Micotoxicoses, Fungos e Micoses

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Micotoxicoses
Por Ketlyn Abreu
 A micotoxicose não é uma infecção fúngica é uma intoxicação, e essa intoxicação alimentar gera vários efeitos no animal, ou seja, as micotoxicoses é quando o animal ele ingere as toxinas fúngicas e não o fungo propriamente dito. 
Introdução
· Substâncias secretadas em determinadas ocasiões
· Secretadas na plantação ou no armazenamento
· Estima-se que 25% doas alimentos armazenados
· Principais alimentos: MILHO, SOJA, AVEIA, AMENDOIM, SORGO, TRIGO
· Afetam animais de produção, companhia e humanos
· Ração e alimentação preparada mal armazenada
 As micotoxinas podem ser secretadas em qualquer situação principalmente na plantação, visto que existe fungos que podem mofar na lavoura. O brasil devido ao clima e umidade é muito vulnerável a contaminação desses fungos na natureza, por conta disso que muitas vezes se faz o uso de agrotóxicos que são os defensivos agrícolas. Sem agrotóxicos fica difícil de se manter uma lavoura e os alimentos encarecem para a população, já que é impossível combater determinadas pragas ou micotoxinas.
 Alimentos de plantações como milho, soja, aveia, amendoim, sorgo e trigo, serve para alimentos dos animais, seja, animais de companhia como também animais de produção, por meio de farelo e mistura usado por esses animais, principalmente aves e suínos. 
 Estimasse que 25% dos alimentos armazenados em todo o mundo são mofados e se mofo acontece liberação de micotoxinas. As micotoxinas acabam afetando os animais de produção, companhia e humanos. 
 Embora os humanos podem sofrer intoxicação por toxinas fúngicas geralmente não é muito comum, visto que nos humanos somos mais perceptíveis a distinguir quando um alimento está estragado ou não. Infelizmente os animais não possuem essa mesma distinção que a gente, já que eles se alimentam sobre a influência dos humanos. 
 O mofo pode crescer na própria plantação principalmente quando não faz uso de agrotóxicos ou variantes resistentes, fungos gostam de umidade e temperatura de média para quente e é justamente o clima do no país, por conta disso o Brasil é o país com a maior quantidade de fungos. é normal encontrar em plantações de milho, soja, sorgo, amendoim, trigo e aveia, alimentos já mofados. Muitas empresas fazem o uso de silos para armazenar os grãos colhidos durante a safra (momento de ápice das plantações) e muitos deles são vendidos na entressafra (durante o inverno) e as vezes já chegam para ser vendidos mofados. 
 Vender produtos a granel (casa de ração, loja de pet shopping) é perigoso já que o fungo está em todo lugar e ao alimentar os animais podem estar contaminados. 
Condições Essenciais para Micotoxicoses
1-Presença de fungos
2-Fonte de nutrientes: tempo
3-Condições ambientais desenvolvimento do fungo
4-Secreção da Micotoxina
5-Ingestão contínua da micotoxina
 As micotoxinas são derivados dos resíduos dos fungos todo lugar que o fungo desenvolve vai liberar resíduo dos fungos, todo lugar que o fungo desenvolve liberar micotoxinas. Toda ração tem um vencimento e se esteja vencido é possível que esteja contaminado. 
 Existe uma maneira de preservar o alimento é removendo o ar, ou seja, o oxigênio deixando a vácuo ou remover a umidade, quando isso é feito a tendencia é que o alimento dure mais. 
Características das Micotoxicoses
· Tipos de fungos
· Alteração características do alimento (coloração, cheiro e aspecto)
· Muitas vezes subclínicos
· Sinais clínicos variam nas espécies
· Animais envolvidos
 Apenas fungos filamentosos liberam as micotocinas, leveduras não liberam micotocinas de importância, liberam umas ou outras, mas não são relevantes. Todas as micotoxinas de importância veterinária liberada por fungos filamentosos que é o MOFO. 
 O animal quando ingere este tipo de alimento pode ter uma intoxicação subclínica, ou seja, ele comeu de uma forma razoável, mas essa quantidade não foi suficientes para gerar sintomas visíveis. Para que se torna visível o animal precisa vomitar ou ter diarreia, ou seja, quanto mais toxinas ingeridas maior será o quadro clínico apresentado.
 Uma mesma micotoxina em um frango gera um sintoma e em um cavalo gere outro sintoma, ou seja, nem toda a micotoxina gera sintomas iguais nos animais. Qualquer animal ele é passivo de sofrer intoxicação, porém os animais criados em confinamentos e com restrição alimentar são os mais suscetíveis.
 O animal preso em um ambiente com cimentos não tem como se alimentar com capim e o animal fica vulnerável e acaba comendo apenas o que o ser humano fornece, mas no primeiro momento ele vai rejeitar, mas se só tiver aquilo o animal acaba cedendo e se alimentando com o que tem disponível no momento. Embora qualquer animal seja suscetível as chances do animal criado solto ter é menor, já que ele vai no comedouro e sente o cheiro desagradável acaba optando pelo capim, já os animais presos como um frango ou suíno as chances de sofrer intoxicação é maior visto que necessita de ser alimentado limitando outras fontes de alimentação.
Micotoxicoses em humanos
 O ser humano embora tenha poucas chances ele pode ainda sim se contaminar, os alimentos com maiores chances de ter intoxicação em humano é aveia, granola, café (raro) e principalmente amendoim. Além da toxina que causam lesões na vaca pode ser carregado até o leite e com isso os humanos sofrerem contaminação, isso é difícil de acontecer, mas não é impossível. 
 Se por acaso der grãos contaminados para a galinha se alimentar ela ao ingerir acaba se contaminando e passando para o ovo, quem comeu o ovo acaba se intoxicando, mas em chances menores, já que a quantidade de toxina se torna pequeno no ovo. A própria carcaça também pode contaminar é um risco, mas menor. Dependendo da carne o modo de preparo influencia, altas temperaturas acabam destruindo as micotoxinas já que ela é uma proteína e tem um limites de tolerância a temperatura. 
Principais Micotoxinas de importância veterinária
1-Alfatoxina Aspergillus 
2- Ocrotoxina
 
3- Zearalenona
4-Fumonisina
5-Tricotenos Fusarium
6- DON ou Vomitoxina
 A número 1 e 2 são muito importante e são produzidos por um fungo chamado de aspergillus que é muito comum na natureza e as outras são produzidas por um outro gene de fungos chamado de fusarium, ambos são fungos filamentosos. 
 O que a micotoxina pode causar vai depender do seu tipo e do tipo de animal que foi intoxicado, geralmente as principais formas clínicas que os animais têm micotoxinas são hepatotoxinas, ou seja, causam lesões no fígado. Além disso, podem causar problemas de gastroenterite e vômito, ou seja, problemas gastrointestinais, alguns causam problemas neurológicos com problemas de coordenação motora e desmaios e problemas renais.
 A maioria das micotoxinas causam queda da imunidade e diminuem a capacidade imunológica do animal. 
Fatores que influenciam a toxidade
· Espécie animal
· Idade
· Raça/sexo
· Quantidade ingerida
· Duração da administração do alimento
· Estado de saúde
· Sinergismo e associação de diferentes micotoxinas
 O efeito de uma micotoxinas em uma galinha será mais rápido do que em outros animais justamente por conta do seu tamanho, ou seja, o tamanho do animal e a espécie influenciam na hora de uma contaminação. A idade é um fator relevante e caem no contexto de animais mais jovens e idosos sofrem mais que outros. 
 O estado de saúde tem a ver com a comorbidade, exemplo um cão com hepatite canina o fígado desse animal já está acometido pelo vírus e ao se contaminar com uma micotoxicose a doença vai se desenvolver de forma mais grave. Existe uma micotoxina que mimetiza o estrogênio e na fêmea causa um sintoma e no macho causa outro, ou seja, em relação ao sexo tem a ver com a parte hormonal. 
 O sinergismo é quando a micotoxina age com a potencialização da outra. 
Principais Micotoxinas – ação
Aflatoxina: Lesões hepáticas, efeitos teratogênicos
Ocrotoxina: Lesões renais
Zearalenona: Mimetiza estrogênio
Fumonisina: Equinos – leucoencefalomalácia,Suínos – trato respiratório
Tricolenos: Hemorragia no trato digestivo, afeta a medula
Vomitoxina: queda da produção leiteira, vômito em suínos
Todas: Imunossupressão e redução de peso - queda da produção
 As micotoxinas de importância veterinária são essas seis e a suas principais ações são
Aflatoxina: causas problemas no fígado, inclusive efeito teratogênico que é o câncer, ou seja, a aflatoxina pode causar um câncer hepático. Quando o animal ingerir a aflatoxina em excesso pode acabar gerando um câncer hepático, o mesmo vale para um ser humano. 
Ocratoxina: causa uma lesão a nível renal, ou seja, insuficiência renal. 
Zearalenona: Reage com receptores de estrogênio presente no corpo dos animais, esse hormônio é o mensageiro químico e as células têm vários receptores, existe receptores de estrogênio que quando encontram as células elas se interagem desencadeando uma resposta. A Zearalenona reage com os receptores de estrogênio e faz a mimetização do seu efeito no animal. Nas fêmeas ela causa um falso cio que faz com que elas fiquem coma vagina úmida, aceita a monta do macho, mas não faz a ovulação, ou seja, um falso cio. Já nos machos ele perde a libido começa a acumular gordura (é ruim em casos de animais de produção)
Fumonisina: é uma toxina que causa duas coisas diferente, nos equinos causa a leucoencefalomalácia que é chamado de doença do milho mofado, já nos suínos ela causa insuficiência respiratória, tosse, falta de ar. 
Tricotenos: causa lesão na medula óssea principalmente provocando perda de plaquetas no tudo digestório, ocasionando hemorragia, ou seja, o animal vomita sangue, tem diarreia hemorrágica.
Vomitoxina: o seu principal efeito é o vômito e causa redução na produção de leite em caso de vaca leiteiras. 
Legislação 
 O máximo de aflatoxina (AFM1) em leite é de 0,050 micrograma/kg de leite, nas indústrias de laticínio em geral fazem amostragem bioquímica para saber a quantidade de micotoxinas no produto e isso é para reduzir as chances de humano ingerir. Em relação a alimentos com intuito de alimentação dos animais existe duas legislações que no caso de matéria prima (milho, soja, sorgo, trigo) tem limites e alimentos compostos (ração, misturas, farelos). A Ocratoxina, Zearalenona, Fumonisina, tem regras na questão da composição do alimento. 
 De todas as micotoxinas a Aflatoxinas é a de maior importância existe no regulamento de 2003 como deve ser feita a análise dessa toxina, já que a detecção de micotoxinas em alimentos é complicado. 
 O milho é um dos alimentos mais passivos de mofa.
Medidas Profiláticas
· Colheita do alimento: sem fungos
· Prevenção no Silo: condições favoráveis
· Contaminação da ração: armazenamento
· Rações velhas: tempo para desenvolvimento
· Exposição dos grãos e rações: umidade e ao fungo
 Para se evitar esse tipo de problema deve ser colhido alimentos sem fungos e neste caso pode ser feito com agrotóxicos nas lavouras, já que um dos objetivos deles é impedir a ação das micotoxinas. Os silos devem ter condições favoráveis para o armazenamento de grãos e hoje em dia existe alguns que controlam umidade, temperatura, os silos se tornam uma grande fonte de contaminação justamente por armazenar os grãos em muitos anos.
 O armazenamento da ração deve ser importante e ter uma atenção maior principalmente na questão de armazenamento (contato com água e exposição). Rações velhas e vencidas significa que o fungo teve mais tempo para se desenvolver e as suas chances de conter micotoxinas é maior.