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Farmaco - Antirreumáticos

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FÁRMACOS ANTIRREUMÁTICOS MODIFICADORES DA DOENÇA (ARMD): grupo heterogêneo de agentes com estruturas químicas não relacionadas e diferentes mecanismos de ação. Os ARMDs geralmente reduzem a atividade da doença na artrite reumatoide (AR) (redução do número de articulações com edema e dor, da incapacidade e intensidade da dor e da concentração do fator reumatoide e de proteínas pró-inflamatórias).
Costumam ser fármacos de segunda linha, aos quais se recorre somente quando outras terapias (com AINEs, por exemplo) falham. Pode-se, contudo, iniciar a terapia com ARMDs assim que se tiver um diagnóstico definido. Seus efeitos clínicos têm início lento (meses), sendo habitual fornecer cobertura com AINE durante a fase de indução. Havendo sucesso, a terapia concomitante com AINE pode ser substancialmente reduzida.
Estão inclusos nesse grupo:
METOTREXATO: antagonista do ácido fólico que tem atividade citotóxica e imunossupressora e potente ação antirreumática. Comumente é a 1ª escolha. Tem início de ação mais rápido que outros ARMDs, mas seu uso tem de ser monitorado atentamente em razão de discrasias sanguíneas e cirrose hepática. É, em geral, dado em conjunto com fármacos anticitocinas.
SULFASSALAZINA: produz remissão na AR ativa e também usada para doença inflamatória intestinal crônica. Remove metabólitos tóxicos de O2 produzidos por neutrófilos. É um complexo de sulfonamida e salicilato que é separado por bactérias no colo sendo o ácido 5-aminossalicílico o suposto radical que faz a remoção dos metabólitos tóxicos. Mal absorvida por VO. Os efeitos adversos comuns incluem distúrbios gastrintestinais, mal-estar e cefaleia. Os mais raros são: reações cutâneas e leucopenia, má absorção de ácido fólico, diminuição reversível da contagem de espermatozoides, depressão da medula óssea e reações de tipo anafilático. Pode ser necessária a monitoração hematológica.
PENCILAMINA: é a dimetilcisteína (produzida por hidrólise da penicilina). O isômero D é usado na terapia da doença reumática. Cerca de 75% dos pacientes com AR respondem a penicilamina; nestes, os efeitos terapêuticos são observados em questão de semanas, mas não alcançam um platô por vários meses. A penicilamina modifica a doença reumática em parte por diminuir a resposta imunológica, a geração de IL-1 e/ou, em parte, por um efeito sobre a síntese de colágeno, impedindo a maturação do colágeno recém-sintetizado. É administrada por via oral, e somente metade da dose administrada é absorvida. Alcança concentrações plasmáticas máximas em 1-2 horas e é eliminada na urina. A dose inicial é baixa e é aumentada apenas gradualmente, de modo a minimizar os efeitos indesejáveis. Efeitos adversos (aprox. 40% dos pacientes): rashes e estomatites (mais comuns), anorexia, febre, náuseas e vômitos, além de distúrbios da gustação (os últimos relacionados a quelação de zinco), que costumam desaparecer com a continuação do tratamento. Ocorre proteinúria em 20% dos pacientes e deve ser monitorada. O monitoramento hematológico (possibilidade de trombocitopenia) também é necessário no início do tratamento. Contraindicações absolutas: leucopenia ou anemia falciforme, várias condições autoimunes (p. ex., tireoidite, miastenia grave). Por ser um quelante de metais, não deve ser empregada concomitantemente com compostos de ouro.
COMPOSTOS DE OURO: administrado sob a forma de complexos orgânicos (aurotiomalato de sódio e auranofina). O efeito dos compostos de ouro se desenvolve lentamente, ocorrendo ação máxima após 3-4 meses. A dor e o edema articular diminuem, assim como a progressão das lesões ósseas e articulares. A auranofina inibe a indução de IL-1 e TNF-a. O aurotiomalato de sódio é administrado por injeção IM profunda; a auranofina é dada por VO. Os compostos gradualmente se concentram nos tecidos, não somente nas células sinoviais nas articulações, mas também em células hepáticas, túbulos renais, no córtex da suprarrenal e em macrófagos por todo o organismo. Os complexos de ouro permanecem nos tecidos por algum tempo depois de suspenso o tratamento. A eliminação é principalmente renal, mas uma parte é eliminada no trato gastrintestinal. A meia-vida inicial é de 7 dias, mas aumenta no decorrer do tratamento, de modo que o fármaco geralmente é administrado, de forma inicial, em intervalos semanais e a seguir mensais. Os efeitos indesejáveis com o aurotiomalato são observados em cerca de um terço dos pacientes tratados, havendo efeitos tóxicos sérios em cerca de um paciente a cada 10. Os efeitos indesejáveis com a auranofina são menos frequentes e menos graves. Os efeitos indesejáveis importantes incluem rashes cutâneos (que podem ser intensos), úlceras bucais, sintomas de resfriado inespecíficos, proteinúria, trombocitopenia e discrasias sanguíneas. Podem ocorrer encefalopatia, neuropatia periférica e hepatite. Se a terapia for suspensa ao aparecerem os primeiros sintomas, a incidência de efeitos tóxicos graves é relativamente baixa.
FÁRMACOS ANTIMALÁRICOS: a hidroxicloroquina e a cloroquina são fármacos 4-aminoquinolínicos usados, principalmente, na prevenção e tratamento de malária, mas também são usados como ARMDs. A cloroquina geralmente fica reservada para casos em que outros tratamentos tenham falhado. Também são usadas para tratar outra doença autoimune, o lúpus eritematoso sistêmico, mas são contraindicadas nos pacientes com artropatia psoriática, uma vez que pioram as lesões de pele. O componente relacionado, mepacrina, também e eventualmente usado no lúpus discoide. Os efeitos antirreumáticos não aparecem antes de 1 mês ou mais após o início do tratamento, e somente metade dos pacientes tratados responde ao fármaco.

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