Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 28 | 115 Avaliação da linguagem • Devemos avaliar a compreensão (se o paciente entende o que falamos), repetição (se consegue repetir o que falamos – já avaliamos na avaliação cognitiva, no MEEM), nominação (se consegue nomear os objetos), leitura e escrita. • Afasias: fluência, compreensão, repetição, escrita, nominação. • Afasia: paciente não consegue falar > fluência, compreensão, repetição, escrita e nominação. • Disfasia: dificuldade para falar. • Anomia: não consegue nomear os objetos. Não sabe como chama. • Agrafia: não consegue escrever. • Alexia: não consegue ler. • Disgrafia: dificuldade para escrever. • Dislexia: dificuldade para ler. ➢ Lobo parietal esquerdo: • Afasia de condução: o Lesão do feixe arqueado, feixes que conectam a área de Brocà com a área de Wernicke ▪ O feixe arqueado fica no lobo parietal esquerdo (quando hemisfério dominante é o esquerdo, na maioria das pessoas). o O paciente é capaz de falar, mas ele é repetitivo: discurso parafásico, repetitivo; comete erros de repetição e de resposta a comandos verbais. o Compreensão da linguagem falada é intacta. o Incapaz de repetir (quando pedimos para ele repetir bola, relógio e bala, por exemplo, ele não consegue repetir), de copiar e ler em voz alta. o Possui anomia – não consegue nomear os objetos. ➢ Temporo-occipital esquerda: • Afasia de Wernicke ou sensorial: TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 29 | 115 o Atinge uma região cortical posterior em torno da ponta do sulco lateral de Sylvius do lado esquerdo na superfície superior do lobo temporal, entre o córtex auditivo e o giro angular ▪ Área de wernicke que fica na região temporo-occipital esquerda, se o hemisfério dominante for o esquerdo. o Paciente não consegue compreender o que lhe é dito, mas consegue falar. o Se ele não entende o que falamos, então ele fala coisas sem sentido. o Paciente não consegue demonstrar através de gestos o que compreendeu (já na afasia de Brocà ele consegue demonstrar que compreendeu mexendo o lado que está “saudável”). o Apesar de possuir fala fluente, ela também não tem sentido, pois não compreendem o que eles mesmos dizem. o Apresenta alexia: a área de Wernicke é associada à alexia. ▪ Área de condução: é associada à anomia ▪ Área de Brocà: associada à agrafia. o Como a área de Wernicke não é motora, é um paciente que possui afasia e não possui déficit motor. ▪ Isso nos chama atenção na sua admissão. ➢ Temporo-occipital direita: • Amusia: o É a perda da capacidade de reconhecer ou evocar elementos musicais. o Pode ser considerada um tipo de disfasia. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 30 | 115 o A importância da amusia é o valor localizatório dela: a amusia é, quase invariavelmente, devido a uma lesão na área de Wernicke do hemisfério cerebral dominante. o É um sinal focal, nos ajuda no diagnóstico topográfico devido seu caráter localizatório pela correlação com a área de Wernicke. o Pacientes gravemente afetados por esse tipo de disfasia demonstram total incapacidade para compreenderem o significado das palavras que ouvem ou veem. ➢ Lobo frontal esquerdo: • Afasia de Brocà ou motora ou de expressão: o É provocada por lesões sobre a região lateral inferior do lobo frontal esquerdo. o O paciente possui dificuldade para falar. ▪ Às vezes ele responde, mas tem uma voz escandida, uma pronúncia estranha, parece que tem algo dentro da boca, uma disartria. o O paciente entende a linguagem ouvida ou lida. o O paciente pode apresentar hemiparesia direita ▪ Pois o lobo frontal é onde fica a área motora. Se ele lesa o lobo frontal esquerdo (maioria das pessoas é o esquerdo o dominante), ele terá déficit motor à direita (contralateral). ▪ Portanto, se o paciente tem um AVE do lobo frontal ele apresenta, além de afasia de Brocà, um déficit motor do lado contralateral (lado direito). TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 31 | 115 o Apresenta agrafia. ▪ Ele não consegue escrever, mas ele consegue ler. Se damos algo para ele ler, ele demonstra que compreendeu com gestos no lado direito. o Incapaz de construir frases gramaticalmente corretas – agramatismo o A fono e fisioterapia são muito importantes na recuperação desses pacientes. OBSERVAÇÃO: a área de Brocà processa as regras gramaticais, o sistema de organização da linguagem e da fala de cada idioma. Se essa área for lesada, a pessoa continua usando as palavras em seu sentido original, mas perde o poder de organizá-las em frases gramaticais corretas. Exemplo: “comer bolo bom” ou “comprar roupa nova casamento”. ➢ Lobo parietal: • Praxia o É a capacidade de executar gestos voluntários aprendidos na ausência de alterações da motricidade e da coordenação motora. o Praxia ideatória: uso de pente, escova, relógio. o Praxia ideomotora: sinal da cruz, gesto de despedida, saudação militar, positivo, negativo. o Praxia de vestimenta: colocar anel, casaco, camisa. o Praxia construtiva: desenhar uma casa, um quadrado, um círculo, uma árvore. ▪ Testado no MEEM. Lesão do lobo parietal: • Apraxia: o Causada por lesão do lobo parietal. o É inabilidade de realizar atos motores sob comando verbal, embora esses atos sejam facilmente realizados de modo espontâneo. o Também foi avaliado no MEEM > pedimos para paciente pegar um papel com mão esquerda (oferecemos para ele com mão direita), dobrar ao meio e colocar no chão (posso até pedir para colocar do lado direito ou esquerdo). Ao pedirmos isso, ele tem que escutar, processar, compreender e executar na sequência que eu ordenei e ele não consegue: apraxia. Ele TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 32 | 115 pode até fazer se ninguém estiver mandando, mas se você pede para ele realizar em uma sequência pré-determinada, ele não vai conseguir. • Apraxia de vestimenta: não consegue colocar um casaco, um anel, por exemplo. • Astereognosia: o É a incapacidade de reconhecimento de objetos pelo tato, na ausência de disfunção sensitiva. o Damos um objeto familiar (caneta, relógio) e, com os olhos fechados, o paciente não consegue identificar. o Quando ele consegue identificar, chama-se esterognosia: capacidade normal de reconhecer objetos pelo tato. o Causada por lesão do lobo parietal. • Agnosia: o Causada por lesão no lobo parietal, temporal ou occipital. Essas áreas armazenam memórias dos usos e importância dos objetos, visões e sons familiares e integram a memória com a percepção e identificação. o É a perda da capacidade de identificar objetos, utilizando um ou mais dos sentidos. o É diferente de anomia. o Agnosia é causada por lesão do lobo parietal, temporal ou occipital. Essas áreas armazenam memórias dos usos e importância dos objetos, visões, sons familiares e integram a memória com a percepção e identificação. o Na anomia, paciente não consegue dar nome ao objeto: ele pega um celular e não consegue falar que é um celular. Já na agnosia, ele pode até dar nome, mas não sabe para que serve, ele não sabe identificar o objeto e dizer para que ele serve. • Agnosia do lobo occipital: não reconhecem objetos comuns, como uma colher ou um lápis, embora a visão esteja preservada. É chamada de agnosia visual. Podem não reconhecer rostos familiares: prosopagnosia. • Agnosia do lobo temporal: perdem a capacidade de reconhecer sons, embora a audição esteja preservada. É chamada de agnosia auditiva. • Agnosia visual: incapacidade de se orientar no espaço, de avaliar corretamente a localização de objetos e a distância deles e entre eles, e de seus relevos. o O paciente pode se chocar com obstáculos que ele situa mal. TXXXIX | Carollayne Mendonça Rocha P á g i n a 33 | 115 • Agnosiaambiental: paciente perde a capacidade de reconhecer lugares familiares. Lesão do lobo occipital e temporal.
Compartilhar