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Doenças sistêmicas odontologia UFRGS

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Módulo 02
Abordagens em 
Pacientes com 
Comprometimento 
Sistêmico
2
2
SUMÁRIO
DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES ............................................ 04
HIPERTENSÃO .................................................................................................... 04
DISRITMIAS .......................................................................................................... 06
ANGINA PECTORIS ............................................................................................. 07
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (CARDIOMIOPATIA 
HIPERTRÓFICA) ................................................................................................... 09
INFARTO DO MIOCÁRDIO .............................................................................. 10
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ........................................................ 11
DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS ........................................................... 13
DIABETES MELITO .............................................................................................. 13
HIPERTIREOIDISMO ......................................................................................... 15
INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL ................................................................... 16
DISTÚRBIOS PULMONARES .......................................................... 17
ASMA ..................................................................................................................... 17
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) ............................. 19
DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS .................................................. 21
COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS ................................................................... 21
TERAPÊUTICA ANTICOAGULANTE ................................................................. 24
DISTÚRBIOS RENAIS E HEPÁTICOS ............................................ 28
INSUFICIÊNCIA RENAL ...................................................................................... 28
DISTÚRBIOS HEPÁTICOS .................................................................................. 29
PACIENTES TRANSPLANTADOS ...................................................................... 30
3
PACIENTES ONCOLÓGICOS OU QUE FAZEM USO DE 
MEDICAMENTOS ANTIRREABSORTIVOS ..................................31
RADIOTERAPIA ................................................................................................... 31
QUIMIOTERAPIA ................................................................................................ 32
PACIENTES QUE FAZEM USO DE MEDICAÇÕES 
ANTIRREABSORTIVAS QUE PODEM INDUZIR OSTEONECROSE ............. 38
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO ................................................................ 41
GESTAÇÃO ........................................................................................................... 41
LACTAÇÃO ........................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 45
EQUIPE RESPONSÁVEL ................................................................... 47
4
DISTÚRBIOS CARDIOVASCULARES
HIPERTENSÃO
A hipertensão leve/estágio 1 (pressão arterial sistólica ↓160 mmHg ou diastólica 
↓100 mmHg – paciente ASA II) geralmente não limita a realização da cirurgia 
bucal, tanto eletiva quanto de urgência. O manejo deste paciente inclui o uso de 
um protocolo de redução de ansiedade e o monitoramento dos sinais vitais.
1) Aferir a PA antes de iniciar o procedimento; 
2) Aferir novamente 5 minutos após a injeção anestésica 
(que não poderá ultrapassar a dose de 0,04 mg de 
adrenalina/consulta)*;
3) Se não houver alteração da PA, poderemos dar 
continuidade ao procedimento.
* 4,4 tubetes com adrenalina 1:200.000 ou
2,2 tubetes com adrenalina 1:100.000 ou
1 tubete com adrenalina 1:50.000
No caso de pacientes com hipertensão moderada/estágio 2 (pressão arterial 
sistólica ↓180 mmHg ou diastólica ↓110 mmHg – paciente ASA III), a cirurgia 
eletiva (como, por exemplo, remoção cirúrgica de terceiro molar) só deverá 
ser realizada após consulta com médico de referência. Assim, o controle da 
pressão arterial pode ser feito e o paciente classificado como ASA III poderá 
ser classificado como ASA II. Nos casos de cirurgia de urgência (por exemplo, 
extração dentária por dor), a cirurgia poderá ser realizada, mas com maior cautela, 
seguindo o monitoramento descrito no quadro acima e o protocolo de controle 
de ansiedade1.
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A cirurgia bucal eletiva em pacientes com hipertensão grave/estágio 3 (pressão 
arterial sistólica ↑180 mmHg e diastólica ↑110 mmHg) deve ser adiada até que 
a pressão esteja controlada. Uma cirurgia bucal de emergência em pacientes 
hipertensos graves deve ser realizada em um ambiente muito bem controlado ou 
em um hospital, para permitir que o paciente seja cuidadosamente monitorado 
durante a intervenção.
1 O QUE É UM PROTOCOLO DE REDUÇÃO DE ANSIEDADE? 
Série de ações que propicie acolhimento ao paciente. Um ambiente tranquilo, 
onde o paciente se sinta à vontade, uma conversa calma e esclarecedora, anestesia 
local realizada de forma cautelosa e criação de vínculo com o paciente são alguns 
dos exemplos.
Em casos extremos, pode-se fazer o uso de medicações ansiolíticas (ex: midazolam 
e diazepam).
Em casos de pacientes com hipertensão leve/estágio 1 ou moderada/
estágio 2, muitas vezes, não há contraindicação do uso de vasoconstritores 
e sim, indicação de redução de vasoconstritor e realização de protocolo de 
redução de ansiedade.
POR QUÊ? A liberação de adrenalina endógena do paciente causada pela 
ansiedade e pela sensação de dor é extremamente danosa nestes casos e muito 
mais prejudicial para o paciente que a utilização reduzida de vasoconstritor. 
Utilizar a dose de 0,04 mg de adrenalina/consulta é seguro e permite analgesia 
adequada para que o paciente não libere quantidades elevadas de adrenalina 
endógena.
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DISRITMIAS
A disritmia é qualquer alteração do ritmo cardíaco e/ou da 
frequência cardíaca. Pacientes que são propensos a sofrerem 
ou sofrem de disritmias cardíacas geralmente possuem história 
de doença cardíaca isquêmica e necessitam de modificações no 
protocolo de tratamento odontológico. 
Limitar a dose de adrenalina por consulta a 0,04mg é uma das medidas (4,4 
tubetes com adrenalina 1:200.000 ou 2,2 tubetes com adrenalina 1:100.000 ou 
1 tubete com adrenalina 1:50.000). Além disso, esses pacientes podem fazer uso 
de anticoagulantes ou serem portadores de um marcapasso cardíaco permanente. 
Os marcapassos não são contraindicações para a cirurgia bucal e 
não existem evidências que demonstrem a necessidade de profilaxia 
antibiótica em pacientes portadores de marcapasso. Equipamentos 
elétricos, como bisturi elétrico ou os que emanam micro-ondas, 
não devem ser utilizados próximos do paciente ou devem ser 
reprogramados previamente.
Assim como outros pacientes sistemicamente comprometidos, os sinais vitais 
desse paciente devem ser monitorados cuidadosamente. 
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7
ANGINA PECTORIS
A angina é uma dor causada pela obstrução do suprimento arterial para o coração. 
Esta obstrução leva a uma discrepância entre a demanda de oxigênio requisitada 
pelo coração e a capacidade das artérias coronárias em supri-la.
 
A maior demanda de oxigênio pelo coração pode estar aumentada, por 
exemplo, por exercício, ansiedade ou durante a digestão de uma grande 
refeição.
Figura 1 - Paciente com angina pectoris (artéria obstruída x normal).
Fonte: Wake Forest (2020).
O cirurgião-dentista tem a responsabilidade de utilizar todas as medidas 
preventivasdisponíveis ao tratar o paciente que possui história de angina, de forma 
a reduzir a possibilidade de que um procedimento cirúrgico que desencadeie um 
episódio de angina:
 9 Obter uma cuidadosa história sobre a angina do paciente (saber a frequência, 
a duração e a gravidade da angina, a resposta aos medicamentos ou atividade 
diminuída e quais episódios que já causaram angina ao paciente).
 9 O médico do paciente deve ser consultado.
Artéria obstruída que poderá causar angina
Artéria normal
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8
 9 Se a angina ocorre somente durante exercícios moderados a intensos e 
responder facilmente às medicações, os procedimentos cirúrgicos bucais podem 
ser realizados.
 9 Entretanto, se o episódio de angina ocorrer durante exercícios mínimos, 
se várias doses de medicações orais são necessárias para aliviar o desconforto 
torácico ou se o paciente possui angina instável (que se manifesta em repouso ou 
piora significativa), a cirurgia eletiva deve ser adiada até que uma consulta médica 
seja realizada.
 9 Ter disponível, no consultório ou na unidade de saúde, medicamentos 
para alívio dos sintomas de angina como: dinitrato de isossorbida ou spray de 
nitroglicerina.
Quadro 1 - Protocolo de atendimento para paciente com história de 
angina.
1. Consultar o médico do paciente.
2. Usar protocolo de redução de ansiedade.
3. Ter comprimidos (dinitrato de isossorbida) ou spray (nitroglicerina) disponíveis.
4. Não atender o paciente após uma grande refeição (como o almoço, por 
exemplo).
5. Assegurar uma anestesia local efetiva antes de iniciar a cirurgia e limitar a 
quantidade de adrenalina (máximo de 0,04 mg*). O paciente não poderá sentir 
dor, pois isto poderá desencadear um episódio de angina.
6. Monitorar rigorosamente os sinais vitais.
7. Manter contato verbal com o paciente durante todo o procedimento.
* 4,4 tubetes com adrenalina 1:200.000 ou 2,2 tubetes com adrenalina 1:100.000 ou 1 tubete 
com adrenalina 1:50.000.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
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INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA (CARDIOMIOPATIA 
HIPERTRÓFICA)
A insuficiência cardíaca congestiva ocorre quando o miocárdio doente se torna 
incapaz de corresponder ao débito cardíaco exigido pelo corpo ou quando uma 
demanda excessiva é exigida do miocárdio normal.
Os sintomas da insuficiência cardíaca congestiva incluem ortopneia (distúrbio 
respiratório que causa encurtamento da respiração quando o paciente está em 
posição supina), dispneia noturna paroxística (dificuldade respiratória 1 ou 2 horas 
após assumir a posição supina) e edema nos tornozelos. 
Pacientes com insuficiência cardíaca congestiva compensada por dieta e 
tratamento medicamentoso podem realizar cirurgia bucal ambulatorial com 
segurança. Um protocolo redutor de ansiedade e suplementação com oxigênio 
são úteis. Os pacientes com ortopneia não devem ser colocados na posição 
supina durante qualquer procedimento. 
A cirurgia para pacientes com cardiomiopatia hipertrófica não compensada 
deve ser adiada até que a compensação seja alcançada ou que os procedimentos 
possam ser realizados em ambiente hospitalar. 
Quadro 2 - Protocolo de atendimento para paciente com insuficiência 
cardíaca congestiva (cardiomiopatia hipertrófica).
1. Adiar o tratamento odontológico até que a função cardíaca tenha melhorado 
e o médico acredite que o tratamento seja possível.
2. Conferir quais as medicações que o paciente utiliza.
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade.
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4. Evitar a posição supina.
5. Limitar a dose de adrenalina a 0,04mg/consulta*.
* 4,4 tubetes com adrenalina 1:200.000 ou 2,2 tubetes com adrenalina 1:100.000 ou 1 tubete 
com adrenalina 1:50.000.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
INFARTO DO MIOCÁRDIO
A abordagem cirúrgica de um paciente que teve um infarto inicia-se com uma 
consulta ao médico do paciente. Geralmente, recomenda-se que os procedimentos 
cirúrgicos eletivos sejam adiados até pelo menos 6 meses após o infarto. 
O risco de ocorrer um novo infarto diminui ao máximo por cerca 
de 6 meses, especialmente se o paciente estiver realizando um 
acompanhamento adequado.
Após 6 meses do infarto do miocárdio, o tratamento do paciente é semelhante ao 
de um paciente com angina. 
Quadro 3 - Protocolo de atendimento para paciente com história de 
infarto do miocárdio.
1. Consultar o médico do paciente.
2. Conferir quais medicações que o paciente utiliza, especialmente 
anticoagulantes.
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade.
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4. Ter comprimidos (dinitrato de isossorbida) ou spray (nitroglicerina) disponíveis.
5. Assegurar uma anestesia local efetiva antes de iniciar a cirurgia e limitar a 
quantidade de adrenalina (máximo de 0,04 mg*).
6. Monitorar rigorosamente os sinais vitais.
7. Manter contato verbal com o paciente durante todo o procedimento.
* 4,4 tubetes com adrenalina 1:200.000 ou 2,2 tubetes com adrenalina 1:100.000 ou 1 tubete 
com adrenalina 1:50.000.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)
Pacientes que sofreram um acidente vascular cerebral são sempre suscetíveis 
a novos acidentes neurovasculares. Assim como no infarto do miocárdio, a 
realização de anestesia local e procedimento cirúrgico oral menor em um paciente 
que teve AVC inicia-se com uma consulta ao médico do paciente. Geralmente, 
recomenda-se que os procedimentos cirúrgicos eletivos maiores sejam adiados 
até pelo menos 6 meses após o AVC.
Quadro 4 - Protocolo de atendimento para paciente com história de AVC.
1. Consultar o médico do paciente.
2. Conferir quais as medicações que o paciente utiliza.
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade.
4. Assegurar uma anestesia local efetiva antes de iniciar a cirurgia.
5. Monitorar rigorosamente os sinais vitais.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
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Quadro 5 - Sinais e sintomas de um AVC.
 COMO IDENTIFICAR UM AVC?
Os principais sinais de alerta para qualquer tipo de AVC são:
- Fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna, especialmente em 
um lado do corpo.
- Confusão mental.
- Alteração da fala ou compreensão.
- Alteração na visão (em um ou ambos os olhos).
- Alteração do equilíbrio, coordenação, tontura ou alteração no andar.
- Dor de cabeça súbita, intensa, sem causa aparente.
COMO AGIR?
S orriso – observar se a boca está torta
A braço – pedir para levantar o braço e notar dificuldade de realizar o movimento
M ensagem – atentar para alterações de fala e de compreensão
U rgente – ligar para 192 (SAMU – serviço de atendimento médico de urgência)
Fonte: Elaborado pelos autores.
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DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS
DIABETES MELITO
O diabetes é causado pela subprodução de insulina ou pela resistência dos 
receptores de insulina. O diabetes é dividido em diabetes insulino-dependente 
(tipo 1) e diabetes não-insulino-dependente (tipo 2). 
Os procedimentos cirúrgicos devem ser realizados no início do dia, utilizando-
se um programa de redução de ansiedade. O paciente deve ser instruído a fazer 
uma refeição normal e a fazer uso normal de suas medicações. Além disso, é 
extremamente importante realizarmos ou solicitarmos a aferição de glicose do 
paciente antes de qualquer intervenção cirúrgica, pois a descompensação irá 
contraindicar o procedimento.
Figura 2 - Glicosímetro (aparelho para monitoramento de níveis de glicose 
sanguínea).
 
Fonte: PxHere (2017).
Ainda, anestésicos com adrenalina devem ser evitados, mesmo em pacientes com 
a doença compensada. A adrenalina provoca a quebra de glicogênio em glicose, 
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podendo resultar em hiperglicemia. Por isso, tende-se a escolher a prilocaína com 
felipressina ou mepicavaína sem vasoconstritor.
As pessoas com diabetes bem controlado não são mais suscetíveis a infecções 
do que as pessoas que não têm diabetes, mas elas têm maior dificuldade de 
conter as infecções. A dificuldade em controlar infecçõesé mais significativa nas 
pessoas com diabetes não controlado. Portanto, uma cirurgia bucal eletiva deve 
ser adiada em pacientes com diabetes não controlado até que essa alteração 
esteja corrigida. 
Quadro 6 – Protocolo de atendimento para paciente com diabetes.
1. Adiar a cirurgia até que o diabetes esteja controlado e consultar o médico do 
paciente anteriormente a qualquer procedimento.
2. Agendar uma consulta de manhã e evitar consultas longas.
3. Usar um protocolo de redução de ansiedade.
4. Monitorar sinais vitais e sinais de hipoglicemia antes, durante e após a 
cirurgia.
5. Manter a comunicação verbal com o paciente durante a cirurgia.
6. Orientar o paciente a tomar o seu desjejum normal antes da cirurgia e tomar 
a dose usual de insulina.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
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HIPERTIREOIDISMO
 Os pacientes com doença na glândula tireoide tratada podem submeter-se 
a cirurgia bucal com segurança. Entretanto, pacientes com evidência clínica de 
hipertireoidismo ou com hipertireoidismo não tratado possuem contraindicação 
no uso de adrenalina.
SINAIS CLÍNICOS INICIAIS DE HIPERTIREOIDISMO: cabelos finos e 
quebradiços, hiperpigmentação cutânea, sudorese excessiva, taquicardia, 
palpitação, perda de peso, instabilidade emocional, exoftalmia (globo ocular 
saliente) e edema na região na tireóide.
Figura 3. Comparação entre distúrbios da tireóide.
HIPOTIREOIDISMO HIPERTIREODISMO
Cabelo seco
Irritabilidade
Cansaço
Pele seca e áspera
Perda de peso
Olhos salientes
Suores
Pescoço inchado
Fonte: Adaptado de Salutem (2018).
Quadro 7 - Protocolo de atendimento do paciente com hipertireoidismo.
1. Adiar a cirurgia até que a disfunção da glândula tireoide esteja controlada.
2. Monitorar os sinais vitais.
3. Limitar a quantidade de epinefrina utilizada.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
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INSUFICIÊNCIA SUPRARRENAL
As doenças do córtex suprarrenal podem causar insuficiência suprarrenal. 
Os sintomas da insuficiência suprarrenal primária incluem fraqueza, perda de 
peso, fadiga e hiperpigmentação cutânea e das mucosas.
No entanto, a causa mais comum de insuficiência suprarrenal é a administração 
crônica de corticosteroides (insuficiência suprarrenal secundária). Muitas vezes, 
os pacientes que ingerem corticosteroides regularmente apresentam “faces em 
forma de lua”, “giba de búfalo” e uma pele fina e translúcida. A sua incapacidade 
de aumentar os níveis de corticoide endógeno em resposta ao estresse fisiológico 
pode fazer com que se tornem hipotensos, sujeitos à síncope, nauseados e febris 
durante a cirurgia bucal prolongada. O médico do paciente deve ser consultado 
em relação à necessidade de uma suplementação com esteroides. Em geral, 
os procedimentos menos invasivos necessitam somente de um protocolo 
de redução de ansiedade. Dessa forma, os esteroides suplementares não são 
necessários para a maioria dos procedimentos odontológicos.
Luane Sena
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DISTÚRBIOS PULMONARES
ASMA
A asma se caracteriza por episódios de estreitamento das vias aéreas menores, o 
que produz sibilo (ruído característico da asma, semelhante a um assobio agudo) 
e dispneia (dificuldade de respirar caracterizada por respiração rápida e curta) a 
partir da estimulação emocional, imunológica, infecciosa e química. 
Os pacientes com asma devem ser questionados em relação aos fatores 
desencadeantes, frequência e gravidade dos ataques, medicações utilizadas e a 
resposta aos medicamentos. 
A cirurgia bucal eletiva deve ser adiada se uma infecção do trato respiratório ou 
sibilo estiverem presentes. 
Quando a cirurgia for realizada, um protocolo de redução de ansiedade deve ser 
seguido, pois a ansiedade poderá ser o ponto gatilho para o início de uma crise de 
asma. Se o paciente fizer uso de esteroides, devemos encaminhar o paciente para 
uma consulta com seu médico de referência para que o mesmo possa avaliar uma 
possível suplementação com corticosteroides durante o período transoperatório. 
A bomba de inalação pessoal do paciente deve estar disponível durante a cirurgia 
e fármacos como epinefrina injetável devem constar em um kit para emergências 
do consultório ou unidade de saúde. 
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Figura 4 – Bomba de inalação para asma.
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
O uso de AINES (anti-inflamatórios não esteroidais) deve ser evitado porque 
frequentemente eles precipitam ataque de asma em indivíduos sensíveis.
Quadro 8 - Protocolo de atendimento para paciente asmático.
1. Adiar o tratamento odontológico até que asma esteja bem controlada e o 
paciente não tenha sinais de infecção no trato respiratório.
2. Auscultar o tórax bilateralmente com estetoscópio para detectar ruídos.
3. Se o paciente faz ou fez uso crônico de costicosteróides, entrar em contato 
com o médico de referência para ver a necessidade de realizar profilaxia 
antibiótica.
4. Usar protocolo de redução de ansiedade.
6. Manter um inalador com broncodilatador facilmente acessível.
7. Evitar o uso de fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais em pacientes 
suscetíveis.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
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DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)
A DPOC é a obstrução da passagem do ar pelos pulmões e geralmente é causada 
por uma exposição de longo prazo a irritantes pulmonares, como por exemplo a 
fumaça do cigarro. 
Estes pacientes frequentemente se tornam dispneicos durante exercícios leves a 
moderados, possuem tosse crônica e podem emitir ruídos durante a respiração.
Quando pacientes com DPOC que fazem uso de corticosteroides precisam de 
tratamento odontológico, o cirurgião-dentista deve entrar em contato com o 
médico de referência do paciente e considerar o uso de suplementação adicional 
antes de uma cirurgia bucal. Sedativos, hipnóticos e narcóticos que deprimem a 
respiração devem ser evitados. 
Os pacientes podem precisar ser mantidos sentados em uma posição ereta na 
cadeira odontológica para serem capazes de lidar com a secreção pulmonar 
comumente abundante. Por fim, não se deve utilizar suplementação com 
oxigênio em pacientes com DPOC grave durante a cirurgia, a menos que o médico 
recomende. 
Quadro 9 - Protocolo de atendimento para pacientes com doença 
pulmonar obstrutiva crônica.
1. Adiar o tratamento até que a função pulmonar tenha melhorado.
2. Usar um protocolo de redução de ansiedade, mas evitar o uso de depressores 
respiratórios (ex: diazepam).
3. Se o paciente faz uso crônico de corticosteróides, tratá-lo como se fosse um 
paciente com insuficiência suprarrenal (descrito nos distúrbios endócrinos).
Luane Sena
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4. Evitar colocar o paciente na posição supina até se certificar que ele possa 
tolerá-la.
5. Manter um inalador com broncodilatador em local acessível.
6. Monitorar de perto as frequências respiratória e cardíaca.
7. Agendar o paciente para o período da tarde para permitir a eliminação de 
secreções.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
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DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS
COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS
Os pacientes com distúrbios sanguíneos hereditários geralmente estão cientes 
do seu problema, permitindo ao clínico tomar as precauções necessárias 
antes de qualquer procedimento cirúrgico. No entanto, em muitos pacientes o 
sangramento prolongado após a extração dentária pode ser a primeira evidência 
de que existe um distúrbio sanguíneo. A história de epistaxe (sangramento nasal), 
formação fácil de hematomas, sangramento menstrual intenso e sangramento 
espontâneo devem alertar o cirurgião-dentista para a possibilidade de realização 
de uma investigação laboratorial da coagulação antes da cirurgia. 
Quantos aos exames de sangue que devemos estar atentos, temos:
- Tempo de protrombina (avalia a via extrínseca da coagulação, determinando a 
tendência de coagulação do sangue).
- Tempo de tromboplastina parcial (avalia a eficiência da via intrínseca para 
formação do coágulo de fibrina).
- INR (relação entre o tempo de protrombina do pacientee um valor padrão deste 
tempo).
VALORES DE REFERÊNCIA
Tempo de protrombina (TP): 10 e 14 segundos
Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa): 25 a 34 segundos
INR: 1
22
Se houver suspeita de uma coagulopatia, o médico de referência do paciente 
ou um médico-hematologista deve ser consultado para que seja realizado o 
diagnóstico e tratamento adequado. 
O tratamento de pacientes com coagulopatias que necessitam de cirurgia bucal 
depende da natureza do problema hematológico:
- DEFICIÊNCIAS DE FATORES ESPECÍFICOS (HEMOFILIA A, B OU C OU 
DOENÇA DE VON WILLEBRAND): geralmente são tratadas com a administração 
perioperatória de um fator de reposição e pelo uso de agentes antifibrinolíticos 
(condutas definidas pelo médico do paciente). 
- DEFICIÊNCIA PLAQUETÁRIA QUANTITATIVA: pode ser um problema cíclico 
e o médico irá orientar quanto ao tempo adequado para a cirurgia eletiva. Os 
pacientes com contagem baixa de plaquetas crônica podem precisar de transfusões. 
Nestes casos, a anestesia local deve ser administrada por infiltração local, em vez 
de bloqueio regional, para diminuir a possibilidade de lesão a grandes vasos, o 
que pode levar a um sangramento prolongado após a injeção e à formação de 
hematoma. 
DICA: considerar o uso de substâncias tópicas promotoras da coagulação 
nas feridas bucais (como gelatinas e selantes de fibrina ou trombina, cera 
para osso, esponja hemostática).
Além disso, o cirurgião-dentista deverá orientar cautelosamente as 
orientações pós-operatórias, para evitar o deslocamento do coágulo 
sanguíneo e o início de um processo hemorrágico.
23
Quadro 10 - Protocolo de atendimento para paciente com coagulopatia.
1. Adiar a cirurgia até que o médico seja consultado.
2. Obter testes de coagulação (tempo de protrombina, tempo de tromboplastina 
parcial, INR e contagem de plaquetas).
3. Entrar em contato com o médico de referência, principalmente para que ele 
atue conjuntamente nos casos onde há necessidade de transfusão plaquetária 
ou reposição de fator.
4. Utilizar substâncias coagulantes tópicas, suturas em massa e curativos 
compressivos (como a compressão pós-operatória com gaze).
5. Monitorar a ferida por 2 horas para assegurar que um bom coágulo inicial se 
formou.
6. Instruir o paciente sobre como prevenir o deslocamento do coágulo (não 
realizar exercícios físicos, não se expor ao calor e ao sol, realizar repouso 
absoluto por 48 horas, realizar alimentação líquida/pastosa nos primeiros dias 
pós-operatórios e aplicação de gelo nas primeiras 24 horas).
7. Orientar o paciente sobre o que fazer se o sangramento recomeçar (que será 
descrito de forma detalhada no módulo 10).
8. Evitar a prescrição de fármacos anti-inflamatórios, pois irão retardar o 
processo de cicatrização, tão necessário nestes pacientes.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
24
TERAPÊUTICA ANTICOAGULANTE
Estes fármacos podem ser utilizados por pacientes com necessidade anticoagulação, 
por pacientes que realizam hemodiálise ou podem ser administrados por outro 
motivo e gerarem efeitos anticoagulantes de forma secundária (como é comum 
nos casos de uso do ácido acetilsalicílico). 
Fármacos como o ácido acetilsalicílico (AAS), geralmente, não necessitam ser 
interrompidos. 
Pacientes que fazem uso de heparina normalmente têm sua cirurgia adiada até 
que a heparina circulante esteja inativa (6 horas se a heparina for de administração 
intravenosa e 24 horas se a heparina for de administração subcutânea). O sulfato 
de protamina, que reverte os efeitos da heparina, também pode ser utilizado se 
houver a necessidade da realização de uma cirurgia bucal de emergência que não 
pode esperar até que a heparina seja naturalmente inativada. 
Os pacientes que fazem uso de varfarina deverão ter um estreita relação entre o 
médico e o cirurgião-dentista. Normalmente, a conduta é a interrupção do uso de 
varfarina de 2 a 5 dias antes da cirurgia planejada. Mas isto deverá ser definido 
pelo médico do paciente. Ainda, na manhã da cirurgia, o valor do INR deve ser 
conferido:
- Se o INR estiver entre 0 e 3, a cirurgia bucal pode ser realizada. 
- Se o INR estiver maior que 3, a cirurgia deve ser adiada até que se aproxime de 3.
Além disso, devem ser colocadas substâncias trombogênicas na ferida cirúrgica 
e o paciente deve ser bem orientado quanto ao período pós-operatório. O 
25
tratamento com varfarina pode ser reiniciado um dia após a cirurgia, dependendo 
do trauma cirúrgico e da pactuação com o médico do paciente.
Quadro 11 - Protocolo de atendimento para pacientes que fazem uso de 
AAS ou outro fármaco inibidor plaquetário.
1. Consultar médico do paciente para verificar se há necessidade de interromper 
o uso.
2. Se indicado, adiar a cirurgia até que os fármacos inibidores plaquetários 
tenham sido interrompidos.
3. Tomar medidas extras, durante e após a cirurgia, para auxiliar a formação do 
coágulo e sua retenção (descritas no Quadro 14).
4. Reiniciar a terapia medicamentosa no dia seguinte à cirurgia se o paciente 
não apresentar nenhum sangramento.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
Quadro 12 - Protocolo de atendimento para pacientes que fazem uso de 
heparina.
1. Consultar o médico do paciente para determinar a segurança da interrupção 
da heparina pelo período perioperatório.
2. Se o INR estiver ↓ que 3,0, agendar procedimento e passar para o passo 5. 
Se o INR estiver ↑ que 3,0, passar para o passo 3.
3. Interromper o uso da heparina de acordo com a recomendação médica. 
A cirurgia poderá ser realizada após pelo menos 6 horas de interrupção da 
medicação.
4. Conferir o INR e realizar a cirurgia quando o mesmo estiver ↓3,0.
26
5. Tomar precauções extras, durante e após a cirurgia, para auxiliar a formação 
do coágulo e sua retenção (descritas no Quadro 14).
6. Reiniciar o uso de heparina assim que um bom coágulo tenha se formado.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
Quadro 13 - Protocolo de atendimento para pacientes que fazem uso de 
varfarina.
1. Consultar o médico do paciente.
2. Solicitar exame INR.
3. Se o INR estiver ↓ que 3,0, agendar procedimento e passar para o passo 6.
Se o INR estiver ↑ que 3,0, passar para o passo 4.
4. Interromper o uso da varfarina de acordo com a recomendação médica.
5. Conferir o INR diariamente e realizar a cirurgia no dia em que o INR estiver 
↓3,0.
6. Tomar precauções extras, durante e após a cirurgia, para auxiliar a formação 
do coágulo e sua retenção (descritas no Quadro 14).
7. Reiniciar a varfarina no dia da cirurgia.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
Se o médico do paciente achar que não é seguro permitir que o INR diminua, o 
paciente deve ser hospitalizado para realizar a “ponte de heparina” (conversão da 
anticoagulação com varfarina para heparina).
27
Quadro 14 - Recomendações de abordagens frente a pacientes com 
distúrbios hematológicos.
ATENÇÃO!
Em todos os casos que envolvem pacientes com distúrbios hematológicos, 
devemos ter a seguinte atuação durante o procedimento cirúrgico:
- Realizar suturas em massa (aplicar uma maior quantidade pontos de sutura 
para melhor estabilização do coágulo).
- Aplicar curativos compressivos (como a compressão pós-operatória com 
gaze).
- Ter disponível substâncias coagulantes tópicas (como esponjas hemostáticas, 
cera para osso, gelatinas e selantes de fibrina ou trombina).
- Monitorar a ferida por 2 horas para assegurar a formação inicial do coágulo.
- Instruir o paciente sobre como prevenir o deslocamento do coágulo (não 
realizar exercícios físicos, não se expor ao calor e ao sol, realizar repouso 
absoluto por 48 horas, realizar alimentação líquida/pastosa nos primeiros dias 
pós-operatórios e aplicação de gelo nas primeiras 24 horas).
Fonte: Elaborado pelos autores.
28
DISTÚRBIOS RENAIS E HEPÁTICOS
INSUFICIÊNCIA RENAL
Os pacientes com insuficiência renal necessitam de diálise renal periódica. 
As cirurgias odontológicas eletivas devem ser realizadas no dia posterior à 
diálise e em combinação com o médico de referência. Isso permite que aheparina 
(anticoagulante) usada durante a diálise seja metabolizada. Além disso, o médico 
poderá solicitar antibioticoterapia profilática.
Os fármacos nefrotóxicos ou que dependem de metabolização/excreção renal* 
devem ser evitados ou utilizados em doses reduzidas para evitar toxicidade 
sistêmica.
Quadro 15 - Protocolo de atendimento para paciente com insuficiência 
renal e de pacientes que realizam hemodiálise.
1. Atenção ao uso de fármacos*.
2. Adiar o tratamento odontológico até 1 dia após a diálise.
3. Consultar o médico a respeito do uso de profilaxia antibiótica.
4. Monitorar a pressão sanguínea e a frequência cardíaca.
* FÁRMACOS NEFROTÓXICOS: ibuprofeno, AAS, cetoprofeno, diclofenaco, naproxeno, 
omeprazol, penicilinas e cefalosporinas.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
29
DISTÚRBIOS HEPÁTICOS
O paciente com lesões hepáticas graves (resultantes de doenças infecciosas, 
abuso de álcool ou congestão vascular/biliar) necessita de cuidados especiais 
antes da cirurgia odontológica ser realizada. Cada paciente deverá ser avaliado 
de forma particular, visto que a gravidade do distúrbio hepático é variável. Ainda, 
alguns distúrbios hematológicos podem estar associados a estes pacientes e, por 
isso, a solicitação de exames sanguíneos é bastante importante.
Pode haver a necessidade de reduzir a dose ou evitar o uso de fármacos que 
sofram metabolização hepática*. 
Quadro 16 - Protocolo de atendimento do paciente com insuficiência 
hepática.
1. Dialogar com médico de referência e descobrir a causa dos problemas hepáticos.
2. Atenção ao uso de fármacos*.
3. Solicitar exames para investigar distúrbios sanguíneos (contagem de plaquetas, 
tempo de protrombina, tempo de tromboplastina parcial, INR e vitamina K).
4. Evitar situações em que o paciente possa deglutir grandes quantidades de 
sangue.
* FÁRMACOS HEPATOTÓXICOS: nimesulida, amoxicilina associada ao ácido clavulânico, 
eritromicina, diclofenaco e ibuprofeno.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
30
PACIENTES TRANSPLANTADOS
O paciente transplantado geralmente utiliza uma variedade de fármacos 
para preservar a função do tecido transplantado. Esses pacientes recebem 
corticosteroides e podem precisar de corticosteroides suplementares no 
período transoperatório. A maioria desses pacientes também faz uso de agentes 
imunossupressores, que podem fazer com que infecções se tornem mais graves. 
Assim, o uso de antibióticos e hospitalização precoce normalmente são utilizados. 
O médico do paciente deve ser consultado em relação à necessidade da utilização 
de profilaxia antibiótica. 
A ciclosporina A, um fármaco imunossupressor administrado após o transplante 
de órgãos, pode causar hiperplasia gengival. O cirurgião-dentista deve reconhecer 
esse problema para que não atribua erroneamente a hiperplasia gengival somente 
a problemas de higiene. 
Quadro 17 - Protocolo de atendimento para pacientes transplantados.
1. Adiar o tratamento até que o médico do paciente libere; 
2. Evitar o uso de fármacos tóxicos para o órgão transplantado*;
3. Considerar o uso de suplementação com corticosteroides, de acordo com a 
recomendação médica;
4. Estarmos atentos à presença de hiperplasia gengival induzida por ciclosporina A;
5. Considerar o uso profilático de antibióticos, particularmente para pacientes que 
fazem uso de agentes imunossupressores.
* FÁRMACOS NEFROTÓXICOS: ibuprofeno, AAS, cetoprofeno, diclofenaco, naproxeno, 
omeprazol, penicilinas e cefalosporinas.
* FÁRMACOS HEPATOTÓXICOS: nimesulida, amoxicilina associada ao ácido clavulânico, 
eritromicina, diclofenaco e ibuprofeno.
Fonte: Adaptado de Hupp (2015).
31
PACIENTES ONCOLÓGICOS OU QUE 
FAZEM USO DE MEDICAMENTOS 
ANTIRREABSORTIVOS 
 
RADIOTERAPIA 
 
As complicações bucais da radioterapia podem ser classificadas como agudas e 
crônicas. 
Como exemplos de agudas, temos infecções oportunistas (como candidíase 
e herpes) e mucosite. Já nas crônicas, observamos diminuição da atividade 
funcional das glândulas (causando xerostomia e dificuldade de deglutição de 
alimentos), cárie de radiação, osteorradionecrose e trismo.
Figura 5 – Mucosite.
 
Fonte: Albuquerque (2016).
Importante ressaltar que as manifestações bucais da radioterapia ocorrem 
somente nos casos de tratamento envolvendo cabeça e pescoço, quando as 
glândulas salivares e maxilares estão no campo de radiação. Sendo assim, é 
importante entrar em contato com a equipe médica responsável pela radioterapia 
para obter mais informações a respeito de como este tratamento está sendo ou 
foi conduzido.
32
QUIMIOTERAPIA
 Esta modalidade de tratamento poderá ter vários efeitos colaterais. Como 
os medicamentos são administrados na circulação sanguínea, seus efeitos 
são sistêmicos. Dessa forma, as possíveis complicações poderão ser notadas 
independentemente do local do corpo que apresente a origem primária do câncer. 
Como complicações agudas, temos hemorragias, infecções oportunistas (como 
candidíase e herpes), mucosite, xerostomia e perda de paladar. E, como sequelas 
crônicas, osteonecrose associada ao uso de medicamentos antirreabsortivos e 
alterações na odontogênese podem ser citadas.
 
ABORDAGEM DE ATENDIMENTO AO PACIENTE ONCOLÓGICO
 
DICA: Antes de iniciarmos esta etapa e realizarmos qualquer 
tipo de procedimento, devemos lembrar que a equipe médica do 
paciente sempre deverá ser contatada, para melhor discussão e 
planejamento do caso.
Pelas múltiplas complicações que podem acometer a cavidade bucal, 
ANTES DE INICIAR O TRATAMENTO radioterápico e/ou quimioterápico, 
a consulta odontológica preventiva é essencial.
Exame clínico e radiográfico.
Avaliar doença periodontal, doença cárie e mucosas.
Realizar todos tratamentos (exodontias, RAP e RASUB, selamento de 
cavidades e adaptação de próteses para que as mesmas não gerem úlceras 
nas mucosas).
Abordagem preventiva (orientação de higiene oral e aplicação de flúor).
1 
33
As exodontias devem ser realizadas o mais rápido possível (para que a cicatrização 
e o reparo ocorram antes do início da terapia oncológica). Um cuidado especial 
deve ser direcionado ao procedimento, adotando uma técnica cirúrgica o mais 
atraumática possível e buscando o fechamento da ferida em primeira intenção, 
sempre que possível.
O tempo mínimo ideal de intervalo entre a realização de exodontia 
e o início do tratamento oncológico é de 3 semanas. 
Sendo que o reparo ósseo completo só será obtido após 3 meses.
DURANTE A TERAPIA ONCOLÓGICA, devemos realizar avaliação 
odontológica de forma frequente. O controle da higiene bucal, a 
prevenção de infecções oportunistas e o diagnóstico/tratamento precoce 
das sequelas bucais são primordiais na abordagem destes pacientes. 
Além de consultas odontológicas, podemos orientar o paciente a realizar: 
escovação dental com escova macia e pasta suave, bochechos com clorexidina 
aquosa 0,12%, uso de nistatina solução oral (3x/dia) e manutenção de lubrificação 
labial e bucal (beber água frequentemente, mascar chicletes sem açúcar, utilização 
de saliva artificial e utilização de hidratantes labiais como o dexpantenol).
Quadro 18 - Protocolo de atendimento durante terapia oncológica.
Meu paciente está realizando terapia oncológica, mas apresenta 
necessidade de exodontia em caráter de urgência:
COMO DEVO AGIR?
2
34
1) A equipe médica deverá ser contatada para que seja possível definir 
quando realizar a abordagem cirúrgica, ou seja, quando o paciente 
apresentar boa contagem celular (hemograma completo e plaquetas) e 
níveis desejáveis dos exames laboratoriais;
2) Realizar antibioticoterapia profilática;
3) Cuidado impecável com biossegurança durante a abordagem cirúrgica;
4) Evitar a realização de ostectomia;
5) Ao realizar a sutura da ferida, sempre tentar realizar fechamento por 
primeira intenção (união dos bordos cirúrgicos). Se possível, realizar 
sutura com fio mononylon 5-0, para evitar acúmulo de placa bacteriana 
e estimular melhor cicatrização.
6) Dependendo do trauma cirúrgico (ex: realizaçãode ostectomia ou 
odontossecção), realizar antibioticoterapia pós-operatória;
7) Prescrição de bochechos de clorexidina aquosa 0,12% de 12/12 
horas por 14 dias.
Ainda, podemos lançar mão de terapias não invasivas, como:
- Coronectomia/sepultamento de raízes (remoção da coroa dentária + 
endodontia da raiz remanescente)
- Exodontia atraumática com uso de elásticos ortodônticos (técnica 
descrita nos artigos disponíveis em Material Complementar)
Figura 6 - Exodontia atraumática com uso de elásticos ortodônticos.
 
Fonte: Regev et al. (2008) Fonte: Hoefert et al. (2014)
35
Algumas terapias adjuvantes auxiliam de forma significativa a 
cicatrização, reduzindo o risco de complicações. Se disponíveis, elas 
devem ser recomendadas:
- Fotobiomodulação
- Oxigenoterapia hiperbárica
APÓS O TÉRMINO DO TRATAMENTO ONCOLÓGICO, as consultas 
odontológicas deverão ser realizadas a cada 3 meses, pelo menos no 
primeiro ano pós-terapia. Nestes atendimentos, deveremos estar atentos 
ao controle de rotina (o mesmo realizado durante a terapia oncológica) e 
ao diagnóstico e tratamento das complicações tardias. 
- Em muitos casos, observamos o desenvolvimento de cárie de radiação. Para 
isto, poderemos lançar mão de fluoretos e de tratamento restaurador. Para evitar 
que estas lesões evoluam, envolvam a polpa dentária e necessitem de tratamento 
endodôntico ou exodontia, devemos estar atentos às lesões iniciais e realizar o 
tratamento adequado das mesmas.
- Outra complicação bastante comum é o trismo. Neste caso, poderemos 
recomendar a realização de sessões de fisioterapia e exercícios de abertura bucal.
- Por fim, a osteonecrose ou a osteorradionecrose podem ocorrer durante ou 
após a terapia oncológica. Clinicamente, observamos exposição de tecido ósseo 
avascular, podendo ter secreção purulenta associada. Se ela for diagnosticada, 
recomenda-se o encaminhamento a um cirurgião buco-maxilo-facial, para que 
o mesmo possa realizar a abordagem em ambiente hospitalar de referência. 
Alguns dos tratamentos propostos são: irrigação com clorexidina aquosa 0,12%, 
antibioticoterapia, fotobiomodulação, oxigenoterapia hiperbárica (inalação de 
oxigênio puro em uma pressão maior que a pressão atmosférica, dentro de uma 
câmara hermeticamente fechada) e avaliação da necessidade de remoção dos 
sequestros ósseos. 
3
36
Figura 6 - Osteonecrose em mandíbula pós-exodontia.
Fonte: Arquivo dos autores (2020). 
No quadro abaixo, observamos as recomendações caso haja 
necessidade de realização de extrações dentárias após terapia 
oncológica. 
Quadro 19 - Exodontias no período pós-tratamento oncológico.
EXODONTIAS APÓS TRATAMENTO ONCOLÓGICO
 A contraindicação da realização de abordagens cirúrgicas se organiza da 
seguinte forma:
- Pacientes que realizaram radioterapia de cabeça e pescoço: deverão 
aguardar pelo menos 5 anos pós-tratamento oncológico para a realização de 
cirurgias eletivas.
- Paciente que realizaram quimioterapia: deverão aguardar a normalização 
da contagem celular e dos demais exames laboratoriais.
- Paciente que realizaram radioterapia de outra parte do corpo (que não 
37
cabeça e pescoço): deverão aguardar a normalização dos exames laboratoriais, 
mas não terão prejuízo na cicatrização dos tecidos moles e no reparo ósseo.
Caso seja necessário realizar exodontia de algum elemento dentário no período 
anterior ao recomendado, deveremos seguir o protocolo de atendimento para 
paciente em terapia oncológica descrito acima (Quadro 18).
Além disso, antes de realizarmos qualquer intervenção, é extremamente 
importante sabermos que a maior incidência de necrose óssea em paciente 
oncológico ocorre em mandíbula após radioterapia. Portanto, mesmo que 
os 5 anos pós-tratamento já tenham passado, devemos ter ciência da dose 
de radiação utilizada, do tempo da terapia e, principalmente, do campo de 
ação dela.
Exemplo: 
- Caso 1: Paciente realizou 6 sessões de radioterapia em maxila lado direito 
e apresenta necessidade de realizar exodontia de um dente inferior do lado 
esquerdo.
- Caso 2: Paciente realizou 12 sessões de radioterapia em mandíbula lado 
esquerdo e apresenta necessidade de realizar exodontia de um dente inferior 
do lado esquerdo.
O paciente do caso 2 apresenta maior risco de desenvolvimento de 
osteorradionecrose e, por isso, antes de realizarmos qualquer abordagem 
cirúrgica, mesmo que após 5 anos de período pós-terapia e com todos cuidados 
do Quadro 18, o paciente e o profissional devem estar cientes do risco.
Relembrando ainda que as terapias menos invasivas, como coronectomia e 
exodontia atraumática com uso de elásticos ortodônticos, também poderão 
fazer parte do planejamento.
Fonte: Elaborado pelos autores.
38
PACIENTES QUE FAZEM USO DE MEDICAÇÕES ANTIRREABSORTIVAS 
QUE PODEM INDUZIR OSTEONECROSE
As medicações antirreabsortivas que podem induzir osteonecrose (MRONJ) 
são os bisfosfonatos (ex: alendronato, ibandronato, risedronato, pamidronato 
e zolendronato), anticorpos monoclonais (ex: denosumab) e antiangiogênicos 
(ex: bevacizumab). A osteonecrose pode ser originada pela inibição da atividade 
osteoclástica, inflamação/infecção no local e inibição angiogênese.
Quadro 20 - Fatores de risco para o desenvolvimento de osteonecrose.
FATORES 
DE RISCO VARIÁVEIS
MAIOR INCIDÊNCIA
DE OSTEONECROSE
Tipo de 
medicamento
Via oral ou via endovenosa Via endovenosa
Fatores locais Tipo de intervenção
Fator econômico
Condição de saúde bucal
Exodontia 
Mandíbula 
Paciente com doenças 
periodontais
Fatores 
demográficos 
e sistêmico
Sexo 
Condições sistêmicas e 
medicações de uso contínuo
Feminino 
Utilizar outras medicações (ex: 
corticoides) 
Comorbidades associadas (ex: 
anemia, diabetes) 
Tabagismo
Fator genético Genes Gene associado à renovação 
óssea
Fonte: Adaptado de American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons (2014)
39
ESTRATÉGIAS DE MANEJO:
1) Paciente prestes a iniciar tratamento endovenoso (EV) para terapia 
oncológica: minimizar o risco de desenvolver osteonecrose dos maxilares 
induzida por medicamentos (MRONJ), ou seja, realizar a consulta odontológica 
preventiva, onde serão realizados todos tratamentos necessários. 
Assim como já descrito na etapa 1 do tratamento em pacientes oncológicos, se as 
condições sistêmicas permitirem, o início da terapia deve ser retardado até que a 
saúde bucal seja otimizada (no caso de exodontias, esperar 21 dias).
2) Paciente prestes a iniciar tratamento para osteoporose: devem ser informados 
sobre os potenciais riscos do MRONJ, uma vez que a terapêutica antirreabsortiva 
provavelmente excede 4 anos de tratamento. Também deverão realizar consulta 
preventiva e acompanhamento odontológico para que a doença cárie e periodontal 
sejam tratadas em suas fases iniciais.
3) Pacientes sem MRONJ e que fazem a terapia para câncer (medicação 
endovenosa): como citado na etapa 2 da terapia oncológica, os procedimentos de 
extração dentária são contraindicados. Apenas poderão ser realizados em caráter 
de urgência, conforme as recomendações descritas na terapia oncológica. 
A indicação de cessação medicamentosa antes da exodontia/lesão 
óssea para pacientes em TRATAMENTO DE CÂNCER possui dados 
escassos. 
Se a MRONJ se desenvolver, o oncologista pode considerar a 
interrupção da terapia antirreabsortiva até que ocorra o fechamento 
do tecido mole, dependendo do estágio da doença, mas isto deve ser 
definido pelo médico de referência do paciente.
40
4) Pacientes sem MRONJ e que fazem a terapia para osteoporose: também 
possuem risco de desenvolver MRONJ, mas em um grau muito menor do que 
aqueles tratados de forma endovenosa (como os pacientes que fazem terapia 
para câncer). 
Nestes casos, uma opção é a cessação medicamentosa antes 
da exodontia/lesão óssea para pacientes em TRATAMENTO DE 
OSTEOPOROSE: 2 meses antes e 3 meses após o procedimento é uma 
abordagem prudente para os pacientes em risco (história de exposição 
prolongada, ou seja, em uso da medicação há mais de 4 anos).A decisão por esta abordagem de tratamento deverá ser pactuada com 
o médico.
5) Desenvolvimento de MRONJ em pacientes que fazem terapia para câncer 
ou para osteoporose: encaminhamento ao cirurgião buco-maxilo-facial para 
tratamento em hospital de referência.
Por fim, independentemente do tipo de medicação, do tempo e dos demais 
fatores de risco, devemos estar cientes que o atendimento odontológico 
preventivo anteriormente ao início da terapia medicamentosa é sempre a melhor 
recomendação.
Outro ponto importante de ser lembrado é o uso de câmara hiperbárica, a 
ozonioterapia e fotobiomodulação no tratamento destes pacientes. Pelo seu poder 
bactericida e de indução de reparação tecidual, procedimentos cirúrgicos aliados 
a estas terapias têm proporcionado resultados satisfatórios nestes pacientes.
41
GESTAÇÃO E LACTAÇÃO
GESTAÇÃO
A primeira preocupação na realização de um tratamento odontológico em uma 
paciente grávida é a prevenção de lesões ao feto. As duas áreas do tratamento 
cirúrgico oral com potencial para criar danos fetais são: a radiografia odontológica 
e a administração de fármacos.
Figura 7 – Radiografia panorâmica e fármacos.
Fonte: Arquivo dos autores (2020).
A primeira opção é adiar qualquer cirurgia odontológica eletiva para depois do 
parto, evitando assim qualquer risco para o feto. No entanto, se a cirurgia for 
inadiável, alguns cuidados devem ser tomados para diminuir a exposição fetal a 
fatores teratogênicos, como a proteção adequada durante os exames de imagem 
e atentar à lista de medicações contraindicadas (descritas no Quadro 21).
Se possível, evitar abordagens no primeiro e terceiro trimestre de gravidez, ou 
seja, sempre dar preferência ao segundo trimestre. 
Caso opte-se pela realização de algum procedimento, os sinais vitais da paciente 
devem ser monitorados, com particular atenção para qualquer elevação da 
pressão arterial (um possível sinal de pré-eclâmpsia). A paciente pode necessitar 
42
de um posicionamento especial na cadeira odontológica, pois se for colocada 
em uma posição próxima da supina, o conteúdo uterino pode causar compressão, 
comprometendo o retorno venoso para o coração. Interrupções frequentes para 
permitir que a paciente esvazie a bexiga urinária são comumente necessárias 
devido à pressão fetal exercida sobre a bexiga urinária. 
Quando o assunto é anestesia local, temos maior segurança quando utilizamos 
lidocaína associada à epinefrina. Prilocaína e articaína não devem ser usadas, pois 
poderão estimular a metahemoglobinemia. Com relação aos vasoconstritores, 
noradrenalina e felipressina estão contraindicadas, a primeira possui um risco 
de diminuição da irrigação placentária e a segunda apresenta ações ocitócicas 
(aumento das contrações uterinas).
LACTAÇÃO
Neste período pós-parto, a maior 
preocupação no atendimento odontológico 
se dá quanto à medicação utilizada e a 
possibilidade de transmissão ao bebê. 
Na tabela abaixo, é possível observar 
os principais medicamentos utilizados 
para o pós-operatório de procedimentos 
cirúrgicos odontológicos e sua relação com 
o período de gestação e lactação.
Figura 8 - Lactante
Fonte: Arquivo dos autores (2020)
43
Quadro 21 - Fármacos e sua utilização durante a gravidez e a lactação.
MEDICAMENTO FDA GRAVIDEZ LACTAÇÃO
Paracetamol B
Seguro 
Não utilizar doses elevadas 
(risco D)
Compatível
AAS C Não recomendado Uso cauteloso
Dipirona --- Não utilizar no terceiro trimestre (risco D)
Evitar por até 48 
horas após o uso
Ibuprofeno C/D Não utilizar no terceiro trimestre (risco D) Uso cauteloso
Codeína C/D
Não é recomendado por 
uso prolongado Risco de 
depressão respiratória
Uso cauteloso
Morfina C/D
Não é recomendado por 
uso prolongado Risco de 
depressão respiratória
Uso cauteloso
Amoxicilina e 
cefalosporinas B
Antibiótico de escolha para 
gestantes Compatível
Cefalosporina 
(cefazolina, 
cefalotina e 
cefalexina)
B Seguro Uso cauteloso
Clindamicina B Seguro
Uso cauteloso 
Pode gerar diarreia e 
desidratação no bebê
Azitromicina B Não é o de primeira escolha
Uso cauteloso 
Metronidazol B/X
Não utilizar no primeiro 
trimestre (risco X)
Efeito teratogênico e 
carcinogênico no feto
Uso cauteloso 
Pode gerar efeito 
carcinogênico
Tetracilinas D Não é recomendado Efeito teratogênico
Pode gerar alterações 
dentárias
44
CLASSIFICAÇÃO FDA:
A - Estudos em mulheres não demonstraram risco para o feto durante a gravidez.
B - Estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas não existem estudos em humanos.
C - Não há estudos controlados em mulheres e animais. Relatos em animais revelaram efeitos 
adversos no feto. Os fármacos devem ser ministrados somente se o benefício justificar o 
potencial teratogênico.
D - Há evidência positiva de risco fetal e humano, porém os benefícios do uso em gestantes 
podem ser aceitáveis.
X - Estudos em animais ou seres humanos revelaram efeitos deletérios sobre o feto que 
ultrapassam os benefícios.
Fonte: Adaptado de Wannmacher (2007c) e Anvisa (2010).
45
REFERÊNCIAS
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Disponível em: https://www.researchgate.net/figure/Figura-2-Mucosite-Oral-Severa-
Grave_fig7_324246636. Acesso em: 21 set. 2020.
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Paper. Medication-related osteonecrosis of the jaw—2014 Update. Ilinois, 2014. 26 p. 
HOEFERT, S. Atraumatic tooth extraction in patients taking bisphosphonates: a 
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HUPP, J. R. Avaliação do estado de saúde no pré-operatório. In.: HUPP, J. R.; ELLIS 
III, E.; TUCKER, M. R. (org.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6. ed. Rio de 
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EQUIPE RESPONSÁVEL
Coordenação Geral
Roberto Nunes Umpierre
Marcelo Rodrigues Gonçalves
 
Gerência do projeto
Ana Célia da Silva Siqueira
 
Coordenação Executiva
Rodolfo Souza da Silva
 
Responsável Teleducação
Ana Paula Borngräber Corrêa
 
Gestão educacional
Ylana Elias Rodrigues
Coordenação do curso
Adriana Corsetti 
Taíse Simonetti 
Conteudistas
Adriana Corsetti 
Taíse Simonetti 
Elaboração de questionários e testes
Adriana Corsetti
Angelo Luiz Freddo
Taíse Simonetti 
Gravação das etapas cirúrgicas
Adriana Corsetti
Carlos Eduardo Baraldi
Bruna Pires Porto
Camila Longoni
Luiza Bastos Nozari
Taíse Simonetti
Revisores
Angelo Luiz Freddo
Carlos Eduardo Baraldi
Deise Ponzoni
Vinicius Coelho Carrard
Revisão ortográfica
Ana Paula Borngräber Corrêa
Angélica Dias Pinheiro
Normalização
Geise Ribeiro da Silva
Projeto gráfico
Lorenzo Costa Kupstaitis
Diagramação e Ilustração 
Davi Perin Adorna
Lorena Bendati Bello 
Michelle Iashmine Mauhs
Pedro Vinícius Santos Lima 
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Filmagem/ Edição/Animação
Héctor Gonçalves Lacerda
Luís Gustavo Ruwer da Silva
Camila Alscher Kupac 
Divulgação
Angélica Dias Pinheiro
Camila Hofstetter Camini
Carolina Zanette Dill
Laíse Andressa de Abreu Jergensen
Dúvidas e informações sobre o curso
Site: www.telessauders.ufrgs.br
E-mail: ead@telessauders.ufrgs.br
Telefone: 51 3308-2098 ou 51 3308-2093
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