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Crescimento e Nutrição

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CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO MILENA BAVARESCO 
 
INTRODUÇÃO 
o O crescimento é definido pelo aumento linear contínuo, 
mas não constante, das estruturas resultante da 
interação de fatores intrínsecos ou orgânicos 
(genéticos, neuroendócrinos) e extrínsecos ou 
ambientais (nutricionais, condições geofísicas, 
atividades físicas, vínculo mãe-filho). 
 
o Para o estudo dessas situações, utiliza-se um conjunto 
de técnicas e medidas que permitem avaliar indicadores 
que irão definir o estado nutricional do indivíduo ou 
caracterizar distúrbios de ordem nutricional, com vistas 
a estabelecer os riscos de morbidade e mortalidade. 
 
o O acompanhamento do crescimento deve fazer parte da 
rotina de atendimento da criança e pode orientar o 
pediatra sobre as condições de saúde da criança, bem 
como queixas relatadas pelos pais. 
 
o A avaliação do crescimento visa: detectar precocemente 
o que está afetando o crescimento para inferir e obter 
sua recuperação, identificar as variações da 
normalidade e tranquilizar a família evitando 
intervenções prejudiciais e identificar problemas que 
não podem ser curados, mas que podem ser 
minimizados e prover apoio para lidar com as 
dificuldades. 
 
o A avaliação é feita por comparação através das curvas 
de crescimento. 
 
o Atualmente, têm ampla divulgação dois conjuntos de 
curvas: o elaborado pelo Centers for Disease Control 
and Prevention (CDC) e conhecido como CDC 2000 e o 
da Organização Mundial de Saúde (OMS), que incluiu 
em seu estudo, entre 6 países, o Brasil. 
 
o O MS do Brasil adotou as curvas da OMS, e são elas que 
fazem parte da caderneta de saúde de cada criança. 
 
o São apresentadas curvas do nascimento até 2 anos, dos 
3 aos 5 e dos 5 aos 20, para comprimento/altura, e 
índice de massa corporal (IMC), e para o peso até os 10 
anos, para os sexos masculino e feminino. 
 
CRESCIMENTO 
o Ao nascer, o menino mede cerca de 50 cm e a menina 
49 cm, com variação de mais ou menos 2 cm. O peso é, 
em média, 3.300g. 
 
o Quando menor que 2.500g são denominados de baixo 
peso. O pico da velocidade de crescimento em 
comprimento no período intrauterino ocorre no 2o 
trimestre de gravidez e o do peso no último trimestre. 
 
o Assim, se o recém-nascido (RN) apresenta 
comprometimento só do peso é maior a probabilidade 
de o agravo ter ocorrido nos últimos meses da gestação, 
mas se houver diminuição do comprimento é mais 
provável que o agravo tenha ocorrido há mais tempo. 
 
o A correlação do tamanho ao nascer é baixa em relação 
à estatura final, pois o crescimento intrauterino é mais 
dependente das condições nutricionais, maternas e 
placentárias do que do seu próprio potencial genético. 
 
o Durante os primeiros anos a curva de crescimento muda 
de canal mudando de percentis (“canalização”) de 
acordo ao seu potencial genético. 
 
o Assim, lactentes que se encontram em percentis mais 
baixos da curva, mas que têm potencial genético para 
serem mais altos, fazem uma recuperação nas primeiras 
semanas de vida em direção a percentis mais altos, e os 
com potencial para serem mais baixos iniciam a 
mudança de canal a partir dos 6 meses. 
 
O CRESCIMENTO PODE SER DIVIDID O EM 3 FASES: 
1. Uma fase de crescimento rápido porem com velocidade 
de crescimento progressivamente menor dos 2,5 anos 
até os 3 anos; 
CRESCIMENTO E 
NUTRIÇÃO 
CRESCIMENTO E 
NUTRIÇÃO 
CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO MILENA BAVARESCO 
 
2. Uma fase de crescimento mais estável com 
desaceleração lenta até o início da puberdade; e 
 
3. A fase puberal com o estirão de crescimento rápido, que 
em algumas crianças, há um estirão entre 7 e 8 anos 
(estirão do meio da infância). 
 
o A menina e o menino crescem de forma bem 
semelhante durante a infância, mas na puberdade, as 
meninas apresentam o estirão em média 2 anos antes 
que os meninos e param de crescer mais cedo. 
 
o O pico de velocidade das meninas é de 8,5cm/ano e dos 
meninos de 9,5cm/ano, essa diferença e o fato de os 
meninos crescerem por pelo menos 2 anos a mais 
explica a diferença média das alturas entre homens e 
mulheres de 13cm. 
 
o Ao se avaliar se uma criança está crescendo bem ou não, 
é mais importante considerar a velocidade de 
crescimento do que a altura atual. 
 
o Uma forma indireta de se inferir a velocidade é pela 
disposição de mais de uma medida na curva com algum 
intervalo de 4 a 6 meses. 
 
o Se as medidas registradas no gráfico acompanharem a 
inclinação das curvas do gráfico, é sugestivo de que a 
criança está crescendo bem. 
 
MATURAÇÃO ESQUEL ÉTICA 
o As crianças podem ser agrupadas em 3 grupos genéticos 
quanto ao ritmo de crescimento: maturadores rápidos, 
médios e lentos. 
 
o Essas diferenças de maturação refletem-se inclusive nos 
estirões puberais, sendo que os rápidos e médios 
apresentam picos mais altos e os lentos picos mais 
baixos. 
 
o Os lentos têm seu estirão puberal mais tarde, chegando 
às vezes a ter alturas abaixo da distribuição da 
referência e também apresentando velocidades 
menores que 5cm/ano, que é a velocidade alerta a partir 
dos 3,5 anos para se suspeitar de causas patológicas de 
baixa estatura. 
 
o A maneira mais adequada para avaliar a maturação é 
pela radiografia da mão e do punho esquerdos. 
 
o O critério mais utilizado é o de Greulich-Pyle, em que a 
radiografia do paciente deve ser comparada com 
modelos no atlas e avaliar com qual idade se parece. 
o Aceita-se que a idade óssea apresente em relação à 
idade cronológica uma variação de +/- 2 anos. 
 
o A maioria das causas patológicas de baixa estatura 
atrasa a idade óssea, mas hipertireoidismo, obesidade e 
puberdade precoce adiantam. Como o fechamento 
completo das epífises significa que a pessoa parou de 
crescer, a radiografia sugere o quanto ainda pode 
crescer. 
 
PUBERDADE 
o Devem ser avaliadas as mamas e os pelos púbicos nas 
meninas e os genitais e os pelos púbicos nos meninos. 
 
o O tamanho dos testículos pode ser avaliado pelo 
orquidômetro de Prader, até 3cm3 considera-se que o 
menino ainda tem características infantis, a puberdade 
começa com 4cm3 e o estirão têm início com 8cm3. 
 
CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO MILENA BAVARESCO 
 
o Na menina, a puberdade começa com o aparecimento 
do broto mamário, que ocorre junto com o aumento da 
velocidade de crescimento, e a menarca normalmente 
ocorre quando a velocidade já ultrapassou o pico. 
 
o A evolução da puberdade pode ser acompanhada por 
meio do Estadiamento de Tanner: 
 
 
 
FATORES QUE INFL UENCIAM E CONTROL AM O 
CRESCIMENTO 
o O primeiro fator que se deve considerar na avaliação é 
a influência genética, sendo que a herança é poligênica. 
 
o Uma forma de avaliar a variabilidade da altura dos filhos 
em relação aos pais é determinar a estatura alvo (ao 
avaliar um menino, “masculiniza-se” a mãe 
acrescentando 13cm à sua altura, e se for menina, 
“feminiliza-se” o pai diminuindo 13 cm, após a soma das 
2 alturas resultantes, calcula-se a média). 
 
o Para determinar a variabilidade utiliza-se 
preferencialmente as recomendações de 
 
o Tanner (no menino, somam-se e subtraem-se 10cm e 
nas meninas 9cm), 95% dos filhos estarão nessa 
variação. Ao se analisar a altura da criança em relação 
ao alvo deve-se adotar a idade óssea em vez da 
cronológica. 
 
ESTATURA AL VO (EM CM) 
o Meninos: (altura do pai + altura da mãe + 13) ÷ 2 
o Meninas: (altura do pai + altura da mãe - 13) ÷ 2 
 
o Nutrição, doenças e condições socais influenciam o 
crescimento. Os principais hormônios que controlam o 
crescimento são GH, hormônio tireoidiano e os 
hormônios sexuais, estes inclusive responsáveis pelo 
estirão puberal. 
 
o A maturação também é geneticamente controlada, 
assim o pediatra deve procurar identificar se os pais 
foram maturadores lentos ou avançados. 
 
o Qualquer alteração no crescimento que não seja 
clinicamente identificávelé indicação para referir-se a 
criança para um especialista. 
 
PRINCIPAIS DOENÇAS QUE AFETAM O 
CRESCIMENTO: 
o Variações da normalidade: baixa estatura familiar e 
maturador lento (também chamado de retardo 
constitucional do crescimento), também familiar. 
 
o Deficiência de crescimento por alterações esqueléticas: 
anomalias cromossômicas (Turner, Down), mutações 
genéticas, como displasias ósseas (p.ex., acondroplasia 
e hipocondroplasia), e síndromes de etiologia 
desconhecida. 
 
o Deficiências secundárias, de início pré-natal ou pós-
natal. As de origem pré-natal podem ser consequentes 
ao tamanho da mãe, nível socioeconômico baixo, má 
nutrição, hipertensão, drogadição, consumo de álcool, 
hábito de fumar e infecções como sífilis, toxoplasmose, 
etc. 
 
o As de origem pós-natal são alterações metabólicas, 
hipotireoidismo, deficiência do hormônio de 
crescimento, uso prolongado de corticosteroides, 
desnutrição e outras. 
CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO MILENA BAVARESCO 
 
AVALIAÇÃO DO ESTADO 
NUTRICIONAL 
o A avaliação do estado nutricional objetiva identificar 
modificações no perfil nutricional individual, associadas 
ou não a situações de doença, permitindo, assim, uma 
intervenção adequada no sentido de promover a 
recuperação ou a manutenção da saúde. 
 
o Vários métodos de avaliação podem ser utilizados. Em 
todas as faixas etárias devem ser realizados: anamnese 
clínica e nutricional; exame físico com medidas 
antropométricas e avaliação neuropsicomotora; 
exames bioquímicos e dosagens hormonais em alguns 
casos. 
 
o Deve-se também avaliar antecedentes pessoais e 
familiares, nível socioeconômico, condições de 
habitação e saneamento. 
 
o É importante usar as curvas específicas para cada 
situação, como na síndrome de Down e na neuropatia. 
 
o O valor da antropometria é indiscutível, desde que 
componha registros regulares, precisos e consistentes. 
 
o Uma série de medidas faz parte da avaliação 
antropométrica, dependendo do tipo de público ao qual 
é destinada. Inclui peso, estatura, circunferências 
corpóreas (crânio, braço, cintura, quadril, panturrilha), 
dobras cutâneas (tricipital, bicipital, suprailíaca, 
subescapular, panturrilha, abdominal) e tamanho dos 
segmentos corpóreos. 
 
o Para a avaliação de consumo alimentar, vários métodos 
estão disponíveis. 
 
o Os mais utilizados são o recordatório de 24 horas 
(informa o consumo no dia anterior ao dia da 
entrevista), o registro alimentar (informa todos os 
alimentos consumidos no momento da sua ingestão por 
3 ou 4 dias) e o questionário de frequência alimentar 
(informa a frequência retrospectiva de consumo de 
grupos de alimentos em um dado período). 
 
o Esses métodos reconhecem inadequações alimentares, 
ou seja, identificam indivíduos em risco nutricional, 
quantificando o consumo de energia ou de algum 
nutriente de interesse. 
 
o O exame clínico complementa a avaliação, verificando-
se características físicas sugestivas de carência ou 
excesso alimentar na pele e nos anexos, na boca, na 
língua. 
 
o Os exames bioquímicos são as medidas mais objetivas 
do estado nutricional. 
 
o Em muitas situações, para obter-se um diagnóstico do 
estado nutricional, é necessário combinar diversos 
indicadores e levar em consideração mais de uma 
medida pois esses indicadores podem sofrer variações 
diárias ou semanais. 
 
o São importantes em pacientes hospitalizados e também 
servem para avaliar a desnutrição grave, para 
diagnosticar anemia ferropriva, ou ainda para 
diagnosticar a recuperação nutricional em situações 
hospitalares. 
 
o A avaliação da composição corpórea pode 
complementar a avaliação e existem vários métodos. 
➢ RN: peso, comprimento, perímetro cefálico (PC), 
torácico (PT) e abdominal (PA), tamanho das 
fontanelas, observar mamada. 
 
➢ Lactente (1-2 anos): peso, comprimento, IMC, PC, 
PT, PA, tamanho das fontanelas,velocidade de 
crescimento (VC), desenvolvimento 
neuropsicomotor e social (DNPM), pressão arterial, 
observação da mamada no peito, mamadeira ou 
copinho. 
 
➢ PC: 2cm/mês no 1o trimestre, 1cm/mês no 2o 
trimestre e 0,5cm/mês no 2º semestre. 
 
➢ Peso: 700g/mês ou 25-30g/dia no 1o trimestre, 
600g/mês ou 20g/dia no 2o, 500g/mês ou 15g/dia 
no 3o e 300g/mês ou 10g/dia no 4o. 
 
➢ VC: 25cm no 1o ano (50% da estatura de 
nascimento), sobretudo nos primeiros 6 meses e 
15cm/ano a partir do 2o ano. 
 
➢ Crescimento adequado: 3,5cm/mês até os 3 meses, 
2cm/mês dos 4 aos 6 meses, 1,5cm/mês dos 7 aos 
9 meses, 1,2 cm/mês dos 10 aos 12 meses. 
 
➢ Perímetro cefálico (PC): altura da glabela e do 
ponto mais saliente do occipital. 
 
➢ Perímetro torácico (PT): altura dos mamilos, 
medido até os 5 anos de idade. 
 
 
CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO MILENA BAVARESCO 
 
o Relação PT/PC igual a 1 indica eutrofia e menor que 1 
indica desnutrição energético-proteica. Até os 6 meses 
o PC é maior que o PT, a seguir PT ligeiramente maior 
que PC. 
 
o Circunferência abdominal (CA): altura do umbigo, útil 
para monitorar alterações como ascite, tumores e 
visceromegalias. 
 
o Obs.: Até os 2 anos PT = PC = CA, em seguida passa a 
predominar o PT. 
 
o Exames laboratoriais: hemograma, ferritina, glicemia, 
perfil lipídico. 
 
o Pré-escolar (2-5 anos) e escolar (5-10 anos): peso, 
estatura, IMC, DNPM, VC, pressão arterial. Crescimento 
mais estável de 5-7cm/ano. 
 
o Adolescência (10-19 anos): peso, estatura, IMC, 
circunferência abdominal, pressão arterial, avaliação do 
estadiamento puberal (Tanner), percepção da imagem 
corporal.

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