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TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 1 | 115 TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 2 | 115 Exame neurológico “Quem não sabe o que procura, não consegue interpretar o que encontra” ➢ Quando o paciente chega com um evento neurológico agudo, é necessário procurar sinais focais ou localizatórios. Por isso, deve-se conhecer as áreas de Brodmann para identificar onde provavelmente houve a lesão. Por exemplo, o paciente está com nistagmo, marcha atáxica ou do ébrio, totalmente desequilibrado com prova de Romberg oscilando para os dois lados, decorticação e sem coordenação motora indica que a lesão é na área cerebelar. Então, a ideia é associar o achado com a provável área do cérebro lesado. O exame neurológico possui: ➢ O diagnóstico sindrômico que se estabelece na admissão do paciente na maioria das vezes é a síndrome da hipertensão intracraniana – houve um crescimento de um volume anômalo que causou aumento da PIC, o que causou sinais localizatórios ou também chamados de sinais focais. o O cérebro possui 3 compartimentos: o liquórico, vascular e parenquimatoso, cada um com seu conteúdo habitual, então, quando há aumento de um dos três compartimentos, a PIC aumenta. o Exemplo: ▪ Vascular: hematoma epidural (extradural), hematoma subdural, hemorragia intraparenquimatosa, hemorragia subaracnóide (por uma ruptura de um aneurisma congênito). ▪ Parenquimatoso: AVE isquêmico, tumor cerebral. ▪ Liquórico: hidrocefalia. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 3 | 115 • Diagnóstico topográfico: é a área do cérebro que o sinal focal sinaliza no exame neurológico. o Exemplo: ▪ O paciente apresenta no exame neurológico um déficit de visão: pensar em lobo occipital, lesão do nervo óptico, tumor de hipófise comprimindo o quiasma óptico (pode causar hemianopsia heterônima). ▪ Déficit motor do lado direito no braço e na perna (hemiparesia direita): lobo frontal contralateral. ▪ Afasia de Broca: lobo frontal no hemisfério dominante (na maioria dos pacientes o dominante é o esquerdo). ▪ Afasia de Wernick: lobo temporal. • Diagnóstico etiológico: o que causou. o Exemplo: ▪ O que causou o AVE hemorrágico: será que foi uma emergência hipertensiva? ▪ Hemorragia subaracnóide: foi um aneurisma roto? ▪ Hemorragia intraparenquimatosa cerebral: foi uma má formação arteriovenosa congênita? ▪ AVE isquêmico: será que foi uma trombose sobre placa de ateroma, que é a causa mais comum (aterotrombótico) ou será que foi um cardioêmbolo cuja principal etiologia é fibrilação atrial? • Caso clínico: TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 4 | 115 o Existem vários tipos de síncope (no caso clínico acima é uma síndrome neurogênica): vasovagal, cardiogênica, por hipoglicemia, por hipotensão. o Vômito em jato: é não precedido de náusea. Se o reflexo de tosse estiver deprimido (muito comum no PS), ele pode já chegar no hospital com broncoaspiração, com pneumonia por broncoaspiração ou pneumonia aspirativa o Afasia de expressão = afasia de Broca > paciente não fala, mas compreende o que lhe é dito. o RCI (FA): Ritmo cardíaco irregular sugestivo de FA > delirium cordis. o Déficit de pulso: diferença entre frequência cardíaca e pulso radial. Exemplo: FC = 120, pulso radial = 90. Então o déficit de pulso é 30bpm. o Hemiparesia flácida à direita: concluímos que o diagnóstico topográfico é o lobo frontal contralateral (devido decussação das pirâmides). o Hiporreflexia à direita: na fase aguda do AVE, que lesa o primeiro neurônio motor, na avaliação da força há hiporreflexia e flacidez (paciente parece um boneco de pano, não possui tônus) contralateral à lesão. Passou da fase aguda, paciente apresenta hiperreflexia e hipertonia > braço fletido, pronado, junto ao corpo. o Diagnóstico sindrômico: como o paciente possui sinais focais e vômitos em jato, concluímos que ele possui hipertensão intracraniana (diagnóstico sindrômico). Então algo está aumentando o volume do seu cérebro, fazendo com que apareçam sinais focais. o Diagnóstico topográfico: os sinais focais são afasia de Broca e déficit motor à direita que sinalizam para lobo frontal esquerdo (diagnóstico topográfico). o Diagnóstico etiológico: no contexto, o paciente possui uma FA, então é um provável AVE isquêmico cardioemboligênico, mas para ter certeza vou precisar fazer ECO transesofágico (padrão ouro) para avaliar com precisão se há trombo dentro do átrio. Observação: esse paciente terá que receber anticoagulação para o resto da vida, pois ele tem uma fonte cardioemboligênica documentada. A FA, mesmo sem trombo intra-atrial, tem indicação formal de anticoagulação pelo resto da vida, então esse paciente já deveria estar tomando anticoagulante desde quando foi diagnosticado com FA, assim evitaria esse AVE. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 5 | 115 • Paciente encontrado caído, não consegue levantar e deambular, não responde ao chamado, boca torta > AVE que pega lobo frontal. • Em alguns países (desenvolvidos), há esse aviso em lugares públicos com a sigla SAMU: o Paciente com AVE tem que chegar no hospital, que é credenciado para trombólise em AVE isquêmico, para receber a trombólise e recanalizar a artéria cerebral obstruída e o tecido cerebral em sofrimento a fim de recuperar a perfusão. o Um AVE quase hemisférico, como o da artéria cerebral média (muitos êmbolos empacam nela por conta de sua característica anatômica > ela faz uma curva, um L), pega um território imenso, podendo causar várias sequelas. Quando faz a trombólise, paciente recupera a fala, o déficit motor. • Exame neurológico – Sinais focais: os sinais focais vão depender da área de Brodmann lesionada pela hemorragia, isquemia ou compressão extrínseca (por tumor, hematoma epidural, hematoma subdural). o Portanto, dependendo da área de Brodmann onde houve a lesão, o paciente irá apresentar um sinal focal do diagnóstico topográfico em exame neurológico. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 6 | 115 • Paciente possui sinal focal no exame neurológico, logo devemos: • Avaliar nível de consciência pela Escala de Glasgow para ver se vamos ter que entubar o paciente. Se Glasgow < 8, ele não tem reflexo de tosse e vômito preservado e assim devemos providenciar uma via aérea patente, ou seja, entubar. • Avaliar e restabelecer a condição hemodinâmica e respiratória: se ele está com arritmia respiratória grave, tipo Biot, Cheyne-Stokes, mesmo que esteja com Glasgow > 8, vou ter que considerar sedar e entubar para eu controlar o ritmo respiratório na ventilação mecânica; e se o paciente estiver chocado, vou ter que tratar esse choque na velocidade da luz; agora, se ele estiver hipertenso, vou ter que abaixar essa pressão com a maior cautela, pois a pressão de perfusão cerebral é pressão arterial média subtraída da pressão intracraniana (PPC = PAM – PIC). Exemplo: Paciente chega com PA 180x100 com sinal focal. O médico administra captopril de baixo da língua. Com isso, a PA cai para 120x80, ocorrendo hipoperfusão da área cerebral que está boa, sem lesão (lesão secundária). Portanto, o atendimento inadequado causou hipoperfusão da parte do cérebro que estava viável, aí o paciente chega com status neurológico de prognóstico sombrio na terapia intensiva. • Após estabilizar o doente vamos pedir uma neuroimagem. Se na cidade que estou não tem neuroimagem disponível, tenho que encaminhar imediatamente. Precisa de uma neuroimagem, fechar com a tomografia e fazer uma ressonância dentro do delta T para trombólise se for um AVE isquêmico. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 7 | 115 • Para avaliar nível de consciência utilizamos a Escala de Coma de Glasgow: o Aberturaocular é 4 pontos. o Resposta verbal é 5 pontos. o Resposta motora é 6 pontos. o Totalizando 15 pontos. ** Pupilas não fotorreagentes = Pupilas midriáticas = pupilas médiofixas. Após avaliar a ECG, devemos avaliar a reação pupilar que é subtraído 2, 1 ou 0 pontos dependendo da reação da pupila do paciente. Exemplo: se o Glasgow deu 3 pontos e nenhuma pupila reagiu ao estímulo da luz, devemos subtrair 2 pontos, totalizando 1 ponto. Se tiver um T na frente da classificação, como Glasgow 3T, quer dizer que a resposta verbal não foi avaliada, pois o paciente ou está intubado ou está com traqueostomia. • Estímulo doloroso: podemos fazer 3 manobras diferentes o Fricção do esterno. o Apertar a cutícula do paciente com nossa própria unha o Beliscar o supercílio do paciente. • Escala ocular: o Se ele está espontâneo e vígil (paciente acompanha o médico com o olhar) = 4 pontos o Ao comando verbal (tem que falar alto, vigorosamente) = 3 o Com estímulo doloroso = 2 TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 8 | 115 o Sem resposta = 1 • Resposta motora: o Se paciente obedece ao comando: tudo que você pede para ele fazer, ele faz (levanta braço, aperta mão, solta, etc) = 6 pontos. o Friccionamos o esterno ou beliscamos o supercílio com força. Para considerar que ele localizou o estímulo, paciente tem que levantar o braço pelo menos até o nível da clavícula = 5 pontos. o Damos nota 4 para aquele que possui uma resposta entre localização e decorticação. Ou seja, ele nem decorticou (que é 3 pontos) e nem localizou (5 pontos), ele fez uma resposta qualquer que chamamos de retirada inespecífica. o Se o paciente decortica = damos 3 pontos. ▪ Postura de decorticação. o Se o paciente descerebrar, ou seja, se ele estiver em posição de hiperextensão do corpo e o braço hiperextender e rotar para dentro > chamamos isso de rigidez tipo descerebração = 2 pontos. ▪ Postura de descerebração. o Nenhuma resposta = 1 • Enquanto estamos fazendo o Glasgow do paciente, devemos pedir para a enfermagem monitorar o paciente: pulso, FC, traçado do ECG, saturação, FR e PA não invasiva. o Aparecem no monitor multifunção TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 9 | 115 • Se o paciente apresentar a Tríade/Reflexo de Cushing (hipertensão + bradicardia + alteração do padrão respiratório) denota que ele está com HIC. o Hipertensão: Essa hipertensão é reflexa (reflexo neuroprotetor), com o objetivo de manter a perfusão cerebral (PPC). É um reflexo neuroprotetor, ele está hipertenso porque a PIC está alta. A pressão de perfusão cerebral é a pressão arterial média menos a PIC. Se PIC está alta, a PAM tem que subir reflexamente para manter a perfusão do cérebro viável. Nossa prioridade é evitar a qualquer custo a lesão secundária Então o atendimento inicial desse doente na maioria das vezes é em hospital de cidade pequena, com poucos recursos, profissional às vezes inexperiente e aí o doente chega numa condição péssima, vai rever, e o atendimento inicial foi super inadequado. o Então não iremos abaixar a PA do paciente. A não ser se a PAS estiver acima de 180, aí abaixamos no máximo 20%. Ainda mais se paciente está habituado com PA alta (PA basal de 260x150), se abaixa para 120x80, isso para esse paciente não é normotensão, é choque, porque a curva de pressão x fluxo dele já é desviada para direita, porque ele já é hipertenso há tempo e não é aderente ao tratamento. Então tem que ter muito cuidado com a tríade de Cushing. ▪ Ele fica bradicárdico e hipertenso – chama muito a atenção por conta da disautonomia ▪ E tem alteração do padrão respiratório – frequência, ritmo, amplitude – na foto tem a respiração de Biot, mas pode ser de Biot, de Cheyne Stokes, Apnêutica, Gasping, etc. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 10 | 115 A lesão neurológica do paciente neurológico com sinais focais pode nem ser primária e sim secundária. A principal causa de rebaixamento de nível de consciência é intoxicação por álcool, drogas ilícitas, veneno, encefalopatia hepática urêmica > causas secundárias. Mas eu não sei quando o paciente chega, então tenho que mantê-lo bem oxigenado, bem perfundido, com glicemia normal > o tecido cerebral requer oxigênio, glicose, não tem nada de metabolismo anaeróbio “lá pra cima”. • Então, recebi o paciente, avaliei o Glasgow e percebi que há sinais focais, que existe um evento neurológico qualquer (não sei se é primário ou secundário), não sei se é parênquima, componente vascular ou hidrocefalia > só com neuroimagem vou saber, mas o mais importante é a estabilização desse paciente. o Se tem neuroimagem no serviço, vou solicitar para dar o diagnóstico etiológico: é um AVE isquêmico? É um AVE hemorrágico? É um tumor? É uma hidrocefalia hiperbárica? o Se estou em um local que não tem neuroimagem, vou ter que encaminhar o paciente, mas NUNCA vou encaminhar esse paciente se ele estiver instável. SEMPRE estabilizar no local de ORIGEM. Então: estabilizar o paciente primeiro, encaminhar, pra ele chegar no hospital de origem precocemente, fazer uma neuroimagem, se for um AVE isquêmico, ter um delta T adequado para trombólise sem nenhuma lesão secundária por hipóxia e hipoperfusão (esse é o principal objetivo). • A conduta inicial adequada pode preservar a perfusão da área de penumbra > isso é um grande ganho para o paciente de qualidade de vida ➢ Neuroimagem ➢ A neuroimagem irá localizar a lesão, demonstrar que tipo de lesão é e se tem efeito de massa. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 11 | 115 ➢ Se houver efeito de massa, visualizamos desvio da linha média, assimetria dos ventrículos e apagamento de sulcos e giros. ➢ A área isquêmica na TC é chamada de área de hipodensidade, área hipodensa, que é o cinza mais acentuado em relação ao parênquima normal. Na foto: AVE extenso por obstrução da artéria cerebral média com sinais de hipertensão intracraniana. ➢ A área de sangue na fase aguda (hemorragia), é chamada de área de hiper densidade, área hiperdensa. É a área branca. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 12 | 115 ➢ Olhar os sulcos e comparar um lado com o outro; olhar os ventrículos e comparar um lado com o outro; olhar a linha média e verificar se está desviada. o Se a causa da HIC for sangue, devemos drená-lo. o Se for isquemia com edema do parênquima cerebral, devemos fazer craniectomia descompressiva para não herniar. AVE extenso com efeito de massa > ventrículos pouco visíveis, linha média desviada sulcos e giros super profundos > então tem que descomprimir esse paciente para ele não herniar e morrer. ➢ Portanto, tanto hemorrágico quanto isquêmico podem ter efeito de massa: se for isquêmico devemos descomprimir, se for hemorrágico devemos drenar. OBSERVAÇÃO: herniar é comprimir as estruturas adjacentes que vão sendo desviadas em direção ao tronco encefálico. Então se o paciente hernia para tronco, faz midríase bilateral, Glasgow de 1, sem drive respiratório > óbito. ➢ Exemplos: o AVE hemorrágico com efeito de massa (linha média desviada, ventrículos assimétricos, área de hemorragia extensa). Como há efeito de massa, a conduta é: drenar. o Tumor cerebral e o cinza em volta é edema cerebral peritumoral, apresenta efeito de massa. Observamos na imagem que a área de edema é grande, TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 13 | 115 então podemos administrar corticosteróide, como dexametasona (1ª escolha). Pode-se fazer uma exérese desse tumor e, se paciente não tiver condições clínicas, teremos que fazer uma craniectomia descompressiva para não ter risco de herniar. o Hematoma subdural com efeito de massa (linha média desviada, ventrículos não estão visíveis) > hematoma comum em alcóolatra que caibêbado e bate a cabeça no chão > MUITO perigoso. Conduta: drenar. o Hidrocefalia: os ventrículos (área branca em formato de X) estão enormes e o cérebro está em volta. Conduta: DVE. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 14 | 115 ➢ Se o paciente apresenta hidrocefalia na tomografia e não tem nenhuma mudança nos últimos meses no quadro neurológico basal, dizemos que é uma hidrocefalia normobárica/de pressão normal/ex-vácuo. Se o paciente tem quadro neurológico que deteriorou rapidamente, é uma hidrocefalia hiperbárica > iremos fazer uma DVE; ou se ele tiver líquor não hemorrágico, que possa derivar para peritônio, posso fazer uma DVP. Caso estejamos em uma cidade precária onde não há neuroimagem disponível, devemos encaminhá-lo imediatamente após sua estabilização. ➢ É fundamental depois da neuroimagem, se paciente não foi para neurocirurgia, pelo menos levar paciente para bloco cirúrgico e colocar um monitor de PIC. o Essa PIC que vai pautar a conduta na UTI > quanto devo deixar a PAM? A PPC tem que ser em torno de 70 mmHg. Então, se a PIC está 40 mmHg, a PAM deve estar em torno de 110, o que dá uma PA de aproximadamente de 180x100. ➢ Conteúdo da consciência – Função cognitiva: • Avalia orientação e memória; • Conhecimento; • Percepção e julgamento; • Concentração; • Cálculo; • Pensamento abstrato; • Fluência verbal. OBSERVAÇÃO: Utilizamos na consulta ambulatorial e até mesmo na enfermaria para avaliar quadros de demência. Não utiliza na emergência. • Mini exame do estado mental (MEEM): TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 15 | 115 TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 16 | 115 o Orientação temporal – 1 ponto para cada resposta certa, totalizando 5 pontos. o Orientação espacial – 1 ponto para cada resposta certa, totalizando 5 pontos. o Registro: falar três palavras e pedir para o paciente guardar e repetir – 1 ponto por cada palavra corretamente repetida, totalizando 3 pontos o Atenção e cálculo: pedir para, a partir de 100, ele ir subtraindo 7 cinco vezes a partir de cada resultado – 1 ponto para cada resposta correta, total 5 pontos o Memória de evocação: pedir para o paciente repetir as palavras do registro. Essa memória é muito afetada se não dormir – 1 ponto para cada palavra repetida corretamente, total 3 pontos o Nomear dois objetos: se ele não consegue falar o nome do objeto, chama- se ANOMIA > sabe para que serve, mas não sabe como chama – 2 pontos o Repetir: “nem aqui, nem ali, nem lá” – 1 ponto o Comando de estágios: se consegue, chama-se PRAXIA. Se ele não consegue, chama-se APRAXIA > não consegue realizar uma ação com fases motoras na sequência que você está ordenando (exemplo: pega esse celular, coloca ali de cabeça para baixo, perto da xícara > ele não consegue; mas se ele quiser fazer isso sem ninguém mandar, ele faz) – 3 pontos. Pega uma folha de papel com a mão direita (oferece pra ele com a mão trocada), dobre ao meio e coloque-a no chão > ele não consegue > se por um acaso ele quiser dobrar uma folha e colocar no chão, ele consegue, mas se você mandou, ele não vai conseguir fazer. o Escrever uma frase completa que tenha sentido – 1 ponto o Ler e executar: ele lê “feche os olhos” e tem que fechar imediatamente – 1 ponto o Copiar o diagrama: pedimos ao paciente para desenhar dois pentágonos com uma intersecção. Os pacientes com demência desenham duas coisas parecidas com amebas e não com pentágono – 1 ponto o Total: máximo 30 pontos. o Considera-se com defeito cognitivo: ▪ Analfabetos que tiraram menos ou igual a 15 pontos (≤15 pontos) TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 17 | 115 ▪ 1 a 11 anos de escolaridade que tirou ≤22 pontos ▪ Com escolaridade superior a 11 anos que tirou ≤27 pontos. OBSERVAÇÃO: o conteúdo da consciência a gente usa em consultas ambulatoriais para avaliar quadros de demência.
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