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Rafael Moreira Meninges e Líquido Cerebrospinal Referências bibliográficas • Neuroanatomia funcional (3ª edição) – Ângelo Machado – Cap. 4, 8 e 9 • http://anatpat.unicamp.br/bineucerebrocoronal.html Meninges Membranas conjuntivas que envolvem a parte central do sistema nervoso (do grego: “revestimento”) • Aracnoide + Pia-mater = leptomeninge • Dura-mater = paquimeninge ESPAÇOS MENÍNGEOS DA PARTE ENCEFÁLICA • SUBDURAL - entre a dura-máter e a aracnoide, é uma fenda estreita contendo pequena quantidade de líquido, suficiente apenas para evitar a aderência das paredes • SUBARACNÓIDE – (mais importante) entre a aracnóide e a pia-máter - contém uma quantidade razoavelmente grande de líquido cerebroespinhal ou liquor Rafael Moreira OBS.: Em virtude da aderência da dura-máter aos ossos do crânio, não existe no encéfalo um espaço epidural, como na medula. → Em certos traumas ocorre o descolamento do folheto externo da dura-máter da face interna do crânio e a formação de hematomas epidurais (apenas circunstâncias patológicas) Dura-mater encefálica Membrana conjuntiva que envolve a parte central do sistema nervoso • Membrana bilaminar de tecido conjuntivo rico em fibras colágenas. • DIVISÕES: o Camada periosteal externa: fortemente aderido aos ossos do neurocrânio e é considerado estrutural e funcionalmente seu periósteo – sem função osteogênica o Camada meníngea interna: membrana fibrosa forte que é contínua ao forame magno com a parte espinal da dura-máter • IRRIGAÇÃO: A. meníngea média (ramo da artéria maxilar interna) Rafael Moreira o Devido à grande irrigação tem capacidade de regeneração após acidentes/intervenções cirúrgicas OBS.: ao contrário do periósteo de outras áreas, o folheto externo da dura-máter não tem capacidade osteogênica, o que dificulta a consolidação de fraturas no crânio e toma impossível a regeneração de perdas ósseas na abóbada craniana • INERVAÇÃO: ramos do nervo trigêmeo o Supratentorial: (acima da tenda do cerebelo) ▪ Área inervada pelo N. Oftálmico (NC V1) ▪ Área inervada pelo N. Maxilar (NC V2) ▪ Área inervada pelo N. Mandibular (NC V3) o Infratentorial: (abaixo da tenda do cerebelo) ▪ Área inervada pelos Nn. Cervicais (C2 e C3) → A região supratentorial é ocupada pelo telencéfalo (formado pelos ventrículos laterais, córtex cerebral e corpo caloso) e pelo diencéfalo (formado pelo tálamo, núcleos da base, hipotálamo, glândula pineal, hipófise, nervo óptico, etc). → A região infratentorial, por sua vez, está situada abaixo da tenda do cerebelo e localizada sobre a fossa posterior do crânio, sendo ocupada pelo cerebelo, IV ventrículo e tronco cerebral. Rafael Moreira OBS.: . Como o encéfalo não possui terminações nervosas sensitivas, toda a sensibilidade intracraniana se localiza na dura-máter e nos vasos sanguíneos, responsáveis, assim, pela maioria das dores de cabeça. Então, pia-mater, aracnoide e tecido nervoso não são inervados (sedação em neurocirurgias podem ser usadas apenas até passar pela dura-mater e depois pode acordar o paciente para ver se a intervenção está sendo segura sem riscos dele sentir dor porque apenas a dura-mater é inervada) • INVAGINAÇÕES o Foice do cérebro - é um septo vertical mediano em forma de foice, que ocupa a fissura longitudinal do cérebro, separando os dois hemisférios cerebrais; Rafael Moreira o Tenda do cerebelo - projeta-se para diante como um septo transversal entre os lobos occipitais e o cerebelo. A tenda do cerebelo separa a fossa posterior da fossa média do crânio, dividindo a cavidade craniana em um compartimento superior, ou supratentorial, e outro inferior, ou infratentorial. o Foice do cerebelo - pequeno septo vertical mediano, situado abaixo da tenda do cerebelo, entre os dois hemisférios cerebelares o Diafragma da sela - pequena lâmina horizontal que fecha superiormente a sela túrcica, deixando apenas um pequeno orifício para a passagem da haste hipofisária. O diafragma da sela isola e protege a hipófise, mas dificulta consideravelmente a cirurgia desta glândula • SEIOS VENOSOS DA ABÓBODA São canais venosos revestidos de endotélio situados entre os dois folhetos que compõem a dura-máter. o Sagital superior o Sagital inferior o Reto o Transverso Rafael Moreira o Occipital o Sigmóide • SEIOS VENOSOS DA BASE Rafael Moreira ARACNÓIDE-MÁTER ENCEFÁLICA • Delimita o espaço subdural (entre a dura e aracnóide) e o espaço subaracnóideo (entre a aracnóide e pia-mater) • Presença de trabéculas aracnóideas também chamadas granulações aracnóideas (semelhantes à teias de aranha) • Preenchido por líquido cerebrospinal (líquor) CISTERNAS ARACNOÍDEAS São dilatações do espaço subaracnóideo que acontece em decorrência do acompanhamento dos sulcos, giros e depressões do encéfalo OBS.: a cisterna cérebro-medular é o local onde se pode tirar LCR quando não é possível na região lombar (só médico pode fazer esta função) Rafael Moreira Pia-máter encefálica Meninge mais interna, aderida intimamente à superfície do encéfalo, responsável por dar resistência (contenção) aos órgãos nervos porque são de consistência muito mole. • Acompanha os vasos que entram na região encefálica a partir do espaço subaracnóideo → espaços perivasculares (contém líquor) o Forma um manguito protetor em tomo dos vasos → o importante para amortecer o efeito da pulsação das artérias ou picos de pressão sobre o tecido circunvizinho. Pele; Aponeurose craniana; Periósteo; Ossos do crânio; Dura- máter; Aracnoide; Pia-máter e Telencéfalo meningite Meningite é a inflamação das meninges e do espaço subaracnoide. Ela pode resultar de infecções, outras doenças ou reações a fármacos. A gravidade e acuidade variam. Os resultados normalmente incluem cefaleia, febre e rigidez na nuca, o diagnóstico é por análise do líquor. O tratamento é feito com os antimicrobianos indicados e as medidas acessórias. Rafael Moreira ENVOLTÓRIOS MENINGEOS DA MEDULA ESPINAL • PIA-MÁTER ESPINAL o Mais delicada e interna o Penetra na fissura mediana anterior o Ligamentos denticulados o Filamento terminal (perfura fundo do saco dural) ▪ Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua caudalmente, formando um filamento esbranquiçado denominado filamento terminal. Este filamento perfura o fundo-do-saco dural e continua caudalmente até o hiato sacral ▪ Ao atravessar o saco durai, o filamento terminal recebe vários prolongamentos da dura-máter e o conjunto passa a ser denominado filamento da dura-máter espinhal o Ligamento coccígeo (periósteo do cóccix) ▪ Filamento da dura-máter espinhal ao inserir-se no periósteo da superfície dorsal do cóccix, constitui o ligamento coccígeo. Rafael Moreira • A pia-máter forma, de cada lado da medula, uma prega longitudinal denominada ligamento denticulado, que se dispõe em um plano frontal ao longo de toda a extensão da medula. Os dois ligamentos denticulados são elementos de fixação da medula e importantes pontos de referência em certas cirurgias deste órgão. • Aracnoide ESPINAL o Folheto justaposto à dura-máter o Emaranhado de trabéculas une este folheto à pia-máter Rafael Moreira • Dura-máter ESPINAL o Envolve toda a medula como se fosse um dedo de luva – SACO DURAL. o Cranialmente - contínua com o folheto interno da dura-máter encefálica. o Caudalmente – termina em fundo de saco, acompanhada pela aracnóide-máter, em S2. o Prolongamentos laterais – continuam com os epineuros (camada mais externa, envolvendo todo o nervo) Ventrículos encefálicos Se nos remetermos à embriogênese do sistema nervoso central, lembraremos que o tubo neural exibe, em seu interior,uma cavidade preenchida de líquido. Com o desenvolvimento e a diferenciação de suas estruturas, essa cavidade central também se deforma, originando os ventrículos. O sistema ventricular adulto é constituído por ventrículos laterais, direito e esquerdo, pelos III e IV ventrículos e pelo aqueduto cerebral. Rafael Moreira o Os ventrículos laterais são separados pelo septo pelúcido, mas se comunicam com o III ventrículo pelo forame interventricular (de Monro). o O III ventrículo é uma pequena cavidade existente entre as duas metades do tálamo e se comunica com o IV ventrículo pelo aqueduto cerebral (de Sylvius), que percorre toda a extensão do mesencéfalo. o O IV ventrículo se prolonga inferiormente com o canal central da medula, porém, o liquor é drenado do espaço ventricular para o espaço subaracnóideo através dos forames de Luschka (localizados lateralmente) e o forame de Magendie (localizado medialmente). Rafael Moreira LÍQUIDO CEREBROSPINAL / LÍQUOR / ENCEFALORRAQUIDIANO • FUNÇÃO: relacionadas a homeostase (proteção e circulação) • Proteção mecânica: funciona como amortecedor dos choques; • Suporte físico p/ o encéfalo (flutua no LCS) – reduz o peso relativo do cérebro; • Excreção de produtos tóxicos do metabolismo das células do tecido nervoso e regula o meio químico da P.C.S.N; • Canal de comunicação química da P.C.S.N. – carreia mediadores para o parênquima e controla a homeostase. COMPOSIÇÃO DO LÍQUOR • Límpido, incolor e inodoro • Leucócitos de 0 a 4/mm3 (sendo 70% linfócitos e 30% monócitos) • Proteína 0,18 a 0,58 g/l • Glicose – 1/3 da sanguínea • Renovado a cada 8hs • Pressão varia entre 5 e 20 centímetros de água (cmH2O). • Produção diária de ≃ 500ml – 100 a 150ml renovado 4 vezes ao dia. Rafael Moreira FORMAÇÃO DO LÍQUIDO CEREBROSPINAL • 60% da produção - Plexos coróideos: são dobras vasculares de pia-máter e são recobertos por epitélio corioidal (células ependimárias). Resumindo, eixo de tecido conjuntivo vascularizado • 40% da produção - Epêndima das paredes ventriculares (membrana celular que envolve o canal central da medula espinhal e os ventrículos cerebrais) Rafael Moreira ABSORÇÃO DO LÍQUIDO CEREBROSPINAL • Granulações aracnoídeas; Rafael Moreira Circulação do líquido cerebrospinal (https://www.youtube.com/watch?v=bMhuOFiUilI&t=6s) Correlações clínicas do líquor • HIDROCEFALIA Aumento da quantidade e da pressão do liquor. Subdivida em: • COMUNICANTE: aumento na produção ou deficiência na absorção do líquor; https://www.youtube.com/watch?v=bMhuOFiUilI&t=6s Rafael Moreira • NÃO COMUNICANTE: obstruções no trajeto do líquor (são mais frequentes) • RESOLUÇÃO: Derivação Ventrículo-Peritoneal (DVP) / Ventrículo-Atrial → Cateter ligando ventriculo a v. jugular interna, atrio direito ou a cavidade peritoneal Rafael Moreira Barreiras encefálicas São dispositivos que funcionam como uma barreira física dificultando a passagem de substâncias do sangue para o tecido nervoso, do sangue para o líquor, ou do líquor para o tecido nervoso. 1. Barreira hematoencefálica 2. Barreira hematoliquórica 3. Barreira líquor encefálica Barreiras hematoencefálica • LOCALIZAÇÃO: capilares do SNC • As células endoteliais são unidas por junções oclusivas que impedem a penetração de macromoléculas; • Não existem fenestrações; • São raras as vesículas pinocitóticas. • COMPOSIÇÃO: endotélio, membrana basal e astrócito • CARACTERÍSTICAS • Garantir o equilíbrio iônico • Mediar a entrada controlada de substâncias importantes. Rafael Moreira • Possibilitar a saída de substâncias com potencial neurotoxicidade. • Metabolização / Inativação de substâncias. Barreira hematoliquórica • Localizadas nos próprios plexos coroideos; • O plasma passa dos capilares para o tecido conjuntivo; • Substâncias dirigem as células epêndimarias; - tais células são unidas por junções de adesão e oclusivas. • Obrigam o filtrado sanguíneo passar por dentro das células coroidais. • Função: impedem a passagem de macromoléculas Barreira líquor-encefálica • Barreira líquor-encefálica é mais fraca e as diferenças entre as barreiras hematoencefálica e hematoliquórica são mais qualitativas • A camada de células aracnóideas fortemente seladas entre si representa uma barreira que mantém o líquor confinado dentro do espaço aracnóideo.
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