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P3 RESUMÃO

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Classificação 
 Existem diversas formas de classificar as diarreias. A diarreia 
adequadamente classificada apresenta um número reduzido de etiologias 
possíveis. 
 A primeira forma de classificar as diarreias faz referência a sua duração: 
● Diarreia aguda (< 2 semanas) 
● Diarréia protraída ou persistente (entre 2-4 semanas) 
● Diarreia crônica (> 4 semanas) 
A segunda forma de classificar as diarreias visa caracterizar se a origem é 
alta (delgado) ou baixa (cólon) 
●Alta: intestino delgado (grande volume, frequência menor e presença de 
restos alimentares, dor periumbilical ou mesogastrica, pode estar 
associada a náuseas) 
●Baixa: intestino grosso (pequeno volume, frequência maior, tenesmo – 
cólica na FIE e hipogástrio , normalmente tem presença de muco e pus) 
Classificação de acordo com a Fisiopatologia 
Osmótica: acúmulo de elementos osmoticamente ativos mal absorvidos, 
que induzem movimentos de água do plasma para luz intestinal 
provocando retardo na absorção de água e eletrólitos, geralmente cessa 
em jejum. Ex: Má absorção de carboidratos ( intolerância a lactose) e 
abuso de laxativos. 
 Secretora: É mediada por enterotoxinas, as quais estimulam a secreção de 
fluidos e eletrólitos e bloqueiam a absorção dos mesmos nas vilosidades 
intestinais. Ex: Síndromes congênitas , toxinas bacterianas, Doença 
inflamatória intestinal, diverticulite, distúrbios de motilidade, neoplasias. 
Inflamatória: inflamação com possível eliminação de muco, pus ou sangue. 
Aumento da calprotectina ou lactoferrina fecal (disenteria) Ex: DII, 
infecção (colite pseudomembranosa, CMV, Herpes simples, TB 
intestinal), neoplasias, colite isquêmica. 
Esteatorreica (disabsortiva): má absorção de carboidratos e ácidos graxos 
por doença do ID, tem como características fezes amareladas, fétidas, 
oleosas brilhantes, aderentes. Estes pacientes evoluem com perda 
ponderal e deficiências de múltiplos nutrientes, especialmente ferro, ácido 
fólico, vitamina B12 e vitaminas lipossolúveis - o grupo “ADEK” (vitaminas 
A, D, E e K). A esteatorreia é confirmada pelo método quantitativo. Tem 
como exemplo: doenca celíaca, de Crohn, de Whipple, linfoma, algumas 
parasitoses (giardíase, estrongiloidiase). 
Diarreia funcional: É caracterizado pela hipermotilidade intestinal. Ex: 
Síndrome do intestino irritável. 
 
 
 
 
 
Diarreia aguda na imensa maioria das vezes 
possui etiologia infecciosa. Pode ser por de 
medicações, ingestão de toxinas, isquemia, doença 
inflamatória intestinal 
Em geral, as diarreias agudas são leves, cursando 
com 3-7 evacuações diárias e perda de menos de 1 
litro de líquido nas fezes. Contudo, nos casos 
graves (ex.: cólera), o paciente pode evacuar mais 
de 20 vezes ao dia e perder mais de 5 litros de 
fluido, sobrevindo desidratação, hipovolemia, 
choque circulatório e acidose metabólica 
Obs: Quando acompanhada de náuseas, vômitos e 
dor abdominal difusa, a diarreia aguda compõe a 
síndrome de gastroenterite aguda, uma condição 
habitualmente causada por infecções virais ou 
intoxicação alimentar. 
Como abordar o paciente? Perante um quadro de 
diarreia aguda, devemos inicialmente determinar 
se a diarreia é do tipo INFLAMATÓRIA (“invasiva”) 
ou NÃO INFLAMATÓRIA (“não invasiva”). 
 
A maioria dos pacientes não tem necessidade de exames 
complementares.( -Hemograma completo, eletrólitos e 
função renal. Exames de fezes incluem leucócitos fecais, 
são positivos em paciente imunossuprimidos 
 
A diarreia crônica (duração ≥ 4 semanas) possui um 
grande número de causas. A classificação em função 
do mecanismo fisiopatológico, isto é, definir se a 
diarreia é osmótica, secretória, invasiva, 
disabsortiva ou funcional é a conduta inicial 
preconizada. 
Como proceder diante de uma diarreia crônica? A 
investigação com exames complementares sempre 
está indicada, exceto quando o diagnóstico for óbvio 
(ex.: toxicidade medicamentosa). Devem ser 
solicitados, além do hemograma e bioquímica 
plasmática, um exame de fezes completo, com 
parasitológico (3 amostras + pesquisa de antígenos 
de Giardia e Ameba), EAF e gordura fecal (método 
quantitativo ou qualitativo). A dosagem dos 
eletrólitos fecais (cálculo do gap osmolar fecal) e a 
determinação do pH fecal podem ser 
Uma retossigmoidoscopia ou uma colonoscopia são 
indicadas para os pacientes com suspeita de doença 
inflamatória ou neoplasia intestinal. Nos pacientes 
com sinais e sintomas de má absorção intestinal 
deve-se inicialmente dosar o autoanticorpo anti-
transglutaminase tecidual IgA (antiTGT IgA - para 
screening de doença celíaca), realizando-se uma 
biópsia duodenojejunal por endoscopia digestiva 
alta nos casos positivos. 
Tratamento da diarreia 
O tratamento inicial é: 
1. Hidratação oral nos casos mais leves e uso de 
sintomáticos naqueles que possuem náuseas e dores 
abdominais. 
o Dipirona e hioscina, se dor abdominal 
o Metoclopromida ou ondasentron, se 
vômitos 
2. Antibioticoterapia nos pacientes com quadros mais 
graves com suspeita de agente bacteriano, com 
comorbidade associada, idade avançada e fezes com 
características de diarreia inflamatória. 
o Ciprofloxacino 500mg, VO, 
12/12h/levofloxacino 500mg, VO, 1x ao dia 
ambos durante 3 dias, ou azitromicina dose 
única de 1.000mg 
o Sintomáticos 
3. Reposição de potássio nos pacientes com 
hipotensão, diarreia persistente ou com sintomas 
sugestivos que possuem comprovação laboratorial. 
4. Hidratação parenteral nos pacientes com alteração 
do nível de consciência, incapazes de ingerir líquidos, 
com sinais de desidratação severa, com comorbidade 
associada, idade avançada e fezes com características 
de diarreia inflamatória. 
 
Agentes Antidiarreicos As drogas antidiarreicas podem dar 
conforto ao paciente, diminuindo o número de evacuações e a 
sensação de urgência fecal, além de aumentar a consistência das 
fezes. No entanto, seu emprego só pode ser cogitado em 
quadros de diarreia aguda “não inflamatória”... Os principais 
agentes disponíveis são: 1.Racecadotril (Tiorfan®): 100 mg VO 
8-8h. 2.Loperamida (Imosec®): 4 mg de “ataque” seguido de 2 
mg VO após cada evacuação, até um máximo de 16 mg/dia. 
3.Subsalicilato de Bismuto (Pepto-Bismol®): 30 ml VO 6-6h. É 
imprescindível ter em mente que todos os antidiarreicos 
possuem a mesma CONTRAINDICAÇÃO BÁSICA: diarreia 
“inflamatória” ou “invasiva 
 
 
Síndrome do Intestino Irritável 
Fisiopatologia 
Existem evidências científicas que sugerem a 
participação conjunta de três alterações em 
mecanismos fisiológicos: 
 1. Alterações de motilidade do TGI, com peristalse 
acelerada ou retardada, ou aumento das 
contrações espasmódicas e aumento da pressão 
luminal. 
2. Hipersensibilidade visceral do TGI, com 
diminuição do limiar para percepção da distensão 
mecânica. 
 3. Processamento sensorial alterado no SNC, 
tornando o paciente mais sensível à dor visceral 
Manifestações Clínicas 
● Dor ou desconforto abdominal recorrente: A 
sintomatologia mais comum é a cólica abdominal, 
caracteristicamente aliviada pelas evacuações. 
 ● Diarreia: É líquida ou líquido-pastosa, acompanhada de 
passagem de muco em 50% dos casos e com menos de 200 
g por dia (“pseudodiarreia”). 
 ● Constipação: Geralmente por período, é caracterizada 
pela presença de menos de 3 evacuações por semana, de 
fezes endurecidas e com formato alterado. 
 ● Outros sintomas gastrointestinais: Distensão abdominal, 
flatulência, refluxo gastroesofágico, disfagia, náuseas, 
vômitos, saciedade precoce e dor torácica não cardíaca. 
 ● Sintomas extraintestinais: Disfunção sexual, 
dispareunia, dismenorreia, disúria/polaciúria, lombalgia, 
fibromialgia, hiper-reatividade brônquica, cefaleia crônica, 
disfunção psicossocial. 
Diagnóstico Em primeiro lugar é 
necessário utilizar critérios diagnósticos 
como os Critérios de Roma IV para 
identificar a síndrome e em seguida, excluir 
outras causas. Para excluiroutras patologias, 
alguns exames complementares podem ser 
solicitados de acordo com as características 
clínicas de cada caso 
 
TRATAMENTO: 
• SUPORTE PSICOSSOCIAL 
• MUDANÇAS DIETÉTICAS 
• PSICOTERAPIA 
• FARMACOLÓGICO: São formalmente indicados 
somente nos casos graves e refratários 
Antiespasmódicos: Hioscina, escopolamina e brometo de 
pinavério. Reduzem o reflexo gastrocólico, diminuindo a dor e a 
diarreia pós-prandiais. São indicados para melhorar a dor em 
cólica 
Antidiarreicos: Indicados para os casos de diarréia refratária às 
medidas dietéticas. Utiliza-se a loperamida (Imosec) ou o 
difenoxilato (Lomotil) 
Antagonistas do receptor 5-HT3 de serotonina: Agentes como o 
ondansetron (Zofran) reduzem a hipersensibilidade e a 
motilidade do tubo digestivo, sendo úteis para combater os 
sintomas de dor abdominal e diarreia da SII 
 
Quadro Clínico: 
• <3 evacuações/semana 
• Defecação difícil 
• Esforço evacuatório 
• Fezes ressecadas 
• Sensação de evacuação incompleta 
• Tentativas prolongadas ou frustadas 
• Desconforto, distensão abdominal 
Diagnóstico 
Escala de Bristol 
 
• Identificar fatores de risco, procurar sinais de doença 
sistêmica 
• Sinais de alarme: hemorragia retal, fezes positivas 
para sangue, perda de peso, sintomas instruíeisvos, 
surgimento recente dos sintomas, prolapso retal ou 
mudança no calibre das fezes, indivíduoscom mais de 
50 anos. 
• Exame físico: massa abdominal e exame perianal 
(obrigatório) – fissura, hemorroida. 
• Caso seja constipação funcional utilizar os critérios 
de Roma IV 
Fisiopatologia 
 A constipação intestinal é uma condição 
multifatorial, sendo na maioria das vezes 
decorrente da ingesta inadequada de fibras e 
água. Subdivide-se em primária e secundária, 
tendo esta última causa bem definida, como 
doenças endócrinas e neurológicas ou uso 
inadvertido de substâncias obstipantes. 
Em termos fisiopatológicos, divide-se em três 
categorias: 1. constipação de trânsito normal; 2. 
constipação de trânsito lento; e 3. doenças do 
ato evacuatório

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