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FATORES HISTÓRICOS DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA

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FATORES HISTÓRICOS DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
INTRODUÇÃO
A sociologia é um dos campos das ciências humanas, e como tal teve sua fundação a partir das transformações sociais e do desenrolar de diversos acontecimentos históricos como renascimento, a revolução francesa, revolução industrial, surgimento do capitalismo, iluminismo, positivismo entre outros foram importantes para que teóricos à época embasassem as teorias que fundaram a sociologia. (PORFÍRIO, 2021). 
Os fatores históricos do surgimento da sociologia são divididos em revolução científica, revolução francesa e na revolução industrial, sendo estes três os fatores que mudaram os pilares sociais do período moderno. 
Revolução científica 
O renascimento e o iluminismo foram movimentos de amplas faces comtemplando arte, cultura e as ciências, o renascimento como a recuperação da cultura greco-romana e o iluminismo como a revolução nas ciências e áreas correlatas. Ambos os movimentos marcam a transição da idade média para a idade moderna. As transformações ocorreram quando o conjunto de valores da era medieval não correspondiam mais aos valores estabelecidos pela sociedade moderna. (PORFÍRIO, 2021).
O renascimento marcou a ruptura do ocidente entre o mundo medieval e a modernidade, a sociedade agraria, estamental, teocrática foi sendo deixada de lado em detrimento da urbanidade e da nova classe que surgia, a burguesia comercial. Os preceitos do renascimento também estavam lançando as bases do que seria o período contemporâneo. (PORFÍRIO, 2021).
Numa perspectiva religiosa, o renascimento colocava o homem mais próximo de Deus pelo próprio ato de questionar, pois a própria ração era subentendida como um dom divino. “O humanismo e o antropocentrismo, ou seja, a ideia de que o homem deve ocupar o centro das perspectivas sobre o mundo, eram elementos importantes do Renascimento.” (LIMONCIC, GRIN. 2012, p. 28).
O iluminismo por sua vez visava a discussão da ração e da centralidade das ciências nas discussões filosóficas, aos poucos as luzes do desenvolvimento das ciências doutrinas que explicavam os fenômenos da natureza iam se estabelecendo. (RUSSI. 2017). 
A procura de métodos científicos que dessem conta de explicar fenômenos e que fossem dissociados de uma explicação religiosa foi o marco precedente das teorias materialistas e positivistas que viriam a surgir posteriormente. A fertilidade da sociedade europeia que cindia seu relacionamento com o teocentrismo foi propicio para a corrente positivista de se estabelecer em plena revolução industrial. (RUSSI. 2017). 	 
Revolução francesa.
A revolução francesa é um episódio das muitas revoluções civis que ocorreram entre os anos de 1979 a 1848, segundo o historiador Hobsbawm (2015) a revolução francesa deve ser observada sob a perspectiva de uma dupla revolução juntamente com a revolução industrial da Inglaterra (caráter econômico e político). 
A revolução francesa em si deve ser considerada como uma revolução burguesa, a luta envolveu a classe burguesa contra a sociedade feudal do antigo regime, nesse conflito a emergente burguesia liberal saia vencedora. Não se trata de excluir os outros segmentos da sociedade em detrimento da classe burguesa, mas, salienta-se que como resultado final, essa foi a única classe beneficiada da revolução. (HOBSBAWM. 2015)
A sociedade francesa pré-revolucionária contava com um estado formado pelas antigas monarquias absolutistas e aristocráticas, 80% de toda a população francesa naquela época era formada por camponeses. Ainda nesse contexto observava-se a cisão do primeiro poder onde o alto e o baixo clero, o alto clero formado por personalidades religiosas importantes e atreladas a nobreza e que recebiam inúmeros privilégios, e o baixo clero, pobre e que simpatizavam das ideias revolucionárias. (HOBSBAWM. 2015)
Durante todo o século XVIII a França foi o maior rival econômico da Grã-Bretanha. Seu comércio externo, que se multiplicou quatro vezes entre 1720 e 1780, causava preocupação; seu sistema colonial foi em certas áreas (como as Índias Ocidentais) mais dinâmico que o britânico. Mesmo assim, a França não era uma potência como a Grã-Bretanha, cuja política externa já era substancialmente determinada pelos interesses da expansão capitalista. Ela era mais poderosa, e sob vários aspectos mais típica, das velhas aristocracias monarquias absolutas da Europa. Em outras palavras, o conflito entre a estrutura oficial e os interesses estabelecidos do Antigo Regime e as novas forças sociais ascendentes era mais agudo na França do que em outras partes. (HOBSBAWM, 2015. p. 63. )
A França pré-revolucionária contava com um contingente de 24 milhões de pessoas, onde 20% ou 400 mil habitantes pertenciam a nobreza, de certa forma, a expansão capitalista foi cativando a burguesia que se via empatada pela monarquia aristocrática e a nobreza que eram sustentadas pelo terceiro estado (os camponeses) explorados pelos nobres e também pelo clero. (HOBSBAWM, 2015.).
A elite do terceiro estado, formada por artesãos, mercadores, e outros profissionais liberais se sentiam ressentidos pela humilhação e exploração, o que explica a grande adesão a eminente revolução. Outro ponto importante a ser considerado é que a própria Inglaterra já teria passado por revoluções liberais ao passo que a França permanecia sob o regime absolutista, as liberdades democráticas que países como Inglaterra e Holanda detinham ainda não haviam chegado na França. (HOBSBAWM, 2015.).
Nos anos de 1780 a França passava por um aprofundamento nos problemas sociais e econômicos, e as revoltas iam ocorrendo com mais frequência dentro das cidades, campos e províncias. Entre os anos de 1789 a 1792 ocorreu a primeira fase da revolução onde houve a chamada da Assembléia Nacional, nessa fase a burguesia destituiu autoridades e nobres na maioria das vezes de forma violenta. Nesse meio tempo outros acontecimentos importantes aconteceram como a tomada da bastilha, abolição dos privilégios feudais, a declaração dos Direitos dos Homens e do Cidadão, a cisão entre o estado e a igreja. (HOBSBAWM, 2015. )
Os revolucionários se dividiram em jacobinos e girondinos que entraram em conflitos de interesses, resultando por fim na execução de muitos partidários do antigo regime e a proclamação da república Francesa. É imprescindível ressaltar que a revolução francesa também tem sua ligação com a revolução científica, tanto o iluminismo, quanto o renascimento influenciaram os grupos do terceiro estado na França pré-revolucionária. A ideia de que o homem poderia questionar e de que a legitimidade do estado por Deus era algo a ser revisto veio dos ideais da revolução científica. (HOBSBAWM, 2015)
Revolução industrial 
 
A revolução industrial seguindo a mesmas temporalidades das revoluções do século XVII marcou a transição do capitalismo comercial para o capitalismo industrial. Isso mudou de forma incisiva a vida da sociedade aquela época, inicialmente a revolução começou pelas indústrias têxtil, frente a isso a revolução teve que se adaptar e acompanhar o crescimento populacional com o êxodo rural e o excesso de mão de obra, o que acarretou na barateação e consequentemente na exploração da mão de obra do proletariado. “No século XVII, no ano de 1600, a população da Inglaterra passou de 4 milhões de habitantes para cerca de 6 milhões; no século seguinte, no ano de 1700, a população já beirava os 9 milhões de habitantes!” (CAVALCANTE, SILVA, 2011, p. 3). 
Essas mudanças no regime econômico trouxeram em seu bojo novas analises sociológicas da sociedade e como as teorias materialistas e positivistas, o materialismo dialético é o método como a sociedade é analisada, antítese junto com a tese forma a síntese, isso no campo material, a tese infraestrutura (meios de produção/relações de produção),a base material, e a antítese superestrutura (religião, ideologia, cultura), resultariam na síntese , ou a luta de classe, os conflitos entre os donos dos meios de produção e o proletariado, esse conflito entre as classes norteia a explicação dos fenômenos sociais.Ao contrário da filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui é da terra que se sobe para o céu. [...] não partimos do que os homens dizem, imaginam e representam, tampouco do que eles são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na representação dos outros, para depois se chegar aos homens de carne e osso; mas partimos dos homens em sua atividade real, é a partir de seu processo de vida real que represemos também o desenvolvimento dos reflexos e das repercussões ideológicas desse processo vital. (MARX: 1998, p. 19). 
A análise feita pelos marxistas dos fenômenos sociais, é puramente materialista e dialética, não são as ciências naturais e nem os métodos empíricos aplicados pelos positivistas que explicam a condição humana, mas sim a luta de classes. E essa luta sai do campo das produções e se estabelece nas instituições do Estado, na economia, nos grupos societários e na educação. O Estado para Marx, é o comitê político da burguesia (donos dos meios de produções), é de lá que sai as políticas que visam beneficiar a classe burguesa.
CONCLUSÕES 
Todas as três revoluções mencionadas modificaram as estruturas sociais da humanidade, o rompimento com o divino nas explicações dos fenômenos naturais, as trocas de regimes econômicos, a transição de um mundo feudal e agrário para a urbanidade e o capitalismo. 
Frente a essas mudanças teóricos foram estabelecendo doutrinas para explicar a sociedade, e consequentemente essas doutrinas e teorias viriam a fundar a sociologia, uma disciplina pertencente ao campo das ciências humanas. Oque se tira de lição desses processos é que as ciências humanas e consequentemente a sociologia vai se alterando junto com as transformações sociais, e que por isso estão em constante movimento. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CAVALCANTE, Zedequias Vieira; SILVA, Mauro Luis Siqueira da. A importância da revolução industrial no mundo da tecnologia. 2011. Anais Eletrônico VII EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar – Centro Universitário de Maringá Editora CESUMAR Maringá – Paraná – Brasil
HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções: 1789-1848. Editora Paz e Terra, 2015.
LIMONCIC, Flávio, GRIN, Mônica. História e Sociologia. v. 1. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. 
MARX, K. A Ideologia Alemã. Tradução de Luís Cláudio de Castro e Costa. São Paulo: Marins Fontes, 1998.
PORFíRIO, Francisco. "Surgimento da Sociologia"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/surgimento-sociologia.htm. Acesso em 10 out de 2021. 
RUSSI, A.C . R, MARXISMO E POSITIVISMO: UMA ANÁLISE COMPARATIVA. Revista SABERES, Natal, p. 257 – 278, 15 de maio de 2017.

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