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TEORIAS DE ENFERMAGEM O processo histórico da enfermagem baseia-se na inclusão da arte e ciência com o intuito de produzir conhecimento próprio, que possa atender aos interesses, necessidades e peculiaridades da profissão e do cuidado considerado caracterizador da profissão. As teorias de enfermagem surgiram com o objetivo de promover a ciência e possuem 4 conceitos centrais: · Ser humano · Saúde · Meio Ambiente (físico, social e simbólico) · Enfermagem Podem ser divididas classificadas de dois modos distintos: · Pela identificação do foco primário → 1) as centradas no cliente; 2) as centradas no relacionamento entre o cliente e o meio ambiente; 3) as centradas nas interações enfermeira-cliente; e 4) as centrados na terapêutica de enfermagem · Papel do enfermeiro na prática profissional e ligação com as teorias → 1) as orientadas para as necessidades dos clientes (o “que” do cuidado de enfermagem); 2) as orientadas para o processo de interação enfermeira-cliente (o “como” do cuidado de enfermagem); e 3) as orientadas para os resultados das ações de enfermagem (o “porque” do cuidado de enfermagem). A utilização de teorias de enfermagem é de grande relevância no que diz respeito à fundamentação da prática, pois proporciona a valorização do corpo de conhecimento da profissão e a relação deste com a atuação do enfermeiro. 1. Teoria AMBIENTALISTA de Florence Nightingale · Florence Nightingale é considerada a fundadora da Enfermagem, obtendo projeção maior a partir de sua participação como voluntária na Guerra da Criméia, em 1854. · A arte da enfermagem consistia em cuidar tanto dos seres humanos sadios como dos doentes, entendendo como ações interligadas da enfermagem, a tríade cuidar-educar-pesquisar. · A teoria ambientalista desenvolvida na segunda metade do século XIX, na Inglaterra, apresenta como foco principal o meio ambiente, interpretado como todas as condições e influências externas que afetam a vida e o desenvolvimento de um organismo, capazes de prevenir, suprimir ou contribuir para a doença e a morte. · A doença é considerada, nessa teoria, um processo restaurador da saúde, e a função da enfermeira é equilibrar o meio ambiente, com o intuito de conservar a energia vital do paciente a fim de recuperar-se da doença. · Acreditava que fornecer um ambiente adequado era o diferencial na recuperação dos doentes, e é este preceito que fundamenta a Teoria Ambientalista. · Observou que a falta de higiene no exterior das casas afetava o interior destas, e que as casas mal construídas, faziam com as pessoas saudáveis o que os hospitais mal construídos faziam com os doentes. Afirmou que o ar estagnado provocava doenças às pessoas. · Fatores para a manutenção de um ambiente favorável, no sentido de facilitar o processo de cura e o viver saudável, são: ventilação, limpeza, iluminação, calor, ruídos, odores e a alimentação. · Evidencia que a enfermagem é uma prática não curativa, em que o paciente é colocado na melhor condição para a ação da natureza. · No ambiente hospitalar, observamos que a enfermeira ao identificar algum desequilíbrio no ambiente deveria intervir na intenção de harmonizar a energia, colocando o paciente na melhor posição para que a natureza agisse sobre ele, encorajando a cura. Ex: Em uma maternidade, Florence considerava que o ambiente acolhedor poderia aproximar ao máximo o ambiente muitas vezes impessoal das maternidades ao ambiente do lar da parturiente, reduzindo assim o nível de estresse causado . A existência de ambientes dentro da maternidade, como salas de relaxamento seria uma forma da mulher não se sentir doente, favorecendo a naturalidade e o desenrolar fisiológico do trabalho de parto. 2. Teoria das NECESSIDADES HUMANAS Básicas DE WANDA HORTA · Nessa teoria ela centraliza a enfermagem como campo de ação nas necessidades humanas básicas, mesmo em que determinados momentos refira-se a esta atenção como tarefa da equipe, para ela cabe a enfermagem o atendimento às necessidades básicas do ser humano, apoiados em saberes das ciências biológicas, fisico-químicas e psicossociais. · As necessidades nessa teoria são representadas como universais, ou seja, coisas comuns de todos os seres humanos, como; sexo, individualidade, função de idade, fatores econômicos, condições físicas, saúde e enfermidade. · As necessidades não atendidas ou atendidas inadequadamente trazem desconforto, e se este se prolonga é causa de doença. “ENFERMEIRO É UM SER HUMANO QUE CUIDA DE OUTRO SER HUMANO” · Todo o cuidado de enfermagem é preventivo, curativo e de reabilitação. · A enfermagem respeita e mantém a unicidade, autenticidade e individualidade do Homem. · A enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante ativo no seu auto-cuidado. · A enfermagem reconhece o Homem como membro de uma família e de uma comunidade. · O processo de enfermagem caracteriza-se pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos; possui 6 fases ou passos: histórico, diagnóstico, plano assistencial, plano de cuidado ou prescrição, evolução e prognóstico de enfermagem. 3. Teoria CALISTA ROY Considera as principais áreas para a prática de enfermagem os seguintes pontos: · A pessoa receptora do atendimento de enfermagem (ser biopsicossocial, com mecanismos adaptativos inatos e adquiridos, os quais lhe permitem adaptar-se às mudanças que ocorrem, sejam internas ou externas) · O conceito de ambiente · O conceito de saúde · Enfermagem → Presença de estímulos e níveis de adaptação por parte do ser cuidado, que são consideradas medidas de enfrentamento; esses estímulos podem ser internos ou externos, e irão definir a medida de enfrentamento e adaptação por parte do paciente. → Esses estímulos podem ser positivos ou negativos, e a adaptação a eles irá promover o equilíbrio do sistema (paciente) → A regulação na busca do equilíbrio necessita de mecanismos reguladores (exemplo: mecanismos de natureza química, neural ou endócrina) 4. Teoria MYRA E.LEVINE Também conhecida como “modelo conceitual”, ela compreende o ser humano holisticamente e considera: · Assistência biopssicosocial ao paciente · Enfermagem como conservadora das energias do paciente · Homem depende de sua relação com o outro. Paciente X cuidados de enfermagem. · Utilização do processo de enfermagem para atuar através dos princípios da conservação. Levine diz que o homem é um ser complexo e depende de sua relação com os outros. A dimensão dessa dependência está ligada a quatro princípios de conservação. O enfermeiro deve estar consciente dessa dependência e preparado para atuar, a fim de solucionar qualquer tipo de desequilíbrio. Os quatro princípios de conservação: · Conservação de energia: refere-se a fonte de energia individual. É resultado da eficiência dos sistemas que regulam o seu metabolismo e sua resposta as causas da doença; · Conservação da integridade estrutural: prevenção do colapso físico e promoção da cura; · Conservação da integridade pessoal: a percepção individual de si mesmo é afetado pela doença, cabendo ao enfermeiro o auxílio nesse processo; · Conservação da integridade social: cada indivíduo é definido por seu grupo social, étnico e cultural. Manter a personalidade social do paciente é um problema de ação básica de enfermagem.
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