Buscar

Gastroenterologia em Pequenos Animais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Clínica Pequenos Animais
Gastroenterologia 
É importante realizar uma boa anamnese para diferenciar casos agudos de crônicos. Os principais sintomas são vômitos, diarreia, disfagia, dor abdominal, entre outros. A idade do paciente é muito importante, raça, sexo, espécie. A dieta fornecida ao animal tem grande influência (ração inadequada), o estilo de vida é outro fator muito importante (ambiente em que vive, se há plantas, outros animais). 
O meio diagnostico mais importante é o de imagem (raio-x simples e contrastado, ultrassom), endoscopia (serve como diagnostico e terapêutica quando se trata da retirada de corpo estranho), biopsia de mucosa por meio de endoscopia, laparotomia exploratória e exames laboratoriais para avaliar o animal como um todo. 
· Orofaringe: 
1. Odontopatias e disfunções mastigatórias: 
· Dentes: entre 2-4 semanas ocorre a formação dos dentes de leite. Ao redor de 8 semanas a arcada dentária precisa estar completa. 
· Dentes de leite cão: 2 (I: 3/3; C: 1/1; PM: 3/3) =28.
· Dentes permanentes cão: 2 (I:3/3; C:1/1; PM:4/4; M:2/3) =42. 
· Dentes de leite gato: 2 (I:3/3; C:1/1; PM:3/2) =26.
· Dentes permanentes gato: 2 (I:3/3; C:1/1; PM:3/2; M:1/1) = 30. 
Ao exame físico, quando o animal não possuir algum dente é importante radiografar para visualizar se nasceu ou não. 
· Raízes: quando o animal apresenta abcessos próximos a região dos dentes, é importante realizar exame físico e radiográfico para avaliação dentária. O dente canino possui uma raiz muito profunda; o molar é próximo aos olhos, assim, quando o animal aparece com inchaço no olho pode ser algum problema dentário. 
· Dentes carniceiros: o PM4 superior e o M1 inferior são os dentes carniceiros, apresentam muito problema de raiz, abcessos, fraturas. 
· Anatomia do dente: 
 
A região periapical é a parte superior (coroa), o canal da polpa é vivo, e quando é acometido dói muito. A região periodontal é a parte inferior (raiz), quando o ligamento periodontal fica frouxo o dente apresenta mobilidade, é um quadro perigoso. Cães com força de masseter apresentam problemas por desgaste e exposição da raiz. 
· Os sinais clínicos mais comuns em casos de doença dentária são: mudanças nos hábitos alimentares, halitose, ato de bater a pata na boca, salivação anormal, hipersensibilidade bucal, inchaço facial, hemorragia bucal, espirro, secreção nasal, anormalidades oftálmicas e comportamento anormal. 
· Má oclusão: encaixe imperfeito (quando se fecha mesial –ponta- com mesial, levando ao desgaste, problema de raiz), mordida errada; ATM (articulação temporomandibular). Prognatismo: projeção anterior da mandíbula (queixo grande); retrognatismo ou braquignatismo: desvio posterior da mandíbula (queixo pequeno). Tratamento: cirúrgico ou ortodôntico. 
 
· Retenção de dentes decíduos e supranumerários: os dentes decíduos ficam fixados após a erupção do dente permanente. A não extração pode resultar em má-oclusão de dentes permanentes. Supranumerários são dentes extras. É muito comum em raças de pequeno porte, principalmente os dentes caninos e incisivos. A retirada pode interferir no dente permanente, por isso, deve ser realizada por especialista; e a não retirada favorece o acumulo de tártaros.
 
· Fraturas dentárias, dentes deteriorados e deformação dentária: o tratamento é extração dentária.
 
· Dentes doentes em locais de fratura mandibular: tratamento é extração dentária. 
Cães é muito comum ocorrer fratura de mandibula (ATM). Em gatos é comum fratura na sínfise. 
 
· Abcesso periapical: o tratamento é curetagem, limpeza, antibioticoterapia e geralmente extração dentária. 
· Impactação dentária: são dentes não rompidos, podendo provocar secreção nasal, problemas ortodônticos. Deve-se realizar raio-x e, se necessário, a extração. 
· Abcesso do PM4 (carniceiro) e M1 e M2 superior: pode causar problemas oftálmicos. Deve-se realizar o diagnostico diferencial de abcesso da glândula zigomática (fica atrás do osso, raramente é acometida) ou neoplasia. O tratamento é realizar curetagem, limpeza, antibioticoterapia, anti-inflamatório e, geralmente extração dentária. 
 
· Lesão de reabsorção odontoclástica felina (LROF): tipicamente felina, de causa desconhecida, que lembra cárie (escuro). Ocorre desmineralização do dente, inflamação e infecção da parte viva do dente (polpa), causa muita dor. O tratamento é a extração dentaria. 
 
· Tártaro: retenção de dentes podem acumular tártaro. Quando é realizado a tartarectomia deve-se administrar antibiótico 3-7 dias antes e após o procedimento, pois, tem muita contaminação. Os problemas dentários podem levar a uma endocardite. 
 
· Neoplasias: podem ser malignas ou benignas. Deve ser realizado citologia para verificar se é maligno ou não, raio-x e u.s. para verificar metástase. Caso não for, retirada cirúrgica com margem de segurança e se precisar retirada da mandíbula ou maxila. 
1. Epulis acantamatoso, cresce muito e pode virar maligno. 
 
2. Papiloma vírus: geralmente acomete animal sem vacina, a retirada é feita com cauterização.
 
3. Melanoma: maligno, retirada cirúrgica com margem de 3cm (área preta). 
 
4. Neoformação (linfossarcoma): maligno. 
 
· Disfunções mastigatórias: relacionadas a inabilidade do animal em mastigar ou abrir a boca/dor. 
· Fraturas dentárias: o tratamento é a retirada do dente.
· Abcesso retrobulbar: fica atrás do olho, não é muito comum. Pode ser causado por corpo estranho penetrante ou inflamação da glândula zigomática, ou inflamação do M2 superior. Exames: raio-x. Tratamento: drenagem do abcesso por meio de incisão nessa área, antibioticoterapia sistêmica, e anti-inflamatório por 7-14 dias. 
· Abcesso de glândula zigomática ou dentes PM e M: tratamento é feito a drenagem do abcesso, antibioticoterapia e anti-inflamatório por 7-14 dias. 
· Miosite inflamatória: aumento simétrico bilateral dos músculos masseter, temporais e pterigoide. Na palpação o animal sente dor, tem fome, mas não consegue comer. Acomete pastor alemão, boxer, pitbull (braquicefálicos). Origem imunomediada. Exames: hemograma com eosinofilia marcante; biópsia muscular para diagnóstico definitivo. Tratamento: corticoideterapia prolongada (pode voltar, em casos de estresse, mudanças) e terapia suporte. 
· Miofascite: dor extrema percebida entre 8-12 meses de idade, podendo durar até 2 semanas. 
· Fraturas ou deslocamento da articulação mandibular: crepitação ao abrir a mandíbula, fratura localizada na articulação temporomandibular. Muito comum em cães. Tratamento: cirúrgico, em casos de sínfise em gatos também. 
2. Doença periodontal: 
A. Placa bacteriana e cálculos supra e subgengivais: 
A placa bacteriana é uma agregação de bactérias. Os cálculos são placas mineralizadas (tártaros).
· Sinais: inflamação das bordas gengivais, os cálculos aumentam a área de retenção de alimentos, gengivite, dentes frouxos, dor à mastigação, perda de peso, depressão. Em cães velhos ocorre com maior frequência frouxidão óssea, e nos cães jovens inicia-se com gengivite. Comer menos osso, ração mole, pode induzir a formação de tártaro. 
· Tratamento: remoção dos cálculos com cureta (anestesia) e polimento; no início da gengivite limpeza com antissépticos/anti-inflamatórios bucais (Colubiazol, Cepacol, Malvatricin); antibióticos bactericidas (penicilinas, amoxicilinas, enrofloxacina), associados a antibióticos para bactérias anaeróbicas (metronidazol – Flagyl; espiramicina +metronidazol – Stomorgyl), por 14 dias (1 semana antes e 1 semana após o procedimento cirúrgico). 
· Prevenção: escovação dentária e limpeza periódica, biscoitos e brinquedos duros, ossos grandes (nunca osso de galinha), rações duras. 
 
B. Gengivite e estomatite: 
A gengivite é a inflamação da gengiva (se não for tratado pode levar à frouxidão do ligamento e extração dentária). Estomatite é inflamação dos tecidos moles da boca (muito comum em gatos). 
· Sinais clínicos: halitose, sialorréia,inapetência, disfagia, mucosas inflamadas as vezes com sangramento, bolsas periodontais (>5mm de profundidade), necrose da membrana mucosa. 
· Etiologia:
1. Bactérias: 90% dos casos. Ex: Nocardia sp -> provoca halitose grave, gengivite e úlceras bucais, e necrose. 
2. Fungos: Candida albicans – ‘’sapinho’’ -> placas esbranquiçadas cremosas em toda a boca. Erlichiose pode causar cândida devido à queda de imunidade. 
3. Vírus: Papilomatose, FELV, Herpes vírus, cinomose. 
4. Sistêmica: uremia (a ureia é citotóxica, provocando úlceras) -> Leptospirose, IRA, nefrite aguda. 
5. Tóxica: tálio, arsênico, chumbo, plantas tóxicas, produtos químicos (soda caustica). 
6. Nutricional: deficiência de niacina (vitamina B3), riboflavina (vitamina B2), hipervitaminose A. 
7. Neoplasias: é muito comum. Carcinoma de células escamosas, melanomas, epúlides fibromatoso, fibrossarcoma. 
8. Traumática: atropelamento, brigas, porco-espinho (espinho de carrapichos). 
· Diagnostico: histórico (risco de exposição a corpo estranho, toxina, produtos químicos), exame físico (doenças auto-imunes – lesões dermatológicas simultâneas em região de vulva, anus, prepúcio) e bucal (avaliação periodontal), avaliação laboratorial (hemograma, bioquímico e urinálise- IR), radiografia (em casos de doença periodontal para verificar retenção de raiz, lesão de reabsorção), biopsia (fundamental em casos de estomatite crônica, quando há lesões proliferativas). 
· Tratamento: 
1. Em casos bacterianos: antibiótico no mínimo por 7 dias = penicilina, amoxicilina, cefalosporina, espiramicina ou enrofloxacina, sistêmico, associado ou não ao metronidazol. Lavagem com água oxigenada em partes iguais de água (exceto em gatos pois, espuma muito); antissépticos bucais (Perioguard –clorexidina, Malvona, Malvatricin).
2. Origem micótica: nistatina (Micostatim – oral e/ou tóipica) por 21 dias. 
3. Papilomatose: retirada com cauterização. 
4. Sistêmica, toxica e nutricional: tratar a causa. 
5. Neoplasia: retirada cirúrgica com ou sem quimioterapia. 
6. Bolsas periodontais: cirúrgico – gengivectomia para correção da bolsa. É utilizado para corrigir hiperplasia gengival e realizar biópsia. 
· Prevenção: escovação dentária e limpeza periódica, biscoitos e brinquedos duros, ossos grandes (nunca osso de galinha), rações duras.
C. Complexo glossofaringite ou gengivite estomatite felina ou estomatite plasmocitária felina: 
Ocorre formação de úlceras bilaterais na cavidade oral caudal, observadas atrás dos últimos molares, na junção da arcada superior e inferior. É dolorosa, dificulta a ingestão de alimento e causa muita sialorreia. É comum a ocorrência simultânea de faringite, alguns gatos apresentam pododermatite plasmocitária concomitante. Suspeita-se ser uma doença imunomediada e crônica (em alguns casos associada com infecção crônica por calicivírus). Biopsia: presença de infiltrado plasmocitário, com menor quantidade de linfócitos, neutrófilos e histiócitos. 
· Tratamento: é difícil, ocorre muita recidiva. 
1. Terapia com corticosteroides: 
· Prednisona (precisa ser metabolizada em prednisolona, é mais utilizada para cães) ou prednisolona (droga mesmo, não precisa ser metabolizada em nada, é utilizada para gatos pois, apresentam dificuldade em metabolizar). DOSE: 0,5-1,0 mg/kg/VO/4-6 semanas. 
· Triancinolona: 0,25-0,5mg/kg/dia/7 dias/IM. Pode fazer dose alta 1x/semana. 
· Triancinolona tópica: Omcilon –A em Orabase 2x/dia/15-30d. 
2. Antibióticos sistêmicos: 14-21 dias. 
3. Não usar antissépticos bucais contendo benzocaína (Colubiazol, Cepacaína).
4. Limpeza dentaria com polimento. 
5. Criocirurgia 
6. Extração dentária: recomendado retirar aos poucos, pois, causa inflamação da gengiva.
As lesões podem diminuir de tamanho e o gato se tornar clinicamente normal por 4-6 meses antes de nova recidiva. 
D. Complexo granuloma eosinofílico: 
Lesão crônica, progressiva, imunomediada, ulcerativa, observada frequentemente ao longo do lábio superior ou adjacente aos dentes caninos podendo ser bilateral, ou no lábio inferior com nódulo ou massa única. Deve-se realizar diagnostico diferencial para carcinoma de células escamosas. 
· Tratamento: 
1. Terapia com corticosteroides: 
· Prednisona (precisa ser metabolizada em prednisolona, é mais utilizada para cães) ou prednisolona (droga mesmo, não precisa ser metabolizada em nada, é utilizada para gatos pois, apresentam dificuldade em metabolizar). DOSE: 0,5-1,0 mg/kg/VO/4-6 semanas. 
· Triancinolona: 0,25-0,5mg/kg/dia/7 dias/IM. Pode fazer dose alta 1x/semana. 
· Triancinolona tópica: Omcilon –A em Orabase 2x/dia/15-30d. 
2. Antibióticos sistêmicos: 14-21 dias. 
3. Não usar antissépticos bucais contendo benzocaína (Colubiazol, Cepacaína).
4. Limpeza dentaria com polimento. 
5. Criocirurgia 
6. Extração dentária: recomendado retirar aos poucos, pois, causa inflamação da gengiva.
7. Em alguns casos pode-se utilizar progestágenos orais (acetato de megestrol 2,5mg, 2x/semana - hormônio).
Recidiva é comum, o prognostico é reservado, pode ser controlado por um longo período.
 
E. Tonsilite e Faringite: 
Tonsilite é a inflamação das tonsilas (amígdalas), mais comum em cães. Faringite é inflamação da faringe. 
· Etiologia: vomito ou regurgitação crônicos, tosse produtiva crônica, contaminação crônica da nasofaringe (doença periodontal grave, fissura de palato, doença nasal com secreção).
· Sinais clínicos: anorexia, letargia, disfagia, tosse e febre, fleuma excessivo (muco), muco viscoso, esforço para vomitar. 
· Tratamento: antibiótico sistêmico (ampicilina ou amoxicilina -10-20mg/kg/8-12h/VO, por 7-10d); anti-inflamatório não esteroidal (Meloxicam, Banamine); amigdalectomia só em casos crônicos. 
F. Glossite: 
Inflamação da língua, com alteração da coloração da mucosa (avermelhada, amarronzada ou preta). 
· Causas: traumas por corpo estranho (agulha, anzol, osso, espinho de porco espinho, espinha de peixe), agentes infecciosos ou uremia. 
· Tratamento: retirada de corpo estranho, tratamento da causa. Antibiótico por 7-10d; anti-inflamatórios não esteroidais (Meloxicam); antissépticos orais 1-2x/dia. Em alguns casos é necessário a retirada de parte da língua, causando problemas na apreensão de água e alimento. 
 
3. Doença periapical ou Endodontopatia:
Inflamação e necrose da cavidade da polpa podendo atingir a raiz. Podem ocorrer abcessos, no cão é mais comum o abcesso do dente canino, PM ou M, levando à uma fistula ventral ao olho. A causa mais comum é uma fratura dentária com exposição pulpar, podendo resultar em pulpite bacteriana, necrose pulpar, granuloma apical, abcesso periapical, osteomielite e sepse. 
· Diagnostico: radiografia para avaliar a extensão do processo.
· Tratamento: extração do dente infectado ou tratamento endodôntico (canal); antibiótico e anti-inflamatório. 
· Glândulas Salivares
As glândulas são parótida (apresenta muito problema, é fácil identificar na palpação quando está reativa, é comum tumor), sublingual (embaixo da língua), mandibular e zigomática. 
· Sialoceles ou Mucocele: inchaços geralmente indolores das glândulas, devido a problemas nos ductos ou na glândula extravasando saliva para o interior dos tecidos. As sialoceles cervicais provocam inchaço unilateral abaixo da mandíbula. A Mucocele faríngea pode comprometer a deglutição. As rânulas são a inflamação da glândula sublingual, e é visível por meio de massa (bolinhas) abaixo da língua. 
· Diagnostico: é feito por meio de citologia (aspiração do conteúdo, geralmente de cor amarronzada, mucoide e baixa celularidade), deve ser feito diferencial para neoplasias (se apresentar aparência ou espuma é rânula). 
· Tratamento: cirúrgico. É feito drenagem (marsupialização – ocorre recidiva) ou retirada da glândula.
· Sialoadenite: inflamação com inchaço doloroso das glândulas salivares. As mais afetadas são zigomáticas (dor à mastigação, pode afetar o olho provocando exoftalmia -esbugalhamento, dilatação para fora da cavidade ocular- e lacrimejamento), e parótidas (massa quente, dolorida e com corrimento mucopurulento – embaixo localiza-seo gânglio parotídico, se estiver inchado deve-se investigar os demais, pois, pode ser sistêmico, ex: linfossarcoma). 
· Diagnostico: citologia.
· Tratamento: drenagem e curetagem da glândula, antibiótico e anti-inflamatório por 7-10d, compressa morna. 
· Sialólitos: cálculos das glândulas salivares. O tratamento é cirúrgico.
· Fístulas: não são muito frequentes em pequenos animais, mas pode ser causada por traumas na glândula. O tratamento é drenagem e curetagem, antibiótico e anti-inflamatório por 7-10d, compressa morna. 
· Esôfago:
Qualquer condição que interfira a passagem ou contração e relaxamento normal do esfíncter esofagiano. 
· Sinais clínicos: disfagia (dificuldade de deglutição), movimentos repetidos de deglutição e salivação, emagrecimento progressivo e pelos feios, regurgitação (sinal mais evidente- comida não foi digerida, volta inteira, pode ocorre logo após a ingestão de alimento ou algumas horas após, pH neutro), vômito (alimento parcialmente digerido, pode ocorrer também. pH baixo- ácido). 
· Diagnostico: palpação (só se estiver bem dilatado), raio-x simples ou contrastado (avaliar o tamanho do esôfago), endoscopia (avaliação da mucosa, para neoplasias, meias), biópsia. 
· Anormalidades dos anéis vasculares: má formações congênitas de grandes vasos, que interferem na função do esôfago. A persistência do arco aórtico direito é a mais comum (passa dentro do esôfago). As raças mais acometidas são Pastor alemão, buldogues, Setters. O tratamento é cirúrgico, porém, o esôfago não volta ao tamanho normal. 
· Esofagite: doença primária do esôfago é rara, usualmente ocorre por trauma ou ingestão de substancias cáusticas. Pode estar associado a hérnia hiatal, doença peresofageal como abcesso ou neoplasia perto do esfíncter. Refluxo não é muito comum em carnívoros. 
· Tratamento: repouso 3-15 dias, para a cicatrização do esôfago. Sonda para alimentação, antiácidos (omeprazol e ranitidina) e anti-eméticos (metoclopramida), gel de lidocaína para promover alivio sintomático. 
· Corpo estranho: é a causa mais comum. Osso de galinha, madeira, agulha, espinha de peixe, linha e barbante, brinquedos, anzol, objetos de metal.
· Sinais clínicos: regurgitação (presença de ácido clorídrico), dor, salivação, anorexia, emagrecimento. 
· Pontos de obstrução mais comuns: região onde o esôfago adentra ao tórax, sobre a base do coração (comum em ruminantes), zona de alta pressão entre o coração e diafragma. Dentre as complicações estão: perfuração do esôfago, pleurite ou mediastinite e severa esofagite. 
· Tratamento: remoção do corpo estranho cirurgicamente ou por meio de endoscopia. 
 
· Megaesôfago: dilatação generalizada do esôfago. Distúrbio de motilidade que resulta em um esôfago flácido e grande. Não consegue levar a ingesta para o estomago e consequentemente para o intestino, resultando em um problema de absorção. 
· Sinais clínicos: regurgitação ou vomito, tosse (pneumonia aspirativa – falsa via), emagrecimento, apetite depravado e/ou aumentado (sente fome, mas não consegue deglutir). 
· Tipos: megaesôfago idiopático congênito: sem causa, nasceu com o problema, apresenta sinais quando ainda é jovem. É percebido quando ocorre a desmama e começa a comer ração. É hereditário (prejudica na reprodução). As raças mais predispostas são Pastor Alemão, Doberman, Pinscher, Labrador, gato siamês (é mais raro em gatos). O prognóstico é reservado a bom (quando começa a comer por gravidade). 
· Megaesôfago idiopático adulto: apresenta sinais quando o animal é adulto, precisa comer por gravidade. Quando está mais avançado a porção torácica e cervical ficam dilatadas. Ocorre com frequência pneumonia aspirativa. O prognóstico é reservado a ruim. 
· Megaesôfago secundário. Pode ser causado por miastenia grave (imunomediada- animal pisa em ovos), instabilidade vertebral cervical, cinomose, botulismo, tétano, hipotireoidismo, hipoadrenocorticismo, neoplasias (timoma – muito grande e dilata), corpo estranho, fístula esofágica, esofagite, intoxicação por chumbo. 
· Diagnóstico: histórico, sinais clínicos, raio-x contrastado e simples. Para miastenia grave: titulação de anticorpo anti-receptor de acetilcolina, teste de estimulo com anticolinesterásico. Hipotireoidismo (dosagem de T4 e TSH), intoxicação por chumbo (dosagem de chumbo >60). 
· Tratamento: tratar causa primária se houver, timoma é cirúrgico, alimentação por gravidade 2x ao dia (manter na posição elevada por 15 min), alimentos macios e úmidos, gastrotomia (anoréticos e esofagite), antieméticos (metoclopramida – Plasil, bromoprida – Plamet) meia hora antes das refeições, antiácidos (omeprazol, ranitidina, cimetidina) meia hora antes das refeições. 
 
· Estenose pilórica: doença congênita, lesão é obstrução pilórica funcional devido à hipertrofia do esfíncter. Observado em animais adultos. Vômitos. O diagnóstico é feito por meio de raio-x contrastado, se após 1 horas não houver esvaziamento gástrico pode-se desconfiar da patologia. Deixe o contraste por 2-3horas. O tratamento é feito com atropina ou brometo de propantelina (somalium), piloromiotomia (se o tratamento clinico não for eficaz). 
· Doença do refluxo gastresofagiano (DRGE): recentemente foram feitos estudos em animais, principalmente em gatos. Deve-se ficar atento a animais com esofagite persistente, salivação, movimentos exagerados de deglutição e anorexia. Alguns fatores como anestésicos, hérnia de hiato, medicações a base de cápsula em gatos sem administração de água ou lubrificação podem predispor o aparecimento da patologia. O diagnóstico é feito por meio da endoscopia. O tratamento é dieta leve e pastosa, antiácidos (omeprazol é melhor pois, inibe a bomba de prótons), procinéticos (cisaprida, plasil, ajuda o bolo alimentar), anti-inflamatórios e protetores de mucosa (sucralfato). 
· Hérnia hiatal: são raras. Intussuscepções (parte do estomago passa para a cavidade torácica devido uma anormalidade diafragmática), pode ser causada por defeitos congênitos no hiato diafragmático ou por traumas. Aparentemente acomete mais cães de grande porte, e animais com menos de 1 ano. O tratamento é cirúrgico. 
· Estômago
É importante perguntar ao proprietário: qual a coloração do vomito, se é com ou sem esforço (com esforço é vomito), composição do material (digerido ou não), tempo e intervalos de vômitos. O tipo de paciente: cães jovens tem maior incidência de corpo estranho, cães velhos tem maior incidência de ulceras ou neoplasias; raças de tórax profundo (Pasto Alemão, Doberman) são predispostos à vólvulo gástrico; animais pequenos e hiperativos são tem maior incidência à distúrbios pilóricos e gastrite crônica. 
· Exame físico: dilatação gástrica aguda causa abdômen distendido e tenso, estomago em condições e posição normal não dá para ser palpado, posição anormal do baço, indica posição anormal do estomago (lado esquerdo é normal, se tiver do lado direito pode indicar que o estomago está torcendo), vomito pode causar aerofagia, assim, o intestino pode estar distendido com presença de gás. 
· A ZQD (zona de gatilho quimiorreceptora) é induzida por drogas, cinetose (movimento), estimulando o bulbo e manda a informação para o centro do vomito (zona 1), que leva a alterações na motilidade intestinal, abertura da laringe e diafragma e parede abdominal, por meio de nervos, provocando o vômito. 
· Tipos de vômito: 
 
Casos de úlceras são graves, deve-se realizar endoscopia ou laparotomia exploratória. 
· Exames laboratoriais e diagnostico: hemograma completo, urinálise, exame de fezes e bioquímico, teste do suco gástrico aspirado (pH, bactérias, parasitas, Hcl livre e total), raio-x (para ver dilatação e corpo estranho), endoscopia (para avaliar ulcera, gastrite, deve-se anestesiar o animal), laparotomia exploratória (úlcera perfurada, deve-se fechar). *BOLHAS: ácido clorídrico. 
· Gastrite aguda: inicia-se com a gastrite aguda, podendo evoluir para gastrite crônica e até úlceras gástricas (emergencial) quando não for diagnosticada e tratada com antecedência. 
· Sinaisclínicos: vômitos após as refeições e as vezes com sangue; desidratação, alcalose (perda de HCl), dor e anorexia. 
· Etiologias: consumo de restos alimentares, corpo estranho, comida estragada, grama, ossos; vômitos frequentes provenientes de outras patologias (fígado, rim-uremia-, pancreatite, gastroenterite infecciosa bacteriana ou viral); drogas como aspirina, DAINES, corticoides (ex: diclofenaco é um anti-inflamatório que causa gastrite), devido a diminuição de prostaglandina e aumento de ácido clorídrico; drogas antineoplásicas; ingestão de agentes cáusticos (arsênio, herbicidas, fertilizantes, plantas venenosas, produtos de limpeza); Helicobacter pylori; estresse emocional. 
· Diagnóstico: baseado nos achados clínicos (principalmente) e histórico; gastroscopia (mucosa hiperêmica, edemaciada, áreas de muco, hemorragia petequial e ocasionalmente erosão); biópsia (para identificação de Helicobacter), radiografia é difícil de notar alterações. 
· Tratamento: suspender ingestão de água por 12 horas e alimentação por 24horas (no primeiro dia), gelo picado ou água gelada, se for necessário (desidratação) realizar fluidoterapia; 
1. Antiemético: depende do vômito, se for normal: metoclopramida (Plasil – bloqueador dopaminérgico); mais persistente: ondasetrona (Zofran- moderado), maropitant (Cerenia- casos mais graves). 
2. Antiácido: bloqueadores H2: cimetidina (Tagamet), ranitidina (Antak), famotidina (Famoset); inibidor da bomba de prótons: omeprazol (Losec) mais potente; em casos muito grave associar os dois.
3. Protetor gástrico: sucralfato (Antepsin), salicilato de bismuto.
4. Gastrite por Helicobacter: associar dois ou três antibióticos + antiácido por 15-21 dias (ex: amoxicilina + azitromicina; amoxicilina + metronidazol; amoxicilina + clavulanato + metronidazol + omeprazol ou ranitidina). 
Após 24 horas oferecer pequenas quantidades de comida leve. 
· Gastrite crônica: geralmente é evolução da gastrite aguda; felinos apresentam frequentemente por ingestão de bolas de pelos (retirada com endoscopia).
 Bola de pelos. 
· Sinais clínicos: perda de peso e vômitos esporádicos. Sangue vivo é sinal de perfuração e sangue escuro indicativo de cronicidade ou hemorragia.
· Diagnostico: biopsia e gastroscopia (erosão e hemorragias). 
 Erosão e hemorragias. 
· Tratamento: suspender ingestão de água por 12 horas e alimentação por 24horas (no primeiro dia), gelo picado ou água gelada, se for necessário (desidratação) realizar fluidoterapia; 
1. Antiemético: depende do vômito, se for normal: metoclopramida (Plasil – bloqueador dopaminérgico); mais persistente: ondasetrona (Zofran- moderado), maropitant (Cerenia- casos mais graves). 
2. Antiácido: bloqueadores H2: cimetidina (Tagamet), ranitidina (Antak), famotidina (Famoset); inibidor da bomba de prótons: omeprazol (Losec) mais potente; em casos muito grave associar os dois.
3. Protetor gástrico: sucralfato (Antepsin), salicilato de bismuto.
4. Gastrite por Helicobacter: associar dois ou três antibióticos + antiácido por 15-21 dias (ex: amoxicilina + azitromicina; amoxicilina + metronidazol; amoxicilina + clavulanato + metronidazol + omeprazol ou ranitidina). 
Após 24 horas oferecer pequenas quantidades de comida leve. Em casos de corpo estranho realizar a retirada.
· Prognostico: bom para ambos os tipos quando se retira a causa primária. 
· Úlcera gástrica: ocorre entre 2-12 anos de idade, alta incidência em fêmeas e em animais com mastocitoma (no mastócito tem histamina e devido sua liberação ocorre gastrite- os nódulos são muito grandes, não deve retirar pois, aumenta a concentração de histamina provocando hipotensão, choque anafilático e óbito).
· Sinais clínicos: vômito com sangue (hematêmese) e fezes escuras com sangue vivo (melena), anemia, polidipsia, desidratação, histórico de uso de corticoides, dor abdominal, mucosa pálida. 
· Diagnostico: laboratorial (anemia regenerativa), endoscopia: aguda (inflamação e úlceras sanguinolentas), crônica (pouca inflamação com depósito de fibrina), não é recomendado o raio-x contrastado pois, se estiver perfuração o liquido vai para cavidade, laparotomia exploratória. 
· Tratamento: pode ser médico, cirúrgico ou ambos.
1. Médico: antiácidos (Pepsamar, Kolantyl, Droxaine, Mylanta Plus); anti-eméticos (Plasil, Amplictil); bloqueador H2 (ranitidina, cimetidina); inibidor da bomba de prótons (Omeprazol), protetor de mucosa gástrica (Sucralfato).
2. Cirúrgico: gastrectomia parcial, não pode deixar o animal com o estomago vazio nem muito cheio, alimentar a cada 3-4 horas por dia com alimento leve e macio. 
· Corpos estranhos gástricos: ocorre principalmente em animais jovens.
· Sinais clínicos: vômito com ou sem sangue, febre (peritonite), anorexia e emagrecimento progressivo. 
· Diagnostico: radiografia, endoscopia, histórico. 
· Tratamento: cirúrgico ou retirada por pinça, aguardar 72h para ver se não expele o corpo estranho, se o objeto ficar estacionado por 24h realizar a cirurgia. 
 
 
· Alergia alimentar: ocorre geralmente em cães jovens, pós-desmame. 
· Sinais clínicos: diarreia aquosa, vômito após refeições, dermatite alérgica (pústulas abdominais, impetigo- bolhas com água-).
· Geralmente as proteínas que causam alergia, leite (caseína), trigo (glúten), carne de vaca. 
· Tratamento: mudança na alimentação (substituir carne de vaca por frango ou carneiro, arroz cozido, azeite, óleo de milho, retirada do leite); tópico (Nebacetim, Fibrase, Trofodermim); anti-histamínicos (Fenergam, Polaramine, loratadina). 
· Gastroenterite eosinofílica: ocorre tanto em cães quanto em gatos, de etiologia indefinida, mas proveniente de um processo alérgico alimentar crônico ou reação ao Toxocara canis, resultado de uma resposta auto-imune, com infiltração eosinofílica. 
· Sinais clínicos: diarreia pastosa e liquida (alimentação errada), emagrecimento, ocorre geralmente em animais até 3 anos. Hemograma: eosinofilia. 
· Tratamento: mudança na alimentação, suplemento vitamínico, corticoideterapia (prednisona- Meticorten) por 2-3 semanas, antibioticoterapia (sulfa, metronidazol, enrofloxacina, cloranfenicol), vermifugação (toxocara pode ser gatilho para a patologia, então deve-se vermifugar mesmo que resultado for negativo). 
· Síndrome Dilatação e Torção ou Vólvulo Gástrico: ocorre em cães de grande porte com maior frequência, animais jovens por superalimentação e em cães velhos por acúmulo de gás e fluido. 
· Achados clínicos: presença de gás fluido ou comida; bloqueio da drenagem venosa – hipóxia- acidose; dispneia, dor a palpação, dilatação. 
· Consequências: dificuldade de retorno venoso e acidose metabólica; absorção de endotoxinas, liberação de enzimas pancreáticas deletérias; choque toxêmico (pode torcer o nervo vago junto, entrando em choque toxêmico ou obstrutivo e morte).
· Diagnostico: radiografia: é importante diferenciar se é só dilatação ou se já ocorreu a torção gástrica (desvio de baço); hemogasometria.
· Tratamento: tubo gástrico, gastrotomia e gastropexia, terapia para choque: corrigir acidose, corticoide e antibiótico. 
 
· Síndrome do retardo de esvaziamento gástrico: pode ser causado por lenta contração gástrica (bradigastria), por trânsito mais rápido que o normal (taquigastria) ou ritmo irregular mais lento (disritmia). Ocorre mais em machos de meia idade, e raças braquiocefálicas (Boxer, Lhasa Apso, Maltes).
· Sinais clínicos: desconforto abdominal pós-prandial, inchaço e vômitos crônicos. 
· Diagnostico: raio-x contrastado de transito intestinal para avaliar o tempo de passagem do bolo alimentar e excluir obstruções. 
· Causas: 1. Disfunção pilórica: obstrução do fluxo pilórico. Tratamento cirúrgico (piloroplastia e piloromiotomia), pode ser extrínseca, intrínseca ou obstruções intraluminais. 2. Hipomotilidade: dor, vômito, inflamação, dilatação, estresse, hipocalemia. 
· Tratamento: Alimentar (ingestão de pequenas quantidades várias vezes ao dia, dietas leves ricas em fibras), pró-cinético (metoclopramida- Plasil). 
· Intestino
O intestinodelgado é formado por:
1. Duodeno: absorção e digestão, atuação do suco pancreático e bile.
2. Jejuno: absorção e digestão. 
3. Íleo: absorção e digestão. 
O intestino grosso é formado por:
1. Ceco: digestão enzimática e retenção de água.
2. Cólon: digestão enzimática e retenção de água.
3. Reto: digestão enzimática e retenção de água. Fezes mais duras.
As células presentes no intestino são basais, apical e criptal. Ocorre a descamação natural dessas células, porém, em casos de parvovirose ocorre destruição da cripta e das vilosidades do intestino. 
Na síndrome de má absorção ocorre substituição por tecido conjuntivo, a raça Rottweiler é predisposta a apresentar essa síndrome, animal não consegue ficar ‘’gordo’’. 
· Tipos de fezes:
 
· Fezes com estrias de sangue: algum ponto está com sangramento, e quando as fezes passam sai essas estrias.
· Vermes: redondos (lombrigas), alongados (Ancilostoma e Toxocara), chatos (Dipylidium – pulga-). Realizar o teste de Willis para ambos os vermes, e o teste de Faust para protozoários (Giárdia). 
· Borra de café: em casos de gastrite crônica o sangramento é pequeno nas fezes e intermitente.
· Pixe: pequenos volumes, sangramento mais intenso, pegajoso. 
· Pudim de leite com cereja: pequenos volumes, amareladas, sangramento final de defecação (tenesmo- força para defecar – colite). 
· Tipos de diarreia: 
 
 Intestino Delgado.
 Pudim – colite, Intestino Grosso. 
· Principais causas de enterites: 
 
· Dietéticas: quando é fornecido ração premiu de alta caloria para um animal com baixo gasto energético. 
· Autoimunes: emocional. 
· Neoplasias: linfoma intestinal (vários tipos, é comum em gatos e o prognostico é ruim). 
· Enterites infecciosas e parasitárias: pode ser causada por vírus (coronavirose, parvovirose, cinomose, rotavirose, adenovirose, panleucopenia felina); bactérias (E.coli, clostridium, salmonela, campylobacter); fungos (raro); parasitos (toxocara, ancilostoma, dipylidium, giardíase, coccidiose). 
· Tratamento: eliminar a causa e tratamento suporte. 
· Problemas relacionados com dieta: intolerância ao leite, carne de vaca, glúten, alta ingestão de alimentos gordurosos.
· Tratamento: mudança na alimentação. 
· Intussuscepção: é a invaginação de uma parte do intestino em outra. Acontece geralmente na junção íleo-cólica. Comum em animais jovens (principalmente cães) devido ao aumento do peristaltismo, ou sequela de uma diarreia. Animal sente muita dor (posição de suplica, abdômen agudo), depressão e colapso. 
· Diagnostico: radiografia, U.S (aspecto de anel de cebola), palpação (fica maior, parecendo rolha, porém, nem sempre é possível sentir), laparotomia exploratória. 
· Tratamento: cirúrgico. 
· Vólvulo intestinal: é rara em cães e gatos. Ocorre torção do cólon ou em outra parte do intestino resultando em obstrução, peritonite e morte por choque séptico.
· Diagnostico: radiografia revelando distensão por presença de gás. 
· Tratamento: emergencial, deve-se estabilizar o paciente e encaminhar para laparotomia exploratória. 
 
· Síndrome de má-absorção e má-digestão: síndrome é caracterizada por um grupo de sintomas, que em conjunto caracterizam uma doença. Portanto, não deve ser considerada como diagnostico isolado, e sim como consequência de uma patologia que está desencadeando o processo. 
· Etiologia: 
1. Má-digestão:
A. Deficiência de enzimas pancreáticas: Atrofia pancreática juvenil (pastor alemão); insuficiência pancreática exócrina; doenças da mucosa duodenal; aumento da degradação de enzimas pancreáticas. 
B. Deficiência de ácidos biliares: animal nasce com isso. 
C. Insuficiência de dissacaridase.
2. Má-absorção:
A. Perda da área de absorção da mucosa: gastroenterites (parvovirose, cinomose), parasitismo (toxocara, giárdia, ancilostoma), enterite eosinofílica, linfossarcoma. 
B. Perda de mecanismos de absorção.
C. Doenças circulatórias: linfangiectasia (dilatação exagerada dos vasos linfáticos intestinais com excessiva perda de proteínas (sobrecarregando a rede linfática) nas fezes, ocorrendo edema, ascite, hidrotórax por causa da hipoproteinemia. 
· Sinais clínicos: diarreia crônica, perda de peso, apetite voraz, coprofagia (pode ser hábito), pelo feio, fezes esteatorreicas, malcheirosas (gordura nas fezes). 
· Exames laboratoriais: fezes (avaliar gordura – SudamIII- para ambos, não faz mais), grãos de amido (Lugol – para má-digestão- não faz mais). Tolerância à glicose ingerida (para má-absorção- não faz mais); o diagnóstico é terapêutico. 
· Tratamento: 
1. Má-absorção: retirada da causa primária, suplementação dietética (proteínas, vitaminas, ração de boa qualidade), em casos de linfangiectasia fornece dieta rica em proteínas (o que mais vai para os vasos são proteínas).
2. Má-digestão: retirada da causa primária, bloqueador H2 (cimetidina, ranitidina, meia hora antes das enzimas pancreáticas); enzimas pancreáticas (Pankreoflat, Pankreon, Viokase; 1-2 comprimidos antes das refeições); alimentação pobre em gordura e rica em proteínas. 
· Doença inflamatória intestinal crônica- DIIC (intestino delgado) e colite (cólon): grupo de doenças intestinais crônicas com diarreia e/ou vomito persistente, caracterizadas por infiltração difusa por linfócitos, macrófagos, eosinófilos, plasmócitos e neutrófilos. 
· Cães: enterite linfocítica-plasmocítica; colite linfocítica-plasmocítica; colite ulcerativa histiocítica; gastroenterite eosinofílica. 
· Gatos: enterite linfocítica-plasmocítica; colite linfocítica-plasmocítica; gastroenterite eosinofílica; síndrome hipereosinofílica. 
· Paciente com DIIC: cães e gatos de meia idade-idosos; vômitos esporádicos e persistentes; diarreia de intestino delgado caracterizada por grandes quantidades, mole e frequentemente esteatorreicas; diarreia de intestino grosso de consistência mole, em pequeno volume, com muco e estrias de sangue; alteração do apetite e perda de peso.
· Diagnostico diferencial: giardíase, hipertireoidismo (gatos), linfangiectasia (cães), insuficiência pancreática exócrina, síndrome do cólon irritável, intolerância ou sensibilidade alimentar, supercrescimento bacteriano, linfoma, adenocarcinoma. 
· Diagnóstico: biopsia DEFINITIVO (por meio de endoscopia ou laparotomia exploratória- não é comum fazer, porém, é preciso para descobrir o tipo de infiltrado); endoscopia (avaliação da mucosa); hemograma (hipoproteinemia, anemia arregenerativa, leucocitose sem desvio à esquerda, eosinofilia); exame de fezes (descartar giárdia e outras parasitoses); terapêutico é o melhor (introduz o tratamento e há melhora no quadro). 
· Tratamento: prednisona (ação intermediária – tratamento por longo tempo); hidrocortisona (ação rápida); dexamtasona (ação longa). A prednisona é metabolizada e transformada em prednisolona, administra em cães que conseguem realizar esse metabolismo. Prednisolona não precisa ser metabolizada, já é a droga, usada em gatos (possuem dificuldade em metabolizar).
Usado em crise. 
Quando tem muitos gases, putrefação. 
Ômega possui ação anti-inflamatória natural. As rações geralmente são caras, podendo ser a dieta caseira uma possibilidade. 
O intestino absorve vitamina B12, porém, é caro sozinha, por isso é usado o complexo com várias. 
(1 comprimido para cada 10kg). 
· Síndrome do cólon ou intestino irritável (SCI ou SII): é uma colite funcional, ou seja, desordem de motilidade, caracterizada por diarreia mucoide intermitente crônica do intestino grosso, não é inflamatório (não tem infiltrado eosinofilico, basofílico). Os animais mais acometidos são os cães de trabalho (Border Collie, Hiller, cães policiais, guia) sob estresse, temperamentais ou facilmente excitáveis, principalmente de raças pequenas (mais predispostos). Alguns gatos também podem ser acometidos. Inflamação neurogênica associada ao estresse é uma nova abordagem e pode ser usado corticoides por um período curto, ômegas. 
· Sinais clínicos de colite: diarreia em pequenos volumes frequentemente, com muco ou sangue, defecação frequente, comtenesmo e diarreia alternada com fezes normais. 
· Diagnostico: histórico (características emocionais do animal e do proprietário), sinais clínicos, descartar outras causas de colite (dietética, parasitária, infecciosa, idiopática), biopsia para excluir processo inflamatório, colonoscopia (cólon com hipermotilidade ou espástico, aumento do muco).
· Tratamento: 
1. Manejo dietético: dieta rica em fibras (rações comerciais, farelo de trigo, de soja, de linhaça, Metamucil – 1 a 3 colheres de sopa/dia na alimentação).
2. Controle da motilidade: loperamida (Imosec- cães: 0,11-0,22 mg/kg/VO/12 em 12hrs; gatos: 0,11-0,33mg/kg/VO/24 em 24hrs), NÃO USAR EM COLLIES. Após diminuído os episódios de diarreia pode ser retirada gradualmente até cessar seu uso. 
3. Drogas ansiolíticas e antidepressivas: clomipramina, fluoxetina. A amitriptilina está sendo eficaz, na dose: 1,1-2,2 mg/kg/VO/12 em 12hrs. 
4. Corticoides: prednisona (Meticorten) no início para aumentar o peristaltismo, dose: 1,1-2,2mg/kg/VO/24 em 24hrs, por 1 semana. 
5. Suplementação com ômega 3 e 6: pode ser feita por longos períodos. 
· Constipação: retenção ou acúmulo de fezes ressecadas (fecaloma- desidratação), com dificuldade de defecação. 
· Causas:
1. Dietéticas (material estranho, pelos, pedra, ossos, areia, pouca fibra) gatos tem bastante devido à ingestão de pelos; 
2. Ambientais (falta de exercícios, não disponibilidade de local ou momento para defecar, lugar para defecar sujo ou inadequado); 
3. Obstrução do cólon: as fezes saem em formato de fita, (intraluminal- corpo estranho, neoplasia, hérnia perineal-, extraluminal- fratura de pelve cicatrizada, hipertrofia de próstata, neoplasia pélvica e perianal); 
4. Doença neurológica (L4-S3, lesão bilateral nervo pélvico, megacólon idiopático não é muito comum); 
5. Dor perirretal (saculite anal, abcesso ou inflamação da gland. Anal principalmente em pequeno porte, deve-se retirar o líquido, fistula perianal, estenose anal, corpo estranho no reto); 
6. Doenças metabólicas e endócrinas: hipotireoidismo, hiperparatireoidismo, pirexia, debilidade generalizada;
7. Induzidas por drogas: anticolinérgicos, anti-histaminicos, anticonvulsivantes, protetor de mucosa, sulfato de bário, opiáceos. 
· Tratamento:
A. Retirar a causa;
B. Enemas com água morna: água morna + glicerina ou vaselina (1:1), óleos minerais; 
C. Manutenção com dieta com fibras (legumes, farelos, aveias); 
D. Laxantes: hidróxido de magnésio, óleo mineral, óleo de milho na alimentação (1 a 2 colheres de sopa).
E. Enema de fosfato de sódio (fleet-enema) devem ser EVITADOS EM GATOS (não metaboliza);
F. Probiótico. 
 Fecaloma e corpo estranho.

Outros materiais