Sabrina Feitosa de Sousa Psicologia e Educação|UDF A educação infantil atende de bebês até crianças de 5 anos de idade. Figura 1 A atuação preventiva tem caráter de atuar antes do problema acontecer, ou seja, prevenir. Essa perspectiva na psicologia escolar “surgiu com o objetivo de romper com o modelo médico, focado na doença e no indivíduo, que não atendia ou resolvia os problemas decorrentes da maioria da população” (COSTA; GUZZO, 2006). É uma atuação que não precise ser restringida à psicologia escolar, a prevenção pode ser aplicada à todas as áreas da psicologia. “A mudança do paradigma de deficiência, como algo inerente para uma perspectiva contextualizada dos impactos culturais, históricos e sociais na constituição do indivíduo, ocasionou a busca de estratégias que visam à transformação de uma realidade que produz sofrimento” (COSTA; GUZZO, 2006). Para prevenir problemas no desenvolvimento emocional e psicológico de uma criança, é preciso considerar contextos fora da escola. Isto é, as ações e mudanças realizadas na escola podem ajudar, mas são necessárias alterações em contextos sociais e familiar que a criança está inserida (COSTA; GUZZO, 2006). A abordagem ecológica, proposta por Bronfenbrenner (1996; como citado em COSTA; GUZZO, 2006), considera o indivíduo inserido em suas relações com o ambiente. Assim, estuda “a influência do ambiente no desenvolvimento do indivíduo, sem desconsiderar o papel ativo e dinâmico da pessoa nesta relação”. De acordo com a perspectiva ecológica, os distúrbios de aprendizagem são considerados como desequilíbrio no ambiente em que a criança está inserida e não um problema da criança (GUZZO, 2003; como citado em COSTA; GUZZO, 2006). De acordo com Marinho-Araújo e Almeida (2005; como citado em COSTA; GUZZO, 2006), a atuação preventiva o psicólogo escolar pode se basear em quatro pontos principais: 1. realização de mapeamento e de análise institucional com o objetivo de compreender a realidade escolar; 2. a promoção de espaços de escuta psicológica no trabalho voltados às relações interpessoais na escola; 3. a realização de planejamento e de assessoria aos trabalhos coletivos desenvolvidos na escola; e 4. o acompanhamento do processo do ensino-aprendizagem. A ideia do ensino integral é tirar a criança e o adolescente das ruas, aumentando o tempo de escolarização. Além disso, a escola é muito importante na socialização da criança a partir dos 3 anos de idade. Algumas Funções do Psicólogo Escolar A construção de um vínculo entre professores e pais é muito importante para atuação do psicólogo escolar e vínculo se constrói na presença, mostrando o que você faz para que os pais e professores confiem no seu trabalho. É no diálogo com Psicologia Escolar (infantil) Sabrina Feitosa de Sousa Psicologia e Educação|UDF os pais e professores que o psicólogo escolar pode encontrar eventuais vulnerabilidades na vida da criança que podem prejudicar o desenvolvimento saudável e emocional (COSTA; GUZZO, 2006). Outrossim, o acompanhamento individual e coletivo do desempenho acadêmico infantil é muito importante. Seja por meio de conversas com os pais e cuidadores, ou, sobretudo, com observações diretas das atividades acadêmicas realizadas pela criança, além de observar a criança, é importante observar a interação da professora com a criança. Esse acompanhamento tem objetivo de identificar possíveis informações não mencionadas pelos adultos (COSTA; GUZZO, 2006). Outra forma de conseguir informações sobre a criança é por meio do prontuário escolar. Ressalta-se que as informações devem ser compartilhadas com a equipe pedagógica (COSTA; GUZZO, 2006). Entretanto, ressalta-se que a maioria das escolas que atendem muitas crianças de não ter prontuário escolar. Na educação infantil não há prova para aprovar as crianças, mas há relatório de desenvolvimento da criança. Outra função do psicólogo é auxiliar na escrita do relatório, quando essa ajuda é aceita, pois esse relatório é de responsabilidade dos professores. O psicólogo deve escutar a equipe pedagógica também, conhecendo a equipe é possível oferecer uma intervenção mais integrada do que apenas focada na criança (COSTA; GUZZO, 2006). A escuta não deve se restringir apenas aos professores, deve está aberta para todos os profissionais da escola. O psicólogo deve atuar de forma ativa na equipe pedagógica, de modo a diminuir a resistência que os professores apresentam frente à psicologia. O psicólogo escolar pode compartilhar com a equipe pedagógica as demandas que precisam de ações imediatas, bem como pode construir propostas de projetos de intervenção que tenham caráter preventivo para serem aplicadas na instituição (COSTA; GUZZO, 2006). O psicólogo também faz o suporte nas rotinas aos educadores, quando necessário. Especialmente quando se trabalha com a educação infantil, pois são crianças numa faixa etária mais dependente de cuidados, o que, por vezes, sobrecarrega aos professores e monitores. Para participar das reuniões pedagógicas, é preciso pedir a autorização da coordenação pedagógica. Assim como, também é necessário participar de atividades como festinhas, eventos para crianças, entre outros. Em outras palavras, não se restrinja à avaliação psicológica, a presença e participação ajudam a diminuir a resistência dos outros profissionais. É fundamental que o psicólogo se disponibilize a responder dúvidas sobre o desenvolvimento infantil e sobre os projetos realizados de responsabilidade da psicologia; muitas vezes, os pais procuram o psicólogo escolar para tirar dúvidas que não têm a ver com o ambiente escolar, por exemplo: “como fazer o desmame?”. Assim, o psicólogo escolar também trabalha com a psicoeducação, seja respondendo aos pais diretamente, fazendo palestras ou contação de histórias. Outra possibilidade é o encontro individual do profissional de psicologia com as professoras para acompanhar Sabrina Feitosa de Sousa Psicologia e Educação|UDF individualmente o andamento dos projetos realizados (COSTA; GUZZO, 2006). A psicologia escolar trabalha muito com projeto que é um plano de intervenção que tem metas e objetivos definidos. É preciso conhecer a estrutura física, rotina, funcionários, relações sociais, para que o psicólogo escolar consiga realizar uma boa análise institucional e, consequentemente, uma boa intervenção. E, para que isso aconteça, é fundamental a presença constante do psicólogo na escola (COSTA; GUZZO, 2006). Muitas vezes, as escolas também atribuem ao psicólogo escolar o processo de recrutamento e seleção. Apesar de ser uma atribuição mais específica da psicologia organizacional e do trabalho. Os psicólogos também orientam os estagiários, sobretudo, os estagiários de psicologia. Referências COSTA, Adinete Sousa da; GUZZO, Raquel Souza Lobo. Psicólogo escolar e educação infantil: um estudo de caso. Escritos educ., Ibirité, v. 5, n. 1, p. 05-12, jun. 2006. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?scri pt=sci_arttext&pid=S1677- 98432006000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 28 set. 2021. Figura 1: https://www.gratispng.com/png- fcnjbw/download.html. Acesso em 01 out. 2021. Veja Também: A Escola e o Psicólogo Escolar https://www.gratispng.com/png-fcnjbw/download.html https://www.gratispng.com/png-fcnjbw/download.html