármaco	de	um	lado,	mais	facilmente	esse	fármaco	vai	passar,	o	tamanho	do	fármaco	também	
influencia.	Outros	fatores	são	o	grau	de	ionização,	onde	entra	o	pH,	dizemos	que	fármacos	de	caráter	ácido	são	
melhor	 absorvidos	 em	meio	 ácido,	 e	 fármacos	 de	 caráter	 básico	 são	 melhor	 absorvidos	 em	meio	 básico,	
portanto,	similar	absorve	similar.	
	 Todos	os	fármacos,	independente	do	caráter,	estão	sempre	num	estado	de	equilíbrio,	que	faz	com	que	
50%	da	forma	desse	composto	seja	uma	forma	molecular	(HA	↔	H+	+	A-),	que	está	numa	carga	neutra,	e	os	
outros	50%	estão	na	forma	ionizada,	e	isso	significa	que	todos	os	compostos	sempre	vão	tender	a	esse	equilíbrio	
(50%	molecular	e	50%	ionizada).	Então	quando	tomamos	um	fármaco	de	caráter	ácido,	como	a	aspirina,	ele	cai	
no	estômago,	que	tem	um	pH	ácido	(capaz	de	liberar	prótons	H+)	e	lá	vai	encontrar	o	ácido	clorídrico,	então	
esse	H+	vai	se	somar	ao	H+	da	equação,	e	quando	o	H	aumenta,	como	o	fármaco	precisa	ter	um	equilíbrio	de	
50/50,	essa	reação	vai	ser	deslocada	p	a	outra	direção,	aumentando	a	forma	molecular,	pois	o	A-	vai	se	associar	
ao	H+	e	vai	forçar	a	reação	a	estar	nessa	forma	molecular,	e	é	nessa	forma	molecular,	que	é	sem	carga,	permite	
atravessar	a	membrana,	pois	a	membrana	é	lipossolúvel	e	apolar,	então,	um	fármaco	de	característica	ácida	é	
melhor	absorvido	no	meio	ácido,	pois	no	meio	ácido	eu	vou	forçar	a	 forma	molecular	do	fármaco	(a	 forma	
molecular	é	mais	bem	absorvida).	O	fármaco	com	característica	ácida	muitos	íons	livres	no	meio	básico,	e	o	
fármaco	básico	tem	poucos	íons	livres	no	meio	básico.	Fármaco	de	característica	ácida	é	melhor	absorvido	em	
meio	ácido,	pois	está	na	forma	molecular;	e	fármaco	de	característica	básica	é	melhor	absorvido	em	meio	
básico,	pois	está	na	forma	molecular.	
Uma	das	características	do	diabetes	é	o	fato	de	que	quando	descompensado,	o	 individuo	apresenta	
cetoacidose,	que	causa	uma	acidose	metabólica,	portanto,	se	esse	indivíduo	toma	um	fármaco	ácido,	ele	vai	
ser	mais	absorvido,	o	que	aumenta	a	quantidade	de	fármaco	no	sangue	e	pode	levar	a	uma	intoxicação.	Se	o	
fármaco	tem	característica	ácida,	no	meio	básico,	a	equação	HA	↔	H+	+	A-	liberaria	OH-,	o	OH	iria	consumir	o	
H+	p	formação	de	água,	reduzindo	esse	lado	da	equação,	e	pra	manter	o	equilíbrio,	essa	reação	teria	que	sair	
da	 forma	molecular/sem	 carga	 e	 ir	 p	 a	 forma	 ionizada/com	 carga,	 sendo	 assim,	 o	 fármaco	 ácido	 é	 pouco	
absorvido	no	meio	básico,	pois	no	meio	básico	força	a	forma	ionizada,	e	no	meio	ácido	fica	a	forma	molecular.	
Na	 diabetes	 descompensada	 pode	 ter	 uma	 acidose	metabólica,	 e	 nessa	 acidose,	 se	 o	 indivíduo	 tomar	 um	
fármaco	de	característica	ácida,	ele	pode	ter	um	aumento	no	processo	de	absorção	devido	a	essa	característica	
de	 ionização,	o	que	pode	 levar	o	 indivíduo	à	 intoxicação,	por	 isso	é	necessário	ajustar	a	dose.	Quando	um	
fármaco	ácido	chega	num	meio	básico,	ele	não	é	bem	absorvido,	pois	o	meio	básico	OH-	se	associa	ao	H+	p	
formação	de	água,	e	isso	significa	que	ele	ta	diminuindo	a	quantidade	da	forma	H+,	e	ao	diminuir	isso,	para	que	
mantenha	um	equilíbrio,	é	preciso	que	a	reação	saia	da	forma	molecular	e	forme	mais	A-.	
Outro	fator	é	a	área,	que	é	mais	importante	que	o	pH,	então	quanto	maior	for	a	área	de	superfície	do	
tecido,	maior	vai	ser	a	área	de	contato,	e	quanto	maior	for	a	área	de	contato,	maior	vai	ser	a	possibilidade	de	
absorção	(aumenta	a	área,	aumenta	a	absorção).	O	lugar	do	nosso	corpo	que	tem	uma	maior	área	é	o	intestino	
(numa	administração	oral),	ou	seja,	na	via	oral,	o	intestino	é	o	que	tem	maior	taxa	de	absorção	por	conta	das	
microvilosidades	e	por	ter	maior	área	de	contato,	e	mesmo	os	fármacos	de	característica	ácida	vão	ser	bem	
absorvidos	no	intestino	pelo	fato	do	intestino	ter	uma	superfície	de	contato	grande,	o	que	favorece	a	absorção,	
mas	obviamente	os	fármacos	de	característica	básica	são	muito	mais	absorvidos	no	intestino	(junta	a	questão	
do	pH	e	da	área).	Cirurgias		que	recortam	parte	do	intestino	ou	estômago	influenciam	no	processo	de	absorção.	
Não	existe	absorção	de	100%,	todas	são	reduzidas	pelo	processo	de	metabolismo	de	primeira	passagem.	
Quando	o	fármaco	cai	no	sangue,	ele	vai	ter	que	sair	do	sangue	e	entrar	em	tecidos,	quando	ele	chega	
no	sangue,	ele	pode	estar	livre	ou	pode	encontrar	proteínas	séricas	e	se	ligar	a	elas.	A	somatória	do	fármaco	na	
forma	livre	com	o	de	forma	ligada	é	chamada	de	biodisponibilidade,	que	é	a	concentração	desse	fármaco	no	
sangue.	A	característica	físico-química	do	fármaco	e	da	proteína	indica	a	proporção	do	fármaco	ligado	e	livre	
(20%	livre	e	80%	ligados	–	proporção	depende	da	característica).	A	primeira	proteína	tem	característica	básica,	
que	é	a	albumina,	e	o	processo	de	passagem	do	fármaco	do	sangue	para	o	tecido-alvo	é	chamado	distribuição,	
e	tanto	a	absorção	quanto	a	distribuição	é	passagem,	a	diferença	é	que	absorção	é	a	passagem	do	fármaco	de	
onde	ele	está	para	o	sangue,	e	a	distribuição	é	a	passagem	do	sangue	para	o	tecido-alvo,	e	esse	fármaco	que	
é	distribuído	é	o	fármaco	que	está	livre,	portanto,	o	fármaco	que	atinge	o	tecido-alvo	é	o	livre,	enquanto	que	
a	porção	do	fármaco	ligada	ficar	circulando	no	sangue.	A	porção	ligada	pode	se	tornar	livre,	e	a	porção	livre	
pode	se	tornar	ligada;	da	mesma	forma	que	o	fármaco	livre	pode	ir	ao	tecido,	fármacos	que	estão	no	tecido	
podem	voltar	ao	sangue.	A	 ligação	do	 fármaco	à	proteína	depende	do	 tipo	do	 fármaco	que	vai	 se	 ligar	em	
determinados	tipos	de	proteínas.	
A	albumina	é	uma	proteína	de	característica	básica,	então	na	distribuição	do	fármaco,	essa	proteína	
básica	vai	se	associar	a	um	fármaco	de	característica	ácida,	existe	uma	complementariedade	física	e	química	
entre	 a	 albumina	 básica	 e	 o	 fármaco	 ácido	 que	 permite	 a	 ligação,	 e	 a	 alfa-1-glicoproteína	 ácida	 que	 se	
complementa	com	fármacos	básicos.		
O	fármaco,	na	condição	de	80%	ligados	e	20%	livre,	significa	que	indivíduos	que	tenham	diabetes,	são	
indivíduos	que	podem	ter	cetoacidose,	mas	também	podem	ter	proteinúria,	e	essa	perda	de	proteínas	leva	a	
uma	redução	na	quantidade	de	proteínas	no	sangue,	e	se	eu	reduzo	a	quantidade	de	proteínas	no	sangue,	
significa	que	vou	aumentar	a	quantidade	de	fármacos	livres,	aumentando	o	efeito	e,	portanto,	a	dose	precisa	
ser	ajustada.	Mesmo	que	haja	uma	reduçãode	proteína	no	sangue,	a	biodisponibilidade	está	igual,	mas	o	efeito	
vai	aumentar	(a	quantidade	de	proteína	sérica	regula	a	distribuição),	lembrando	que	a	porção	metabolizada	e	
excretada	é	a	porção	livre.	
Supondo	que	um	indivíduo	faça	uso	de	um	anticoagulante	(varfarina	=	marevan),	a	varfarina	interage	
com	tudo,	como	por	exemplo	alface,	que	tem	vitamina	K,	e	a	varfarina	age	inibindo	a	vitamina	K	na	via	comum	
da	coagulação,	evitando	a	conversão	de	protrombina	em	trombina,	então	ela	é	de	muito	difícil	prescrição,	pois	
ela	pode	aumentar	ou	diminuir	o	efeito	com	tudo.	O	indivíduo	que	toma	varfarina	precisa,	a	cada	15	dias,	entrar	
em	contato	com	o	médico,	dosar	a	taxa	de	coagulação	e	definir	a	dose.	Além	desse	processo	da	interação	da	
varfarina	com	os	alimentos,	ela	tem	com	medicamentos.	A	varfarina	fica	80%	ligada	e	20%	livre,	aí	um	individuo	
faz	uso	de	varfarina	e	teve	uma	infecção	fúngica,	aí	ele	resolve	tomar	cetoconazol	(antifúngico	que	inibe	uma	
enzima	que	interfere	na	via	lipídica	da	membrana	do	fungo),	esse	cetoconazol	se	liga	na	mesma	proteína	que	a	
varfarina	e	na	mesma	proporção,	mas	a	 albumina	 vai	 ter	mais	 afinidade	 com	o	 cetoconazol	do	que	 com	a	
varfarina,	deixando	a	varfarina	livre,	portanto,	vai	haver	um	aumento	da	forma	livre	da	varfarina	por	conta	do	
cetoconazol,	que	vai	aumentar	o	efeito	da	varfarina,	levando	a	hemorragias.	
Se	aumenta	muito	a	absorção,	pode	aumentar	muito	a	concentração,	e	o	aumento	concentração,	que	
é	o	aumento	da	biodisponibilidade,	 favorece	o	processo	da	distribuição,	pois	a	 forma	 ligada	não	 fica	100%	
ligada,	ela	fica	ligada	mas	pode	se	desligar	e	formar	livre,	isso	é	um	princípio	químico	(na	cinética	química,	temos	
um	substrato	e	uma	proteína,	e	o	substrato	se	liga	a	essa	proteína,	se	vem	outro	substrato,	essa	proteína	ta	
cheia,	isso	é	saturação),	então	a	cada	fármaco	que	chega,	é	outro	fármaco	que	vai	sair	para	que	o	novo	se	ligue,	
é	o	caso	do	cetoconazol,	que	se	liga	à	proteína	com	mais	afinidade	e	deixa	a	varfarina	livre,	aumentando	o	efeito	
da	varfarina.		
O	tecido	mais	perfundido	entre	o	coração	e	o	osso	é	o	coração,	então	é	assim,	aqueles	tecidos	que	têm	
uma	perfusão	maior,	consequentemente,	o	fármaco	vai	chegar	mais	rapidamente	nesse	tecido,	já	nos	tecidos	
poucos	perfundidos	(ex:	osso,	tecido	adiposo...)	o	fármaco	livre	vai	chegar	de	maneira	mais	lenta.	Da	mesma	
forma,	esse	tecido	mais	perfundido	vai	“encher”	mais	rapidamente,	ele	vai	saturar	mais	rapidamente,	significa	
que	na	distribuição	nesses	 tecidos	mais	perfundido,	 ele	 satura	mais	 rapidamente,	 então	 cada	 fármaco	que	
entrar	nesse	tecido	vai	sair	dele,	então	essa	cinética/velocidade	de	distribuição	em	tecidos	mais	perfundidos	é	
diferente	da	velocidade	de	distribuição	em	tecidos	que	são	menos	perfundido,	pois	esses	menos	perfundido	
demoram	mais	tempo	p	saturar	essas	proteínas	e	demoram	mais	p	poder	liberar	esse	fármaco	p	o	sangue,	isso	
significa	que	esses	tecidos	menos	perfundido	são	tecidos	de	reserva	(são	reservatórios	farmacológicos).	É	mais	
rápido	 p	 distribuir	 o	 fármaco	 livre	 para	 um	 tecido	 bem	perfundido	 do	 que	 p	 um	pouco	 perfundido,	 e	 isso	
significa	que	no	tecido	muito	perfundido	eu	consigo	saturar	essas	proteínas	mais	rapidamente	e	vai	haver	uma	
cinética	mais	rápida,	e	isso	significa	que,	enquanto	nos	tecidos	bastante	perfundido	eu	vou	ter	uma	saturação	
maior	e	um	fármaco	que	chega	e	sai	mais	rápido,	nos	tecidos	pouco	perfundido	essa	velocidade	muda,	a	cinética	
é	mais	lenta,	tanto	pra	entrar/saturar,	quanto	pra	sair,	e	como	esse	fármaco	demora	mais	p	sair	do	tecido	e	
voltar	p	o	sangue,	ele	 fica	armazenado	nesse	tecido,	o	chamado	reservatório	 farmacológico.	A	questão	dos	
indivíduos	com	o	IMC	maior,	é	que	mesmo	que	eu	dê	um	fármaco	com	a	concentração	e	biodisponibilidade	
correta,	se	essa	pessoa	fizer	uso	crônico	desse	fármaco,	vai	ter	uma	ação	rápida	nos	tecidos	bem	perfundidos,	
mas	vai	se	acumulando	no	tecido	adiposo,	e	aí	mesmo	depois	que	essa	pessoa	parar	de	tomar	o	fármaco,	se	ela	
diminuir	o	peso,	a	redução	do	tecido	adiposo	pode	fazer	com	que	o	fármaco	que	estava	acumulado	saia	do	
tecido	adiposo	e	 vá	pro	 sangue,	 então	é	 comum	que	haja	 intoxicação	pelo	 fármaco,	pois	 a	dose	dada	não	
respeitou	o	IMC	(o	hidrossolúvel	é	mais	difícil	de	se	acumular/menor	tendência	de	intoxicação,	os	fármacos	
lipossolúveis	são	mais	-	não	precisa	ser	necessariamente	fármaco).	
Nenhum	 fármaco	administrado	via	oral	é	100%	absorvido,	então	 sua	biodisponibilidade	não	vai	 ser	
100%,	a	única	que	vai	ser	100%	é	via	endovenosa,	as	outras	vias	não	são	completas.	Por	exemplo,	esse	fármaco	
administrado	via	oral,	cai	no	estômago,	passa	pelo	intestino,	e	há	uma	comunicação	entre	o	intestino	e	o	fígado,	
que	é	a	circulação	porta	enterro-hepática,	então	quando	tomamos	um	fármaco	oralmente,	esse	fármaco	cai	no	
estômago	e	é	20%	absorvido,	os	80%	restantes	sai	do	estomago	e	vai	para	o	intestino,	e	então	é	absorvido	40%,	
e	os	outros	40%	restantes	passa	pela	circulação	porta	e	vai	ser	metabolizado	no	fígado,	30%	é	excretado	e	10%	
é	absorvido	(volta	p	 intestino).	Esses	30%	excretados	não	chegaram	a	ser	absorvidos,	então	essa	porção	do	
fármaco	que	 foi	excretado	antes	de	chegar	na	circulação	sistêmica	é	o	que	chamamos	de	metabolismo	de	
primeira	passagem,	que	permite	a	excreção	de	uma	porção	do	fármaco	antes	dele	ser	absorvido	e	portanto,	
todas	 as	 administrações	 farmacológicas	 que	 tenham	 absorção	 vai	 passar	 pelo	 metabolismo	 de	 primeira	
passagem,	pois	esse	metabolismo	não	acontece	no	interior	apenas	do	fígado,	mas	no	interior	de	todas	as	outras	
células,	pois	quem	faz	esse	metabolismo	é	o	sistema	microssomal	existente	no	REL	das	células,	mas	das	vias	de	
adm,	a	via	oral	é	a	que	mais	vai	passar	pelo	metabolismo	de	primeira	passagem	(o	metabolismo	que	vai	excretar	
uma	porção	do	fármaco	antes	dele	chegar	na	circulação	sistêmica;	toda	via	de	adm	vai	ter	metabolismo	de	
primeira	passagem,	exceto	a	endovenosa	pq	não	tem	absorção.	Esse	metabolismo	não	é	exclusivo	do	fígado;	a	
via	oral	é	a	que	mais	sofre	esse	metabolismo).	
Metabolização	é	a	transformação	que	o	corpo	faz	ao	fármaco,	e	sua	função	é	preparar	ou	transformar	
o	 fármaco	para	excreção,	ou	seja,	permitir	a	excreção	 farmacológica.	A	metabolização	tem	um	sentido,	em	
regra,	a	metabolização	pega	um	fármaco	com	característica	 lipossolúvel	e	vai	converter	em	hidrossolúvel	p	
poder	excretar	na	urina	(geralmente).	Então	temos	um	composto	X,	que	é	metabolizado,	e	a	metabolização	
acontece	 via	 REL,	 existe	 um	 conjunto	 de	 enzimas	 que	 permite	 toda	 essa	 transformação.	 Vamos	 ter	 um	
composto	que	pode	ser	ativo,	e	esse	fármaco	passa	por	determinadas	células	e	pega	o	composto	e	expõe	a	um	
grupo	mais	hidrossolúvel,	de	maneira	que	vai	converter	esse	composto	em	um	composto	um	pouquinho	mais	
hidrossolúvel,	e	esse	composto	lipossolúvel	passa	a	ser	inativo.	Então,	temos	um	composto	ativo,	que	ao	ser	
metabolizado	se	torna	inativo	e,	portanto,	sem	efeito,	e	esse	composto	inativo	passa	por	uma	segunda	reação	
(metaboliza	de	lipo	para	hidro)	e	pode	ser	conjugado/associado	a	uma	serie	de	compostos	chamados	ácidos	
glicurônicos,	 que	 vão	 conjugar	 esse	 composto	 inativo	 e	 permitir	 um	 processo	 de	 excreção	 na	 urina.	 Não	
necessariamente	ela	vai	ser	sempre	dessa	forma	(	X	ativo	->	inativo	->	excreção),	existem	exceções,	as	vezes	
tomamos	um	 composto	 que,	 a	 princípio,	 é	 inativo,	mas	 quando	 esse	 composto	 passa	 por	 um	processo	 de	
metabolização,	 ele	 pode	 ser	 convertido	 em	 um	 composto	 ativo,	 e	 esse	 composto	 ativo	 pode	 sofrer	 uma	
metabolização	e	novamente	ser	inativado,	e	esse	composto	inativo	é	conjugado	p	poder	ser	excretado.	Esse	
composto	que	é	ativo	e	fica	 inativo	é	um	fármaco,	esses	compostos	normalmente	têm	uma	atividade	e	são	
metabolizados	e	se	tornam	inativos	para	serem	excretados;	esses	compostos	que	são	inativos	e	precisam	ser	
metabolizados	p	poder	ter	uma	atividade	são	os	pró-fármacos,	então	os	pró-fármacos	são	compostos	inativosque,	ao	serem	metabolizados,	tornam-se	ativos	(ex:	codeína,	anti-hipertensivos,	enalapril).	O	enalapril	é	inativo	
e,	quando	metabolizado,	é	convertido	em	enalaprilato	de	sódio,	que	tem	a	ação	anti-hipertensiva.	
Temos	2	mecanismos	de	regulação	de	PA:	barorreceptor	(rápido)	e	o	SRAA	(lento).	Nosso	rim	possui	o	
néfron,	que	tem	cápsula	de	Bowman,	TCP	que	vira	o	ramo	espesso	descendente	da	alça	de	Henle,	sai	do	córtex	
p	a	medula	e	lá	vira	um	ramo	descendente	delgado	da	alça	de	Henle	e	vira	o	ramo	ascendente	delgado	da	alça	
de	Henle,	e	assim	vai	até	o	TCD,	e	depois	o	ducto	coletor.	Essa	estrutura	da	cápsula	de	Bowman	é	muito	irrigada,	
ela	tem	um	nexo	capilar	muito	forte,	de	maneira	que	temos	uma	arteríola	aferente	e	uma	eferente.	Nessa	parte	
final	da	alça	de	Henle	temos	uma	estrutura	celular	em	contato	com	o	sangue	e	o	tubo,	esse	conjunto	celular	
funciona	como	um	sensor	de	sódio,	que	é	a	mácula	densa,	ela	consegue	perceber	o	sódio	que	passa	no	sangue	
e	o	túbulo	renal,	então	se	eu	tenho	muito	sódio	passando	no	túbulo,	ela	detecta	como	se	tivesse	muito	sódio	
passando	no	sangue,	e	aí	ela	aciona	uma	sinalização	que	estimula	as	células	justapostas,	que	liberam	a	renina	
no	sangue,	e	então	a	renina	cliva	o	angiotensinogênio	e	o	converte	em	angiotensina	I,	que	vai	até	o	endotélio	
pulmonar	e	sofre	ação	da	ECA	e	vira	angiotensina	II,	ao	mesmo	tempo	ela	passa	pelo	coração	e	sofre	a	ação	da	
quimase,	e	a	angio	II	tem	vários	efeitos,	e	um	deles	é	que	ela	vai	causar	vasoconstrição,	então	se	a	constrição	é	
na	 eferente,	 vai	 diminuir	 o	 calibre	 do	 vaso	 e,	 ao	 mesmo	 tempo,	 ela	 estimula	 a	 suprarrenal	 a	 liberarem	
aldosterona,	que	ativa	o	processo	do	TCD,	e	quando	ela	se	liga	ao	TCD	e	ducto	coletor,	ela	abre	um	canal	de	
sódio,	puxando	sódio	e	água	do	túbulo	renal	e	puxa	pro	sangue,	então	com	tudo	isso	a	PA	aumenta.	Ao	mesmo	
tempo,	a	angio	I	interfere	no	SNC	e	estimula	a	adeno-hipófise	a	liberar	vasopressina	(ADH),	que	vai	promover	
o	aumento	da	reabsorção	da	água,	e	então	a	angio	II	dá	sensação	de	sede	e	a	gente	bebe	mais	água.	Quando	o	
individuo	é	hipertenso,	esse	eixo	vai	estar	bastante	estimulado,	vai	ter	uma	hiper	expressão	do	SRAA,	e	então	
tem	 os	 fármacos	 inibidores	 de	 ECA,	 por	 exemplo,	 enalapril,	 que	 é	 um	 pró-fármaco,	 vai	 ser	 convertido	 em	
enalaprilato	de	sódio,	que	vai	até	a	ECA	e	a	bloqueia,	acabando	com	as	ações	do	SRAA.	O	enalapril,	ao	ser	
convertido	em	enalaprilato	de	sódio,	tem	uma	meia-vida	maior,	os	pró-fármacos	costumam	ter	uma	meia-vida	
maior,	que	é	melhor	p	a	comodidade	posológica,	ou	seja,	a	pessoa	tem	uma	adesão	melhor	ao	fármaco	(é	mais	
caro,	mas	melhora),	pois	dá	um	único	fármaco	durante	o	dia,	não	precisa	dar	mais	de	uma	dose.	Quem	usa	
inibidor	de	ECA	costuma	tossir	muito,	pois	tem	aumento	de	bradicinina	no	pulmão.	
	
	
OBS:	A	biodisponibilidade	é	o	que	precisamos	para	saber	se	o	fármaco	vai	ter	um	efeito	terapêutico,	toxico	ou	
não	vai	ter	efeito,	qualquer	fenômeno	que	interfira	na	biodisponibilidade	pode	fazer	com	que	a	terapêutica	
seja	subterapêutica	(não	responde	ao	fármaco).	O	genérico	tem	o	mesmo	princípio	ativo,	mas	sem	o	nome	
fantasia,	 no	 caso	do	 genérico	 é	 feito	um	 teste	de	biodisponibilidade,	 então	pega	o	 fármaco	 referência	 e	o	
princípio	 ativo	e	 compara	a	 concentração	desses	 fármacos	no	 sangue	em	um	determinado	 tempo.	 Se	esse	
tempo	for	similar	p	os	dois	e	a	quantidade	biodisponível	for	a	mesma,	existe	uma	bioequivalência.

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