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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SERGIPE DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DA SAÚDE BIANCA CAROLINE DE JESUS LIMA ARACAJU 2021 BIANCA CAROLINE DE JESUS LIMA RELATÓRIO DE ESTÁGIO EM PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE Relatório apresentado ao Departamento de Psicologia do Centro Universitário Estácio de Sergipe como requisito para aprovação na disciplina Estágio diagnóstico e avaliação clínica III ênfase Hospitalar. Supervisor: Uquênia Gloria Santos Lemos Brito. ARACAJU 2021 RESUMO O presente relatório é fruto da experiência obtida durante o estágio supervisionado intitulado diagnóstico e avaliação clínica III, no âmbito hospitalar, o qual trará um relato dessa experiência, o estágio proporcionou atendimentos voltado a avaliação do estado mental, acolhimento e acompanhamento de pacientes que por algum problema de saúde, viesse a ser internado no hospital, os atendimentos poderiam ser a nível de observação do estado de internação do paciente ou por solicitação médica, além dos atendimentos também havia supervisões em grupo estabelecida uma vez na semana, onde havia discussões do caso e delineamento de estratégias terapêuticas com ajuda da professora/supervisora. Os casos a serem desenvolvidos preservam a identidade dos pacientes, seguindo todos os parâmetros éticos. Palavras chaves: Psicologia hospitalar-Avaliação de estado mental– acompanhamento. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO 5 Contexto histórico e prática profissional 5 3 ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL DO ESTÁGIO 11 3.1 Caracterização da instituição 12 3.2 Caracterização do público-alvo 13 3.3 Caracterização das intervenções 13 3.3.1 Entrevista inicial e Avaliação do estado mental 13 Entrevista inicial 13 Avaliação do estado mental 14 3.3.2 Acompanhamento ao paciente e familiares 14 Operacionalização dos processos realizados 15 4 DISCUSSÃO 15 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 21 REFERÊNCIAS 1 INTRODUÇÃO Os estágios supervisionados dentro dos cursos de graduação são atividades muito importantes na trajetória acadêmica, sendo estes obrigatórios, conduzindo assim o discente à vivenciar na experiência prática de sua futura profissão, aquilo que aprendeu nas aulas teóricas. A práxis da psicologia hospitalar ocorreu numa enfermaria clínica do HUSE, hospital de urgência de Sergipe governador João Alves Filho, o qual presta atendimentos de urgência e emergência de média e alta complexidade, nas clínicas médica, cirúrgica e traumatológica, realizando a estabilização dos pacientes críticos e articulado com a rede de assistência. As áreas de atuação voltadas à promoção de saúde dentro do curso de psicologia têm a cada dia ganhado mais espaço, a psicologia hospitalar por sua vez tem ganhado mais prestígio devido ao seu olhar do homem e seus respectivos tratamentos, esta área possui um caráter preventivo e considera aspectos emocionais, sociais e físicos em sua totalidade, enxergando assim o homem como ser biopsicossocial. O psicólogo hospitalar trabalha diretamente com critérios importantes para o âmbito hospitalar, como saúde física, o estresse, controle da dor, reabilitação de pacientes com doenças crônicas, e no desenvolvimento de intervenções a níveis de psicoterapia breve, além de permear suas práticas mediante a equipe de atuação multidisciplinar. (ALMEIDA, MALAGRIS, 2015). A psicologia inserida no âmbito hospitalar busca ajudar o paciente e os familiares a lidarem com os processos que permeiam o processo de adoecimento e internação. O psicólogo hospitalar possui uma visão ampla mediante aos processos que permeiam a hospitalização do paciente, tem como principal função possibilitar ao paciente mecanismos que o coloque como ser ativo dentro do seu processo de hospitalização e adoecimento, sempre com um olhar profissional conduzindo seus atendimentos por meio de avaliações do estado mental, analisando assim os processos de orientação, consciência, memória entre outros. Cabe também ao psicólogo hospitalar a atenção a fatores que possam influenciar emocionalmente seus pacientes, gerando assim possíveis instabilidades em seu processo de hospitalização. (AGUIAR et all, 2018). O estágio além de propiciar o contato com a prática disponibilizou uma vez na semana supervisões, onde eram trabalhados artigos os quais eram relacionados aos atendimentos, avaliações e acompanhamento além promover debates os quais enriqueceram todo o processo. A supervisão no processo de aprendizagem prática além de fornecer maior segurança ao acadêmico, proporciona um segundo olhar mediante as narrativas dos casos, permitindo ao estagiário explorar o máximo da experiência. Segundo Lima (2017) o acompanhamento do processo é muito importante e a supervisão de estágio durante a formação é desenvolvida e desempenhada não só pelo supervisor, todo processo de aprendizagem se dar por troca, seja na escuta ou vivências dos relatos de casos, o enriquecimento do processo é em conjunto conduzindo o académico a um desenvolvimento maior. O hospital é um local de grande fluxo de pessoas, seja no sentido da equipe multidisciplinar ou pacientes que necessitam de atendimento. O psicólogo como componente desta equipe vivencia o processo de hospitalização junto ao paciente e familiares, ao contrário da clínica, o hospital necessita de dinamismo, e proatividade, por parte do profissional de psicologia, o qual tende a adaptar-se aos mais diferentes settings e lidando diretamente com situações inesperadas que envolve o sujeito e seu processo de adoecimento, neste aspecto podemos experienciar como é trabalhado questões importantes para a profissão, bem como o sigilo ético e a exposição das ( CREPALDI, 2016) 2 REFERENCIAL TEÓRICO Contexto histórico e prática profissional A atuação do psicólogo no contexto hospitalar ocorreu após o término da segunda guerra mundial, quando foi assim identificado a necessidade de assistência psicológica aos militares que apresentavam uma série de reações psicológicas advinda da experiência traumática e do processo de hospitalização, tais como distúrbios de sensopercepção, agitação psicomotora, alterações de humor entre outros. As atividades de cunho psicológico nos ambientes de saúde tiveram início com uma espécie de investigação que buscava identificar as reações psicológicas advindas do processo de adoecimento e internação, na busca por minimizar essas alterações e compreender como o indivíduo experiencia o processo de saúde e doença. ( AZEVEDO, CREPALDI, 2016) A inserção da psicologia no meio hospitalar também veio a colaborar no acompanhamento de pacientes que passavam por procedimentos cirúrgicos, e exames frequentes, o que ocasionava a estes pacientes o surgimento de episódios depressivos, durante seu processo de hospitalização. Por meio desta experiência verificou-se que o processo de hospitalização gerava um fenômeno de adoecimento no indivíduo o qual não era de ordem patológica, mas sim resultado da experiência de hospitalização o que por sua vez só reafirmou a necessidade do psicólogo junto a equipe de saúde. (Angerami-Camon, 2002). Em 1970 o programa federal dos EUA- The Civilian Health and Medical Program of the Uniformed Services reconhece as atividades do profissional de psicologia nas áreas voltadas à saúde, porém apenas em 1977 a aprovação da ata que oficializou a prática em todo país. As práticas da psicologia no contexto hospitalar desde então tiveram grande repercussão surgindo assim propostas de implantação dos serviços de psicologia nos hospitais gerais, visando promover a integração entre a teoria e prática, promovendo assim pesquisas que avaliavam os modelos de atuação deste profissional inserido nos contextos de saúde. ( AZEVEDO, CREPALDI, 2016) [...] os documentos da American Psychological Association contribuíram para a legitimação das práticas psicológicas no ambiente hospitalar, assim como para a publicação de pesquisas, com o surgimento do periódico Journal Health Psychology, em 1982, que, com reconhecimento internacional, publica pesquisasaté os dias de hoje. ( AZEVEDO, CREPALDI, 2016) No Brasil a atuação do psicólogo no hospital representa uma especificidade da psicologia voltada à saúde, iniciou-se na década de 1950 com um número bastante reduzido de profissionais dedicados a esta área, a atuação das práticas psicológicas era destinada a profissionais com formações nas áreas de ciências humanas. Mediante a estes aspectos verificou-se assim a necessidade do conhecimento psicológico voltado a instituições de saúde, influenciando assim o surgimento de cursos de especialização e conhecimento voltados a área (Angerami-Camon, 2002). A especialidade da psicologia hospitalar foi reconhecida pelo conselho federal de psicologia em 2000, por meio da resolução nº 014/2000, onde foi apresentada as instruções para obtenção do registro. Os profissionais assim eram direcionados à solicitar seu título de especialista após a conclusão do curso de especialização, o qual era credenciado pelo conselho federal de psicologia, ou mediante a apresentação comprovada da experiência prática de no mínimo dois anos e aprovação nas provas teóricas. Definiu-se também parâmetros para as práticas, dando relevância nos processos de avaliação e acompanhamento psicológico aos pacientes hospitalizados e seus familiares mediante o uso de uma teoria psicológica correlacionada, resolução nº 02/2001 (Angerami-Camon, 2002). O psicólogo especialista em psicologia hospitalar tem a função centrada nos âmbitos secundários e terciário da atenção à saúde, atua em instituições de saúde realizando atendimentos individuais e grupais, voltados ao paciente e familiares e atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico; consultoria e interconsultoria. ( CRP, 2010) Desta forma quando é solicitado a assistência psicológica no contexto hospitalar, é direcionada ao processo de entrevista como forma de captar informações, faz parte do plano de avaliação, necessita da historicidade da vida do paciente, tendo como principal o objetivo um contato inicial não só com o paciente, mas também com seus familiares, estabelecendo-se assim um vínculo desde o primeiro contato. A entrevista psicológica no contexto hospitalar tem foco nos sintomas e historicidades que permeiam o processo de adoecimento, buscando assim dados significativos que se relacionam ao estado de saúde do sujeito (MacKinnon, et al., 2008). É dever do psicólogo hospitalar quando solicitado pela equipe multidisciplinar, realizar a entrevista buscando esclarecer aspectos que venham a colaborar com o processo de hospitalização do indivíduo, o conhecimento psicológico dispõe dos caminhos necessários e adequados para conduzir de maneira adequada a entrevista inicial, além de propiciar ao profissional o estabelecimento do vínculo para com o paciente e seus familiares. A realização da entrevista se dá normalmente no leito, onde pode haver outros pacientes hospitalizados, o que implica na privacidade do paciente, a ausência de um setting terapêutico pode dificultar o processo, necessitando do profissional habilidade para tornar o momento de coleta de dados um processo fluido (Seger, 2006). O psicólogo no que diz respeito a equipe multidisciplinar, é de grande importância vindo a colaborar de forma contínua com os aspectos que permeiam a humanização e visão do paciente enquanto ser biopsicossocial. O vínculo entre a equipe multidisciplinar se dar por meio da interação e busca por informações do paciente, tornando-se indispensável que o psicólogo saiba detalhadamente das atividades desenvolvidas pelos demais profissionais, bem como os limites de cada um, possibilitando uma atuação integrada, mediante sua função (Angerami-Camon, 1988). O psicólogo no contexto hospitalar tem acesso direto às demandas do paciente e familiares, além de saber a opinião médica, e de toda equipe a qual tem acesso ao paciente, desta forma diante dos seus conhecimentos de saber científico o mesmo estabelece neste meio formas de trabalhar a relação dos indivíduos envolvidos prezando sempre o bem estar do paciente e familiares, bem como a harmonia na equipe que integra. (Martins, 2003). Ainda analisando os aspectos relacionados à equipe multidisciplinar, o prontuário também é disposto para toda equipe, desta forma ao relacionar os aspectos relevantes ao adoecimento e hospitalização, cabe ao psicólogo o sigilo quanto aos fatores que venham a ser apenas relacionado à psicologia, dispondo em prontuário aspectos os quais venham a colaborar para com a equipe e o indivíduo em adoecimento, o setting terapêutico não é pleno, porém algumas informações podem ser preservadas a nível de sigilo profissional, podendo ser trabalhada posteriormente com encaminhamento para continuidade dos serviços de psicologia no âmbito clínico. No prontuário multiprofissional, registra-se as informações necessárias ao cumprimento do trabalho. Os conteúdos se limitam a informações que ajudem a equipe de saúde a dar continuidade ao atendimento do paciente, de forma sucinta, a intervenção psicológica. Conselho Federal de Psicologia (CFP) – Resolução 001/2009: dispõe sobre a obrigatoriedade do registro documental decorrente da prestação de serviços psicológicos como forma sucinta de contemplar: a assistência prestada; a descrição e a evolução do processo; os procedimentos técnico-científicos adotados no exercício profissional. O uso do prontuário multidisciplinar fornece não só ao médico e equipe aspectos relacionados à psicologia, também oferece ao psicólogo o conhecimento sobre o processo de adoecimento do indivíduo, bem como os procedimentos que o mesmo enfrentará. O conhecimento advindo do prontuário multidisciplinar, possibilita ao profissional um diálogo mais rico, que vem a promover a diminuição dos processos de ansiedade do paciente e familiares, promovendo ao psicólogo o espaço para trabalhar possíveis interferências que dificultam o processo de hospitalização, tais como advindos da desorganização da estrutura familiar fruto do processo de hospitalização, o paciente e acompanhantes lidam com o estresse permanente, sofrimento interno, elevação de ansiedade, medos do desconhecido, e apreensão quanto às decisões a tomar, e situações a enfrentar (LUSTOZA, 2007). A falta de informações adequadas mediante o estado do paciente, pode causar um mal estar ainda maior aos familiares e ao próprio paciente, a equipe médica nem sempre disponibiliza a família informações suficientes para que os mesmos venham a compreender o seu estado/diagnóstico, o fluxo de pessoas e atendimentos geram nestes profissionais uma objetividade que faz com que se instaure dúvidas quanto ao que foi dito. A família enfrenta vários desafios desde a hora de selecionar quem irá acompanhar o paciente, até a tomada de decisão mediante o diagnóstico e cuidado com os membros que ficam em casa, causando assim um stress gerado pelo processo de adoecimento e hospitalização do paciente, o que pode ser potencializado pela falta de informação ( LUSTOZA, 2007). A família, nem sempre tem contato fácil com o médico responsável pelo caso, dado o estilo de sobrecarga de trabalho da categoria médica em nosso país. Com esta dificuldade, à família faltam, além de importantes informações, apoio deste profissional, que em muito poderia auxiliar no enfrentamento de situação tão crítica quanto está, na vida de uma família. (Lustosa, 2007 p. 06 ) Em meio a estes aspectos ansiogênicos o profissional de psicologia desempenha um papel fundamental, pois é a partir do contato para com essas demandas que o vínculo se estabelecerá, pois a este profissional é permitido uma escuta precisa mediante o processo de psicoterapia breve utilizado no meio hospitalar. O funcionamento deste vínculo será assim estabelecido mediante a problemática atual, desta forma caberá ao profissional de psicologia verificar como trabalhar as demandasemergentes deste processo, a utilização de psicoterapia breve se estabelece devido ao seu tempo de duração e por provocar um efeito estimulante no processo de acompanhamento e diminuição do comprometimento emocional (Carvalho, Carneiro, 2016). A psicoterapia breve mobiliza ao paciente formas de elaboração dos conflitos de forma mais rápida e focalizada, no contexto hospitalar vem mostrando-se grande aliada no combate de fatores ansiogênicos e de stress nos pacientes em acompanhamento e familiares. “O foco em psicoterapia breve permite que o terapeuta organize suas atividades a serem trabalhadas com o paciente mediante objetivos estabelecidos.” (Carvalho, Carneiro, 2016) Durante o processo de acompanhamento em psicoterapia breve a nível focal são trabalhadas as funções egóicas do paciente, verificando assim suas fraquezas do funcionamento psíquico, sendo de muita importância trabalhar essas funções a nível de compreensão plena do paciente para que o mesmo, venha a realizar insights, e assim assimilar os conteúdos trabalhados a sua realidade. Este processo pode trazer ao paciente grandes benefícios não só na esfera social, também pode melhorar a sua percepção do mundo interno e externo (ALMEIDA, 2015). A técnica da psicoterapia breve, assim como seus métodos de tratamento e avaliação, possibilita inúmeros benefícios ao paciente, tais como: a melhora da problemática focal, a melhoria sintomática do paciente, a consciência da enfermidade e a autoestima (ALMEIDA, 2015). Nesta proposta de acompanhamento e assistência psicológica torna-se possível trabalhar as demandas emergentes da hospitalização, bem como o processo de diagnóstico e tratamento, estes fatores conduzem o paciente e seus familiares a um estado emocional de tristeza e desesperança mesmo que o diagnóstico venha a ser sutil e tratável, a percepção dos mesmos se direciona ao prolongamento dos dias de hospitalização instalando assim um sentimento de tristeza. (SAULO, 2016) No ambiente hospitalar, o conhecimento do diagnóstico por parte do paciente possibilita melhores formas de elaboração e enfrentamento da situação, o psicólogo busca neste processo compreender como o paciente tem se mostrado frente ao seu diagnóstico, podendo assim haver um possível esclarecimento de dúvidas mediante uma solicitação da equipe multidisciplinar e médicos responsáveis, uma vez que é direito do paciente ter informações que sanem suas dúvidas mediante o que enfrentará. (SAULO, 2016) Mediante aos assuntos aqui descritos, os tópicos seguintes trarão desde o enquadre histórico da instituição a qual o estágio se desenvolveu, até a aplicação prática dos assuntos discutidos, mediante a experiência enquanto residente, análises de casos e participações em atividades que enriqueceram a experiência como um todo. 3 ENQUADRAMENTO INSTITUCIONAL DO ESTÁGIO Inaugurado no dia 07 de novembro de 1986, porém iniciou suas atividades no dia 2 de fevereiro do ano seguinte, Localizado no bairro Capucho, na Zona Oeste de Aracaju, Inicialmente, contava com uma equipe composta por cerca de 500 profissionais, entre os quais 112 médicos, 30 enfermeiros, 96 auxiliares de enfermagem e 200 funcionários de apoio, atualmente conta com aproximadamente 3300 profissionais, sendo 600 médicos, distribuídos em 30 especialidades, como; clínica geral, pediatria, ortopedia, cardiologia, oncologia, cirurgias gerais, plásticas, torácica, vascular entre outras, além destes possui 1570 profissionais de enfermagem, distribuídos entre auxiliares, técnicos e enfermeiros, 62 nutricionistas, 31 psicólogos, 2 cirurgiões dentistas, 28 cirurgiões buco-maxilo-facial, 11 biomédicos, 28 farmacêuticos,108 fisioterapeutas, 87 técnicos de radiologia, 44 técnicos de laboratório, 6 auxiliares laboratoristas, 12 laboratorista de saúde, 57 agentes de serviços de saúde, 54 assistentes sociais e 2 físico médicos. Também integram o corpo clínico do HUSE, hematologistas, gastroenterologistas, infectologistas e profissionais que atuam nas áreas de nefrologia, neurologia, oftalmologia, psiquiatria, urologia, otorrinolaringologia, ultrassonografia, pneumologia, Proctologia, terapia intensiva, fonoaudiólogos, bioquímicos, instrumentadores cirúrgicos e área administrativa. (ANDRADE, 2018) O hospital de urgência de Sergipe governador João Alves Filho anteriormente chamado apenas de Hospital João Alves Filho, presta atendimentos de urgência e emergência de média e alta complexidade, nas clínicas médica, cirúrgica e traumatológica, realizando a estabilização dos pacientes críticos e articulado com a rede de assistência, possui o maior pronto-socorro público do Estado, possuindo capacidade física de 421 leitos, possui média de atendimento mensal de 20 mil pacientes, somente nos setores de Urgência/Emergência, possuir a maior urgência e emergência do Estado, definida pelas Áreas Azul, Verde, Amarela e Vermelha, inaugurada em 16 de dezembro de 2010, o hospital dispõe ainda de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI Adulto), Semi-intensiva Adulto, Central de Tratamento Intensivo Pediátrico (CTI-PED), Centro Cirúrgico com nove salas cirúrgicas (seis delas operacionais) e uma Sala de Recuperação Pós-Anestésico (SRPA). Em sua estrutura física o HUSE é composto por 13 alas de internação, também é referência no tratamento oncológico, integrando em seu centro de oncologia Dr. Osvaldo Leite (COOL) diversas especificidades, o centro possui leitos voltados ao atendimento adulto (28 leitos) e infantil (21 leitos) destinados a realização de terapias à base de quimioterapia e radioterapia, chegando a realizar por mês 2,5 mil consultas médicas oncológica, administram diariamente em torno de 70 quimioterapias e 115 sessões de radioterapia ao dia. (ANDRADE, 2018) O hospital também conta com uma unidade de tratamento de queimados (UTQ), a qual foi inaugurada em junho de 2003, possuindo 14 leitos, sendo estes; adultos (4 leitos), infantis (4 leitos), UTI (2 leitos), Semi-intensiva (2 leitos), dispondo de ambulatório de fisioterapia com área aproximada de 300m2. O quadro de funcionário é formado por 06 cirurgiões plásticos, os quais são auxiliados por uma equipe de enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem e fisioterapeutas. O HUSE tem a finalidade exclusiva de atendimentos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, prestar serviços de saúde de todos os níveis de assistência hospitalar, além de desenvolver atividades de ensino e pesquisa científica e tecnológica na área de saúde, além das pesquisas o Hospital de Urgência de Sergipe governador João Alves filho oferece núcleo de apoio a instituições de ensino disponibilizando residência em todas as suas especificidades profissionais. (ANDRADE, 2018) 3.1 Caracterização da instituição No que refere-se a residência o HUSE oferece em suas acomodações setores e alas destinadas a atuações de profissionais e estudantes, que realizam nesses suas experiências com a prática das suas profissões, o estágio supervisionado III, voltado à Psicologia Hospitalar desenvolveu-se na ala 200, a qual é destinada a residência médica de prática clínica, nesta os residentes de medicina buscam casos os quais venham a ser interessantes para o seu conhecimento médico, os mesmo são auxiliados por seus colegas os quais já vivenciaram a experiência neste setor, e supervisores gerais, deste modo cabe a entender que os pacientes que adentram esta ala são selecionados por seus médicos residentes. Nesta ala inicia o processo de investigação diagnóstica, os pacientes internados nesta, possui a disposição toda equipe de acompanhamento desde medico, a psicólogos e fisioterapeutas e nutricionistas, e são direcionados à realização de exames, consultas de acompanhamento, e cuidados referentes a sua estadia, bem como alimentação regrada, acomodações com direito a acompanhante e serviço de psicologia, podendo o mesmo ser por indicação do médico mediante prontuário ou ser por busca ativa do próprio profissional do setor, desta forma o estágio depsicologia hospitalar desenvolveu-se, realizando atendimentos supervisionados, entrevistas iniciais, e acompanhamento do processo de hospitalização dos pacientes que davam entrada neste setor, realizando assim atendimentos e acompanhamentos até a possível alta do paciente, podendo realizar alta psicológica ou encaminhamento para continuidade dos serviços de psicologia. 3.2 Caracterização do público-alvo Pacientes transferidos para ala 200, os quais estão realizando o processo de investigação diagnóstica e tratamento, que necessite de internação e acompanhamento da equipe multidisciplinar. 3.3 Caracterização das intervenções Todas as intervenções realizadas pela profissional de psicologia, bem como por seus estagiários foram documentadas através do desenvolvimento destas atividades no portuário de cada paciente, tornando assim a equipe informada dos aspectos analisados pela psicologia. 3.3.1 Entrevista inicial e Avaliação do estado mental ENTREVISTA INICIAL ● Apresentar o serviço de psicologia ao paciente ● Levantar dados acerca da história de vida do paciente (dados, profissão, estado civil, histórico de tabagismo, ou consumo de álcool, consumo de drogas) ● Levantamento de informações relacionadas à outras hospitalizações ● Estabelecer vínculo com o mesmo e seus familiares ● Compreender como o paciente está encarando seu processo de hospitalização (expectativas, medos relacionados à doença) ● Averiguar a compreensão do paciente para com o seu adoecimento bem como possíveis diagnósticos. ● Colocar o serviço de psicologia a disposição do paciente e familiares. AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL A entrevista inicial possibilita a análise de aspectos pontuais os quais remetem ao estado mental do paciente, tais como: Sensopercepção – estado que permite ao sujeito a captação e codificação de estímulos sensoriais. Orientação – capacidade de autorreconhecimento e situar-se no tempo e espaço. (pessoa, espaço e tempo, podendo haver desorientações alo ou autopsíquica) * Consciência – Estado que corresponde a capacidade de responder a estímulos e reconhecer a realidade e a si. Atenção – nível de concentração a qual o indivíduo direciona seu foco. Memória - capacidade de registrar, manter e relembrar situações ou fatos ocorridos. (imediata, fixação e evocação) Linguagem – instrumento de comunicação intermediador para expressão do pensamento. Psicomotricidade – forma como o indivíduo se apresenta podendo haver no processo de hospitalização alterações como: (Negativismo, compulsão, inibição psicomotora). Juízo crítico – autoavaliação, compreensão de suas dificuldades, qualidades e capacidade de julgamento. 3.3.2 Acompanhamento ao paciente e familiares ● Proporcionar ao paciente seus familiares onde ocorra o diálogo sobre o processo de hospitalização, o qual os mesmos venham a expressar seus sentimentos visando diminuir a ansiedade e sofrimento que permeiam o processo de hospitalização. ● Tornar o ambiente hospitalar mais receptivo e confiável. ● Promover integração entre a equipe. ● Amenizar tensões advindas do processo de hospitalização. ● Acompanhar e averiguar a noção do paciente referente ao seu diagnóstico e tratamento. ● Possibilitar à família e ao paciente suporte emocional para melhor lidar com os medos e ansiedades diante o sofrimento. ● Atuar no esclarecimento e orientação aos pacientes e familiares, apresentando informações claras e acessíveis, conforme as necessidades da família e do paciente, sobre a doença, tratamento e possíveis efeitos colaterais ou sequelas, com a finalidade de proporcionar aos pacientes e familiares respostas às dúvidas, contribuindo assim para a diminuição da ansiedade; ● Informar e registrar dados relevantes e atualizados do estado psicológico do paciente e familiares, para melhor prover a equipe de informações oportunas e dimensionadas. Operacionalização dos processos realizados ● Acompanhar os prontuários e registrar as intervenções nos mesmos; ● Atender o paciente e sua família individualmente ou coletivamente quando a situação se tornar necessária; ● Estabelecer contato com os profissionais envolvidos para buscar informações relevantes para o atendimento e discussão dos casos. • ● Buscar atualizações com a equipe multiprofissional, acerca do estado do paciente visando sempre estar atualizado. ● Registrar, nos prontuários, dados a respeito do estado psicológico do paciente e seus familiares, bem como suas implicações, as quais poderão afetar o tratamento (uso de drogas, álcool ou cigarro). 4 DISCUSSÃO O estágio supervisionado III, iniciou-se em 27 de agosto onde foi realizado via online o treinamento de biossegurança, iniciando as práticas do estágio na semana seguinte, onde foi dividido em duas turmas de cinco estagiários, as práticas foram estabelecidas duas vezes na semana sendo que também foi disponibilizado um dia para a supervisão, durante a experiência de estágio supervisionado tive contato com pacientes que estavam hospitalizados devido a condições patológicas advindas do uso de álcool, coincidentemente três paciente os quais fiz avaliação dos processos mentais por meio da entrevista inicial, e acompanhamento do seus processos de hospitalização. Em meio ao processo de entrevista inicial, foi possível compreender os processos que permeavam a situação de adoecimento a qual o indivíduo se encontrava, sua história de vida e acontecimentos que segundo os mesmos desencadeou um processo de dependência e vício, era notável o desgaste emocional o qual cada paciente carregava, junto ao seu familiar que o acompanhava. O desenvolvimento humano, de modo geral, é compreendido como um processo de mudanças contínuas que ocorre mediante interação estabelecidas dentro de um contexto, e engloba desde os processos biológicos do próprio organismo até as mudanças sociais e psicológicas ao longo da vida. O indivíduo em seu processo passa por uma série de mudanças e eventos que marcam sua história, mudanças essas que podem mudar todo o seu contexto e visão de mundo, exigindo do mesmo uma capacidade adaptativa e ressignificativa deste processo seja ele bom ou ruim (ZAMEL E SADDI, 2015). O primeiro paciente etilista trouxe em sua historicidade uma longa e dolorosa história de revolta mediante a perda do seu pai, o qual teve câncer e veio a falecer quando ainda tinha 25 anos, atualmente encontra-se com 51 anos e desde o falecimento do seu pai iniciou a ingestão compulsiva de álcool, em seus relatos trouxe a ideia que inicialmente bebia para esquecer os problemas, mas no decorrer do tempo passou a viver em bares, mendigar para beber e morar nas ruas, mesmo tendo total apoio da sua família para lhes dar abrigo e amor, mas o mesmo relata que muitas vezes passava dias nas ruas e apenas quando os irmãos o encontrava levava-o para sua casa, relata que há aproximadamente 2 anos com o nascimento do seu neto tem se controlado mais com a bebida, devido a pedidos do seu filho, mas que ainda sim tem recaídas, durante seu período de internação foi diagnosticado com cirrose e permaneceu fazendo o tratamento o qual foi exposto, desde o início do seu acompanhamento psicológico o paciente tinha noção do seu quadro clínico e se mostrava ciente quanto ao que ocasionou a patologia mostrando-se resiliente quanto ao processo de hospitalização e extremamente acolhedor ao serviço de psicologia demonstrando uma necessidade de fala e escuta da sua história e sofrimento mediante ao vício. O paciente relata já ter feito acompanhamento psicológico por meio do centro de atenção psicossocial (CAPS) da sua cidade, mas que não deu continuidade, durante o acompanhamento já nos últimos dias que antecederam sua alta, foi notável sua mudança física e emocional, o mesmo deu entrada no setor totalmente debilitado com inchaço abdominal e nas pernas os quais o impedia de andar e mexer-se sem lhes causar dor, esses fatores repercutem em seu emocional tornando-o mais emotivo e triste, o que foi totalmente contráriodurante o último acompanhamento, o mesmo mostrou-se ativo e alegre e extremamente grato a sua família por acompanhá-lo durante seu processo de melhora. Inicialmente no primeiro contato com este paciente era possível observar alguns mecanismos de defesas tais como a intelectualização, onde buscava em meio ao raciocínio justificar suas ações tornando-as compreensíveis, para bloquear um conflito que lhes gerava estresse emocional, como forma de proteger-se mediante a um possível julgamento por parte do profissional de psicologia e residente, de forma inconsciente o paciente deixava lacunas em seus discursos quando se tratava dos períodos que segundo o mesmo parava de beber e quando era questionado quando a quebra de contexto mostrava-se ansioso e confuso, era possível também notar dentro do seu discurso uma preocupação com a forma que o acompanhante (seu irmão) venha a reagir ao que é dito por ele, buscando justificar-se quanto à sua dependência e o fato de se sentir culpado por tratar mal sua mãe, em um dos episódios em que foi resgatados da rua por seus irmãos. O álcool em associação com o contexto no qual é inserido, as expectativas e atitudes do indivíduo, os valores sociais e os efeitos físicos e psicológicos decorrentes do uso da bebida alcoólica contribuem para o aparecimento de violências entre os relacionamentos interpessoais (Araújo et al. 2018). O segundo paciente também internado por complicações advindas do uso do álcool, relata fazer uso de álcool desde os 12 anos de idade, mas que o álcool nunca havia atrapalhado sua vida, relata que atualmente aos 56 anos de idade estava afastado da sua profissão (motorista de caminhão) devido ao seu vício, que segundo o mesmo mudou o rumo da sua vida para pior, relata que o álcool tornou-se um problema após uma separação, segundo o paciente devido sua profissão passava longos períodos distante de sua esposa e que após um processo de adoecimento dela decidiu voltar a morar com a mãe, o deixando sem que soubesse da decisão, após esse acontecimento relata que faz uso diariamente de álcool e que mesmo com o apoio de sua família e patrão não consegue voltar a ter uma vida normal, paciente durante o processo de avaliação e contato inicial mostrou-se ciente do seu quadro clínico e mostrou-se acolhedor ao serviço de psicologia, porém mediante a avaliação notamos que seus exames e alta estavam próximos e aconselhamos ainda na primeira entrevista a retomada do acompanhamento psicológico o qual o paciente relatou já fazer. O atendimento deste paciente não se prolongou, o mesmo veio a ter alta três dias após sua avaliação, os exames vieram a sair e o mesmo foi liberado. O terceiro paciente possui um histórico de patologias as quais sempre o conduz a um acompanhamento médico de urgência, o mesmo possui 76 anos e um histórico de hipertensão arterial, mas foi conduzido a hospitalização devido a um quadro de vômito com sangue, enquanto voltava do trabalho, vindo a ser internado sem nenhuma documentação ou acompanhante, sendo necessário apoio da equipe de assistência social para entrar em contato com seus familiares, o mesmo relata fazer uso de álcool “desde sempre” enfatizou que não era o motivo o qual estava internado, e ao ser questionado sobre seus exames mostrou-se sem conhecimento sobre seu quadro clínico, o mesmo foi tranquilo e acolhedor quanto a profissional de psicologia e residente, mostrou-se bastante comunicativo, ansioso e impaciente quanto sua alta, de forma que ameaçou abandono caso os exames demoraram a sair, ainda sim demonstrou interesse em saber o que ocasionou o adoecimento, o mesmo teve alta após os resultados e foi encaminhado para tratamento hematológico devido ao diagnóstico de cirrose Hepática. O paciente mostrou-se em negação com o que estava vindo a ser diagnosticado pelos exames, a cirrose hepática, durante seu discurso sempre conduzia a motivação a qual o levou ao adoecimento mediante sua condição hipertensiva, e mesmo com perguntas diretas, a de como fazer uso de álcool diariamente, o paciente buscava em seu repertório de fala uma sugestiva a qual não se validava. Segundo Nadvorny (2016), no processo de dependência de álcool o indivíduo tende à negação, utilizando-se da recusa a falar sobre o assunto. Com a saída deste paciente seu leito foi cedido para um novo, o qual deu entrada devido a um quadro de infecção após um procedimento cirúrgico, ao contrário dos demais pacientes este relata não fazer uso de álcool apenas fumar, este possui 48 anos de idade, possui um histórico de internação devido a outros procedimentos cirúrgicos devido a acidente de carro, em sua avaliação, o mesmo traz consigo uma demanda de fala relacionada a sua família, mostrou-se extremamente ciente do seu quadro clínico, detalhando os procedimentos e exames que esteve realizando, bem como os resultados passados pelos médicos para indicação do tratamento, por meio dos exames realizados verificou-se uma patologia hepática provocada devido a infecção por parasitas, a esquistossomose, mais conhecida como doença do caramujo, paciente relata já está realizando tratamento porém segue esperando outros resultados que são mais demorados, o mesmo mostrou-se resiliente quanto ao seu processo de hospitalização e segue internado realizando tratamento medicamentoso. Além das avaliações e acompanhamentos aos pacientes também participamos de palestras temáticas dentro da instituição, voltadas aos profissionais inseridos na mesma, a primeira palestra foi voltada a doação de órgãos, campanha a qual destina-se a conscientização da importância da doação de órgão e os procedimentos e profissionais os quais estão envolvidos no processo, nesta palestra tivemos a honra de prestigiar nossa supervisora Uquênia Lemos, em sua apresentação voltada aos procedimentos do profissional de psicologia e o acompanhamento aos familiares mediante a morte encefálica. Neste evento tive também a honra de conhecer a instituição doar-se, e um dos seus projetos, que realiza junto aos escritores Viviane Fernandes e Francisco Prado uma proposta de trabalhar temas sensíveis e pouco discutido nas escolas de educação infantil, o processo de adoecimento e tratamento de crianças que possuem problemas de saúde, levando aos pequenos uma conscientização através da delicada história “Quel e a máquina” a qual retrata a história do personagem Quel o qual possui problemas nos rins e faz hemodiálise, tive o prazer de ser a ganhadora do livro o qual retrata a linda e inspiradora história de Quel, o projeto doar-se leva este material à escolas do interior trabalhando por meio dos livros a conscientização das crianças para com o processo de adoecimento e assim também integrando crianças que passam por algum processo de adoecimento, através dos livros e contos. Além desta palestra também foi disponibilizado aos estagiários de psicologia a palestra voltada ao treinamento e elaboração de documentos psicológicos mediante a normativa da nova resolução de CRP 06/2019 a qual direciona o profissional de psicologia sobre a elaboração de documentos escritos, a qual foi ministrada pela psicóloga e professora da Estácio Lizandra Menezes Soares. Contamos também com uma aula expositiva com o coordenador e professor, Igor Soares Vieira, o qual ministrou sobre a avaliação do estado mental, aula a qual fez toda diferença na prática do estágio, trazendo assim a importância do olhar treinado e atento do profissional de psicologia ao paciente mediante a simplicidade do diálogo, o qual pode ser rico na coleta de aspectos relevantes para a psicologia e demais profissionais da equipe, mediante a evolução do prontuário do paciente. Foi realizada também, visita técnica a fim de possibilitar aos residentes de psicologia um conhecimento detalhado sobre a instituição, com o intuito de proporcionar aos mesmos uma noção desde a estrutura, até os setores e atendimentos especializados, nesta foi possível compreender o funcionamento do hospital bem comoseu processo de modificações para melhor acomodar as demandas emergentes, tais como a pandemia a qual ainda vivenciamos, o hospital de urgência de Sergipe foi o principal hospital onde foi realizado o enfrentamento do COVID-19, remanejando e realocando suas demais especificidades para um possível enfrentamento da pandemia, atualmente com a diminuição considerável dos casos mediante a vacinação essas mudanças as quais ocorreram durante o período crítico da pandemia ainda encontra-se em processo o que foi perceptível durante a visita. O estágio em psicologia hospitalar foi uma experiência única, levou-me a correlacionar os estudos desde o início do curso, até as teorias de abordagem, com ele pude perceber que estou preparada para lidar com a complexidade da atuação em ambientes diferentes do contexto clínico, o qual sempre me direcionava, pude compreender melhor sobre a atuação do psicólogo inserido em uma equipe multiprofissional, pois desde as apresentações da atuação do psicólogo inserido em um contexto multiprofissional achava que nesta o psicólogo era limitado e subordinado a atendimentos por requerimento médico, pude perceber que neste âmbito o psicólogo tem voz ativa e total importância para equipe. A cada momento que me colocava frente aos pacientes, seja no momento inicial com as entrevistas ou nos acompanhamentos era possível perceber o quanto os mesmos necessitavam de alguém que lhes ouvisse e fornecesse a eles o apoio e escuta diferenciada, em meus atendimentos pude perceber demandas as quais poderiam ser trabalhadas na clínica, mas também pude perceber o quanto o processo de hospitalização e o estado de saúde/doença modifica a percepção de si e de futuro das pessoas que estão hospitalizadas, demonstrando assim em cada atendimento a importância da minha futura profissão inserida neste contexto. A experiência de possuir uma professora orientadora a qual é vinculada a instituição nos possibilitou ter um olhar mais aprofundado e experiente, nos direcionando a um saber maior, que tenho muito a agradecer. Podemos também neste aspecto perceber o quanto o profissional deste contexto necessita de acompanhamento psicológico, pois as demandas são frequentes e cobra do profissional um olhar sensível o qual o processo de institucionalização pode afetar, a experiência profissional permeia nossas experiências pessoais, nos conduzindo ao um possível sofrimento advindo de situações que se equiparam às vivenciadas em nossas vidas pessoais, desta forma o profissional bem como os estagiários necessitam de um acompanhamento psicológico para que torne-se possível uma elaboração de situações as quais venham a vivenciar. Desta forma concluo assim este relatório e experiência de estágio com o sentimento de dever cumprido no que refere-se a experiência acadêmica de graduação, o estágio de psicologia hospitalar sempre foi uma meta a ser cumprida desde o início da minha graduação, passei por profissionais incríveis, os quais sempre me fizeram aumentar a expectativa quanto a esta experiência, e aqui estou a finalizar este processo com um sentimento de dever cumprido e já pensando em possíveis cursos que me permitam aprimorar o conhecimento na área. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A experiência de estágio em psicologia hospitalar me propiciou um vasto conhecimento, o fato de nossa professora e orientadora ser vinculada a instituição elevou mais ainda a experiência, podemos ver por meio de um olhar mais experiente e treinado, compreender os aspectos que permeiam a atuação do psicólogo hospitalar, também me meio a esta experiência podemos perceber alguns movimentos que dificultavam o processo, por parte de alguns profissionais que tendem a seguir uma visão grandiosa, a qual tendenciosamente assumem o papel do profissional de psicologia, o que muitas vezes por meio do despreparo e falta de conhecimento da área, conduzia o paciente a um stress e ansiedade o qual era instaurado, para que seja solicitado o profissional psicólogo. Além deste, também foi possível perceber algumas anotações em prontuários para solicitação do psicólogo as quais não faz parte da função do mesmo na instituição, esses movimentos de alguns profissionais tendem a dificultar alguns processos, conduzindo o profissional a uma psicoeducação por parte da equipe a qual nem sempre era bem vista. Em casos pontuais e específicos onde era solicitado o acompanhamento psicológico por meio do prontuário multiprofissional, era visto também a falta de descrição dos porquês da solicitação o que direcionava o psicólogo à realização de uma avaliação não direcionada, que por sua vez poderia não repercutir tanto na devolutiva para equipe. No demais a experiência obtida no estágio foi extremamente satisfatória, o hospital de urgência de Sergipe governador João Alves Filho, possui além de uma equipe extremamente preparada, acomodações e estrutura as quais nunca imaginei o vendo de fora, ou por meio de experiências pontuais sendo paciente, a proporção e organização do hospital é impressionante. REFERÊNCIAS ANDRADE, Ciro Zanardini de. ACIDENTE DE TRABALHO COM MATERIAL PERFUROCORTANTE NO HOSPITAL DE URGÊNCIA EM SERGIPE (HUSE) EM ARACAJU (SE). 2018. 63 f. TCC (Graduação) - Curso de Administração, Departamento de Administração, Universidade Federal de Sergipe, São Cristovão,2018. Disponível em: https://ri.ufs.br/bitstream/riufs/12404/2/Ciro_Zanardini_Andrade.pdf. Acesso em: 01 nov. 2021. AZEVÊDO, Adriano Valério dos Santos e CREPALDI, Maria AparecidaA Psicologia no hospital geral: aspectos históricos, conceituais e práticos. 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