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Histamina e Anti-Histamínicos Aspectos gerais sobre as ações da histamina A histamina causa inicialmente vasodilatação e aumento da permeabilidade e uma resposta inflamatória (RI) subsequente, na área afetada. A resposta inflamatória pode ser alérgica (RIA) ou não alérgica (RINA). Os sintomas da RIA clássicos são: coriza, prurido, olhos lacrimejantes e espirros. Histamina na inflamação aguda Aumento do calibre dos vasos do local agredido; Alteração dos capilares: saída de células sanguíneas e plasma para o sítio da inflamação; Migração de leucócitos e acúmulo no foco inflamatório. Liberação intradérmica de histamina (tríplice de Lewis: vaso sanguíneo, neurônio e mastócito) Surge de um estímulo lesivo, como uma picada de inseto, uma agulha... Resposta tríplice mostrando a participação do capilar, arteríola e fibra nervosa nos sinais e sintomas presentes na reação tríplice de Lewis, picada de inseto e liberação intradérmica de histamina estimulada por alérgeno. Vê-se na resposta tríplice: • Eritema inicial: devido a vasodilatação; • Halo ou eritema reflexo: uma coloração rosa brilhante que é difuso e circunda o sítio da lesão devido ao reflexo axônico engatilhado pela estimulação nervosa sensorial. • Edema ou pápula: área edatomosa, que é devido à permeabilidade aumentada da microcirculação às proteínas, vergão perto do local da lesão. Mastócitos na inflamação Possuem receptores para porção Fc da IgE. Desgranulação. Liberação da histamina. Vasodilatação --- aumento da permeabilidade --- passagem de proteínas do plasma para o interstício, especialmente o fibrinogênio --- os mastócitos também liberam prostaglandinas, leucotrienos, IL-4, IL-5, IL-13 e quimiocinas (eotaxina) --- IL-4, IL-5 e IL-13 relacionados ao perfil Th2. Além da histamina, eles armazenam nos seus grânulos heparina e algumas proteases. Resposta alérgica da rinite Tratamento preventivo: estabilizadores de membrana. Tratamento sintomático: duas classes de drogas são empregadas: • Anti-histamínicos (tratamento sintomático para descongestionamento nasal) • Corticosteroides (sprays nasais que impedem a congestão nasal). Ações da histamina no nariz • Estimula as terminações nervosas sensoriais (prurido e espirro). • Aumenta a permeabilidade vascular (edema e obstrução). • Estimula secreções glandulares (coriza). Uso de anti-H1 para tratar a rinite alérgica Pesquisas mostram: • Inibem a liberação de histamina dos mastócitos e basófilos. (Fenoxifenadina) • Diminuem a migração celular. (Loratadine e Cetizerina) • Diminuem a expressão de algumas proteínas. (urticária - fenoxifenadine VCAM; psoríase - cetirizina ICAM1 e ICAM3) Anti-histamínicos de 2ª geração são disponíveis como descongestionantes: Claritin- D (Loratadine) e Allegra-D (Fenoxifenadine). Histamina Química É uma molécula hidrofílica, que contém um anel imizadólico e um aminogrupo conectados por 2 grupos metilenos. É um hormônio local. É um autacóide. Classificação A histamina é: • Amina biogênica; • Hormônio local; • Neurotransmissor (NT) central • Mediador químico das respostas inflamatórias alérgicas e não alérgicas. Principais receptores para as ações e efeitos importantes da histamina • Prurido (H1) • SNC - neurotransmissão (H1) alerta • Secreção gástrica (H2) poderoso estimulante da secreção de HCl gástrica. • Musculatura lisa – contrai musculatura lisa: intestino (H1), brônquios (H1) e útero (H2) • Cardiovascular – dilata pequenas arteríolas, capilares e vênulas. Os vasos cerebrais são especialmente sensíveis à histamina. ▪ H1, H2 - vasodilatação ▪ H2 – FC (ação direta e indireta) ▪ H1 – permeabilidade da microcirculação (ex: na anafilaxia, aumenta a pressão do fluido cerebral e causa dor de cabeça devido a histamina. Efeitos da histamina • Dor, coceira, urticária, hipotensão, taquicardia, rubor; • Dor de cabeça, distúrbio visual, aumento da temperatura corporal; • Secreção excessiva de ácido gástrico, diarréria; • Broncocontricção e dispnéia. Papel na saúde • Regula a secreção ácida • Mecanismo protetor da histamina (mediador da inflamação aguda não alérgica); • No SNC: neurotransmissor: o Aumenta o estado de alerta o Regula o apetite o Regula o PA o Modifica a percepção da dor Papel na doença • Cinetoses, náusea e vômito • Inflamação alérgica: o Choque anafilático o Urticária e reações a picadas de insetos o Rinite alérgica o Asma o Alergia a drogas • Síndrome de Zollinger-Hellinson Farmacocinética da Histamina Biossíntese e eliminação Ocorrência: ocorre em quatro tipos celulares • É encontrada na maioria dos tecidos em baixas concentrações • Em elevadas concentrações somente na superfície corporal: TGI, pulmão e pele (mastócitos) • Basófilos • Neurônios (SNC) • Histaminócitos Armazenamento Mecanismo de liberação no mastócito O grânulo de histamina Liberação: três tipos - imunológica, mecânica e induzida poor mediadores como a bradicinina, por exemplo. Liberação por: • Exocitose: neurônios e outras células que sintetizam a histamina • Extrusão granular: mastócito e basófilo Heparina Anticoagulante Obtida por extrusão do intestino de porcos Seu uso terapêutico ocorreu por aproximadamente 70 anos. Principal receptor envolvido na resposta inflamatória: H1 Este receptor é semelhante aos receptores muscarínicos e 5-HT da serotonina Causa prurido e dor Causa edema por ação nos vasos pós-capilares Causa broncoconstrição Outros efeitos da histamina no receptor H1 Dor de cabeça, distúrbio visual, aumento de temperatura corporal. Secreção excessiva de ácido gástrico, diarreia, dispneia, urticária, hipotensão e taquicardia. Receptor H3 Papel: funciona como um feedback inibitório numa variedade de órgãos e sistemas: • Regula a síntese e liberação de histamina (inibitório) • Regula a atividade simpática (inibitório) Agonistas de H3 causam: • Broncodilatação • Vasodilatação arteriolar • Redução da atividade simpática, SCV • Relaxamento do intestino e HCl • Inibem a liberação de NA durante o estresse isquêmico Exemplo: Betaistaina Tratamento de síndrome de Méniere caracterizada pela tríade de sintomas: • Vertigem (com náuseas e vômito) • Zumbido nos ouvidos • Perda ou dificuldade de audição Tratamento sintomático da tontura de origem vestibular. Não recomendada para asmáticos e paciente com úlcera peptídica, pode provocar como reações adversas perturbações gastrointestinais, cefaleia e erupções cutâneas. Liberadores de Histamina Classificação 1° grupo: antígeno, alérgeno e anafilatoxina: na cobaia, a anafilaxia reproduz a sintomatologia do choque anafilático humano. No indivíduo sensibilizado, resulta em liberação de histamina e de outros mediadores da resposta alérgica. 2° grupo: enzimas proteolíticas: proteases presentes em estafilococcos, de venenos de cobra, aranha e insetos liberam histamina por clivarem a porção proteica na membrana plasmática mastocitária. 3° grupo: substâncias básicas: substâncias básicas, composto 48/80, outros fármacos que liberam histamina (os alcalóides: morfina, curare, atropina, etc). Vancomicina (um antibiótico) - produz a síndrome do homem vermelho. O curare produz efeitos de alergia (o paciente sensível à histamina liberada pela droga, não é uma resposta envolvendo produção de anticorpos) a drogas como: asma brônquica, urticária e edema. 4° grupo: agentes físicos: calor, luz, corrente elétrica, traumatismos mecânicos. Antagonistas da histamina Fisiológicos: são drogas simpatomiméticas. • Agonistas alfa e beta: adrenalina para reverter a intoxicação da histamina no choque anafilático. • Agonistas alfa-1 seletivo: fenilefrina (descongestinante nasal) • Agonistas beta-2 seletivos: broncodilatador – salbutamol e salmeterol Antagonistas farmacocinéticos: inibidores da liberação de histamina dos mastócitos. • Aminofilina• Beclometazona, fluticazona • Cromolin sódico ou cromogligato dissódico. Antagonistas competitivos da histamina: • Anti-H1: antialérgicos, sedativos de venda livre. • Anti-H2: antiulcerogênicos, cimetidina e ranitidina. Estabilizadores de membrana – mecanismo de ação Eles bloqueiam os canais de cálcio, essenciais para a desgreanulação mastocitária. Sem cálcio intracelular, as vesículas de histamina não podem se fundir com a membrana celular e desgranular. Estabilizam a cálula e assim impedem a liberação de histamina e mediadores secundários. Efeitos colaterais: • Gosto amargo na boca; • Irritação na garganta; • Boca seca; • Dor de cabeça; • Erupção cutânea. Indicações de uso: • Tratamento preventivo da asma bronquica (impedem o ataque de asma) e da rinite alérgica (spray nasal). • Conjuntivite alérgica (na forma de gotas). As drogas apenas ajudam a prevenir – elas funcionam melhor se e somente se o seu uso ocorrer regularmente, começa a fazer efeito depois de 2-4 semanas de iniciado o tratamento. Isto serve também para os episódios sazonais.
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