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Indaial – 2021
Fisioterapia na saúde 
da Mulher
Profª. Juliana Rosa Nascimento
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Profª. Juliana Rosa Nascimento
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
N244f
Nascimento, Juliana Rosa
 Fisioterapia na saúde da mulher. / Juliana Rosa Nascimento. – 
Indaial: UNIASSELVI, 2021
 191 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-451-7
 ISBN Digital 978-65-5663-649-8
 1. Fisioterapia ginecológica. – Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
CDD 610
apresentação
Caro aluno, a proposta deste livro reúne elementos que se entendem 
necessários para o desenvolvimento do estudo acadêmico com segurança e 
qualidade. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão 
acerca de conteúdos relacionados à fisioterapia ginecológica e obstétrica, 
possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma 
competente e conscienciosa. 
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, 
subdivididas em tópicos, de forma didática, objetiva e coerente.
 
Primeiramente, na Unidade 1, serão introduzidos conceitos acerca 
da anatomia e fisiologia do assoalho pélvico, neurofisiologia da micção e 
avaliação funcional do assoalho pélvico. Posteriormente, serão discutidas as 
principais disfunções que acometem o assoalho pélvico feminino e por fim 
serão abordados aspectos do tratamento fisioterapêutico nas disfunções do 
assoalho pélvico. 
Em seguida, na Unidade 2, estudaremos a atuação do fisioterapeuta 
na gestação, parto e puerpério, explanando sobre as principais alterações 
fisiológicas durante a gestação, e as condutas do fisioterapeuta no período 
pré-natal e puerpério. 
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos sobre a atuação do fisioterapeuta 
no câncer de mama e suas complicações, dor pélvica e suas origens, climatério 
e menopausa. 
Desejo-lhe um excelente estudo! 
Profª. Juliana Rosa Nascimento
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
suMário
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA ........................................................................ 1
TÓPICO 1 — ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ASSOALHO PÉLVICO ................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 ANATOMIA DAS ESTRUTURAS QUE COMPÕE O ASSOALHO PÉLVICO ...................... 3
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 12
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 13
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO .................................. 17
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 17
2 INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA ............................................................................... 17
2.1 DIAGNÓSTICO DA IU ............................................................................................................... 21
3 INCONTINÊNCIA ANAL .............................................................................................................. 23
4 SÍNDROME DA BEXIGA HIPERATIVA (SBH).......................................................................... 25
5 PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS .......................................................................................... 26
6 DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS ......................................................................................... 29
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 34
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 35
TÓPICO 3 — TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NAS DISFUNÇÕES 
 DO ASSOALHO PÉLVICO FEMININO ................................................................. 39
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 39
2 INCONTINÊNCIA URINÁRIA ...................................................................................................... 39
3 INCONTINÊNCIA ANAL ............................................................................................................... 45
4 DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS ........................................................................................ 48
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 51
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 56
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 57
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 59
UNIDADE 2 — FISIOTERAPIA NO PERÍODO GESTACIONAL E PUERPÉRIO ................. 65
TÓPICO 1 — ADAPTAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GESTAÇÃO .............................................. 67
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 67
2 ALTERAÇÕES NO SISTEMA ENDÓCRINO.............................................................................. 67
3 ALTERAÇÕES NO SISTEMA TEGUMENTAR ......................................................................... 68
4 ALTERAÇÕES NO SISTEMA URINÁRIO .................................................................................71
5 SISTEMA HEMATOLÓGICO ....................................................................................................... 72
6 ALTERAÇÕES NO SISTEMA IMUNOLÓGICO ........................................................................ 72
7 ALTERAÇÕES NO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO ..................................................... 73
8 ALTERAÇÕES NO SISTEMA GASTROINTESTINAL ............................................................ 74
9 ALTERAÇÕES CARDIORRESPIRATÓRIAS ............................................................................. 75
10 ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES .................................................................................... 76
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 78
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 79
TÓPICO 2 — FISIOTERAPIA NO PERÍODO PRÉ-NATAL ........................................................ 81
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 81
2 AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA DA GESTANTE ............................................................... 81
2.1 SISTEMA DIGESTÓRIO ............................................................................................................. 82
2.2 SISTEMA CARDIOVASCULAR ................................................................................................. 82
2.3 SISTEMA RESPIRATÓRIO .......................................................................................................... 83
2.4 SISTEMA GENITURINÁRIO ...................................................................................................... 83
2.5 SISTEMA NEUROMUSCULOESQUELÉTICO ........................................................................ 84
3 EXAME FÍSICO ................................................................................................................................. 85
4 INTERVENÇÕES FISIOTERAPÊUTICAS NA GRAVIDEZ ..................................................... 88
4.1 EXERCÍCIOS DE ESTABILIZAÇÃO, FORTALECIMENTO E ALONGAMENTO ............. 89
4.2 PILATES ......................................................................................................................................... 89
4.3 HIDROTERAPIA ......................................................................................................................... 92
4.4 TERMOTERAPIA ........................................................................................................................ 93
4.5 MASSOTERAPIA E ELETROTERAPIA ................................................................................... 93
4.6 USO DE ÓRTESES ........................................................................................................................ 94
4.7 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ..................................................................................... 94
4.8 CINESIOTERAPIA E EXERCÍCIOS ........................................................................................... 95
5 COMPLICAÇÕES DURANTE A GESTAÇÃO ............................................................................ 99
5.1 HIPERTENSÃO GESTACIONAL............................................................................................... 99
5.2 PRÉ-ECLÂMPSIA ........................................................................................................................ 99
5.3 ECLAMPSIA ................................................................................................................................ 100
5.4 DIABETES MELITO GESTACIONAL ..................................................................................... 100
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 101
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 102
TÓPICO 3 — FISIOTERAPIA NO PARTO E PUERPÉRIO ....................................................... 105
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 105
2 ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA DURANTE A PREPARAÇÃO PARA O PARTO ........ 105
3 ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO PUERPÉRIO ........................................................... 108
3.1 FISIOTERAPIA NO PUERPÉRIO IMEDIATO ....................................................................... 109
3.2 FISIOTERAPIA NO PUERPÉRIO REMOTO .......................................................................... 111
3.2.1 Treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) ........................................... 111
3.2.2 Fortalecimento dos músculos abdominais ..................................................................... 112
3.2.3 Mobilização da cicatriz ..................................................................................................... 113
3.2.4 Cinesioterapia na amamentação ...................................................................................... 114
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 115
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 120
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 121
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 123
UNIDADE 3 — ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO CÂNCER DE MAMA, 
 CLIMATÉRIO, MENOPAUSA E DOR PÉLVICA CRÔNICA .............................. 127
TÓPICO 1 — FISIOTERAPIA NO CÂNCER DE MAMA .......................................................... 129
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 129
2 ANATOMIA E FUNÇÃO DAS MAMAS .................................................................................... 129
2.2 PREVENÇÃO CONTRA O CÂNCER DE MAMA ............................................................... 131
2.3 DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE MAMA ............................................................................ 132
3 FISIOTERAPIA NO CÂNCER DE MAMA ................................................................................ 133
3.1 FISIOTERAPIA NO LINFEDEMA DE MEMBRO SUPERIOR ........................................... 136
3.2 DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL ................................................................................... 138
3.3 COMPRESSÃO ........................................................................................................................... 140
3.4 EXERCÍCIOS LINFOMIOCINÉTICOS .................................................................................... 141
3.5 LASER DE BAIXA POTÊNCIA ............................................................................................... 141
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 145
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 146
TÓPICO 2 — ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NO CLIMATÉRIO 
 E MENOPAUSA ......................................................................................................... 149
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 149
2 ASPECTOS GERAIS ......................................................................................................................149
3 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS NO CLIMATÉRIO E MENOPAUSA ................................. 151
4 CLIMATÉRIO, MENOPAUSA E SEXUALIDADE ................................................................... 154
5 CLIMATÉRIO, MENOPAUSA E INCONTINÊNCIA URINÁRIA ....................................... 157
6 EXERCÍCIO FÍSICO E MENOPAUSA ....................................................................................... 158
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 161
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 162
TÓPICO 3 — ATUAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA EM PACIENTES 
 COM DOR PÉLVICA ................................................................................................ 165
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 165
2 FATORES DE RISCO PARA DESENVOLVER A DPC ............................................................ 166
2.1 ENDOMETRIOSE ...................................................................................................................... 168
2.2 DISMENORREIA PRIMÁRIA (DP) ......................................................................................... 169
3 AVALIAÇÃO DA PACIENTE COM DOR PÉLVICA CRÔNICA .......................................... 171
3.1 ANAMNESE ................................................................................................................................ 172
3.2 EXAME FÍSICO ........................................................................................................................... 173
4 TRATAMENTO DA DOR PÉLVICA CRÔNICA (DPC) .......................................................... 174
4.1 FISIOTERAPIA NA DPC ........................................................................................................... 174
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 178
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 183
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 184
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 186
1
UNIDADE 1 — 
FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 compreender	a	neurofisiologia	da	micção	e	assoalho	pélvico	feminino;
•	 realizar	uma	adequada	avaliação	funcional	do	assoalho	pélvico	e	exame	
físico;
•	 identificar	as	principais	disfunções	do	assoalho	pélvico	feminino;
•	 identificar,	traçar	planos	de	tratamento	e	reabilitar	subsequentemente	as	
diversas;
•	 patologias	que	acometem	o	assoalho	pélvico	feminino.	
	 Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO	1	–	ANATOMIA	E	FISIOLOGIA	DO	ASSOALHO	PÉLVICO
TÓPICO	2	–	PRINCIPAIS	DISFUNÇÕES	DO	ASSOALHO	PÉLVICO
TÓPICO	3	–	TRATAMENTO	FISIOTERAPÊUTICO	NAS	DISFUNÇÕES	DO	
ASSOALHO	PÉLVICO	FEMININO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ASSOALHO PÉLVICO
1 INTRODUÇÃO
Querido	acadêmico,	estamos	ingressando	em	uma	nova	jornada	da	nossa	
formação,	na	qual	estudaremos	aspectos	relacionados	à	saúde	da	mulher.	Neste	
primeiro	tópico,	discutiremos	a	anatomia	e	fisiologia	do	assoalho	pélvico,	bem	
como	 suas	 estruturas	 anatômicas	 e	 funções.	 Em	 sequência,	 conheceremos	 as	
principais	disfunções	que	acometem	essas	estruturas	e,	ainda,	qual	o	papel	da	
fisioterapia	na	reabilitação	destas.	
Os	 profissionais	 da	 área	 de	 urologia,	 coloproctologia,	 obstetrícia	 e	
ginecologia	 devem	 aprofundar	 seus	 conhecimentos	 sobre	 a	 anatomia	 humana	
da	pelve	e	associar	todas	essas	informações	com	fisiologia,	biomecânica,	ciência	
do	comportamento	e	aprendizagem,	disfunções	da	pelve	e	as	suas	abordagens	
terapêuticas	(BARACHO,	2018).
2 ANATOMIA DAS ESTRUTURAS QUE COMPÕE O ASSOALHO 
PÉLVICO
O	corpo	humano	é	dividido	nas	seguintes	partes:	cabeça,	pescoço,	tronco	
(tórax,	abdome,	dorso	e	pelve)	e	membros	(superiores	e	inferiores).	A	pelve	é	a	
parte	do	tronco	póstero-inferior	ao	abdome	e	é	a	área	de	transição	entre	tronco	e	
membros	inferiores	(BARACHO,	2018).	
Conhecida	anatomicamente	como	cíngulo	do	membro	inferior,	a	pelve	é	
formada	pelos	ossos	direito	e	esquerdo	do	quadril,	que	se	articulam	anteriormente	
através	da	sínfise	púbica,	e	pelo	osso	sacro,	que	se	articula	posteriormente	com	os	
ossos	do	quadril.		O	osso	do	quadril	de	cada	lado	é	formado	pela	fusão	entre	três	
ossos:	o	ílio,	ísquio	e	púbis	(BARACHO,	2018).	
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
4
FIGURA 1 – ANATOMIA DA PELVE
FONTE: <https://medicinadoquadril.com.br/site/wp-content/uploads/2015/01/fraturas-pelve.jpg>. 
Acesso em: 30 nov. 2020.
FIGURA 2 – OSSOS DO QUADRIL
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/21/c0/b3/21c0b319cf7cc5d2918c547eac34d1b0.png>. 
Acesso em: 30 nov. 2020.
A	principal	função	da	pelve	é	suportar	o	peso	corporal	(transmitido	pela	
coluna	vertebral)	e	transferir	esse	peso	para	os	membros	inferiores,	sendo	assim,	
anatomicamente,	essa	estrutura	é	forte	e	resistente.	As	articulações	da	pelve	são:	
sacroilíaca,	posteriormente,	e	a	sínfise	púbica,	anteriormente.	
A	articulação	sacroilíaca	é	classificada	como	articulação	sinovial	simples	
do	tipo	plana	e,	por	isso,	é	capaz	de	apresentar	pequenos	movimentos	em	todas	
as	direções.	Ela	é	constituída	pelas	faces	auriculares	do	ílio	e	também	do	sacro.	
Apresenta	um	resistente	ligamento	denominado	ligamento	sacroilíaco	interósseo,	
o	 qual	 se	 confunde	 com	o	 ligamento	 sacroilíaco	posterior,	 que	 se	 trata	de	um	
espessamento	da	cápsula	articular	na	sua	face	posterior.	Anteriormente,	a	cápsula	
TÓPICO 1 — ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ASSOALHO PÉLVICO
5
articular	 apresenta	 também	um	notável	 espessamento,	 o	 ligamento	 sacroilíaco	
anterior,	que	é,	inclusive,	menos	espesso	que	o	mesmo	ligamento	posterior.	Pode-
se,	ainda,	visualizar	na	pelve	outros	ligamentos	extrínsecos	à	cápsula	articular,	os	
quais	apresentam	força	distinta	(BARACHO,	2018).
A	 sínfise	 púbica	 é	 a	 articulação	 situada	 anteriormente	 na	 pelve	 e	 é	
classificada	como	articulação	cartilagínea	do	tipo	sínfise,	a	qual	apresenta	um	disco	
de	fibrocartilagem	entre	as	faces	ósseas	que	se	articulam.	Essa	articulação	apresenta	
dois	ligamentos:	ligamento	púbico	superior	e	inferior	(BARACHO,	2018).
Na	Figura	3,	estão	demonstrados	os	ligamentos	pélvicos:
FIGURA 3 – LIGAMENTOS DA PELVE
FONTE: <https://bit.ly/3gMtGzN>. Acesso em: 30 nov. 2020.
Com	relação	aos	órgãos	 internos	da	pelve,	as	vísceras	pélvicas	 incluem	
porções	finais	dos	sistemas;	urinário,	digestório	e	genital.	Os	órgãos	urinário	e	
digestivo	pélvicos	compreendem	as	partes	pélvicas	dos	ureteres,	bexiga	urinária,	
uretra	e	reto;	os	órgãos	genitais	internos	femininos	incluem	ovários,	tuba	uterina,	
útero	e	vagina	(BARACHO,	2018).	
Ureteres:	 são	 tubos	 musculares	 lisos	 que	 desempenham	 a	 função	 de	
conectar	os	rins	à	bexiga	urinária.	As	contrações	do	músculo	detrusor	da	bexiga	
atuam	como	esfíncter,	bloqueando	o	refluxo	de	urina	para	os	ureteres	quando	a	
bexiga	se	contrai,	o	que	aumenta	a	pressão	interna	durante	a	micção.	A	urina	é	
transportada	dos	rins	para	a	bexiga	por	meio	de	movimentos	peristálticos	dos	
ureteres	(BARACHO,	2018).	
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
6
FIGURA 4 – URETERES
FONTE: <https://bit.ly/2PxBOJ5>.Acesso em: 30 nov. 2020.
Bexiga:	 a	 bexiga	 urinária	 é	 um	 órgão	 oco	 constituído	 de	músculo	 liso	
forte	e	com	grande	distensibilidade:	o	músculo	detrusor.	A	bexiga	desempenha	a	
função	de	reservatório	temporário	de	urina	e	tem	tamanho,	formato	e	localização	
variáveis	(BARACHO,	2018).	
FIGURA 5 – ANATOMIA DA BEXIGA
FONTE: <https://bit.ly/3vuAWnQ>. Acesso em: 30 nov. 2020.
Uretra:	 a	 uretra	 feminina	 tem	 cerca	 de	 4	 cm	 de	 comprimento	 e	 segue	
anteroinferiormente	ao	óstio	interno	da	bexiga	até	o	óstio	externo	da	uretra.	O	
canal	 uretral,	 que	 tem	a	 função	de	 transportar	 a	 urina	da	 bexiga	para	 o	meio	
externo,	situa-se	anteriormente	à	vagina,	e	seu	eixo	é	paralelo	ao	dela.	A	uretra	
segue	com	a	vagina	através	do	diafragma	da	pelve,	do	músculo	esfíncter	externo	
da	uretra	e	da	membrana	do	períneo	(BARACHO,	2018).	
TÓPICO 1 — ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ASSOALHO PÉLVICO
7
FIGURA 6 – ANATOMIA DA URETRA FEMININA E MASCULINA
FONTE: <https://m.facebook.com/soenf/posts/1085416074802537:0?locale2=pt_BR>. 
Acesso em: 30 nov. 2020.
Reto:	o	reto	é	a	porção	pélvica	do	sistema	digestório	e	mantém	continuidade	
proximal	 com	 o	 colo	 sigmoide,	 e	 distal	 com	 o	 canal	 anal.	 A	 junção	 do	 colo	
sigmoide	com	o	reto	se	dá	anteriormente	à	vértebra	S3,	e	a	junção	anorretal	situa-
se	 anteroinferiormente	 à	 extremidade	 do	 cóccix.	A	 inervação	 do	 reto	 provém	
dos	sistemas	simpático	e	parassimpático,	e	as	fibras	aferentes	viscerais	seguem	
as	 fibras	 parassimpáticas	 até	 os	 gânglios	 sensitivos	 dos	 nervos	 espinais	 S2-S4	
(BARACHO,	2018).	
FIGURA 7 – ANATOMIA DO RETO
FONTE: <https://bit.ly/3nxWQE6>. Acesso em: 30 nov. 2020.
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
8
Ovários:	 são	 as	 gônadas	 femininas	 que	 produzem	os	 oócitos	 (gametas	
femininos)	e	costumam	ser	encontrados	entre	o	útero	e	a	parede	lateral	da	pelve.	
Como	 o	 ovário	 fica	 suspenso	 na	 cavidade	 abdominal	 e	 não	 é	 recoberto	 pelo	
peritônio,	o	oócito	expelido	durante	a	ovulação	passa	para	a	cavidade	peritoneal	
e,	em	seguida,	é	aprisionado	pelas	fímbrias	da	tuba	uterina	e	conduzido	para	a	
ampola,	onde	pode	ser	fecundado	(BARACHO,	2018).	
FIGURA 8 – ANATOMIA DOS OVÁRIOS
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ov/ar/ovariomicropolicistico-cke.jpg>. 
Acesso em: 30 nov. 2020.
Tubas uterinas:	as	tubas	uterinas	desempenham	a	função	de	transporte	
dos	 oócitos	 liberados	 pelo	 ovário	 durante	 a	 ovulação,	 além	de	 servir	 de	 local	
habitual	para	que	ocorra	a	 fecundação.	As	tubas	uterinas	podem	ser	divididas	
em	quatro	partes,	da	porção	lateral	para	a	medial:	infundíbulo,	ampola,	istmo	e	
parte	uterina	(BARACHO,	2018).
FIGURA 9 – TUBAS UTERINAS
FONTE: <https://www.auladeanatomia.com/novosite/wp-content/uploads/2015/11/tuba.bmp>. 
Acesso em: 30 nov. 2020.
TÓPICO 1 — ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ASSOALHO PÉLVICO
9
Útero:	é	um	órgão	muscular	oco	que	apresenta	paredes	espessas	e	aloja	o	
embrião	e	o	feto	no	período	da	gravidez.	O	útero	não	gravídico	se	localiza	na	pelve	
verdadeira	e	possui	as	seguintes	partes:	fundo,	corpo,	istmo	e	colo.	A	sustentação	
dinâmica	do	útero	ocorre	por	meio	do	diafragma	pélvico,	especialmente	durante	
momentos	 ou	 situações	 de	 aumento	 de	 pressão	 intra-abdominal,	 como	 ocorre	
em	 tosse	ou	 espirro	 e	 a	fixação	do	útero	 se	dá	pelos	 seus	 ligamentos.	Quanto	
à	 histologia,	 o	 útero	 é	 revestido	 por	 três	 camadas	 de	 tecido	 denominadas	 de:	
perimétrio,	miométrio	e	endométrio.
• Perimétrio	é	a	camada	mais	externa,	constituída	por	tecido	conjuntivo.
• Miométrio	 é	 camada	 intermediária,	 constituída	 de	 musculatura	 lisa.	 O	
miométrio	possibilita	as	contrações	no	momento	do	parto.	Durante	a	gestação	
as	fibras	lisas	aumentam	de	número	e	tamanho.
• Endométrio	é	a	camada	mais	interna	formada	de	tecido	epitelial	altamente	
vascularizado.	Ele	reveste	toda	a	cavidade	uterina	(BARACHO,	2018).	
FIGURA 10 – ANATOMIA DO ÚTERO E SUAS CAMADAS
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ut/er/utero1.jpg>. Acesso em: 30 nov. 2020.
Vagina:	 a	 vagina	 é	 um	 canal	 fibromuscular	 que	 se	 estende	do	 colo	 do	
útero	até	o	seu	óstio	externo,	se	abre	juntamente	com	a	glande	do	clitóris,	o	óstio	
externo	da	uretra	e	as	glândulas	vestibulares	menores	no	vestíbulo	vaginal,	uma	
fenda	situada	entre	os	lábios	menores	da	vulva	feminina.	A	vagina	serve	de	canal	
para	escoar	o	 líquido	menstrual,	constitui	o	canal	do	parto,	e	recebe	e	envolve	
o	pênis	e	o	sêmen	durante	a	relação	sexual.	As	fibras	aferentes	que	transmitem	
impulsos	dolorosos	do	colo	uterino	e	da	vagina	seguem	as	fibras	parassimpáticas	
através	dos	plexos	uterovaginal	e	hipogástrico	inferior	e	dos	nervos	esplâncnicos	
pélvicos,	 para	 chegar	 aos	 corpos	 celulares	 nos	 gânglios	 sensitivos	 dos	 nervos	
espinais	S2-S4.	As	principais	partes	da	vagina	compreendem	a	vulva,	monte	de	
vênus,	lábios	maiores	e	menores	do	pudendo,	clitóris	e	vestíbulo	vaginal,	como	
pode	ser	observado	na	Figura	11	(MACHADO,	2014).
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
10
FIGURA 11 – ANATOMIA DA VAGINA
FONTE: <https://capricho.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/11/vulva3.jpg?quality=85&strip=info>. 
Acesso em: 30 nov. 2020.
A	cavidade	da	pelve	é	demarcada	inferiormente	pelo	diafragma	pélvico	
(constituído	pelos	músculos	coccígeo	e	 levantador	do	ânus),	que	fica	suspenso	
na	parte	superior	e	desce	centralmente	até	a	abertura	inferior	da	pelve	em	forma	
de	funil.	Além	desse	diafragma,	outros	músculos,	fáscias	e	ligamentos	formam	
o	assoalho	pélvico,	que	apresenta	a	 função	de	 sustentação	de	órgãos	 internos,	
proporciona	ação	esfincteriana	para	uretra,	vagina	e	reto,	e	possibilita	a	passagem	
do	feto	no	canal	do	parto	(MACHADO,	2014).	
Já	o	períneo	é	a	região	superficial	do	assoalho	pélvico,	situada	inferiormente	
ao	 diafragma	 da	 pelve.	 As	 estruturas	 esqueléticas	 e	 fibrosas	 que	 marcam	 os	
limites	do	períneo	 são:	 Sínfise	púbica,	 anteriormente;	Ramos	do	 ísquio	 e	púbis,	
anterolateralmente;	 túberes	 isquiáticos,	 lateralmente	 (MACHADO,	 2014).	 Na	
Figura	 12,	 estão	 demonstrados	 os	 principais	 músculos	 que	 compõe	 o	 assoalho	
pélvico	feminino.	
TÓPICO 1 — ANATOMIA E FISIOLOGIA DO ASSOALHO PÉLVICO
11
FIGURA 12 – ESTRUTURAS DO ASSOALHO PÉLVICO
FONTE: <https://bit.ly/2PBmwTO>. Acesso em: 30 nov. 2020.
Agora	 que	 já	 relembramos	 a	 anatomia	 que	 compõe	 o	 assoalho	pélvico	
feminino,	 a	 fim	 de	 aprofundarmos	 o	 conhecimento,	 no	 próximo	 tópico	 serão	
estudadas	as	principais	disfunções/	patologias	que	acometem	essas	estruturas.	
Preparados?	Vamos	lá!
12
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	pelve	é	a	parte	mais	 inferior	do	tronco.	Composta	pela	cintura	pélvica	e	
pelo	períneo,	ela	sustenta	os	órgãos	dos	sistemas	urinário	e	reprodutivo.
•	 A	 pelve	 feminina	 contém	 as	 partes	 distais	 dos	 sistemas	 urinário	 e	 digestório	
(ureter,	bexiga	urinária,	uretra	e	reto),	a	genitália	interna	(ovários,	tubas	uterinas,	
útero	e	vagina)	e	a	genitália	externa	(contida	pelo	períneo).	
•	 O	assoalho	pélvico	é	formado	pelo	diafragma	pélvico,	que	possui	um	formato	
de	funil.
 
•	 O	diafragma	pélvico	é	composto	por	um	par	de	músculos	e	suas	fáscias;	o	
músculo	levantador	do	ânus	e	o	músculo	coccígeo.
•	 A	função	do	diafragma	pélvico	é	sustentar	os	órgãos	pélvicos	e	prevenir	o	seu	
prolapso.
•	 O	períneo	é	a	parte	da	pelve	que	contém	a	genitália	externa	e	o	ânus.	É	inferior	
ao	diafragma	pélvico.	
RESUMO DO TÓPICO 1
13
1	 A	 pelve	 é	 a	 parte	mais	 inferior	 do	 tronco.	A	 cavidade	 pélvica	 é	 definida	
por	 todos	os	ossos,	órgãos,	músculos	e	 ligamentos	que	contribuem	para	a	
funcionalidade	pélvica.	A	compreensão	adequada	das	disfunções	pélvicas	
requer	o	conhecimento	dos	processos	patofisiológicos	envolvidos.	Para	isso	
é	 importante	 entender	 a	 anatomia	 pélvica	 e	 as	 funções	 de	 cada	 estrutura	
presente.	 Com	 base	 nos	 conhecimentos	 de	 anatomia	 da	 musculatura	 do	
assoalho	pélvico,	observe	os	músculos	apontados	pelas	letras	A	e	B	na	figura	
e	assinalea	alternativa	CORRETA:
FONTE: Adaptada de <https://bit.ly/3u7SPZE>. Acesso em: 31 mar. 2021.
a)	(			)	 Isqueococcígeo	e	bulbocavernoso.
b)	(			)	 Bulboesponjoso	e	isqueocavernoso.
c)	(			)	 Isqueocavernoso	e	transverso	superficial	do	períneo.
d)	(			)	 Bulboesponjoso	e	transverso	superficial	do	períneo.
2	 Localizado	na	região	entre	ânus	e	genitais,	o	assoalho	pélvico	é	formado	por	
músculos,	 ligamentos	 e	 fáscias	 (tecidos	finos	 com	pouca	 elasticidade	que,	
nas	mulheres,	 recobrem	 e	 protegem	 internamente	 a	 vagina,	 compondo	 o	
anel	pericervical	que	vai	do	colo	do	útero	à	bexiga).	Podemos	dizer	que	é	
uma	rede	de	sustentação	que	precisa	ser	fortalecida	para	manter	os	órgãos	
no	 lugar	porque	a	pressão	nessa	 área	do	 corpo	 é	grande.	Este	 conjunto	 é	
integrado	ainda	pelos	esfíncteres,	estruturas	que	contraem	e	relaxam	para	
permitir	a	passagem	da	urina	e	das	fezes.	Sobre	a	anatomia	do	Trato	Genital	
Feminino	e	Assoalho	Pélvico,	analise	as	sentenças	a	seguir:	
I-	 Os	músculos	 levantadores	 do	 ânus	 são	 inervados	 pelo	 nervo	 perineal,	
originado	no	nervo	pudendo	e	pelo	ramo	perineal	de	S4.	
II-	 O	 plexo	 coccígeo	 é	 uma	 rede	 de	 fibras	 nervosas	 formada	 pelos	 ramos	
ventrais	de	L4	e	L5.
III-	 O	osso	ísquio	é	o	menor	dos	três	ossos	que	constituem	o	osso	coxal	e	é	
responsável	por	formar	a	parte	cranial	do	assoalho	pélvico.
AUTOATIVIDADE
14
Assinale	a	alternativa CORRETA:
a)	(			)	 Somente	a	sentença	I	está	correta.
b)	(			)	 As	sentenças	I	e	II	estão	corretas.	
c)	(			)	 As	sentenças	I	e	III	estão	corretas.
d)	(			)	 As	sentenças	II	e	III	estão	corretas.
e)	(			)	 As	sentenças	I,	II	e	IIII	estão	corretas.	
3	 O	assoalho	pélvico	compreende	os	órgãos	da	região	baixa	do	abdômen	e	tem	
funções	 relacionadas	 aos	 sistemas	 reprodutor,	 urinário	 e	 digestivo.	 Sobre	
esse	tema,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 O	 assoalho	 pélvico	 tem	 como	 objetivo	 sustentar	 os	 órgãos	 internos,	
principalmente	o	útero,	bexiga	e	reto.	
(			)	 O	assoalho	pélvico	é	formado	por	músculos,	ligamentos	e	fáscias.	
(			)	 O	 levantador	do	ânus	é	um	músculo	profundo	e	de	suporte	aos	órgãos	
pélvicos,	contribuindo	para	o	processo	de	micção	e	defecação.	
(			)	 O	diafragma	pélvico	é	formado	por	músculo	levantador	do	ânus,	obturador	
interno	e	transverso	superficial	do	períneo.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:	
a)	(			)	 V	–	V	–	V	–	V.
b)	(			)	 V	–	V	–	V	–	F.
c)	(			)	 V	–	F	–	V	–	F.
d)	(			)	 F	–	V	–	F	–	V.
e)	(			)	 V	–	V	–	F	–	F.
4	 O	 assoalho	 pélvico	 é	 formado	 primariamente	 por	 músculos	 esqueléticos	
espessos	juntamente	com	ligamentos	próximos	e	suas	fáscias	de	revestimento.	
Os	músculos	 do	 assoalho	 pélvico	 (MAP)	 são	 um	 grupo	 de	músculos	 de	
controle	voluntário,	em	forma	de	rede	que	se	localizam	na	porção	inferior	da	
bacia,	especificamente	entre	as	coxas	e	tem	a	função	de	sustentar	os	órgãos	
internos.	Sobre	os	MAP,	é	correto	afirmar:	
a)	(			)	 O	esfíncter	externo	do	ânus	fecha	o	canal	retal	e	mantém	a	ereção	do	
clitóris.
b)	(			)	 O	ísquio	cavernoso	suporta	e	fixa	o	corpo	do	períneo	além	de	suportar	
o	peso	das	vísceras.	
c)	(			)	 O	bulbo	esponjoso	ajuda	a	manter	as	vísceras	pélvicas	em	posição	e	
resiste	a	pressão	abdominal
d)	(			)	 O	coccígeo	ou	ísquiococígeo	forma	o	diafragma	pélvico	e	dá	suporte	às	
vísceras	pélvicas.
5	 Um	assoalho	pélvico	flácido	ou	não	fortalecido	pode	resultar	em	problemas	
de	saúde	como	incontinências	urinária	e	fecal,	bexiga	posicionada	abaixo	de	
onde	deveria	(bexiga	caída)	e,	em	casos	de	gestantes,	lacerações	perineais	e	
outras	disfunções.	Com	base	no	exposto,	quais	são	os	músculos	superficiais	
do	assoalho	pélvico	responsáveis	por	suportar	os	órgãos	pélvicos	e	atuarem	
também	na	continência	urinária	e	fecal?	
15
a)	(			)	 Bulbo	cavernoso,	isquiocavernoso,	transverso	superficial	e	profundo,	e	
reto	abdominal.	
b)	(			)	 Bulbo	cavernoso,	isquiocavernoso,	transverso	superficial	e	profundo,	e	
esfíncter	externo.
c)	(			)	 Pubococcígeo,	iliococcígeo,	coccígeo	e	reto	abdominal.	
d)	(			)	 Pubococcígeo,	iliococcígeo	e	esfíncter	interno.	
e)	(			)	 Pubococcígeo,	puboretal,	iliococcígeo	e	coccígeo.
16
17
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO
1 INTRODUÇÃO
De	acordo	com	a	Teoria	Integral	de	Continência,	sintomas	como	a	perda	de	
urina	aos	esforços,	urgência,	polaciúria,	noctúria,	e	alterações	do	esvaziamento	vesical	
e	intestinal,	originam-se	de	alterações	teciduais	dos	elementos	de	suporte	uretral,	dos	
ligamentos	e	músculos	do	assoalho	pélvico	(PETROS;	ULMSTEN,	1990).
Os	principais	distúrbios	que	acometem	o	assoalho	pélvico	(AP)	feminino	são	
a	 incontinência	 urinária	 e	 fecal,	 prolapsos	 dos	 órgãos	 pélvicos,	 anormalidades	 do	
esvaziamento	do	 trato	urinário	 inferior,	 disfunções	defecatórias,	disfunções	 sexuais	
e	dor	pélvica	crônica	(PETROS;	ULMSTEN,	1990).	O	nervo	pudendo	é	responsável	
pela	inervação	dos	músculos	do	AP	e	do	esfíncter	uretral	externo.	Sua	lesão	pode	gerar	
fraqueza	do	AP,	resultando	em	disfunções	como	o	Prolapso	de	Órgão	Pélvico	(POP)	
e	relaxamento	do	esfíncter	uretral	externo,	com	consequente	 incontinência	urinária.	
Assim,	a	integridade	neuromuscular	desempenha	papel	fundamental	na	manutenção	
da	continência	e	integridade	do	assoalho	pélvico	(PETROS;	ULMSTEN,	1990).
Os	 sintomas	 desses	 distúrbios	 geralmente	 se	 sobrepõem,	 e	 apesar	 de	
não	se	tratarem	normalmente	de	condições	que	ameaçam	a	vida,	podem	afetar	
intensamente	 a	 qualidade	 de	 vida	 das	 pacientes,	 gerando	 limitações	 físicas,	
sociais,	ocupacionais	e/ou	sexuais	(WALTERS,	2004).
Estudaremos	agora,	as	principais	disfunções	que	acometem	o	AP	feminino:
2 INCONTINÊNCIA URINÁRIA FEMININA
A	Incontinência	urinária	(IU)	refere-se	à	queixa	de	qualquer	perda	de	urina,	
que	pode	ser	involuntária,	provocada	pelo	indivíduo	ou	descrita	por	um	cuidador.	
Essa	perda	 involuntária	de	urina	pode	 estar	 associada	 à	urgência	 e	 também	ao	
esforço	físico,	incluindo	atividades	esportivas	ou	em	espirros	ou	tosse.	A	IU	é	uma	
condição	 que	 afeta	 a	 qualidade	 de	 vida	 da	 pessoa	 acometida,	 comprometendo	
o	bem-estar	 físico,	emocional,	psicológico	e	 social.	A	 IU	pode	estar	presente	em	
indivíduos	de	todas	as	idades	e	de	ambos	os	sexos.	No	entanto,	as	mulheres	têm	
maior	predisposição	a	apresentar	essa	condição	(HUNSKAAR	et al.,	2005).
18
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
As	mulheres	apresentam	uma	menor	capacidade	de	oclusão	uretral,	isso	se	
deve	ao	fato	da	uretra	funcional	feminina	ser	mais	curta	e	a	continência	depender	
não	somente	do	funcionamento	esfincteriano	adequado,	mas	também	de	elementos	
de	sustentação	uretral	(músculos	e	ligamentos)	e	transmissão	da	pressão	abdominal	
para	o	colo	vesical	(HUNSKAAR	et al.,	2005).
Apesar	 de	 as	 perdas	 involuntárias	 de	 urina	 interferirem	 de	 forma	
devastadora	na	qualidade	de	vida	das	doentes,	a	incontinência	urinária	feminina	
continua	a	ser	“subdiagnosticada”	e	“subtratada”.	Estima-se	que	apenas	uma	em	
cada	quatro	mulheres	sintomáticas	procura	os	centros	de	saúde,	já	que	é	considerada	
de	forma	errônea	uma	consequência	natural	da	idade,	sem	tratamento	eficaz,	sendo	
por	isso	considerada	como	uma	“epidemia	silenciosa”	(HUNSKAAR	et al.,	2005).
As	morbilidades	associadas	à	incontinência	urinária	incluem	prolongamento	
de	 internamentos,	 infecções	 do	 trato	 urinário,	 complicações	 devido	 ao	 uso	
prolongado	de	 cateteres	uretrais	 e	 as	dermatites	de	 contato,	 sendo	 também	um	
importante	motivo	para	admissão	de	idosos	em	lares	(YIP;	CARDOZO,	2007).
	 Inúmeras	 situações	 podem	 levar	 a	 IU.	 A	 identificação	 da	 etiologia	 é	
essencial	 para	 o	 tratamento	 adequado.	 De	 maneira	 geral,	 a	 presença	 de	 IU	
pode	ser	dividida	de	acordo	com	a	etiologia	em	neurogênica	(ex.	 lesão	medular	
traumática,	esclerose	múltipla,	acidente	vascular	cerebral)	e	não	neurogênica	(ex.	
hiperatividade	detrusora,	insuficiência	intrínseca	do	esfíncter	uretral,	cirurgias	da	
próstata).Os	fatores	de	risco	mais	importantes	são	os	partos,	principalmente	por	
via	vaginal,	obesidade,	constipação	intestinal,	além	de	cirurgias	pélvicas	extensas	e	
outros	traumas	na	região	pélvica	(BOTELHO;	SILVA;	CRUZ,	2007).
A	perda	de	urina	pode	ocorrer	de	forma	transitória,	geralmente	associada	
a	 infecções	urinárias,	diabetes	descompensada,	uso	de	determinados	 fármacos	
(como	 os	 diuréticos,	 bloqueadores	 adrenérgicos,	 inibidores	 da	 enzima	 de	
conversão	 da	 angiotensina	 que	 podem	 provocar	 tosse,	 benziodiazepinas	 ou	
outros	neuroléticos),	consumo	de	álcool	ou	cafeína,	distúrbios	emocionais	ou	a	
constipação	 intestinal.	 Esse	 tipo	de	 incontinência	urinária	 geralmente	melhora	
após	o	tratamento	da	causa	subjacente	(BOTELHO;	SILVA;	CRUZ,	2007).
No	entanto	para	a	grande	maioria	das	mulheres	a	incontinência	urinária	
manifesta-se	como	uma	doença	crônica	de	início	gradual,	mas	com	agravamento	
progressivo.	Existem	vários	tipos	de	incontinência	urinária,	as	mais	frequentes	
na	mulher	são:	a	IU	de	esforços,	IU	de	urgência	e	IU	mista	(BOTELHO;	SILVA;	
CRUZ,	2007):
• Incontinência urinária de esforço (IUE)
Na	 incontinência	 urinária	 de	 esforço	 a	 mulher	 perde	 urina	
involuntariamente	 quando	 aumenta	 a	 pressão	 intra-abdominal	 em	 atividades	
como	tossir,	rir,	levantar	objetos	ou	fazer	esforço	físico.	Há	uma	associação	nítida	
entre	os	esforços	e	as	perdas	de	urina.	O	problema	nesses	casos	é	que	a	pressão	
intravesical	ultrapassa	a	pressão	uretral,	originando	perda	de	urina.	Para	a	sua	
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO
19
fisiopatologia	contribuem	em	graus	variáveis	de	importância	a	hipermobilidade	
do	colo	vesical	(secundária	a	um	suporte	anatómico	pélvico	fragilizado)	e	uma	
deficiência	intrínseca	do	esfíncter	urinário	(BOTELHO;	SILVA;	CRUZ,	2007).	
• Incontinência urinária de urgência (IUU)
A	IUU	é	definida	como	o	gotejamento	involuntário	de	urina,	precedido	
por	urgência	caracterizada	por	forte	desejo	de	urinar	que	dificilmente	pode	ser	
suprimido.	Esta	incontinência	é	causada	por	contrações	involuntárias	do	músculo	
detrusor	 da	 bexiga	 (hiperatividade)	 acompanhadas	 pelo	 relaxamento	 uretral	
durante	a	fase	de	enchimento	vesical	(KLINGLER	et al.,	2000).	
Para	 a	 preservação	 da	 continência	 urinária	 é	 fundamental	 que	 a	 bexiga	
apresente	função	normal,	e	a	pressão	intravesical	deve	permanecer	relativamente	
baixa	 e	 constante	 durante	 todo	 o	 enchimento.	 Quando	 a	 contração	 vesical	
supera	 a	 capacidade	 de	 oclusão	 uretral	 gerada	 pelo	 esfíncter	 ocorre	 a	 IUU.	As	
frequências	miccional	e	noctúria	geralmente	acompanham	o	sintoma	de	urgência,	
e	são	definidos,	respectivamente,	como	a	queixa	de	apresentar	repetidas	micções	
durante	o	dia	e	acordar	a	noite	uma	ou	mais	vezes	para	urinar.	Klingler	et	al.	(2000)	
caracterizam	o	aumento	da	frequência	como	mais	de	oito	micções	durante	o	dia	e	
noctúria	como	mais	de	duas	micções	durante	a	noite.	Várias	situações	podem	levar	
a	hiperatividade	detrusora,	desde	uma	infecção	urinária	que	irrita	a	mucosa	vesical	
até	uma	alteração,	identificável	ou	não,	da	inervação	vesical.
• Incontinência Urinária Mista (IUM)
Trata-se	 da	 combinação	 da	 IUE	 e	 IUU,	 ou	 seja,	 uma	 insuficiência	 de	
oclusão	uretral	associada	à	hiperatividade	detrusora.	
A	incontinência	mista	resulta	da	combinação	de	sintomas	da	incontinência	
de	esforço	e	de	urgência.	Cerca	de	um	terço	das	mulheres	incontinentes	
apresentam	 esse	 tipo	 de	 incontinência	 e	 provavelmente	 representa	
apenas	um	ponto	intermédio	do	contínuo,	que	são	a	incontinência	de	
stress	e	de	urgência.	Nesses	casos	deve-se	 tentar	determinar	quais	os	
sintomas	predominantes	e	que	mais	incomodam	a	doente,	pois	são	eles	
que	 determinam	 a	 estratégia	 terapêutica	 (BOTELHO;	 SILVA,	 CRUZ,	
2007,	p.	80).	
• Incontinência urinária em populações especiais 
Durante	a	gestação,	os	sintomas	miccionais	podem	estar	associados	ao	efeito	
da	pressão	do	útero	gravídico	sobre	a	bexiga,	reduzindo	de	forma	significativa	a	
capacidade	vesical,	e	pode	afetar	negativamente	a	qualidade	de	vida	de	gestantes	
nos	âmbitos	social,	sexual	e	profissional,	além	de	implicar	em	um	custo	significativo	
para	a	mulher	e	para	os	serviços	de	saúde	(ASHTON-MILLER;	DELANCEY,	2007).
20
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
No	estudo	de	Santos	et al.	(2006),	48,5%	das	mulheres	relataram	sentir-se	
nervosas	ou	ansiosas	devido	à	perda	urinária	e	55%	sentiam-se	incomodadas	com	
a	condição	de	incontinente,	interferindo	na	relação	com	amigos,	relações	sexuais	
e	atividades	de	vida	diária.	Fatores	como	a	idade	materna,	IMC	e	paridade	são	
considerados	 importantes	 para	 o	 desencadeamento	 de	 sintomas	 miccionais	
durante	a	gestação	e	o	puerpério.	Fritel	et al.	(2004)	concluíram	que	mulheres	acima	
de	35	anos	possuem	maior	risco	de	desenvolver	disfunções	do	assoalho	pélvico.	
Isso	ocorre	porque	o	envelhecimento	fisiológico	é	acompanhado	pelo	aumento	
na	densidade	das	fibras	de	desnervação	da	musculatura	do	assoalho	pélvico,	de	
modo	que,	quanto	maior	a	densidade	menor	a	velocidade	da	condução	nervosa.
Sabe-se	que	poucas	gestantes	com	sintomas	miccionais	procuram	ajuda,	
pois	 não	 se	 sentem	 à	 vontade	 para	 relatar	 esses	 sintomas	 à	 família,	 amigos	 e	
profissionais	de	saúde,	além	de	muitas	vezes	desconhecerem	que	esses	sintomas	
podem	ser	tratados	ou	controlados.	No	entanto,	a	presença	de	IU	na	gestação	e	
no	pós-parto	imediato	pode	predizer	a	existência	dessa	condição	em	longo	prazo	
(VIKTRUP;	RORTVEIT;	LOSE,	2008).
Um	 estudo	 realizado	 por	 Leroy,	 Lúcio	 e	 Lopes	 (2016)	 investigou	 os	
principais	 fatores	 de	 risco	 para	 o	 desenvolvimento	 de	 IU	 no	 puerpério.	 Os	
autores	constataram	que	70,1%	das	mulheres	 incontinentes	no	puerpério	eram	
incontinentes	na	gestação,	além	disso,	houve	uma	forte	associação	entre	a	IU	na	
gestação	e	o	aumento	do	risco	para	IU	no	puerpério.	Esses	achados	indicam	que,	
na	maioria	dos	casos,	a	IU	iniciou-se	na	gravidez	e	permaneceu	após	o	parto,	o	que	
é	condizente	com	estudo	prévio,	no	qual	a	maioria	das	mulheres	incontinentes	no	
puerpério	experienciaram	perda	 involuntária	de	urina	no	 terceiro	 trimestre	de	
gestação	(RAZA-KHAN	et al.,	2006).
Com	relação	à	presença	de	IU	em	atletas,	estudos	mostram	que	a	prevalência	
da	IU	durante	a	prática	esportiva	nas	atletas	de	elite	varia	de	0%	(golfe)	até	80%	
(trampolinistas).	As	maiores	 prevalências	 ocorrem	 em	 esportes	 que	 envolvem	
atividades	de	alto	impacto	como:	ginástica,	atletismo	e	alguns	jogos	com	bola.	A	
maioria	dos	autores	acredita	que	a	IU	ocorra	em	esportes	de	alto	impacto	(como	
a	ginástica	e	o	trampolim	acrobático)	ou	em	esportes	com	mudança	abrupta	de	
movimento	(como	no	basquete).	Nestes	casos,	a	fisiopatologia	da	IU	talvez	esteja	
relacionada	com	o	aumento	abrupto	da	pressão	abdominal	(BØ;	BORGEN,	2001).
Algumas	teorias	tentam	explicar	a	ocorrência	de	IU	nas	atletas.	Uma	delas	
afirma	que,	embora	as	atletas	 tenham	os	músculos	do	assoalho	pélvico	 fortes,	a	
atividade	física	árdua	levaria	ao	aumento	da	pressão	abdominal,	predispondo	a	IU	
(BØ;	BORGEN,	2001).	Outros	autores	acreditam	que	essas	atletas	têm	sobrecarga,	
estiramento	 e	 enfraquecimento	 do	 assoalho	 pélvico.	 Reforça	 essa	 teoria	 o	 fato	
de	que	a	 força	vertical	de	 reação	máxima	do	 solo	durante	diferentes	atividades	
esportivas	é	três	a	quatro	vezes	o	peso	do	corpo	quando	corremos,	cinco	a	doze	vezes	
pulando,	e	nove	vezes	na	queda	após	um	salto	em	altura	(KRUGER	et	al.,	2005).	Por	
fim,	a	amenorreia	hipotalâmica	decorrente	de	exercício	físico	 intenso,	desordens	
alimentares	ou	a	combinação	de	ambos,	também	poderia	contribuir	para	a	IU	em	
atletas	 devido	 aos	 baixos	 níveis	 de	 estrogênios.	 Uma	 grande	 proporção	 dessas	
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO
21
atletas	relata	que	a	perda	de	urina	é	muito	embaraçosa	e	que	afeta	a	concentração	
e	a	performance.	Sendo	assim,	essas	atletas	devem	ser	encaminhadas	para	uma	
equipe	multidisciplinar	 para	 adequaro	melhor	 tratamento	 sem	 comprometer	 o	
desempenho	(OLIVEIRA	et al.,	2003).
2.1 DIAGNÓSTICO DA IU 
Agora	que	já	compreendemos	os	tipos	de	IU,	bem	como	seus	principais	
fatores	 de	 risco,	 iremos	 perceber	 que	 o	 diagnóstico	 da	 IU	 pode	 ser	 realizado	
através	de	algumas	avaliações,	tais	como:	
• História	clínica	da	doença:	identificação	de	elementos	que	permitam	indicar	
qual	 o	 tipo	mais	 provável	 de	 IU	 e	 a	 abordagem	diagnóstica	 e	 terapêutica	
mais	apropriada.	Os	elementos	a	serem	observados	no	diagnóstico	de	IUE	na	
mulher	incluem	o	grau	de	incômodo,	condição	da	perda	(esforço,	urgência,	
mista),	uso	de	absorventes	ou	fraldas,	frequência	e	horário	das	perdas,	tipos	
e	quantidade	de	partos,	quantidade	de	ingestão	hídrica	durante	o	dia,	uso	de	
medicamentos,	cirurgias	prévias	etc.	(ABRAMS	et al.,	2002).
• Exame	 Físico:	 deve	 ser	 direcionado	 para	 os	 sistemas	 que	 poderiam	 estar	
relacionados	 à	 IU,	 incluindo;	 exame	 geral	 para	 mobilidade,	 estado	 cognitivo,	
edema	periférico,	exame	abdominal	para	massas	pélvicas	e	avaliação	neurológica	
para	patologias	como	esclerose	múltipla,	Parkinson,	compressão	de	raiz	nervosa	
(hérnia	de	disco),	parestesias	e	distrofismo	muscular.	Deve-se	determinar	o	índice	
de	massa	corporal	(IMC)	da	paciente.	Deve	ser	dada	atenção	para	a	presença	de	
prolapso	de	órgãos	pélvicos	e	atrofia	vaginal.	A	 força	e	 tônus	da	musculatura	
pélvica	(elevador	dos	anus)	e	a	sensibilidade	perineal	também	devem	ser	avaliados.	
A	paciente	deve	ser	instruída	a	realizar	manobras	de	esforço	em	posição	supina	
(como	por	exemplo,	tossir)	e	ortostática	para	observação	da	perda	de	urina	e	sua	
intensidade	(TRUZZI	et al.,	2016).
• Escalas	de	avaliação:	a	função	muscular	do	assoalho	pélvico	pode	ser	avaliada	
pelo	esquema	PERFECT,	desenvolvido	por	Bø	e	Larsen	 (1992),	 cujo	objetivo	
é	quantificar	a	intensidade,	a	duração	e	a	sustentação	da	contração	muscular	
perineal.	É	realizado	o	toque	bidigital,	no	qual	o	avaliador	introduz	o	segundo	
e	terceiro	dedos	no	introito	vaginal	e	solicita	a	contração	do	assoalho	pélvico.
22
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
QUADRO 1 – ESQUEMA PERFECT DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL SUBJETIVA DO ASSOALHO 
PÉLVICO
FONTE: Virtuoso, Mazo e Menezes (2011, p. 317)
• Diário miccional:	a	utilização	de	um	diário	miccional,	que	avalia	a	rotina	urinária	
e	de	perdas,	é	um	método	bastante	simples	e	muito	útil	na	avaliação.	O	diário	
miccional	permite	avaliar	o	número	de	micções,	número	de	episódios	de	IU	e	o	
volume	de	líquido	ingerido	e	eliminado	em	24	horas.	O	diário	também	pode	ser	
usado	para	monitorar	a	resposta	e	eficácia	do	tratamento	(BARACHO,	2018).	
QUADRO 2 – MODELO DE DIÁRIO MICCIONAL
FONTE: Amorim e Pessoa (2014, p. 18)
Acadêmico, leia o artigo: Incontinência urinária e função muscular perineal 
em idosas fisicamente ativas e sedentárias. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/rbfis/
v15n4/pt_aop010_11insci787.pdf. 
DICAS
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO
23
• Exames complementares:	 uma	 ultrassonografia	 do	 trato	 urinário	 e	 da	 pelve	
nas	mulheres	permite	avaliar	a	presença	de	massas	na	cavidade	pélvica,	além	
de	 fornecer	 informações	 sobre	 resíduo	pós-miccional	 (RPM)	 e	 lesões	do	 trato	
urinário.	Outros	exames	como	cistoscopia	e	uretrocistografia	miccional	podem	
ser	úteis,	dependendo	da	apresentação	inicial.	Após	a	avaliação,	o	médico	deve	
ser	capaz	de	determinar	se	a	paciente	apresenta	IUE,	IUU	ou	associação	de	ambas	
(IUM).	O	tratamento	deve	ser	realizado	considerando	o	tipo	da	IU,	com	o	risco	
de	insucesso	ou	a	piora	do	quadro	clínico	em	casos	de	diagnóstico	equivocado	
(BARACHO,	2018).
• Avaliação Urodinâmica:	 a	 avaliação	 urodinâmica	 completa	 ou	 estudo	
urodinâmico	(EUD)	é	um	exame	realizado	para	avaliar	o	funcionamento	do	trato	
urinário	inferior.	Em	geral,	o	EUD	é	realizado	quando	há	falha	no	tratamento	
clínico	ou	quando	se	planeja	alguma	forma	de	tratamento	cirúrgico.	Esse	exame	
é	essencial	para	definir	e	predizer	a	resposta	ao	tratamento,	podendo	ser	decisivo	
quanto	à	indicação	ou	não	de	um	tratamento	cirúrgico	(BARACHO,	2018).
3 INCONTINÊNCIA ANAL 
Incontinência	anal	 (IA)	é	o	nome	utilizado	para	englobar	 tanto	a	perda	
involuntária	 de	 material	 fecal	 quanto	 de	 gases.	 Já	 a	 incontinência	 fecal	 (IF)	
pode	ser	caracterizada	como	a	incapacidade	de	manter	o	controle	fisiológico	do	
conteúdo	 intestinal	em	 local	e	 tempo	socialmente	adequados,	 levando	a	perda	
involuntária	de	fezes	líquidas,	pastosas	ou	sólidas.	Considera-se	ainda	urgência	
fecal	ou	retal	quando	há	desejo	súbito	e	urgente	de	defecar,	difícil	de	ser	adiado,	
e	incontinência	de	urgência	fecal	ou	de	gases	quando	ocorre	perda	involuntária	
de	fezes	ou	gases	associados	ao	sintoma	de	urgência.	
Essa	 alteração	 funcional	 pode	 gerar	 insegurança,	 perda	da	 autoestima,	
angústia,	depressão,	transtornos	físicos,	mentais	e	sociais,	que	podem	contribuir	
para	uma	piora	na	qualidade	de	vida	dos	indivíduos	(BARACHO,	2018).	
 
A	prevalência	exata	dessa	disfunção	é	desconhecida	e	subestimada	pelo	
fato	de	ser	sub-relatada,	pois	muitas	pessoas	acometidas	pela	incontinência	não	
procuram	assistência	dos	profissionais	de	saúde,	devido	ao	medo,	frustração	e	
vergonha	 (QUINTÃO;	 OLIVEIRA;	 GUEDES,	 2001).	 No	 entanto,	 sabe-se	 que	
é	mais	comum	em	idosos	e	no	sexo	 feminino,	provavelmente	devido	a	 fatores	
relacionados	ao	parto	e	a	maior	prevalência	de	constipação	intestinal	crônica	nas	
mulheres	(OLIVEIRA	et al.,	2007).	
Em	termos	etiológicos	de	acordo	com	Ribeiro	(2013),	a	IF	pode	dividir-se	
em	quatro	categorias:	danos	do	esfíncter,	alterações	das	características	das	fezes,	
distúrbios	 neuromusculares	 e	 alterações	 da	 compliance	 e	 sensibilidade	 retal,	
conforme	pode	ser	observado	no	Quadro	3:	
24
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
QUADRO 3 – ETIOLOGIA DA INCONTINÊNCIA FECAL
 FONTE: Ribeiro (2013, p. 9)
A	avaliação	da	incontinência	fecal	deve	ser	dirigida	para	a	causa	e	para	o	
estado	funcional	do	paciente,	e	devem	ser	incluídos	alguns	aspectos	na	avaliação,	
tais	como:	
• História clínica:	deve	ser	detalhada	e	abordar	as	possíveis	causas	e	a	frequência,	
severidade	 e	 duração	 dos	 episódios,	 bem	 como	 o	 impacto	 na	 qualidade	 de	
vida	do	paciente,	 incluindo	a	capacidade	de	sair	de	casa	para	o	 trabalho	ou	
para	atividades	sociais.	Alguns	aspectos	devem	ser	questionados,	 tais	como:	
a	 data	de	 início	dos	 sintomas,	 duração	 e	 severidade,	 consistência	das	 fezes,	
comorbidades,	uso	de	fármacos	etc.	
• Escalas e questionários:	 existem	 diversas	 escalas	 e	 questionários	 validados	
tais	como:	o	Cleveland Clinic grading system,	escala	de	incontinência	de	St. Mark,	
escala	de	Wexter	e	os	questionários	como	o	Symptom Checklist 90 Revised (SCL-
90)	ou	o	Short Form 36	(SF36),	que,	para	além	de	ajudarem	a	determinar	o	tipo	
e	intensidade	dos	sintomas,	também	ajudam	a	correlacionar	a	saúde	e	o	bem-
estar	do	ponto	de	vista	dos	doentes,	ou	seja,	avaliam	o	impacto	da	incontinência	
fecal	na	qualidade	de	vida	do	doente	(RIBEIRO,	2013).	
QUADRO 4 – ESCALA DE GRADUAÇÃO DA INCONTINÊNCIA DE WEXNER
FONTE: <http://derival.com.br/wp-content/uploads/2017/07/Tabela-1-946x309.jpg>. 
Acesso em: 29 nov. 2020.
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO
25
• Exame físico:	deve	incluir	a	inspeção	do	períneo	(identificação	de	hemorroidas,	
dermatites,	 escoriações,	 cicatrizes,	 defeitos	 musculares),	 exame	 neurológico	
(nomeadamente	 a	 sensibilidade	perianal	 e	 os	 reflexos	 cutâneos	 anais),	 exame	
digital	 do	 reto,	 proctoscopia	 e	 rectossigmoidoscopia.	A	 palpação	 é	 realizada	
por	 meio	 do	 exame	 vaginal	 e	 retal	 e	 envolve	 a	 análise	 da	 elasticidade	 e	 da	
contratilidade	 global	 e	 seletiva	 dos	músculos	 do	AP,	 com	 ênfase	 no	 esfíncter	
externo	do	ânus	e	no	puborretal.	A	análise	da	contratilidade	pode	ser	realizada	
por	meio	do	 teste	muscular	manual.	Várias	escalas	de	classificação	da	 função	
muscular	são	encontradas	na	literatura	(BARACHO,	2018).4 SÍNDROME DA BEXIGA HIPERATIVA (SBH)
Pode	 ser	 definida	 como	 um	 complexo	 de	 sintomas	 que	 compreende	
urgência	urinária,	com	ou	sem	incontinência	urinária,	geralmente	acompanhada	
de	aumento	da	frequência	urinária	e	noctúria,	na	ausência	de	infecção	comprovada	
do	trato	urinário	ou	outra	patologia	óbvia.	Essa	síndrome	possui	um	efeito	bastante	
negativo	sobre	a	qualidade	de	vida	das	pessoas	acometidas,	determinando	um	
impacto	 tanto	 psicológico	 quanto	 social.	 Algumas	 medidas	 são	 tomadas	 por	
mulheres	que	 sofrem	com	essa	 síndrome,	na	 tentativa	de	 reduzir	 esses	 efeitos	
maléficos,	tais	como	o	uso	constante	de	protetores,	restrição	da	ingesta	hídrica,	
limitação	de	atividades	físicas	e	sociais	(BILHAR;	ARRUDA	2018).	
A	origem	exata	da	SBH	ainda	não	é	conhecida.	A	predisposição	genética	
parece	ter	papel	 importante,	e	mulheres	com	história	familiar	de	incontinência	
urinária.	 Outros	 fatores	 associados	 à	 bexiga	 hiperativa	 incluem	 obesidade,	
tabagismo,	consumo	de	bebidas	alcoólicas	e	cafeína	(BILHAR;	ARRUDA,	2018).
Pode	 ser	 classificada	 em	 dois	 tipos:	 de	 origem	 neurogênica	 e	 não	
neurogênica.	 A	 bexiga	 neurogênica	 está	 relacionada	 ao	 mau	 funcionamento	
da	 bexiga	 devido	 a	 doenças	 do	 sistema	 nervoso	 central	 ou	 nervos	 periféricos	
envolvidos	no	controle	da	micção,	que	fazem	com	que	o	indivíduo	não	consiga	
controlar	adequadamente	o	ato	de	urinar.	
Entre	 as	 causas	 neurogênicas	 mais	 comuns,	 podemos	 citar	 acidente	
vascular	cerebral,	doença	de	Parkinson,	esclerose	múltipla,	tumores	cerebrais	e	
lesões	da	medula	espinhal.	Etiologias	não	neurogênicas	podem	estar	relacionadas	
à	obstrução	do	fluxo	urinário,	deficiência	de	estrógeno,	mas	a	maioria	dos	casos	é	
idiopática	(BILHAR;	ARRUDA,	2018).
Os	principais	sinais	e	sintomas	são	esvaziamento	incompleto	da	bexiga,	
perdas	 de	 pequenas	 ou	 grandes	 quantidades	 de	 urina	 e	 infecções	 urinárias	
frequentes	(porque	a	estase	da	urina	proporciona	as	condições	que	estimulam	o	
crescimento	de	bactérias	e,	assim,	de	infecções).	A	bexiga	hiperativa,	ao	contrário,	
incapaz	de	reter	a	urina	pode	encher	e	esvaziar	involuntariamente,	sem	controle	
(BILHAR;	ARRUDA,	2018).
26
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
Quanto	 à	 fisiopatologia,	 a	 hipótese	 neurogênica	 afirma	 que	 condições	
nervosas	 ou	 neurológicas	 anômalas	 alteram	 a	 contratilidade	 dos	 músculos	
da	 parede	 da	 bexiga,	 tornando-os	 hipotônicos	 ou	 hipertônicos	 e/ou	 afetando	
a	 sinergia	entre	esses	músculos	e	os	esfíncteres	vesicais,	necessária	ao	perfeito	
funcionamento	do	ato	de	urinar.		
Existem	outras	hipóteses	 também,	como	a	hipótese	miogênica	(baseada	
na	 observação	 de	 que	 os	 miócitos	 de	 pacientes	 com	 SBH	 se	 comportam	 de	
forma	diferente	dos	de	pacientes	normais),	a	hipótese	aferente,	sugerindo	que	as	
alterações	na	transdução	ou	transferência	central	sensorial	levam	ao	aumento	da	
transmissão	aferente,	consequentemente,	aumento	da	consciência	de	enchimento	
vesical.	E,	ainda,	a	teoria	integral	acredita	que	as	terminações	nervosas	localizadas	
na	 base	 da	 bexiga	 são	 extremamente	 sensíveis	 e	 sua	 estabilização	 requer	 a	
integridade	 anatômica	 da	 vagina	 e	 de	 seus	 tecidos	 de	 sustentação	 (BILHAR;	
ARRUDA,	2018).
Por	fim,	o	diagnóstico	da	SBH	deve	ser	 focado	em	uma	história	clínica	
e	um	detalhado	exame	físico.	A	presença	de	urina	que	fica	na	bexiga,	depois	de	
urinar,	 pode	 ser	 detectada	 por	 uma	 radiografia	 contrastada	 pós-miccional	 e	 a	
quantidade	dessa	urina	pode	ser	medida	introduzindo-se	uma	sonda	através	da	
uretra	para	esvaziar	a	bexiga.	
Para	complementar	o	diagnóstico	da	bexiga	neurogênica,	o	médico	pode	
solicitar	 exames	 como	 ultrassonografia,	 cistografia,	 exame	 urodinâmico	 ou	
radiografia	contrastada	(BILHAR;	ARRUDA,	2018).
5 PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS
Corresponde	 ao	 relaxamento	 das	 estruturas	 de	 suporte	 do	 pavimento	
pélvico,	 resultando	 na	 protusão	 (descida)	 pelo	 menos	 de	 um	 dos	 seguintes	
compartimentos	da	parede	vaginal	anterior,	parede	vaginal	posterior	ou	ápice	da	
vagina,	na	vagina	ou	ultrapassando	o	anel	himenal	para	o	exterior.	É	enfermidade	
comum	que	pode	afetar	intensamente	a	qualidade	de	vida	das	pacientes,	causando	
impacto	psicológico,	social	e	financeiro	(BARACHO,	2018).
Fique por dentro de tudo sobre SBH acessando o endereço a seguir: https://
bit.ly/3t1Vi6n.
DICAS
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO
27
FIGURA 13 – EXEMPLO DE PROLAPSO GENITAL
FONTE: <http://www.drpaulorodrigues.com.br/patologia/enterocele/>. Acesso em: 29 nov. 2020.
A	fisiopatologia	do	POP	ainda	não	está	totalmente	esclarecida,	mas	sabe-
se	que	a	distopia	genital	decorre	de	um	desequilíbrio	das	forças	de	sustentação	e	
suspensão	que	mantém	a	estática	pélvica.	Conhecimento	avançado	e	compreensão	
conceitual	da	anatomia	e	suporte	do	assoalho	pélvico	são	essenciais	para	orientar	
o	reconhecimento	e	manejo	do	POP.	Os	tipos	mais	comuns	de	prolapso	resultam	
de	perda	do	suporte	dado	pelo	tecido	conjuntivo,	pelos	ligamentos	e	pela	fáscia.
A	disfunção	do	AP	deve-se	a	uma	combinação	de	diferentes	fatores	que	
podem	ser	divididos	em	extrínsecos	e	intrínsecos.	Esses	fatores	etiológicos	que	
podem	predispor	a	esse	relaxamento	do	AP	são	definidos	a	seguir:
• Fatores	hereditários.
• Etnia:	mulheres	brancas	e	chinesas	possuem	maior	risco.	
• Tecido	 conjuntivo:	 em	 um	 estudo	 da	 fáscia	 paravaginal	 foi	 demonstrada	
diminuição	do	número	de	fibroblastos	e	alterações	na	orientação	das	fibras	
colágenas	em	mulheres	com	prolapsos	genitais	(MOALLI	et	al.,	2005).
• Alterações	neurológicas:	a	espinha	bífida	oculta,	entre	outras.
• Alterações	 esqueléticas:	 redução	 da	 lordose	 lombar,	 aumento	 do	 diâmetro	
transverso	da	pelve,	entre	outras.
• Gravidez	e	partos:	partos	vaginais	aumentam	o	risco.
• Efeitos	hormonais	como	o	hipoestrogenismo.
• Condições	 que	 aumentam	 a	 pressão	 intrabdominal	 (como	 tosse	 crônica	 e	
obesidade).
• Tabagismo.
• Constipação	intestinal	crônica.
• Atividades	físicas	(como	crossfit	e	ginástica	olímpica)	(BARACHO,	2018).	
Com	relação	à	classificação,	no	ano	de	1999,	a	International Continence Society 
(ICS)	propôs	uma	nova	classificação	com	o	objetivo	de	padronizar	de	forma	mais	
comparável	e	fiel	os	prolapsos	genitais	(POP-Q).	A	classificação	divide	o	prolapso	
em	estágios,	sendo	eles:	
28
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
•	 Estágio	1:	a	maior	protrusão	dos	pontos	nas	paredes	anterior,	posterior	e	apical/
útero	fica	a	mais	de	1	cm	acima	do	hímen.
•	 Estágio	2:	a	maior	protrusão	está	entre	1	cm	acima	do	hímen	até	1	cm	abaixo	do	
hímen	(ultrapassa	o	hímen	em	1	cm).
•	 Estágio	3:	a	maior	protrusão	é	maior	que	1	cm,	ou	seja,	ultrapassa	o	hímen	em	2	
cm	ou	mais,	mas	não	representa	um	prolapso	total.	Isso	implica	que	pelo	menos	
uma	porção	da	mucosa	vaginal	não	está	evertida.
•	 Estágio	4:	eversão	total	da	vagina	ou	prolapso	uterino	total.	Significa	que	toda	
a	vagina	e/ou	útero	estão	prolapsados	em	toda	sua	extensão.
FIGURA 14 – ESTÁGIOS DO PROLAPSO GENITAL
FONTE: Baracho (2018, p. 483)
A	abordagem	conservadora	do	prolapso	ainda	não	apresenta	fundamentos	
científicos	 bem	 estabelecidos.	 O	 tratamento	 cirúrgico	 geralmente	 é	 o	 mais	
indicado,	 porém	 em	 alguns	 casos,	 são	 utilizados	 pessários	 para	 a	 sustentação	
dos	órgãos.	Pessários	 são	 frequentemente	usados	quando	a	paciente	 tem	 forte	
preferência	 por	 tratamento	 não	 cirúrgico	 do	 prolapso	 ou	 quando	 seu	 risco	
cirúrgico	é	elevado,	significando	alta	morbimortalidade.	Pessários	se	apresentam	
em	diferentes	modelos	e	 tamanhos.	Cada	um	deles	possui	 indicação	específica	
para	cada	caso	clínico	(BARACHO,	2018).	
FIGURA 15 – PESSÁRIOS VAGINAIS
FONTE: <http://www.pessarios.com.br/pessarios-vaginais>. Acesso em: 29 nov. 2020.
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO
29
6 DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS
Caro	acadêmico,	o	termo	Disfunção	Sexual	Feminina	(DSF)	diz	respeito	a	
uma	ampla	variedade	de	condições	clínicas,dentre	elas,	o	baixo	desejo	sexual,	dor	
durante	a	relação	sexual,	condições	 físicas	e	emocionais	como	abusos	e	 traumas	
etc.	O	transtorno	de	qualquer	uma	das	fases	da	resposta	sexual	(desejo,	excitação,	
orgasmo	e	resolução)	pode	acarretar	o	surgimento	de	disfunções	sexuais.	As	DSF	
podem	interferir	na	qualidade	de	vida	das	mulheres,	bem	como	no	relacionamento	
com	 seus	 parceiros.	 Além	 disso,	 influencia	 a	 saúde	 física	 e	 mental	 da	 mulher	
acometida	(FERREIRA;	SOUZA;	AMORIM,	2007).
 
O	 diagnóstico	 da	 disfunção	 sexual	 de	 forma	 isolada,	 não	 determina	 o	
planejamento	terapêutico,	e	por	isso	é	de	extrema	importância	que	os	profissionais	
da	saúde	que	tratarão	dessas	disfunções	identifiquem	o	fator	que	culminou	com	
a	DSF.	No	Quadro	5,	estão	evidenciados	os	principais	fatores	associados	às	DSF	
(LARA	et al.,	2018):
QUADRO 5 – FATORES ASSOCIADOS ÀS DISFUNÇÕES SEXUAIS FEMININAS
Condições médicas
Diabetes,	 hipertensão,	 neuropatias,	 dor	 pélvica	
crônica,	 depressão,	 ansiedade,	 hipoestrogenismo,	
Hiperprolactinemia.
Medicamentos
Benzodiazepínicos,	 antidepressivos,	 antipsicóticos,	
anti-hipertensivos	 de	 ação	 central,	 anticoncepcionais	
hormonais	etc.
Diádicas (relacionais)
Relação	 conflituosa,	 rotina	 relacional,	 ausência	 do	
ritual	de	sedução,	preliminares	insuficientes,	disfunção	
sexual	do	parceiro.
Aspectos 
socioculturais
Costumes,	valores,	tabus	e	mitos,	autoestima	rebaixada,	
valores	negativos	em	relação	à	sexualidade.
Violência sexual Abuso	sexual,	estupro.
Quebra de contrato Traições	 cursam	 com	 desejo	 sexual	 hipoativo	 e	dificuldade	de	entrega.
Repressão sexual
Familiar,	religiosa	e	social,	no	processo	da	formação	da	
sexualidade	induz	ao	sentimento	negativo	em	relação	
a	sua	sexualidade	e	inibe	a	expressão	sexual.
Hormonais Hiperprolactinemia,	hipotireoidismo,	hipoestrogenismo	e	hipoandrogenismo,	anticoncepcionais	hormonais.
30
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
Desconhecimento da 
anatomia genital e da 
resposta sexual
Repertório	 sexual	 limitado,	 inibição,	 dificuldade	 de	
entrega.
Disfunção sexual 
prévia
Alteração	em	alguma	das	fases	da	resposta	sexual	pode	
desencadear	disfunção	de	outra	fase.
FONTE: Lara et al. (2018, p. 67)
Em	uma	revisão	sistemática	sobre	disfunções	sexuais	femininas	realizada	
em	2004,	foi	constatada	uma	prevalência	de	64%	de	mulheres	com	disfunção	do	
desejo,	35%	com	disfunção	orgásmica,	31%	de	excitação	e	26%	de	dispareunia.	Já,	
no	Brasil	foi	realizado	um	estudo,	no	mesmo	ano,	com	1219	mulheres,	no	qual	foi	
observado	que	49%	dessas	mulheres	apresentavam	pelo	menos	uma	disfunção	
sexual,	sendo	26,7%	disfunção	do	desejo,	23%	dispareunia	e	21%	disfunção	do	
orgasmo	(WEST;	VINIKOOR;	ZOLNOUN,	2004).	Como	podemos	perceber	esses	
números	são	bem	expressivos,	acarretando	em	grandes	consequências	em	vários	
aspectos	da	vida	das	mulheres	acometidas	(ABDO	et al.,	2004).	Estão	listadas,	a	
seguir,	as	principais	disfunções	sexuais	femininas:
• Anorgasmia Secundária
Trata-se	da	incapacidade	de	atingir	o	orgasmo	mesmo	com	excitação.	Atinge	
um	número	expressivo	de	mulheres,	que	podem	vir	a	desenvolvê-la	em	decorrência	
de	vários	fatores,	tais	como	problemas	com	o	parceiro,	depressão,	uso	de	drogas,	
medicamentos,	doenças	crônicas,	deficiência	estrogênica	ou	distúrbios	neurológicos	
(esclerose	múltipla,	neuropatia	alcoólica,	mielites,	neuropatia	diabética	do	clitóris),	
lesões	cirúrgicas	e	traumáticas,	além	do	uso	de	antidepressivos,	bloqueadores	dos	
receptores	 alfa-adrenérgicos	 e	 altas	 doses	 de	 sedativos,	 que	 estejam	 envolvidos	
na	gênese	da	anorgasmia.	No	entanto,	as	causas	psicológicas	são	as	mais	comuns,	
como	tabus	familiares,	experiências	sexuais	negativas	e/ou	traumáticas	entre	outras	
(MEDEIROS;	BRAZ;	BRONGHOLI,	2004;	RABELO,	2003).
• Vaginismo
Trata-se	de	uma	síndrome	psicossomática	na	qual	ocorre	uma	contratura	
involuntária	 dos	 músculos	 perineais	 que	 impedem,	 total	 ou	 parcialmente,	 a	
penetração	 do	 pênis	 na	 vagina,	 impossibilitando	 o	 coito.	No	 vaginismo,	 ocorre	
um	 círculo	 vicioso	 que	 pode	 ser	 caracterizado	 da	 seguinte	 forma:	 o	 medo	 da	
penetração	gera	tensão,	dessa	forma,	levando	a	aumento	da	contração	involuntária	
da	 musculatura	 externa	 da	 vagina	 (reflexo)	 quando	 ocorre	 uma	 tentativa	 de	
penetração,	por	conseguinte,	ocasionando	dor.	Esta	condição	resulta	da	associação	
da	atividade	sexual	com	dor	e	medo	(THIEL;	THIEL;	PALMA,	2008).
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO
31
Com	relação	à	etiologia,	pode	ser	ocasionada	por	abuso	físico	ou	sexual,	
procedimentos	 ginecológicos	 realizados	 previamente,	 primeiro	 exame	 pélvico	
doloroso,	dor	na	primeira	relação	sexual	ou	até	mesmo	pelo	medo	de	engravidar	
(THIEL;	 THIEL;	 PALMA,	 2008).	 O	 vaginismo	 pode	 ser	 primário,	 quando	 a	
mulher	nunca	conseguiu	ter	um	coito,	ou	secundário,	o	qual	em	geral	deve-se	ao	
surgimento	de	dispareunia	(MEDEIROS;	BRAZ;	BRONGHOLI,	2004).
As	mulheres	com	vaginismo	normalmente	apresentam	desejo,	excitação	
e	orgasmo	com	outros	tipos	de	relação	em	que	não	haja	penetração,	apresentam	
lubrificação	 vaginal,	 mas	 são	 incapazes	 de	 ter	 o	 coito	 (MEDEIROS;	 BRAZ;	
BRONGHOLI,	2004).
É	 imprescindível	 a	 psicoterapia	 associada	 a	 qualquer	 outro	 tipo	 de	
intervenção	 médica	 e	 fisioterapêutica,	 pois	 a	 mulher	 com	 esta	 disfunção	
geralmente	possui	sentimentos	de	inferioridade,	frustração,	depressão,	tristeza	e	
angústia	(MEDEIROS;	BRAZ;	BRONGHOLI,	2004).
O	diagnóstico	é	 realizado	através	de	uma	anamnese	completa	e	exame	
pélvico.	O	 tratamento	é	baseado	em	 técnicas	de	dessensibilização,	podendo-se	
combinar	fisioterapia	do	assoalho	pélvico,	com	o	objetivo	de	impedir	o	espasmo	
da	musculatura	pélvica.	
Durante	 as	 sessões	 de	 fisioterapia,	 geralmente	 são	 realizadas	 técnicas	
de	relaxamento,	exercícios	de	Kegel	e	massagem	intravaginal	para	relaxamento	
dos	músculos	 perivaginais	 e	 permissão	 gradativa	 da	 penetração,	 podendo	 ser	
auxiliados	por	dispositivos	 como	 cones	 vaginais	 (CROWLEY;	RICHARDSON;	
GOLDMEIER,	2006).
• Dispareunia
É	caracterizada	como	uma	dor	genital	que	ocorre	antes,	durante	ou	após	
o	coito,	na	ausência	de	vaginismo.	Este	termo	é	utilizado	para	descrever	a	dor	
durante	a	penetração,	mas	pode	ocorrer	durante	a	estimulação	sexual,	levando	
a	mulher	 a	 obter	 uma	 experiência	 sexual	 negativa	 e	 angustiante	 (MEDEIROS;	
BRAZ;	BRONGHOLI,	2004).
A	 dispareunia	 pode	 ter	 diferentes	 etiologias,	 incluindo	 infecção,	 doença	
sexualmente	transmissível,	atrofia	vaginal,	endometriose,	herpes	genital,	episiotomias	
prévias,	radioterapia	local,	traumas	sexuais,	bexiga	hiperativa	e/ou	incontinência	e	
infecções	do	 trato	urinário	 entre	outras.	É	de	 fundamental	 importância	 abordar	
a	causa	subjacente	e	realizar	o	tratamento	de	acordo	com	a	etiologia,	com	auxílio	
de	 uma	 equipe	 multidisciplinar,	 podendo	 incluir	 ginecologista,	 fisioterapeuta,	
psiquiatra	e	psicólogo	(LOPES;	GOODSON;	CAVALCANTI,	1995).	Essa	condição	
pode	ser	classificada	em	superficial	(dor	no	introito	vaginal),	profunda	(dor	com	
penetração	profunda)	e	intermediária	(dor	no	conduto	médio	da	vagina).	Para	o	
seu	diagnóstico	e	classificação	é	necessária	a	realização	de	uma	anamnese	completa	
e	exame	físico	minucioso	(VIANA;	MARTINS;	GERBER,	2000).
32
UNIDADE 1 — FISIOTERAPIA GINECOLÓGICA
A	fisioterapia	no	assoalho	pélvico,	associada	a	técnicas	de	dessensibilização	
dos	músculos	pélvicos,	pode	ser	combinada	ao	tratamento	medicamentoso	visando	à	
melhora	da	consciência	da	musculatura	perineal	(contrair	e	relaxar	completamente),	
além	de	reduzir	espasmos	e	reflexos	musculares	(BORNSTEIN	et al.,	2016).	A	dor	
sexual	inclui	a	dispareunia	e	o	vaginismo.	Na	primeira	disfunção	citada,	há	queixa	
de	dor	recorrente	ou	persistente	na	tentativa	ou	durante	a	penetração,	porém	não	
há	espasmo	da	musculatura	externa	da	vagina.	Já	no	vaginismo,	ocorre	a	presença	
de	espasmo	involuntário	dessa	musculatura	e,	às	vezes,	de	toda	pelve	à	introduçãovaginal	(BORNSTEIN	et al.,	2016).
• Dor pélvica crônica (DPC)
O	Colégio	Americano	de	Obstetras	e	Ginecologistas	define	a	DPC	como:	
Sintomas	dolorosos	percebidos	como	originários	de	órgãos/estruturas	
pélvicas,	 tipicamente	 com	 duração	 maior	 do	 que	 6	 meses.	 Está	
frequentemente	 associado	 a	 consequências	 negativas	 do	 ponto	 de	
vista	 cognitivo,	 comportamental,	 sexual	 e	 emocional,	bem	como	com	
sintomas	sugestivos	de	disfunção	do	trato	urinário,	intestinal,	assoalho	
pélvico,	miofascial	 ou	ginecológica	 (CHRONIC,	 2020	 apud	RIBEIRO;	
ABDALA-RIBEIRO;	ERAS,	2020,	p.	263).
A	 DPC	 é	 uma	 das	 principais	 causas	 de	 encaminhamento	 de	 mulheres	
aos	serviços	de	saúde	(LATTHE	et al.,	2006).	Trata-se	de	uma	condição	que	pode	
ser	 desencadeada	 por	 diferentes	 afecções	 e	 comumente	 está	 associada	 a	 outras	
questões,	como	disfunções	sexuais	e	psicológicas	 (como	ansiedade	e	depressão),	
necessitando	 de	 um	 acolhimento	 multidisciplinar	 (FALL	 et al.,	 2010).	 Atinge	
prioritariamente	mulheres	 em	 idade	 reprodutiva,	 com	 dados	 que	mostram	 um	
número	de	26%	de	mulheres	acometidas	no	mundo	(AHANGARI,	2014).	
A	DPC	pode	ser	contínua	ou	intermitente,	cíclica	ou	não,	que	persiste	por,	
pelo	menos,	dois	meses,	normalmente	causando	danos	físicos,	psíquicos	e	sociais	à	
paciente	acometida.	
Uma	 revisão	 sistemática	 da	 Organização	 Mundial	 de	 Saúde	 publicada	
em	2006	descreveu	prevalências	de	2,1%	a	24%	para	dor	acíclica,	8%	a	21,1%	para	
dispareunia	e	16,8%	a	81%	para	dismenorreia	(LATTHE	et al.,	2006).
No	 que	 se	 refere	 às	 etiologias	 primárias	 da	 DPC,	 podem	 ser	 divididas	
em	 causas	 ginecológicas	 e	 não	 ginecológicas.	 A	 prevalência	 de	 afecções	 não	
ginecológicas	é	estimada	em	20%	a	60%	das	mulheres	com	DPC.	Dentre	as	causas	
ginecológicas,	destacam-se	a	 endometriose,	 as	 aderências	 e	os	miomas	uterinos.	
Entre	as	causas	não	ginecológicas,	são	relevantes	as	intestinais,	como	a	síndrome	
do	intestino	irritável	e	a	constipação	crônica;	as	urológicas,	destacando-se	a	cistite	
intersticial	 crônica;	 as	 causas	 gastrointestinais	 (como	 o	 carcinoma	 de	 cólon	 e	
hérnias	 de	 parede	 umbilical);	 osteomusculares	 (como	 dor	miofascial,	 síndrome	
do	piriforme,	espasmos	musculares	de	assoalho	pélvico)	e	as	psicológicas	(como	
o	uso	excessivo	de	álcool	e	drogas,	assédio	sexual,	depressão	e	distúrbios	do	sono)	
(RIBEIRO;	ABDALLA-RIBEIRO;	ERAS	,	2020).
TÓPICO 2 — PRINCIPAIS DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO
33
O	 estudo	 da	 dor	 pélvica	 crônica	 é	 um	 assunto	 completo	 e	 de	 extrema	
importância	devido,	não	 só,	 a	 sua	alta	 frequência,	 como	 também	ao	seu	caráter	
subjetivo.	 Por	 isso,	 deve-se	 ter	 em	mente	 que	 pode	 não	 haver	 doença	 orgânica	
justificando	o	quadro	de	algia	crônica	e	que	em	até	um	terço	das	pacientes,	nenhuma	
causa	é	identificada.	Além	disso,	diversas	afecções	podem	coexistir	na	apresentação	
do	quadro	clínico	da	paciente	acometida	por	DPC	(GRACE;	ZONDERVAN,	2004).
• Vulvodínia
A	vulvodínia	é	um	tipo	de	dor	crônica	específica	associada	à	hipersensibilidade	
local	da	vulva,	que	pode	ser	provocada	pelo	contato	ou	espontaneamente.	Trata-
se	da	causa	mais	comum	de	dor	durante	a	penetração	no	ato	sexual	em	mulheres	
abaixo	dos	30	anos	(BERGERON	et al.,	2001).	Com	relação	à	etiologia	é	multifatorial,	
e	pode	ser	ocasionada	por	fatores	neurológicos,	genéticos,	hormonais,	psicológicos,	
interpessoais	e	musculares	 (PUKALL;	PAYNE;	KAO,	2005).	Dentre	as	principais	
causas	de	dor	vulvar	específica	podemos	mencionar:
o	 infecciosas;
o	 inflamatórias;
o	 neoplásicas;
o	 neurológicas	 (neuralgia	 pós-herpética,	 compressão	 ou	 lesão	 de	 nervo,	
neuroma);
o	 traumas	(mutilação	genital	feminina,	obstétricos);
o	 latrogênica	(pós-operatório,	quimioterapia,	radiação,	terapias	locais);
o	 deficiências	hormonais	(síndrome	geniturinária	da	menopausa,	amenorreia	
lactacional).
 
Já	 a	 vulvodínia,	 referida	 como	 “um	 desconforto,	 mais	 frequentemente	
descrito	como	dor	em	ardência	que	ocorre	na	ausência	de	achados	físicos	relevantes	
ou	de	um	distúrbio	neurológico	clinicamente	identificável”,	não	possui	uma	causa	
única,	 tendo	 sido	 propostas	 etiológicas,	 como	 fatores	 imunológicos,	 hormonais,	
psicológicos	e	genéticos	(BAPTISTA	et al.,	2014).		Condições	clínicas	como	a	cistite,	
fibromialgia	e	depressão	são	comorbidades	muito	comuns	nessas	mulheres,	sendo	
considerada	 a	 disfunção	 psicossocial	 um	 dos	 principais	 fatores	 etiológicos	 da	
vulvodínia	(GLOYSMAN,	2010).
O	diagnóstico	é	clínico	e	de	exclusão,	e	depende	de	uma	história	clínica	
cuidadosa	e	de	um	exame	físico	confirmatório	(COX;	NEVILLE,	2012).	A	vulvodínia	
é	um	problema	multifatorial	e	de	etiologia	complexa,	para	o	qual	não	há	consenso	
a	respeito	do	tratamento	mais	apropriado.	Há	forte	evidência	de	que	o	problema	
esteja	associado	à	hiperatividade	da	musculatura	superficial	do	assoalho	pélvico.	
Estudos	 relatam	que	a	fisioterapia	pélvica	apresentou	 forte	 evidência,	 favorável	
para	 estas	 pacientes,	 sendo	 considerada	 atualmente	 como	 primeira	 opção	 de	
tratamento	(LATORRE	et al.,	2015).
 
Agora	 que	 já	 vimos	 as	 principais	 disfunções	 que	 acometem	 o	 assoalho	
pélvico	feminino,	vamos	praticar?	Na	sequência	estão	listadas	questões	relacionadas	
ao	assunto.	
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	Incontinência	urinária	refere-se	à	perda	de	controle	da	bexiga,	variando	de	
uma	ligeira	perda	de	urina	após	espirrar,	tossir	ou	rir	até	a	total	incapacidade	
de	controlar	a	micção.
•	 Existem	três	tipos	de	incontinência	urinária:	de	esforço,	urgência	e	mista.
•	 Incontinência	 fecal	é	a	 incapacidade	de	controlar	a	eliminação	de	gases	ou	
fezes.	Esse	distúrbio	compromete	a	qualidade	de	vida	e	se	manifesta	mais	nas	
mulheres	do	que	os	homens.
•	 O	prolapso	genital,	também	conhecido	por	prolapso	vaginal,	acontece	quando	
os	 músculos	 que	 suportam	 os	 órgãos	 femininos	 na	 pelve	 enfraquecem,	
fazendo	com	que	o	útero,	uretra,	bexiga	e	reto	desçam	pela	vagina,	podendo	
mesmo	sair	para	o	exterior.
•	 O	termo	disfunção	sexual	refere-se	à	dificuldade	na	resposta	sexual,	desejo	e	
orgasmo,	ou	dor	persistente	e	recorrente.
•	 As	principais	disfunções	sexuais	encontradas	nas	mulheres	são	a	anorgasmia,	
dispareunia,	vulvodínia,	dor	pélvica	crônica	e	vaginismo.
35
1	 A	incontinência	urinária	(UI)	–	perda	involuntária	de	urina	–	é	um	problema	
comum	e	muitas	vezes	constrangedor.	A	gravidade	varia:	em	alguns	casos,	
a	 pessoa	 não	 consegue	 segurar	 a	 urina	 ao	 fazer	 esforços	 como	 tossir	 ou	
espirrar,	em	outros	casos,	a	vontade	de	urinar	é	tão	súbita	e	forte	que	não	
dá	tempo	de	chegar	a	um	banheiro.	A	incontinência	urinária	atinge	cerca	de	
10	milhões	de	brasileiros	de	todas	as	idades,	sendo	duas	vezes	mais	comum	
no	sexo	feminino,	afirma	a	Sociedade	Brasileira	de	Urologia.	É	um	problema	
que	afeta	todas	as	faixas	etárias,	mas	acomete	mais	a	população	idosa.	Sobre	
a	 Incontinência	Urinária,	 classifi-que	V	para	 as	 sentenças	 verdadeiras	 e	 F	
para	as	falsas:	
(			)	 O	assoalho	pélvico	é	importante	na	manutenção	da	continência	urinária	e	
na	estática	pélvica,	sua	avaliação	realizada	pela	escala	PERFECT	permite	
quantificar	a	intensidade,	número	e	tempo	das	contrações	perineais.	
(			)	 Com	relação	à	fisiologia	da	micção,	durante	a	fase	de	esvaziamento	ocorre	
o	relaxamento	do	músculo	detrusor	da	bexiga	e	dos	esfíncteres	internos	e	
externos.		
(			)	 A	 ocorrência	 da	 perda	 involuntária	 de	 urina	 quando	 a	 pressão	 intra-
abdominal	 excede	 a	 pressão	 intravesical,	 na	 ausência	 de	 atividade	
detrusora,	pode	ser	classificada	como	incontinência	urinária	de	urgência.		
(			)	 Com	relação	aos	fatores	de	risco	para	o	desenvolvimento	da	IU	podemos	
citar:	 idade	elevada,	menopausa,	 constipação	 intestinal	e	pós-operatório	
de	cirurgias	ginecológicas.
 
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 V	–	V	–	V	–	F.
b)	(			)	 V	–	F	–	F	–	V.
c)	(			)	 V	–	V	–	F	–	F.
d)	(			)

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