Neurologia A unidade funcional é o neurônio. A bainha de mielina recobre o neurônio para que a transmissão ocorra mais rapidamente. Os oligodendrócitos tem função de defesa e nutrição; os astrócitos de sustentação e de interligar os neurônios. A transmissão pode ser por impulso elétrico ou pode ser química (sinapse, por meio de neurotransmissores). O SNC é formado pelo encéfalo (subdividido em cérebro, cerebelo e tronco encefálico) e medula espinhal. O cérebro é subdividido em telencéfalo e diencéfalo; e o tronco encefálico em mesencéfalo, ponte e bulbo. A medula espinhal é subdividida em região cervical, cervico-torácica, toraco-lombar e lombossacra. O SNP é formado por nervos (que saem da medula) e gânglios. Cão: C7 (porém, tem 8 segmentos medulares), T13 (13 segmentos), L7 (7 segmentos), S3 (3 segmentos) e C5 (5 segmentos). · Arco-reflexo: existem receptores que determinam a sensibilidade, ex: quando coloca a mão no fogo, automaticamente retiramos. Quando ocorre a perda desses receptores, perde-se a sensibilidade. A transmissão do impulso quando as vias estão íntegras ocorre da seguinte forma: impulso sai via aferente (sensitiva), passa para o SNC, encéfalo, é codificado, e retorna para o órgão via eferente (motora), onde será feita a ação de retirada do membro do local de risco. · A inserção das fibras é crânio-caudal, os nervos ficam perpendiculares. A fibra superior é a aferente, e a inferior é a motora. Quando ocorre alguma lesão ela é localizada um pouco a frente (anterior) ao local não responsivo quando é feito o pinçamento. · O neurônio motor superior está localizado no SNC, e o neurônio motor inferior no SNP, isso auxilia a identificar onde está a lesão. O superior controla o inferior. 1. Quando tem lesão no neurônio motor superior os reflexos e tônus muscular estão aumentados. Os sinais são: paresia (diminuição da capacidade de realizar o movimento) /paralisia espástica; hiperrreflexia ou normorreflexia; atrofia muscular leve e demorada (pois, é mais longe do músculo); hipertonia ou normotonia, fica rígido. 2. Quando a lesão é no neurônio motor inferior os reflexos e o tônus muscular estão diminuídos. Os sinais são: paresia/paralisia flácida; hiporreflexia ou arreflexia; atrofia muscular grave e rápida (2-3 dias, pois, está mais próximo do musculo); hipotonia ou atonia, fica flácido, observado bem em região de face. A atrofia muscular pode ocorrer por alteração neurogênica ou por desuso do membro, porém, nesse último caso é mais demorada. · Locomoção: é muito IMPORTANTE!! · Ataxia: incoordenação motora, andar cambaleante. Pode ser de três tipos: 1. Proprioceptiva: animal anda incoordenado e arrasta os dedos; 2. Vestibular: inclinação da cabeça e andar em círculos, pode ocorrer em casos de otite. 3. Cerebelar: tremores generalizados, alteração no andar -> dismetria (hipometria = passos curtos; hipermetria = passos largos). · Paraparesia: dificuldade em realizar movimento com membros posteriores. · Paraplegia: paralisia dos membros posteriores. · Monoparesia: diminuição do movimento de um membro. · Monoplegia: paralisia de um membro. · Tetraparesia: diminuição dos quatros membros. · Tetraplegia: paralisia dos quatro membros. · Hemiparesia: diminuição dos movimentos de um lado do corpo. · Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo. · Dismetria: alteração no andar. Hipometria (passos curtos); hipermetria (passos largos). Em gatos é mais difícil observar, pode-se colocar dentro da caixinha de transporte e ração para fora, e observar a saída. · Sensibilidade: 1. Hiperestesia: sensibilidade aumentada; 2. Hipoestesia: sensibilidade diminuída. !!!se quando realizado o pinçamento a dor superficial estiver presente, a dor profunda também está!!! · Consciência: 1. Delírio: comportamento anormal. Animal chora, vocaliza, corre atrás do rabo, fica parado olhando para o nada. 2. Estupor: antecede o coma, animal em decúbito, não responsivo aos estímulos do meio (sonoro, luminoso), SÓ RESPONDE A DOR!!!! 3. Coma: animal NÃO responde a DOR!!! · Tônus muscular: 1. Hipertonia: rigidez; 2. Hipotonia: flacidez. 3. Atonia: ausência do tônus muscular. Botulismo causa flacidez, ocorre por diminuição da liberação de acetilcolina. Animal que ingere lixo contaminado com clostridium. O diagnóstico é feito pelo histórico e inoculação do soro do animal em camundongos (forma cintura de vespa). O tratamento é suporte, e antibiótico (por causa do decúbito pode ocorrer broncopneumonia, ou pneumonia aspirativa). · EXAME NEUROLÓGICO O exame físico é feito para avaliar a consciência, locomoção e postura. · Reações posturais: 1. Saltitar: deixar somente um membro na mesa e ver se o animal pula. Realizar o procedimento com os 4 membros. 2. Hemisaltitamento: deixar somente um lado (dois membros do mesmo lado) na mesa, e ver se o animal pula. Repetir o movimento com o outro lado. 3. Propriocepção: dobrar os membros contra a mesa. Se estiver normal o animal volta imediatamente para a posição. É o primeiro a apresentar alteração quando tem problema neurológico. 4. Carrinho de mão: segurando os membros anteriores, e depois os membros posteriores. 5. Reação tátil: fechar os olhos e encostar os membros sobre a mesa para ver se há reação. 6. Posição visual: mesmo procedimento, porém, com os olhos abertos. 7. Palpação da coluna. · Nervos cranianos: I. Olfatório: colocar álcool ou água no algodão e deixar o animal cheirar. II. Óptico: aproximar a mão dos olhos para ver se há reação. III. Oculomotor; IV. Troclear; V. Trigêmio; VI. Abducente; VII. Facial; VIII. Vestibulococlear; IX. Glossofaríngeo; X. Vago; XI. Acessório XII. Hipoglosso. · Reflexos medulares: 1. Bíceps (na frente); 2. Tríceps (atrás); 3. Extensor carpo-radial; 4. Reflexo interdigital (pinçamento no meio dos dígitos); 5. Reflexo patelar; 6. Reflexo gastrocnêmio; 7. Reflexo tibial cranial; 8. Reflexo extensor cruzado (pinça no meio de um, e o outro membro tem que reagir); 9. Reflexo perineal; 10. Reflexo panicular (pinçamento no dorso); · Avaliação nociceptiva: 1. Superficial (pele); se estiver presente a dor profunda também está, não sendo necessário o pinçamento interdigital. 2. Profunda: interdigital. · COLUNA VERTEBRAL E MEDULA ESPINHAL: · Trauma espinhal ou medular: lesão por bala, fratura, luxação, neoplasias, discopatias. Quanto mais tempo comprimindo, maior a força, maior o dano e a lesão pode ser irreversível, não há regeneração. · Lesão aguda: ocorre logo após o trauma. Inflamação, hemorragia, petéquias, necrose e isquemia. Ocorre a diminuição de oxigênio tecidual. · Lesão crônica: lesão maior que a aguda. Hemorragia e edema menos intensos, degeneração da mielina, isquemia e obstrução venosa. Ocorrem dois eventos: primário (quando vai atender o animal já ocorreu) e secundário (deve ser evitado!!). · Primário: ruptura dos elementos neuronais, interrupção dos impulsos nervosos, lesão vascular, hemorragia. · Secundário: anormalidades vasculares (hemorragia, isquemia, acumulo de radicais livres), alterações bioquímicas (ativação das enzimas calpaina e caspase que realizam apoptose celular), reação inflamatória (liberação dos mediadores inflamatórios, citocinas, interleucinas, recrutamento de neutrófilos e macrófagos) = levando a destruição e necrose neuronal -> SEQUELAS IRREVERSÍVEIS!! · Achados clínicos: avaliar a função dos órgãos vitais; exame neurológico completo (CUIDADO, EM CASOS DE ATROPELAMENTO, ANIMAL COM MUITA DOR), palpação cuidadosa da coluna (respeitar o decúbito em que o animal chegou, é o melhor para ele), sinal de schiff-sherrington (extensão rígida dos membros anteriores = característico de trauma em região toraco-lombar), avaliar dor superficial e profunda. · Doença de disco: a porção superior é mais fina e a inferior mais grossa, portanto, os problemas ocorrem na porção mais fina. O disco é formado por filamentos de cartilagem (anel fibroso) e dentro tem o núcleo pulposo (mais gelatinoso). · Extrusão de disco (Hansen tipo I): ruptura do anel fibroso, geralmente na porção dorsal que é mais fina. O conteúdo sai