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TESTE RÁPIDO 1. HIV A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) manifesta-se após a infecção do organismo pelo Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV. Os testes rápidos apresentam desempenho semelhante aos outros testes sorológicos para detecção de anticorpos anti-HIV, com as vantagens de apresentarem resultado em no máximo 30 minutos, podem ser lidos a olho nu e não necessitam de equipamentos especiais para sua execução. Somente profissionais de saúde treinados devem realizar os TR. O HIV infecta células que possuem receptores do tipo CD4+ na sua superfície como, por exemplo, os linfócitos T helper (T auxiliar), os macrófagos e as células dendríticas. Etapa de triagem de amostras ou para o diagnóstico rápido em situações especiais, da infecção pelo HIV. As proteínas, o genoma viral (RNA e provírus) e os anticorpos formados em resposta à infecção pelo HIV são os marcadores da infecção que os testes laboratoriais detectam. O surgimento dos marcadores no sangue segue a seguinte sequência: · O RNA viral é o primeiro marcador a ser detectado. · Em seguida, a proteína p24 é detectada. · Com a progressão da infecção, grandes quantidades de partículas virais começam a circular e com elas o RNA viral e a p24. A presença de proteínas virais na circulação estimula o sistema imune do hospedeiro a produzir anticorpos. Durante a janela imunológica (período correspondente entre o início da infecção e a detecção de um marcador do HIV (antígeno ou anticorpo ou genoma viral) pelos testes laboratoriais) os testes não detectam a infecção. Assim, os resultados serão negativos, mesmo se a pessoa estiver infectada pelo vírus. Os testes que detectam anticorpos têm resultado somente após a soroconversão (o organismo produziu anticorpo em resposta a um antígeno (nesse caso, do HIV), geralmente ocorre dentro de 30 dias após a infecção.) Utilizam sangue total, plasma ou soro. (É o fabricante que define se o teste pode ser realizado com sangue total colhido por punção da polpa digital ou por punção venosa, com soro ou com plasma.) Observe se houve a formação de uma linha, banda ou um ponto colorido na área de controle (C). A presença desta linha (ou ponto ou banda) valida o teste e indica que não houve problema com a reação; Faça a leitura do resultado da amostra observando se houve ou não a formação de uma linha, uma banda ou um ponto colorido na área de teste (T). Escolha sempre os testes que apresentarem os melhores valores de sensibilidade e de especificidade. Considere a quantidade diária de testes que serão realizados. Confira quais os tipos de amostra que podem ser utilizados no teste escolhido e se você dispõe dos insumos e da estrutura para a coleta. O controle interno de qualidade deve ser realizado pela testagem de amostras com resultados previamente determinados pelo serviço de saúde. É recomendável que o controle interno da qualidade seja realizado com uma amostra positiva e uma amostra negativa para verificar o adequado funcionamento do conjunto diagnóstico ou kit. O cadastramento do usuário deve ser feito corretamente para permitir a rastreabilidade. · KIT de TR Lancetas para a punção da polpa digital; Dispositivos para coletar as amostras de sangue: tubos capilares, alças plásticas ou pipetas Pasteur; Dispositivo ou cassete para a reação (podem ter diferentes formatos e apresentações, conforme o fabricante); Reagentes necessários para a execução do teste; Instruções de uso. Verifique qual a faixa de temperatura exigida pelo fabricante para o transporte do kit e se esta foi respeitada pela transportadora. Ao abrir o kit confira a integridade e o prazo de validade de todos os itens. · Controle interno da qualidade: realizado com uma amostra positiva e uma amostra negativa para verificar o adequado funcionamento do conjunto diagnóstico ou kit. Pelo menos uma vez por semana, preferencialmente no início da semana; · Controle externo de qualidade: avaliar seu desempenho e visa a padronizar os resultados de diferentes laboratórios ou instituições. Testes feitos em Centros de Testagem e Aconselhamento – CTAs, utilizam normas próprias de cadastramento para manter o anonimato do usuário. 2. Coleta Observe os dedos do usuário e escolha a ponta do dedo médio, anelar ou indicador, ou o dedo que tiver menos calosidade. Se a mão do usuário estiver muito fria, o fluxo de sangue estará diminuído, dificultando a coleta. Aqueça a mão massageando-a ativamente ou, se possível, utilize uma toalha umedecida em água quente. · Quando o tempo de reação do teste rápido não é respeitado, o resultado poderá ser alterado e não confiável. Se for inferior ao recomendado, pode gerar resultado falso-negativo ou teste inválido. Se for superior ao recomendado, pode induzir a resultados falso-positivos. A coleta da segunda amostra é importante para eliminar a possibilidade das amostras terem sido trocadas. 3. PROFILAXIA DO HIV O status sorológico da pessoa-fonte, quando conhecido, contribui para avaliação de PEP. O primeiro atendimento após a exposição ao HIV é uma urgência. A PEP deve ser iniciada o mais precocemente possível, tendo como limite as 72 horas subsequentes à exposição. Início precoce da profilaxia para maior eficácia. Nos casos em que o atendimento ocorrer após 72 horas da exposição, não está mais indicada a profilaxia ARV. · Verificar se há indicação de PrEP (pessoas com histórico de múltiplos usos de PEP); · Orientar vacinação contra HBV e HPV; · Diagnosticar e tratar IST e hepatites virais, quando presentes; · Orientar sobre sexo seguro (uso de preservativos masculino e feminino e gel lubrificante); · Orientar sobre redução de danos. A indicação ou não de PEP irá depender do status sorológico para HIV da pessoa exposta, que deve sempre ser avaliado por meio de teste rápido (TR). PESOA EXPOSTA: · Se TR reagente: a PEP não está indicada. · Se TR não reagente: a PEP está indicada. · Se resultado discordante ou TR inválido: não é possível confirmar o status sorológico da pessoa exposta. É um direito da pessoa recusar a PEP ou outros procedimentos indicados após a exposição (por exemplo, coleta de exames sorológicos e laboratoriais). PESSOA-FONTE: · Se TR reagente: a PEP está indicada para a pessoa exposta. · Se TR não reagente: a PEP não está indicada. · Se status desconhecido: avaliar caso a caso, a decisão sobre instituir a PEP deve ser individualizada. TDF + 3TC + DTG, a duração da PEP é de 28 dias. Apesar de sua melhor tolerabilidade, o TDF está associado com a possibilidade de toxicidade renal, especialmente em pessoas com doenças renais preexistentes (ou com fatores de risco). Durante o uso de ATV/r, deve-se questionar a pessoa exposta sobre o uso de medicamentos que interfiram com acidez gástrica. No caso de uso dos inibidores da bomba de próton (por exemplo, omeprazol), o uso do ATV/r está contraindicado. A amamentação é contraindicada para mulheres vivendo com HIV. 1. INVESTIGAÇÃO DE IST As pessoas expostas que iniciam a PEP devem ser orientadas a procurar atendimento caso surjam quaisquer sinais ou sintomas clínicos que possam sugerir toxicidade medicamentosa grave.
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