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Diagrama de conceitualização cognitiva ➙ Para iniciar o tratamento, precisamos entender como funciona a estrutura cognitiva da pessoa (sua configuração afetivo-cognitivo- comportamental), e, para isso, Beck desenvolveu o diagrama de conceituação cognitiva: 1. Dados relevantes da história: ouvir o que o paciente tem a dizer, prestar atenção em suas expressões e no que está por trás de suas palavras. 2. Crenças nucleares disfuncionais e pessoais: são crenças e conceitos mais enraizados e fundamentais acerca de nós mesmos, das pessoas e do mundo. As crenças são incondicionais, ou seja, independentemente da situação que se apresente, o indivíduo pensará sempre da mesma forma, alinhado com suas crenças ⤿ Se formam na infância e vão se cristalizando como verdades absolutas. Modificar as crenças disfuncionais é o principal objetivo da TCC. As crenças nucleares podem ser agrupadas como: ⤿ Crenças nucleares de desamparo – sobre ser impotente, frágil, vulnerável, carente, necessitado ⤿ Crenças nucleares de desamor – sobre ser indesejável, incapaz de ser amado, sem atrativos, rejeitado. ⤿ Crenças nucleares de desvalor – sobre ser incapaz, incompetente, sem valor, fracassado, ineficiente. ⤿ Crenças nucleares disfuncionais sobre os outros e o mundo – pessoas não são confiáveis, pessoas são más, as pessoas só querem tirar vantagens, o mundo é injusto, o mundo é uma ameaça. ✎ As crenças nucleares disfuncionais são absolutistas e generalizadas. Podem permanecer latentes o tempo todo, mas, diante de transtornos emocionais, elas são superativadas e as informações ficam tendenciosas (filtrando na realidade apenas as informações que confirmem a crença disfuncional). Nesse momento, as evidências contrarias a crença disfuncional ficam pequenas e não são valorizadas pelo indivíduo. Mas, quando o desequilíbrio emocional passa, a crença pode voltar ao estado de latência e só surgir novamente em outra situação futura semelhante. ⤿ Em casos de transtornos de personalidade, as crenças disfuncionais permanecem ativadas a maior parte do tempo. Normalmente são privados e, às vezes, não-declarados. Ocorrem de forma rápida à medida que avaliamos o significado de acontecimentos em nossas vidas. Todos temos milhares de pensamentos automáticos diariamente, mas a grande maioria não é percebido conscientemente (estão pré-conscientes, pois, é possível acessá-los). Pessoas com transtornos psiquiátricos (depressão, ansiedade) frequentemente vivenciam inundações de pensamentos automáticos que são desadaptativos ou distorcidos. Esses pensamentos podem gerar reações emocionais dolorosas e comportamentos disfuncionais. Eles podem ser ativados por eventos externos ou internos. Tipos de pensamento automático: ⤿ Distorcidos – quando ocorrem apesar das evidências contrárias. ⤿ Cuidadosos, mas com conclusões distorcidas ⤿ Cuidadosos, mas totalmente disfuncionais Agem como matrizes ou regras para o processamento de informações. É o nosso formato para lidar com certas situações da vida. Como entendemos, interpretamos e concluímos o que vivenciamos. Se formam no início da infância e são influenciados por uma infinidade de experiencias de vida, incluindo os ensinamentos e modelo dos pais, as atividades educacionais formais e informais, as experiencias dos pares, os traumas e os sucessos. Tipos de esquemas: ⤿ Esquemas simples – regras de natureza física do ambiente, gerenciamento prático de atividades cotidianas ou leis de natureza que podem ter pouco ou nenhum efeito sobre a psicopatologia. ⤿ Crenças e pressupostos intermediários – regras condicionais, como afirmações do tipo “se-então”, que influenciam a autoestima e a regulação emocional. ⤿ Crenças nucleares sobre si – regras globais e absolutas para interpretar as informações ambientais relativas à autoestima. Comportamentos que visam aliviar ou anular os pensamentos automáticos e emoções negativas. Podem agravar o quadro porque geralmente trazem alívio quando utilizadas e, por isso, tornam-se frequentes ou habituais.
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