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Febre sem sinais localizatórios em pediatria

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Luciana Santos ATM 2023/2 
 
1 
Pediatria 
Febre sem sinais localizatórios (FSSL) 
o Febre: medida da temperatura corpórea mais confiável é por via oral ou retal. Valores geralmente utilizados são: 
T retal >38,3 graus, T oral >38 graus, T axilar >37,8 graus. 
o FSSL: febre sem sinais localizatórios ocorrência de febre com menos de 7 dias de duração em criança com 
história que não revela a causa. 
o IBG: infecção bacteriana grave toda infecção bacteriana com risco de morbimortalidade caso ocorra atraso no 
diagnóstico. Pode ser uma ITU, pneumonia, bacteremia oculta, meningite bacteriana, artrite séptica, osteomielite, 
celulite, sepse. Risco é maior em <3 meses de idade principalmente RN e decresce com a idade. 
o Bacteremia oculta: bactéria em hemocultura, em criança febril, sem infecção localizada e com nenhum achado. 
 
Avaliação: 
Critério de Rochester separa lactentes <3 meses em 2 grupos – alto e baixo risco para presença de IBG na vigência de 
febre. Lactente jovem – deve preencher todos os critérios para ser de baixo risco. 
Protocolo de Baraff estratifica a FSSL por grupo etário e dentro de cada faixa, em baixo e alto risco. 
Vacinação completa para Haemophilus influenzae tipo b (Hib), pneumococo e meningococo – considerada quando criança 
recebeu pelo menos 2 doses de cada uma dessas vacinas. 
 
A primeira coisa na avaliação de <3 anos de idade é avaliar a presença ou não do comprometimento do estado geral 
(toxemia) – a criança deve estar afebril. TODA CRIANÇA COM COMPROMETIMENTO DO ESTADO GERAL DEVE SER 
HOSPITALIZADA, INVESTIGADA PARA SEPSE (hemograma completo, hemocultura, sedimento urinário, urocultura, LCR, RX 
tórax e coprocultura) E TRATADA COM ANTIBIÓTICOS. 
 
Se não há comprometimento do estado geral, divide-se as crianças pela idade. 
o RN (<30 dias): hospitalizar sempre – investigar sepse + antibioticoterapia até culturas – cefalosporinas de 3ª 
geração (Cefotaxima ou Ceftriaxona). 
o Lactentes jovens (30-90 dias): critérios de Rochester – se baixo risco faz seguimento clínico, se alto risco se indica 
hospitalização e coletas + atb empírico (cefalosporinas de 3ª geração). 
 
o Crianças (3 meses a 36 meses): divide-se conforme a temperatura axilar. Se temperatura menor ou igual a 39 
graus realizar coleta de sedimentos urinários e urocultura porque ITU é a infecção mais prevalente. Exame normal 
– observar clinicamente e antitérmicos usuais. Temperatura maior que 39 graus realizar sedimento urinário, 
urocultura, e se normais, realizar exames de sangue e RX de tórax. 
o Suspeita de bacteremia oculta: leucócitos >20.000/mm3 ou neutrófilos totais >10.000/mm3 e RX tórax normal. 
Introduz-se atb empírico com Cefalosporinas de 3ª geração – Ceftriaxona 50mg/kg IM. Solicitar hemocultura pela 
possibilidade de Hib, Pneumococo e Meningococo em crianças não vacinadas (<2 doses). 
 
DENGUE PODE APRESENTAR-SE INICIALMENTE COMO FSSL! 
 
Proposta atual de avaliação para FSSL 
Crianças vacinadas para hemófilos, pneumococo e meningococo são apenas observados após exclusão de infecção urinária 
– taxa de bacteremia oculta diminuiu para menos de 1% nestes pacientes vacinados. 
Luciana Santos ATM 2023/2 
 
2 
Marcadores inflamatórios para estimar risco de infecção bacteriana grave 
 Proteína C Reativa (PCR) 
 Pró-calcitonina (PCT) 
 A presença de PCR+PCT elevadas estão associadas com IBG – PCR aumenta mais lentamente que a PCR portanto 
a última é mais sensível em crianças com febre <12 horas. 
Identificação de IBG em crianças com FSSL 
 PCR: corte de 80mg/L 
 PCT: corte de 2ng/ml 
Para descartar IBG em crianças com FSSL (sensibilidade de 80% e especificidade de 70%) 
 PCR: 20mg/L 
 PCR: 0,5ng/ml 
 
Doenças febris em crianças são comumente causadas por vírus como herpes vírus humano 6, enterovírus, adenovírus e 
influenza. Crianças com FSSL em serviços de emergência pediátrica – observado vírus respiratório em 24% destes – sendo 
o adenovírus o agente mais detectado, seguido de Parainfluenza 3 e Influenza A.

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