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Baixa autoestima e conceituação de caso

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j.a. 
Conceituação de caso 
 
 
➜ Autoestima se refere à avaliação que o indivíduo faz 
dele mesmo e o quanto ele se respeita, se admira, se 
agrada por essa avaliação. 
➜ Nós avaliamos essa queixa quando o paciente traz 
uma visão negativa, distorcida sobre o seu “self”, ou 
seja, crenças centrais, intermediárias e pensamentos 
autodepreciativos. 
 Casos de ansiedade: “Não sou boa o 
suficiente”; “Sou incapaz”; “Sou um fracasso”; 
“Vou enlouquecer”; “Vou perder o controle de 
tudo”. 
 Casos de depressão: “Sou um inútil”; “Não sou 
digno do amor das pessoas”; “Sou fraco”; “Sou 
um peso na vida das pessoas”; “As coisas nunca 
darão certo pra mim”. 
 Casos de transtornos alimentares: “Sou 
insuficiente”; “Por mais que eu me esforce, eu 
não consigo realizar as coisas”; “Sou incapaz”; 
“Não consigo me manter no controle”; “Se eu 
não estiver no controle, não sei lidar”; “Sou 
inadequado”. 
 Baixo senso de autoeficácia; 
 Baixíssimo autorreforço: dificuldade de olhar 
para si mesmo e perceber os avanços e 
conquistas. 
 Níveis altos de exigência e crítica a si mesmo; 
 Senso de “self" distorcido (emaranhado, 
diminuído, foco no negativo); 
 Imagem corporal distorcida (associada a 
autocrítica, senso de inadequação, insatisfação 
e em alguns casos falta de autocuidado, falta de 
respeito com seu próprio corpo). 
➜ Toda essa visão sobre si mesmo afeta o 
funcionamento, propiciando desregulação emocional, 
comportamentos autolesivos, evitativos, 
hipercompensatórios, como forma de enfrentamento às 
crenças que são tão dolorosas e disfuncionais. 
 
 
 
➜ É um elemento fundamental na Terapia Cognitivo 
Comportamental. A partir dela construímos o nosso 
raciocínio clínico e não tornamos o processo 
terapêutico um amontoado de técnicas. 
 Criamos foco; 
 Estabelecemos um vínculo de confiança e 
colaboração com o paciente; 
 Desenhamos um mapa de como o paciente se 
estruturou para sobreviver às adversidades e 
como se protegeu de suas crenças negativas e 
ambientes aversivos; 
 
➜ Começa desde o primeiro contato e aprimora a cada 
sessão seguinte. 
Pontos principais: 
 Dados relevantes da história do paciente que 
contribuíram para formação ou fortalecimento 
das crenças. 
 Crenças nucleares e intermediárias; 
 Estratégias compensatórias de conduta que o 
indivíduo utiliza para evitar ter acesso a suas 
crenças negativas; 
 Identificação de pensamentos automáticos, 
emoções e comportamentos; 
 
➜ História de vida relevante e precipitantes. 
➜ Neste campo vamos inserir um breve resumo da 
história de vida do paciente, destacando eventos 
traumáticos ou relevantes. 
Perguntas sugeridas: 
1. Como era o clima em casa? 
Ex.: Ambiente acolhedor ou punitivo. 
 
2. Como era a relação entre os cuidadores e com 
eles? 
Ex.: Relação hostil ou indiferente entre os 
pais. 
 
j.a. 
3. Houve algum evento traumático na infância ou 
adolescência? 
Ex.: perda de algum ente querido, 
acidentes, abusos, violências, separação dos 
pais, bullying. 
 
4. Houveram outros eventos que não são 
considerados traumáticos, mas que são 
relevantes na história de vida e constituição do 
funcionamento do paciente? 
Ex.: mudança ou mudanças de casa, cidade, 
escola; conflito com um colega na escola; 
dificuldade de aprendizagem na 
alfabetização, comparações frequentes 
entre irmãos. 
 
5. Como o paciente se percebia na infância? 
Ex.: Sensação de rejeição em relação aos 
amigos da escola; acreditava ser menos 
querida pela mãe. 
 
6. Como o paciente se percebia na adolescência? 
Ex.: Acreditava ser menos inteligente que 
seus colegas; se percebia mais magra do 
que realmente era. 
➜ Muitos pacientes apresentam histórico de um 
ambiente familiar invalidante, não atendimento de suas 
necessidades básicas como afeto, higiene, aceitação, 
autonomia, etc., comparação entre irmãos ou primos, 
abandono ou rejeição. 
➜Também é comum o relato de relacionamentos 
disfuncionais, sejam amizades ou relacionamentos 
amorosos. Considerar com bastante atenção o contexto 
social do paciente. 
➜ Neste campo vamos selecionar aspectos do 
momento atual da vida do paciente que impactam na 
manutenção do quadro de baixa autoestima. 
Perguntas sugeridas: 
1. Que eventos recentes são estressores? 
Ex.: Demissão, perda de um ente querido, 
situação de violência, humilhação, uma crise 
de ansiedade que desencadeia uma ideia de 
falta de controle, etc. 
 
2. Que relações impactam nessa visão negativa 
sobre si mesmo? 
Ex.: Relacionamentos identificados como 
saudáveis, com apego seguro, estabilidade, 
afeto, etc; A dinâmica familiar atual; 
Relacionamentos amorosos recentes 
considerados disfuncionais ou abusivos. 
Na vida adulta se destacam: 
 A dificuldade de se posicionar nas relações 
(dificuldade em se validar, reconhecer suas 
necessidades); 
 A autocobrança em relação a vida profissional e 
amorosa; 
 O próprio ambiente de estudo/trabalho sendo 
mal adaptativo, em alguns casos chegando a 
assédios, horas de trabalho abusivas, etc.; 
 Relacionamentos amorosos reforçando as 
crenças disfuncionais. 
 
Perguntas sugeridas: 
1. Quais são as habilidades? 
2. Quais são as qualidades? 
3. Que aspectos do funcionamento são positivos? 
4. Possui rede de apoio ou alguma relação saudável que 
poderia ser referenciada? 
➜ Os pacientes sentem bastante dificuldade em 
reconhecer suas habilidades, em se autorreforçar, 
então se torna ainda mais importante destacar e 
reforçar seus pontos fortes na conceitualização. 
 
Perguntas sugeridas: 
1. Existe um histórico familiar de questões 
psiquiátricas e baixa autoestima? 
Ex.: Existem casos em que um familiar 
próximo possui um funcionamento com o 
autoconceito muito comprometido e essa 
perspectiva de inferioridade pode ser 
transmitida para os que convivem, bem 
como um cuidador mais ansioso pode ser 
um modelo mais inseguro para as crianças; 
 
2. Foi possível identificar padrões de sinais e 
sintomas de algum quadro psicopatológico 
específico? 
 
3. O que o paciente traz como a sua dor, seu 
sofrimento? 
j.a. 
Ex.: Me sinto muito insegura; Não consigo 
realizar os meus projetos; Nunca acredito 
que as coisas darão certo pra mim. 
➜ Os casos mais comuns que chegam na clínica são de 
depressão maior e transtorno de ansiedade 
generalizada (TAG), porém, a literatura aponta que a 
maior parte das queixas se relacionam à baixa 
autoestima. 
➜ Já em casos onde não há uma hipótese diagnóstica, 
são comuns as demandas de insegurança, dificuldade 
de comunicação, sensação de insuficiência ou 
incapacidade. 
➜ Talvez o último campo a ser preenchido da 
conceitualização porque se faz necessária uma visão 
global dessa história de vida, do funcionamento 
cognitivo e comportamental. Mas nada impede que 
você vá construindo hipóteses e confirmando ou não, 
acrescentando, refinando ao longo do processo. Depois 
de identificar vários pensamentos automáticos e 
registrar cada um deles. 
Perguntas sugeridas: 
1. O que tem por trás desses pensamentos? 
2. Quais pensamentos costumam ativar reações 
parecidas? 
3. O que eles tem em comum? Existe algum padrão 
entre eles? 
4. Qual a visão que o paciente tem dele mesmo? Como 
se classifica, se nomeia? 
5. Qual a visão que o paciente tem das pessoas? 
6. Qual visão o paciente tem do mundo? 
Ex.: Sou um fracasso, Não sou boa o suficiente, Sou 
fraca, Sou incompetente, Não sou digna do amor das 
pessoas, Sou inútil, Sou inferior às outras pessoas, 
Serei rejeitado, Sou uma pessoa má. 
➜ Prestar atenção redobrada nas crenças sobre si 
mesmo, que apresentam o panorama da autoestima do 
paciente. 
➜ Quanto mais distorcidas, mais negativas e distantes 
da realidade, mais baixa a autoestima. 
 
➜ Neste campo nós vamos acrescentar as regras que o 
paciente costuma atender em seu padrão cognitivo. É 
importante compreender que existe uma base que 
fundamenta toda a queixa e a autoestima do indivíduo. 
E essa base é composta por crenças. 
➜ As crenças nuclearessão mais estruturais, 
generalistas, profundas. As crenças intermediárias 
fazem a conexão entre os pensamentos automáticos e 
as crenças nucleares. 
Perguntas sugeridas: 
1. Existe alguma regra seguida pelo paciente? 
Padrão comportamental e cognitivo baseado 
em algum valor, cultura ou projeção. Aprendida 
ou construída a partir das suas vivências. 
Ex.: Preciso ser uma pessoa boa no mundo. 
 
2. Existe algum pressuposto condicional, frase em 
estrutura “se, então” que aparece no discurso 
do paciente ou por trás dele? 
Ex.: Se eu não me esforçar, não conseguirei 
o amor das pessoas; Se eu tiver um bom 
desempenho, quer dizer que sou 
competente. Se eu não pedir ajuda, as 
pessoas não saberão que sou insuficiente. 
 
3. Existe alguma regra que expressa as ações, as 
atitudes que o paciente costuma ter? 
Ex.: Eu preciso sempre fazer a coisa certa; 
Preciso ser forte e dar suporte às pessoas; 
➜ Prestar atenção redobrada nas crenças sobre si 
mesmo, que apresentam o panorama da autoestima do 
paciente. 
➜ Quanto mais distorcidas, mais negativas e distantes 
da realidade, mais baixa a autoestima. 
 
➜ Quais são as ações que esse indivíduo toma a partir 
desse funcionamento? Como ele lida com esses 
pensamentos e emoções? Como esse padrão 
disfuncional ou funcional se mantém? O que ele faz pra 
evitar entrar em contato com as suas crenças? 
Ex.: Evita pedir ajuda; evita expressar o que sente; 
evita se olhar no espelho; rumina os pensamentos, 
as preocupações; come compulsivamente; confronta 
os pais; abandona a terapia; hipercompensa, 
fazendo muito mais do que precisava; fica se 
checando, revisando o corpo e os sintomas; agride 
as pessoas verbalmente; rejeita a pessoa, fica sem 
falar com ela. 
j.a. 
➜ A evitação é a campeã das estratégias de 
enfrentamento. Aparece das mais diversas maneiras e 
mantém a insegurança em si mesmo. 
➜ Quanto menos eu faço as coisas ou as enfrento, 
menos acredito que sou capaz. 
Perguntas sugeridas: 
1. Qual foi a situação problemática? 
2. O que aconteceu pouco antes do paciente se sentir 
assim? 
3. Foi um evento externo ou um processo interno? 
Ex.: Lembrança, uma imagem intrusiva, reflexão sobre 
algo, preocupações, etc. 
4. Onde a pessoa estava? 
5. Com quem? 
6. Quando? 
 
Perguntas sugeridas: 
1. O que passou pela cabeça do paciente pouco antes 
de se sentir assim? 
2. Quais frases surgiram de maneira automática? 
3. Se houverem, quais imagens surgiram? 
➜ Obs.: Em alguns casos o paciente não consegue 
descrever muito bem, mas diz coisas como: “me senti 
insegura, incapaz de lidar com a situação”, mas isso não 
é bem uma emoção. É um pensamento automático: 
“estou insegura”, “não vou conseguir lidar com o que 
está acontecendo”. 
➜ Nesses casos, nós auxiliamos o paciente a descrever 
e formular as frases pra melhor compreensão dos dois. 
Ex.:“E se eu ficar sem dinheiro?” , “Ninguém me 
entende” , “Eu não vou conseguir dar conta disso” , 
“Vou enlouquecer”. 
 
➜ A partir dos pensamentos automáticos, vamos 
questionar o paciente acerca deles. 
1. O que esse pensamento quer dizer, o que significou 
pro paciente? 
2. O que esse pensamento diz sobre o paciente? 
3. O que tem por trás desse pensamento, dessa ideia? 
Ex.: Que eu sou um fracasso; Que eu sou 
insuficiente; Que eu sou uma pessoa difícil; Que eu 
sou fraca. 
➜ Aqui nós nomeamos a forma como o paciente se 
sentiu dentro dessa situação, de preferência indicando 
a intensidade dessas emoções. 
Ex.: Raiva, tristeza, alegria, medo, ansiedade, 
frustração, culpa, etc. 
➜ A partir disso, que ações o paciente tomou? 
Ex.: Ficou paralisado; foi conversar com a irmã; 
comeu um pote de sorvete; se cortou; gritou com 
alguém; ficou ruminando esses pensamentos; se 
isolou das pessoas; disfarçou o que sentiu pra que 
ninguém percebesse seu desconforto.

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