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AINES MILENA BAVARESCO INTRODUÇÃO o Os anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs) constituem uma das classes de fármacos mais difundidas em todo mundo, utilizados no tratamento da dor aguda e crônica decorrente de processo inflamatório. o O processo inflamatório é uma resposta normal do organismo secundário a uma lesão tecidual, constituindo- -se um fenômeno complexo, dinâmico e multimediado, que pode ter como desencadeante qualquer agente lesivo, como físico (queimadura, radiação, trauma), biológico (reações imunológicas, infecções) ou químico (substância cáustica). o Essa reação é uma tentativa de inativar ou destruir os invasores do tecido e prepará-lo para o reparo. o Observa-se durante o processo inflamatório uma cascata de reações e eventos bioquímicos, vasculares e celulares, que serão explicados a seguir. o Anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) são medicamentos analgésicos simples, que, junto com o paracetamol, compõem o 1º degrau da escada de dor da Organização Mundial da Saúde. FISIOLOGIA DA INFLAMAÇÃO o A inflamação aguda é a resposta inicial a lesão celular e tecidual, predominando fenômenos de aumento de permeabilidade vascular e migração de leucócitos, particularmente neutrófilos. o As manifestações externas da inflamação, chamadas de sinais cardinais, são: calor (aquecimento), rubor (vermelhidão), tumor (inchaço), dor e perda de função. o Se a reação for intensa, pode haver envolvimento regional dos linfonodos e resposta sistêmica na forma de neutrofilia e febre, caracterizando a reação da fase aguda da inflamação. o Todas estas respostas são mediadas por substâncias oriundas do plasma, das células do conjuntivo, do endotélio, dos leucócitos e plaquetas, que regulam a inflamação e chamadas genericamente de mediadores químicos da inflamação. o Dentre esses mediadores químicos tem se destaque as prostaglandinas que tem ação no aumento da permeabilidade capilar, atuam como fatores quimiotáticos, atraindo leucócitos em direção ao local da lesão ou infecção. o O principal precursor das prostaglandinas é o ácido araquidônico (AA), que tem origem dos fosfolipídios das membranas celulares destruídas após lesão celular e transformados em diversos ácidos pela fosfolipase, sendo esse evento o início base do processo inflamatório. o Os produtos derivados do metabolismo do AA influenciam uma variedade de processos biológicos, incluindo a inflamação e a hemostasia. o Os metabólitos do AA também chamados eicosanoides podem mediar praticamente cada etapa da inflamação. o A produção dos metabólitos do ácido araquidônico pode ser feita através de duas vias: via ciclo-oxigenase e via lipoxigenase. o VIA CICLO-OXIGENASE: envolve duas isoformas (COX-1 e COX-2) e é responsável pela síntese das prostaglandinas (PGs), tromboxanos e prostaciclinas. As diferenças e particularidades entre as duas COX serão comentadas a frente, mas é importante destacar que a diferença na estrutura dessas enzimas permitiu o surgimento de inibidores seletivos da COX-2, evitando a interferência com os processos fisiológicos mediados pela COX-1. o VIA LIPOXIGENASE: responsável pela síntese final de moléculas como os leucotrienos, porém não está diretamente relacionada à ação dos anti-inflamatórios. ANTI-INFLMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS ANTI-INFLMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS AINES MILENA BAVARESCO FARMACOCINÉTICA o A maioria dos AINEs são administrados oralmente, com as exceções do cetorolaco e do parecoxibe (administração intravenosa), e do diclofenaco (administração oral, intravenosa e retal). o Os AINEs compõem um grupo heterogêneo de compostos, que consiste de um ou mais anéis aromáticos ligados a um grupamento ácido funcional. o São ácidos orgânicos fracos que atuam principalmente nos tecidos inflamados e se ligam, significativamente, à albumina plasmática. o Pacientes com hipoalbuminemia (devido, por exemplo, a cirrose ou artrite reumatóide ativa) têm maiores concentrações da forma livre da droga, que corresponde à sua forma ativa. o Sua absorção é rápida (entre 1 a 4 horas) e completa no sistema gastrointestinal, depois de administração oral. o Não atravessam imediatamente a barreira hematoencefálica e são metabolizados principalmente pelo fígado. o Os AINEs têm alta biodisponibilidade devido a um limitado metabolismo hepático de primeira passagem. A biotransformação é, em grande parte, hepática, com metabólitos excretados na urina. o Essencialmente, todos AINEs são convertidos em metabólitos inativos pelo fígado e são, predominantemente, excretados pela urina, embora o sulindaco também possa ser metabolizado no rim. o Alguns AINEs e seus metabólitos têm excreção biliar. As meias-vidas dos AINEs variam, mas em geral podem ser divididas em: - ação curta -> menos de seis horas, incluindo ibuprofeno, diclofenaco, cetoprofeno e indometacina. - ação prolongada -> mais de seis horas, incluindo naproxeno, celecoxibe , meloxicam , nabumetona e piroxicam ). o Os AINEs mais lipossolúveis como, cetoprofeno, naproxeno e ibuprofeno, penetram no sistema nervoso central mais facilmente e estão associados com leves alterações no humor e na função cognitiva. MECANISMO DE AÇÃO o Os efeitos terapêuticos e colaterais dos AINES resultam principalmente da inibição das enzimas COX, prejudicando, assim, a transformação final do ácido araquidônico em prostaglandinas, prostaciclina e tromboxanos. o A PGD2 é o principal metabólito da via da cicloxigenase nos mastócitos; em conjunto com PGE2 e PGF2-alfa (que se distribuem mais amplamente), causa vasodilatação e potencializa a formação de edema. o As PGs, além de promoverem vasodilatação, também estão envolvidas na patogenia da dor e febre na inflamação; a PGE2 aumenta a sensibilidade à dor a uma variedade de outros estímulos e interage com citocinas para causar febre. o As prostaglandinas sensibilizam os nociceptores (hiperalgesia) e estimulam os centros hipotalâmicos de termorregulação. o A prostaglandina I2 (prostaciclina) predomina no endotélio vascular e atua causando vasodilatação e inibição da adesividade plaquetária. o O tromboxano A2, predominante nas plaquetas, causa efeitos contrários como vasoconstrição e agregação plaquetária. Os leucotrienos aumentam a permeabilidade vascular e atraem os leucócitos para o sítio da lesão. o A histamina e a bradicinina aumentam a permeabilidade capilar e ativam os receptores nocigênicos. Há duas formas da enzima cicloxigenase, denominadas COX-1 e COX-2. A COX-1, dita como constitutiva, é produzida em resposta a um estímulo inflamatório e constitutivamente na maioria dos tecidos, onde estimula a produção de prostaglandinas que exercem função homeostática (por exemplo, equilíbrio hidroeletrolítico nos rins e citoproteção no trato gastrintestinal). AINES MILENA BAVARESCO o A COX-2, em contraste, é induzida por estímulos inflamatórios, mas está ausente da maioria dos tecidos normais. o Portanto, os inibidores da COX-2 foram desenvolvidos com a expectativa de que eles inibissem a inflamação prejudicial mas não bloqueassem os efeitos protetores das prostaglandinas produzidas constitutivamente. o Entretanto, essas distinções entre os papéis das duas cicloxigenases não são absolutas. o Além disso, os inibidores da COX-2 podem aumentar o risco para doença cerebrovascular e cardiovascular, provavelmente porque prejudicam a produção, pela célula endotelial, da prostaciclina PGI2, um inibidor de agregação plaquetária, mas conserva intacta a produção pelas plaquetas, mediada pela COX-1 de TXA2, um mediador de agregação das plaquetas. o Os glicocorticoides, que são agentesanti-inflamatórios potentes, atuam em parte inibindo a atividade da fosfolipase A2, inibindo, assim, a liberação de AA dos lipídios de membrana. Recentemente foi descoberta uma variante do gene da COX-1, descrito como COX-3. o Essa parece ser expressa em altos níveis no sistema nervoso central e pode ser encontrada também no coração e na aorta. o Essa enzima é seletivamente inibida por drogas analgésicas e antipiréticas, como paracetamol e dipirona, e é potencialmente inibida por alguns AINEs. o Essa inibição pode representar um mecanismo primário central pelo qual essas drogas diminuem a dor e possivelmente a febre. o A relevância dessa isoforma ainda não está clara. A aspirina e os demais AINEs inibem a síntese de PG mediante a inativação da COX. A aspirina acetila as isoenzimas (COX-1 e COX-2) covalentemente, inativando-as de forma irreversível e não seletiva. o A maioria dos AINEs age de forma reversível e não seletiva sobre as mesmas enzimas. o Convém salientar que tanto a aspirina quanto os outros AINEs não bloqueiam a via da lipoxigenase, não inibindo, desta forma, a produção de leucotrienos. o Portanto, os AINEs reduzem, mas não eliminam completamente os sinais e sintomas inflamatórios. FARMACODINÂMICA E EFEITOS COLATERAIS GASTROINTESTINAIS o A principal limitação no uso dos AINES são os seus efeitos gastrointestinais que estão entre os mais graves. o Os efeitos colaterais podem variar desde leve dispepsia até hemorragia maciça causada por úlcera gástrica perfurada, como resultado de inibição da produção de prostaciclina. o Vale notar que os efeitos colaterais gastrintestinais não se resumem apenas ao estômago. o As prostaciclinas têm vários efeitos gástricos protetores; elas reduzem a quantidade de ácido estomacal produzido e mantêm uma camada de mucosa protetora, aumentando a produção de mucosa e melhorando o fluxo sanguíneo local. o A irritação gástrica também pode ser causada por irritação direta dos próprios medicamentos. Embora os inibidores de COX-2 sejam mais específicos para a enzima COX-2, alguns ainda retêm certa inibição de COX-1, causando risco de sangramento gastrintestinal, embora menos que AINEs não-específicos. RENAIS o Sob condições fisiológicas normais, a prostaciclina e o óxido nítrico levam ao relaxamento do músculo liso no endotélio vascular e, portanto, à vasodilatação. o As prostaciclinas desempenham papel essencial na regulação do tônus arterial aferente e eferente no glomérulo, conhecido por desempenhar um papel vital na preservação da função renal em estados hipovolêmicos. AINES MILENA BAVARESCO o A inibição de produção de prostaciclinas pode levar a uma taxa menor de filtração glomerular, retenção de sal e água, e lesão renal aguda. o Esses mecanismos são particularmente importantes em pacientes com hipovolemia e insuficiência cardíaca crônica que sejam sensíveis a mudanças na pressão de perfusão renal. RESPIRATÓRIOS o Até 10% dos pacientes com asma têm doença exacerbada pelos AINEs. Um mecanismo de ação proposto é que a inibição do metabolismo do ácido araquidônico pela COX leve ao aumento na produção de leucotrienos. o Os leucotrienos têm ações broncoconstritoras diretas. CARDIOVASCUL ARES o Inibidores específicos de COX-2 ou ‘coxibes’ foram introduzidos no mercado para evitar os efeitos colaterais comuns e graves sobre o trato gastrintestinal alto pela inibição da COX-1 por AINEs não-específicos. o Contudo, as preocupações acerca de sua segurança cardiovascular limitaram seu uso disseminado. Há um aumento dependente da dose no risco de eventos trombóticos, tanto cardíacos quanto cerebrais. o O rofecoxibe e o valdecoxibe foram retirados do mercado devido ao aumento do número de eventos cardiovasculares associados especificamente a essas 2 drogas. o O risco é mais alto em pacientes com doença cardiovascular pré-existente, e, portanto, o uso de inibidores de COX-2 é contraindicado para pacientes com insuficiência cardíaca, doença cardíaca isquêmica, e doença vascular periférica e cerebrovascular. HEMATOL ÓGICOS o Em plaquetas, a COX metaboliza o ácido araquidônico em tromboxano A2, o que leva à maior adesividade de plaquetas e vasoconstrição. o Em contraste, no músculo liso vascular, forma-se a prostaciclina, que causa vasodilatação e reduz agregação de plaquetas. o A hemostasia resulta do equilíbrio delicado entre esses sistemas. Assim, os AINEs levam à redução da função e adesividade das plaquetas, e a um maior tempo de sangramento. o A aspirina merece menção especial, pois inibe irreversivelmente a COX de plaquetas. Como resultado, as plaquetas se tornam ineficientes durante todo o seu ciclo de vida de 10 dias. CICATRIZAÇÃO ÓSSEA o Há um risco teórico de que os AINEs, em particular os inibidores de COX-2, causem redução da taxa de cicatrização óssea e aumento da incidência de não- consolidação de fraturas. o Após uma fratura, há maior produção de prostaglandinas como parte da resposta inflamatória, o que aumenta o fluxo sanguíneo local. o Acredita- -se que o bloqueio desse mecanismo seja prejudicial à cicatrização dos ossos; contudo, atualmente, não há provas científicas de alta qualidade para confirmar isso. POPULAÇÕES ESPECIAIS o Os AINEs, na prática perioperatória, podem ser prescritos como medicação pré-anestésica, administrados intraoperatoriamente, e continuados no pós-operatorio como parte de um regime analgésico multimodal. o A prescrição de AINEs deve ser na dose efetiva mais baixa possível e pelo mais curto período de tempo, para evitar quaisquer potenciais efeitos colaterais. AINES MILENA BAVARESCO o Eles são seguros para a maioria dos pacientes no período perioperatório; contudo, há certas condições que exigem menção especial. o Em cirurgias com alto risco de sangramento, como cirurgia vascular, ou quando o sangramento puder resultar em desfecho catastrófico, como neurocirurgia e cirurgia oftálmica, a decisão de se prescrever AINEs deve ser feita caso a caso e em conjunto com os conselhos da equipe cirúrgica. o Pacientes que estejam sofrendo de doença grave, como septicemia ou pancreatite grave, dependem mais da vasodilatação arteriolar renal das prostaglandinas para manter a perfusão renal. o Se este mecanismo for removido pelo uso de um AINE, isso pode levar a um maior risco de insuficiência renal aguda. o Embora os AINEs possam afetar a função das plaquetas por até 7 dias, e a aspirina por todo o ciclo de vida da plaqueta, não há aumento do risco de hematoma epidural e, portanto, não há contraindicações a pacientes que receberão anestesia regional ou bloqueio do neuroeixo. o Como discutido anteriormente, devido ao efeito nas arteríolas renais, os AINEs devem ser prescritos com cuidado a pacientes que tomam medicamentos IECAs, devido ao risco de lesão renal aguda. CLASSES INIBIDORES NÃO SELETIVOS DA COX-2 DERIVADO DO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO: MEDICAMENTOS: o Ácido Acetilsalicílico (Aspirina), Salicilato de Sódio, Salicilato de Metila, Diflunisal, Flunfenisal, Sulfassalazina, Olsalazina. o O AAS (aspirina) e a mesalazina são os principais representantes deste grupo. o O AAS que é um dos mais conhecidos e foi um dos primeiros a ser sintetizado, apesar de ser considerado um anti-inflamatório, atualmente é pouco utilizado com essa finalidade, já que vem sendo muito prescrito para situações cardiovasculares. o Isso se deve à sua capacidade de inibir de forma irreversível a COX-1 plaquetária, inibindo sua agregação. o Já a mesalazina, também conhecida como ácido5- aminossalicílico, é um fármaco anti-inflamatório usado no tratamentode doenças inflamatórias intestinais leve a moderada. o Trata-se de um aminossalicilato que não causam hemorragias gástricas nem são absorvidos para o sangue, pois têm ação tópica. Atua inibindo COX-1 e COX-2 e, também, a produção de citocinas ao bloquear o NF-KB. ABSORÇÃO: o ocorre no estômago (em pequena quantidade), mas principalmente no intestino delgado. O pico de concentração plasmática é atingido em aproximadamente 2 horas. DISTRIBUIÇÃO: o Os salicilatos podem ser encontrados livres na circulação ou ligados às proteínas plasmáticas, principalmente albumina. o A ligação do salicilato à albumina é dose-dependente, portanto, a meia-vida da droga aumenta com a dose. o A ligação pode sofrer competição com outras substâncias, como a penicilina, bilirrubina, ácido úrico, AINES MILENA BAVARESCO metotrexato, tiopental, sulfonamidas, varfarina e outras. o A fração livre do salicilato se distribui rapidamente, atravessando a barreira placentária e podendo penetrar no líquido cerebrospinal. METABOL IZAÇÃO E EXCREÇÃO: o Ocorre em diversos tecidos, mas principalmente no fígado; quanto a excreção, a principal via é renal. INDICAÇÕES CL ÍNICAS: o O ASS é utilizado principalmente como antiagregante plaquetário no tratamento ou na profilaxia do infarto agudo do miocárdio e de outros eventos tromboembólicos. o A mesalazina, sob a forma de comprimidos de libertação prolongada, está indicada como anti-inflamatório para redução da inflamação das mucosas gastrointestinais na retocolite ulcerativa (RCU) leve a moderada, tanto na indução quanto na manutenção da remissão, e da doença de Crohn (DC) leve a moderada. o É utilizada também na prevenção e redução de recidivas dessas doenças. o Os salicilatos, em geral, também são utilizados no tratamento de gota, febre reumatoide, osteoartrite e artrite reumatóde, além de condições que necessitem de analgesia, como cefaleia, artralgia e mialgia. TOXICIDADE: o A toxicidade desses fármacos ocorre principalmente sobre o aparelho gastrointestinal, rins (nefrotoxicidade), fígado, medula óssea, sangue, equilíbrio ácido-básico e sistema imunológico. o Pode aumentar a incidência da síndrome de Reye, que é uma condição rara que ocorre em crianças, caracterizada por encefalopatia hepática após doença viral aguda, com alta mortalidade. o O AAS compartilha os mesmos efeitos adversos descritos para os outros antiinflamatórios, sendo os gastrointestinais os mais proeminentes, orientar a administração acompanhando as refeições para diminuir a dispepsia. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: o pode aumentar potencialmente o efeito da varfarina, fenitoína e ácido valproico, além disso antagoniza o efeito de alguns anti-hipertensivos. DERIVADOS DO PARA -AMINOFENOL: MEDICAMENTO: o Paracetamol (Acetaminofeno). Esses medicamentos, representados principalmente pelo paracetamol, não tem grande poder anti-inflamatório, tendo atuação principal na dor leve a moderada e, com menor potência, na febre. ABSORÇÃO E METABOL IZAÇÃO: o absorvido no trato gastrintestinal, tem pico de concentração plasmática em 30-60 minutos, porém meia-vida de cerca de 2 horas. o Sofre metabolização hepática, o que pode produzir intermediários altamente reativos para os hepatócitos. o É bastante seguro em doses terapêuticas, mas sob determinadas condições pode ser muito hepatotóxico. o A excreção desses fármacos é feita pincipalmente por via renal. INDICAÇÕES CL ÍNICAS o Tem o efeito de inibir a síntese das prostaglandinas no SNC, resultando em suas ações antipiréticas e analgésicas. o Tem pouco efeito sobre as COX em tecido periférico, o que contribui para pouca atividade anti-inflamatória. o É a droga antipirética/analgésica em crianças com infecções virais ou varicela (por não estar relacionado à Sindrome de Reye, como o AAS). o Tem efeito muito fraco sobre as plaquetas, sendo uma opção em pacientes com alteração de coagulação. TOXICIDADE: o As doses terapêuticas desse grupo causam poucos efeitos colaterais; podem ocorrer algumas reações de hipersensibilidade, que geralmente são de natureza eritematosa ou urticariforme, pode ocorrer o surgimento de leucopenia e pancitopenia transitórias AINES MILENA BAVARESCO com o uso de paracetamol. Porém, quando há intoxicação os efeitos são mais severos, como lesão hepática; esses casos podem evoluir até insuficiência hepática fulminante, principalmente em pacientes sob maior risco (hepatopatas, portadores de hepatites virais ou com história de alcoolismo). o As doses diárias tóxicas do paracetamol são 150 mg/kg nas crianças e 7,5g em adultos. o Em pacientes previamente hígidos, os sintomas da intoxicação só costumam aparecer em doses superiores à 250 mg/kg em crianças e 12g em adultos, no período de 24 a 48 horas. o Pacientes com disfunção hepática prévia ou uso crônico de álcool ou drogas (que também induzem o citocromo P450) podem sofrer toxicidade com doses menores. CONTRAINDICAÇÕES: o Pacientes com hipersensibilidade e alguns pacientes com insuficiência renal ou hepática. DERIVADOS DO ÁCIDO INDOLACÉTICO MEDICAMENTOS: o Indometacina, Sulindaco, Etodolaco O principal fármaco representante desse grupo é a indometacina. o Geralmente não são utilizados como antipiréticos e, apesar de sua potência anti-inflamatória, a toxicidade limita o uso. ABSORÇÃO, METABOL ISMO E EXCREÇÃO: o Sofre rápida absorção gastrointestinal após administração oral e alcança o pico de concentração plasmática em cerca de 2 horas. o Possui grande afinidade com as proteínas plasmáticas, a metabolização é hepática e a excreção pode ser através das fezes, urina ou bile. INDICAÇÕES CL ÍNICAS: o A indometacina é um dos fármacos mais potentes na inibição das ciclo-oxigenases. o Utilizada mais comumente na artrite reumatoide, espondilite anquilosante, crise aguda de gota, osteoartrite de quadril e fechamento do ducto arterial patente em neonatos. Devido aos graves efeitos colaterais, a indometacina não é recomendada como analgésico ou antitérmico. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: o Antagoniza os efeitos natriuréticos e anti-hipertensivos da furosemida e dos diuréticos tiazídicos, além disso, reduz os efeitos anti-hipertensivos dos betabloqueadores e dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA). EFEITOS ADVERSOS: o Os principais estão relacionados com o sistema nervoso e digestório: cefaleia frontal, vertigem, tontura, confusão mental, alucinações, dor epigástrica, anorexia, dispepsia, náuseas e vômitos, sangramento gastrointestinal, úlceras pépticas, diarreia, delírio e outros. o Além desses efeitos, pode surgir (incomum) neutropenia, trombocitopenia, anemia aplásica, reação de hipersensibilidade, prurido e crises agudas de asma. CONTRAINDICAÇÕES: o Comorbidades psiquiátricas, epilepsia, parkinsonismo, gestantes, lactentes, pacientes com doenças renais e lesões ulcerativas no estômago ou duodeno. DERIVADOS DO ÁCIDO PROPIÔNICO MEDICAMENTOS: o Ibuprofeno, Naproxeno, Flurbiprofeno, Cetoprofeno, Fenoprofeno, Oxaprozino, Indoprofeno, Ácido Tiaprofênico. o Nesse grupo, os fármacos mais utilizados são: ibuprofeno, naproxeno, oxaprozina e cetoprofeno. ABSORÇÃO, METABOL IZAÇÃO E EXCREÇÃO: o A absorção é por via oral, sendo reduzida se houver ingesta de alimentos concomitante. o Têm afinidade pelas proteínas plasmáticas, sendo metabolizado no fígado e excretados principalmente via urina. AINES MILENA BAVARESCO INDICAÇÕES CL ÍNICAS: o Podem ser utilizados para o tratamento da AR, osteoartrite, espondilite anquilosante, artrite gotosa, sinovites, tenossinovites, tendinites,processos inflamatórios odontológicos e dismenorreia. o Além disso são eficazes como analgésicos em lesões traumáticas, musculoesqueléticas, lombalgia, dor pós- operatória e como antipiréticos. EFEITOS ADVERSOS: o os mais comuns são do trato GI, como dispepsia ou até sangramento; efeitos no SNC, como cefaleia, zumbidos e tontura. CONTRAINDICAÇÃO: o Não recomendado em pacientes com: doença gastrointestinal alta, história de úlcera péptica, insuficiência renal, gestantes, lactantes e pacientes tratados com cumarínicos, uma vez que aumenta o tempo de protrombina. TOXICIDADE: o Os principais efeitos são relacionados ao trato gastrointestinal, como: desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, diarreia, azia, sensação de plenitude, constipação etc. gastrointestinal, como: desconforto epigástrico, náuseas, vômitos, diarreia, azia, sensação de plenitude, constipação etc. DERIVADOS DO ÁCIDO HETEROARIL ACÉTICO . MEDICAMENTOS: o Tolmetino, Cetorolaco, Diclofenaco. Dentre os fármacos desse grupo, o principal representante é o diclofenaco de sódio. A BSORÇÃO, METABOL IZAÇÃO E EXCREÇÃO: o O diclofenaco é absorvido rapidamente após administração por via oral ou parenteral, sendo o pico de concentração máxima em 2 a 3 horas. o Tem importante afinidade com as proteínas plasmáticas e sua meia-vida é de 1 a 2 horas, sofrendo metabolização a nível hepático e sendo eliminado principalmente pela urina. o Possui metabolismo de primeira passagem, reduzindo sua biodisponibilidade em cerca de 50%, porém tem boa distribuição tecidual, se acumulando principalmente no líquido sinovial. INDICAÇÕES CL ÍNICAS: o Por ser um potente inibidor da COX, o diclofenaco é muito utilizado no tratamento de doenças reumáticas inflamatórias e degenerativas como a artrite reumatoide, osteoartirte, espondiloartrite e espondilite anquilosante. o É usado também em casos de dores da coluna vertebral, dor pós-traumática e pós-operatória. O cetorolaco tem efeito anti- -inflamatório moderado, mas é um potente analgésico, disponível via oral, intramuscular ou preparação oftálmica. EFEITOS ADVERSOS: o Úlceras gástricas, perfuração da parede intestinal, hepatotoxicidade, irritabilidade, convulsões, diplopia e erupções cutâneas. CONTRAINDICAÇÕES: o Pacientes portadores de úlcera péptica, reação de hipersensibilidade, hepatopata, criança, gestante e lactantes. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: o podem aumentar a concentração sérica de lítio, digoxina e metotrexato quando administrados juntos. DERIVADOS DO ÁCIDO ENÓLICO MEDICAMENTOS: o Piroxicam, Meloxicam, Tenoxicam, Sudoxicam, Isoxicam, Ampiroxicam, Droxicam, Lornoxicam, Cinoxicam, Ampiroxicam, Pivoxicam. o Dentre os fármacos dessa classe, os principais são o piroxicam e meloxicam. o Este último, apesar de ser um fármaco antigo, revelou ter certa seletividade para a COX-2. AINES MILENA BAVARESCO ABSORÇÃO, METABOL IZAÇÃO E EXCREÇÃO: o Rapidamente absorvidos por via oral, com grande afinidade pelas proteínas plasmáticas. o Apresentam meia-vida longa, o que permite administração uma vez ao dia. São excretados principalmente através da urina e das fezes. INDICAÇÕES CL ÍNICAS: o AR, osteoartrite, atrite reumatoide juvenil, espondilite anquilosante, dor pós-operatória, traumatismo, lombociatalgia e distensões ligamentares. EFEITOS COL ATERAIS: o Os principais são os gastrointestinais, como a úlcera péptica, mas podem apresentar cefaleia, mal-estar, zumbidos, rash, edema, prurido, insônia, depressão, parestesias, alucinações, aumento de creatinina e outros. CONTRAINDICAÇÕES: o Não recomendado para pacientes com úlcera péptica ativa, história de hipersensibilidade, gestante, lactante e muita cautela quando o paciente for portador de alterações da coagulação. o Os supositórios não devem ser usados por pacientes portadores de processos inflamatórios no reto ou ânus ou em pacientes com história recente de sangramento anal ou retal. DERIVADOS DO ÁCIDO ANTRANÍLICO MEDICAMENTOS: o Ácido Mefenâmico, Ácido Meclofenâmico, Ácido Flufenâmico, Ácido Tolfenâmico, Ácido Etofenâmico. o Dentro dessa classe, os medicamentos mais utilizados são os ácidos mefenâmico, meclofenamato, flufenâmico, essas drogas não apresentam vantagens em relação aos outros anti-inflamatórios. ABSORÇÃO, METABOL IZAÇÃO E EXCREÇÃO: o absorção via oral, atingindo o pico plasmático em cerca de 30 minutos a 2 horas; a excreção desses fármacos é por meio da urina e uma pequena porcentagem é eliminada nas fezes. INDICAÇÕES CL ÍNICAS: o Possuem propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e antipiréticas. Podem ser usados para dores de pequena a moderada intensidade, e o tratamento não deve exceder 1 semana. CONTRAINDICAÇÕES: o Não recomendado para pacientes com inflamação ou ulceração gastrointestinal e naqueles com comprometimento da função renal. o Além disso, pacientes asmáticos devem usar com cautela, pois esses medicamentos podem exacerbar essa condição, pacientes gestantes e menores de 14 anos não devem fazem uso dessa classe. TOXICIDADE: o Os efeitos colaterais mais comuns são os sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos, dispepsia, cefaleia, vertigem, mal-estar, diarreia, esteatorreia, dor abdominal e constipação, sangramento gastrointestinal, anemia hemolítica, agranulocitose, púrpura trombocitopênica e anemia megaloblástica são raros dor abdominal e constipação. o Sangramento gastrointestinal, anemia hemolítica, agranulocitose, púrpura trombocitopênica e anemia megaloblástica são raros. DERIVADOS DA PIRAZOLONA MEDICAMENTOS: o Dipirona, Fenilbutazona, Apazona, Sulfimpirazona. Metamizol ou, comercialmente, dipirona, é seu maior representante e é utilizado principalmente como analgésico e antipirético. o Embora ainda esteja disponível em balcão de um modo geral em todo o mundo, em alguns países (nos Estados Unidos e na maioria dos países da União Europeia), sua venda é proibida, pelo risco de agranulocitose. AINES MILENA BAVARESCO ABSORÇÃO, METABOL IZAÇÃO E EXCREÇÃO: o Absorção depende do método de administração, mas quando administrado oral tem absorção no trato gastrointestinal. o Sua meia-vida plasmática é de 4 em 4 horas e a dose máxima diária é 4 gramas. Metabolização hepática e excreção renal. INDICAÇÃO CL ÍNICA: o É indicado usualmente como analgésico e antipirético. A dipirona tem como ação primária antipirética e secundária analgésica. CONTRAINDICAÇÃO: o Hipersensibilidade prévia, como agranulocitose ou anafilaxia, ao metamizol, porfiria aguda, hematopoiese prejudicada, como devido ao tratamento com agentes quimioterápicos, terceiro trimestre de gravidez, lactação, crianças com massa corporal abaixo de 16 kg e história de asma induzida por aspirina. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: o Anticoagulantes orais (afinadores sanguíneos), carbonato de lítio, captopril, triantereno e anti- hipertensivos podem também interagir com metamizol, como outras pirazolonas por interagir adversamente com tais substâncias. INIBIDORES SELETIVOS DA COX-2 DERIVADO DO FURANONAS DARIL MEDICAMENTO S: o Rofecoxib, Celecoxib. O principal fármaco desse grupo é o celecoxib, inibidor altamente seletivo pela COX-2 (de forma reversível), o que facilita o manejo das inflamações crônicas, além da redução na toxicidade gastroduodenal. ABSORÇÃO, METABOL IZAÇÃO E EXCREÇÃO: o Bem absorvido por via oral, com concentração máxima em torno de 3 horas. o Metabolizado no fígado através do citocromo P450, com excreção nas fezes e urina. o Tem meia-vida de 11 horas, sendo normalmente administrado uma vez ao dia, maspode ser administrado duas vezes ao dia. INDICAÇÃO CL ÍNICA: o AR, osteoartrite, atrite reumatoide juvenil, espondilite anquilosante, dismenorreia e outros processos inflamatórios articulares. EFEITOS ADVERSOS: o cefaleia, dispepsia, diarreia e dor abdominal. Alguns estudos demonstraram que o uso de celecoxib pode estar relacionado com o desenvolvimento de eventos cardiovasculares trombóticos, como IAM, angina instável, trombos cardíacos, AVC e ataque isquêmico transitório (AIT) e lesão renal. CONTRAINDICAÇÃO: o deve ser evitado em pacientes com doença hepática, cardíaca ou renal grave, hipovolemia e pacientes alérgicos a sulfonamidas. o Interações medicamentosas, pode elevar os níveis do propranolol, alguns antidepressivos (amitriptilina) e neurolépticos (risperidona), alguns fármacos como fluconazol e fluvastatina podem aumentar os níveis plasmáticos de celecoxibe. DERIVADO DA SULFONANILIDA MEDICAMENTO: o Nimesulida. A nimesulida é um inibidor seletivo da COX- 2 e apresenta ações analgésicas, antiinflamatórias e antipiréticas. o Além da inibição seletiva da COX-2, neutraliza a formação de radicais livres de oxigênio produzidos durante o processo inflamatório. ABSORÇÃO, METABOL IZAÇÃO E EXCREÇÃO: o A nimesulida sofre rápida absorção gastrointestinal, alcançando o pico de concentração plasmática dentro de I a 2 horas. o Sofre metabolização hepática, circulação êntero- hepática, e é eliminada pelas fezes (73%) e pela urina (24%). AINES MILENA BAVARESCO INDICAÇÃO CL ÍNICA: o Indicado no tratamento de estados febris, processos inflamatórios relacionados com a liberação de prostaglandinas, notadamente osteoarticulares e musculoesqueléticas, e como analgésico em cefaleias, mialgias, e no alívio da dor pós-operatória. EFEITOS ADVERSOS: o Em virtude da atividade seletiva sobre a COX2, apresenta menor incidência de efeitos colaterais gastrointestinais. o Mas pode causar dor de cabeça, sonolência, tontura, urticária, coceira, icterícia, perda de apetite, dor de estômago, enjoo, vômito, diarreia, diminuição do volume urinário, urina escura, diminuição da temperatura do corpo e asma. CONTRAINDICAÇÃO: o Não deve ser usado por pacientes portadores de hemorragias gastrointestinais, úlcera duodenal ou gástrica, patologias hepáticas e com insuficiência renal.
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