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Tutoria - ESF e PACS

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ESF e PACS
1- Conhecer a história de implantação do PACS e da ESF
Resumo geral:
Anos 80: reforma sanitária; 8º conferência nacional de saúde; Constituição Federal; 
(conceito ampliado de saúde, saúde como direito do cidadão e dever do estado; 
instituição do sus);
90: SUS
91: PACS
94: PSF
96: PAB
2006: PNAB (política nacional de atenção básica) - reformulação em 2011 e 17;
2006 também: PSF - ESF;
Implantação do PACS:
A origem dos agentes de saúde é anterior às políticas que inseriram esse rabalhador 
no sus; porém, a partir dessas políticas foi que os agentes de saúde apareceram 
formalmanete como uma ocupação reconhecida em âmito nacional;
Em 1991 é lançado o Programa Nacional de Agentes Comunitários de Saúde (Pnacs) 
que, no ano de 1992 foi nomeado Programa e Agentes Comunitáros de Saúde (Pacs); 
sua implantação foi iniciada pelos estados do nordeste, nos quais foram priorizadas as 
ações de área materno-infantil; essas experiências, somadas as experiências locais 
anteriores, foram base para o lançamento do Programa de Saúde da Família (PSF) em 
1994;
A partir de 1996 o nome Programa Saúde da Família foi substituído por Estratégia 
Saúde da Família (ESF), considerando que os programas têm um caráter mais vertical, 
estabelecido pelo Ministério da Saúde, e estão mais focalizados em determinado 
problema. O Ministério da Saúde passa a considerar a Saúde da Família como uma 
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estratégia de reorganização da atenção à saúde no Brasil, visando contribuir para o 
aprimoramento e a consolidação do SUS.
A ideia de reorientação da atenção à saúde é ainda mais consolidada na Política 
Nacional de Aten- ção Básica (Pnab), de 2006, entendida no sentido da substituição do 
modelo tradicional de assistência, com lógica biomédica, voltado para a cura de 
doenças e com ênfase na demanda espontânea, por outro modelo, centrado na 
promoção da saúde e na prevenção de doenças, com enfoque nas famílias em seus 
territórios, nos quais a determinação social da saúde pode ser mais bem entendida. 
A importância da Estratégia Saúde da Família é mais uma vez reafirmada como 
reorganizadora da atenção básica na nova Pnab, aprovada em outubro de 2011, na 
qual a ESF é definida como a porta de en- trada para o SUS, com ênfase no cuidado 
integral e direcionado às necessidades de saúde da população. 
Apesar das intenções constantes nos documentos oficiais, no artigo mencionado 
anteriormente (Bornstein et al., 2014) são abordados vários estudos que indicam 
existirem enormes desafios para a reorientação do modelo biomédico vigente na 
grande maioria dos serviços. Algumas dessas dificulda- des são a incipiente realização 
de ações intersetoriais; o excesso de atividades burocráticas; o estabelecimento de 
metas verticais e o modelo de avaliação, que fragmentam a atividade dos profissionais 
e dificultam a integralidade da atenção; e a falta da garantia de continuidade do 
cuidado.
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Implantação da ESF:
O PSF surge no Brasil como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial a 
partir da atenção básica, em junção com os princípios do SUS; o PSF se apresenta 
como uma nova maneira de trabalhar a saúde, tendo a família como o centro de 
atenção e não somente o indivíduo doente, introduzindo uma nova visão no processo 
de intervenção a saúde;
O PSF teve origem quando o Ministério da Saúde reformula, em 1991, o PACS com 
finalidade de contribuir para a redução de mortalidades infantil e materna, 
principalemnte no Norte e Nordeste; assim, o PSF foi concebido a partir de uma 
reunião recorrida em 1993 sobre o tema Saúde da Família; para o MS, o PSF é uma 
estratégia que visa atender indivíduo e a família de forma integral e contínua, 
desenvolvendo ações de promoção, proteção e recuperação de saúde; tem como 
objetivo reorganizar a prática assistencial, centrada no hospital, passando a enfocar a 
família em seu ambiete físico e social; 
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As equipes do PSF, trabalhando adequadamente, resolvem 85% dos problemas de 
saúde em sua comunidade;
Com o passar dos anos foi preciso organizar a base do sistema de saúde e o PSF 
passou a ser reconhecido como estruturante, isto é, como ´´estratégia de saúde da 
família´´; em março de 2006, através da Portaria nº GM/648 foi publicado aquilo que é 
considerado o marco histórico para a consolidação nacional e expansão da ESF, 
visando a reorganização da atenção básica no brasil: A Política Nacional de Atenção 
Básica (PNAB), alterando e revogando dezenas de portarias até então;
A atenção primária à saúde (APS) tem sido associada a uma assistência de baixo 
custo, deve ser a porta de entrada para o sistema de assistência, ao mesmo tempo que 
constitui um nível próprio de atendimento;
2- Entender a função dos ACS em conjunto com a ESF e a comunidade 
Antes os ACS eram escolhidos dentro da comunidade e tinham que residir ali, hoje não 
é mais assim, é realizado por meio de Concursos; as ACS são responsáveis por, em 
média, 400 a 750 pessoas;
visitar a cada 3 meses as famílias; e a cada 1 mês casas que existem pessoas em 
situações de risco (grávidas, hipertensos e diabéticos, hanseníase, tuberculose, 
crianças com menos de 5 anos);
identificar situações de risco e encaminhar aos setores responsáveis;
pesar e medir mensamente crianças menores de 2 anos e registrar a informação 
no Cartão da Criança;
incentivar ao aleitamento materno
acompanhar a vacinação periódica das crianças por meio do cartão de vacinação e 
de gestantes;
orientar a família sobre o uso de reidratação oral para previnir diarréias e 
desidratação em crianças;
identificar gestantes e encaminhá-las ao pré-natal;
orientar sobre métodos de planejamento familiar;
orientar sobre prevenção de aids;
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orientar sobre prevenção e cuidados em situação de endemias;
monitorar dermatoses e parasitoses em crianças;
realizar ações educatvas para a prevenção do câncer cérvico-uterino e de mama;
realizar ações educativas referente ao climatério (menopausa)
realizar atividades de ação nutricional;
realizar atividades de promoção e prevenção a saúde do idoso;
A rotina de ACS envolve as seguintes tarefas:
cadastramento/ diagnóstico: primeira etapa junto a comunidade; registra ficha de 
cadastro do Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB), faz tipo uma 
anamnese; Essas informações, uma vez consolidadas e analisadas, serão 
divulgadas e discutidas junto à comuni- dade e posteriormente encaminhadas à 
Secretaria Municipal de Saúde, que por sua vez enviará cópia para a Secretaria 
Estadual de Saúde. Uma vez reuni- das e processadas no estado, darão origem a 
um relatório a ser encaminhado ao Ministério da Saúde.
mapeamento: registro em um mapa da lozalização de residências de áreas de 
risco para a comunidade, assim como pontos de referência no dia a dia da 
comunidade, facilitando o trabalho do agente;
identificação de microáreas de risco: uma vez realizado o mapeamento, o ACS 
identifica setores no território que representam áreas de risco; (precariedade do 
esgoto, abasteciemnto de água e etc);
realização de visitas domiciliares: no livro diz 1 visita a cada mês, mas ACS 
disse 1 visita a cada 3 meses, exceto em fatores de risco
ações coletivas: reuniões e encontros em grupos diferenciados (hiperdia);
ações intersetoriais: além de ações específicas na área da saúde, pode atuar em 
áreas como: educação; cidadania e direitos humanos;
Seu trabalho é monitorado por um chip presente no tablet, que informa se ele está no 
lugar devido;
3- Descrever a organização e evolução da ESF 
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Profissionais que constituem a ESF:
Enfermeiro 1: cabe atender a saúde dos indivíduos e família cadastrada, realizando 
consulta de enfermagem, procedimentos, atividades em grupo, soliticar exames, 
preescrever medicações ou encaminhar à outros serviços; cabe também as atividades 
de educação permanente da equipe de enfermagem, bem como o gerenciamento e 
avaliação das atividades em equipe;
Médico 1: promove saúde, faz diagnósticoe trata doenças; acompanhamento 
terapêutico do usuário; realiza atividades programadas à demanda espontânea; em um 
trabalho conjunto com o enfermeiro, deve realizar e fazer parte da educação 
permanente dos membros da equipe e participar de gerenciamento de insumos;
Agente Comunitário de Saúde 5 a 6;
Técnico e Auxiliar de Enfermagem 2 : sob supervisão do enfermeiro, realiza 
procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão tanto na unidade de 
saúde como a domicílio;
Cirurgião-dentista: saúde bucal, integrando ações de saúde de forma multidisciplinar; 
em conjunto com o TSB, define o papel epidemiológico da população para o 
planejamento e programação em saúde bucal; sempre que necessário, relaizar 
procedimentos clínicos
Ao técnico em saúde bucal (TSB) cabe, sob a supervisão do cirurgião-dentista, o 
acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal, a manutenção e a conservação 
dos equipamentos odontológicos, a remoção do biofilme e as fotografias e tomadas de 
uso odontológicos a limpeza e a antissepsia do campo operatório, antes e após atos 
cirúrgicos, e as medidas de biossegurança de produtos e resíduos odontológicos. 
É importante que esse profissional integre ações de saúde de forma multidisciplinar, 
oferecendo apoio e educação permanente aos ASB, ACS e agentes multiplicadores 
das ações de promoção à saúde nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal. 
O auxiliar em saúde bucal (ASB) realiza procedimentos regulamentados no exercício 
de sua profissão, como limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, 
dos equipamentos odontológicos e do ambiente de trabalho, processa filme 
radiográfico, seleciona moldeiras, prepara modelos em gesso, além das demais 
atividades atribuídas ao TSB (BRASIL, 2011).
Evolução:
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A ESF é composta por uma equipe multiprofissional, no mínimo um médico generalista, 
um enfermeiro, auxiliar ou técnicos de enfermagem e acs; 
A partir de 2001, pôde-se acrescentar os profissionais de saúde bucal;
O Sistema de Informação da Atenção Básica (siab): implantado em 1998 como 
instrumento gerencial dos sistemas locais de saúde e incorporou em sua formulação 
conceitos como território, problema e responsabilidade sanitária, servindo como banco 
de dados e acompanhamento de ações e dos resultados das atividades realizadas 
pelas equipes;
em 1996 ocorre a legislação da Norma Operacional Básica NOB/SUS 01/96 que surge 
como instrumento de regulação do SUS, incluindo orientações operacionais e definindo 
princípios e diretrizes; em 2001, a Norma Operacional de Assistência a Saúde 01/01 
(NOAS/SUS 01/01) promove maior equidade na alocação de recursos e no acesso à 
população as ações e serviços de saúde, dando apoio a entrega de medicamentos 
básicos e incorporando ações de saúde bucal;
com início em 2003, o Programa de Expansão e Consolidação da saúde da família 
(PRO-ESF) objetiva expansão da cobertura, qualificação e consolidação da ESF em 
184 municípios superior a 100 mil habitantes;
através da portaria GM 648/2006, ocorre uma revisão das diretrizes e normas para a 
organização da Atenção Básica, buscando consolidar e qualificar a estratégia saúde da 
família como modelo de atenção básica e centro ordenador das redes de atenção à 
saúde no SUS;
em 2008, o ESF entra como um dos eixos centrais do Mais Saúde, onde articula a 
reforma sanitária brasileira com padrão de desenvolvimento, tendo como objetivo a 
melhoria das condições de saúde na população brasileira; 
em 2011, a portaria GM 2.488/2011 revoga a antiga e aprova a Política Nacional de 
Atenção Básica para a ESF; incorpora flexibilização da carga horária semanal do 
médico e criação dos incentivos para o trabalho em municípios com dificuldade de 
atração ou retenção de médicos;
4- Descrever os impactos (da presença da ESF) e desafios propostos para ESF
Como discutido anteriormente, um dos desafios que se colocam para os profissionais 
do NASF e da ESF é o trabalho em equipe, uma vez que a maior parte dos 
profissionais de saúde não tem formação básica que valorize esse tipo de atividade� 
Esse trabalho deve ser realizado em espaços coletivos e com contratos bem definidos 
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de funcionamento, com garantia de sigilo, tendo em vista que, nesses encontros, todos 
os assuntos devem ser tratados, e as críticas de- vem ser feitas e recebidas de forma 
adequada, num aprendizado contínuo de gerenciamento de conflitos de forma positiva 
(BRASIL, 2011)�
trabalho em equipe;
implantação da integralidade;
formação inadequada;
condições de trabalho;
relação assimétrica;
processo de gestão;
Os desafios identificados, nessa dimensão, estiveram ligados ao acesso, à referência 
da Unidade de Saúde da Família (USF) como porta de entrada no sistema de saúde, à 
integração da ESF à rede assistencial, ao planejamento e à participação social.
Também há que se destacar os benefícios da ESF para a promoção da saúde, a 
prevenção de doenças, a busca ativa de casos, a educação em saúde, a assistência 
domiciliar, o aumento do número de consultas pré-natais, puericultura, de orientações 
sobre o aleitamento materno exclusivo, da coleta de colpocitologia oncótica; a redução 
de nascidos com baixo peso, da mortalidade infantil e das internações hospitalares. 
Além disso, proporcionou adesão às ações para tratamento da hipertensão, diabetes, 
hanseníase, tuberculose, e de doenças sexualmente transmissíveis. Avanços 
importantes foram percebidos também nas áreas de saúde bucal e na assistência 
farmacêutica.
Os desafios observados nessa dimensão estiveram relacionados ao desenvolvimento 
de práticas integrativas complementares, de ações para a saúde do adolescente, na 
área de saúde mental, ao portador do Vírus da Imunodeficiência Humana/Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS), aos usuários de drogas ilícitas, e da obesidade. 
O risco de reproduzir a racionalidade biomédica no processo de trabalho, foi outra 
dificuldade detectada a ser enfrentada pela ESF no processo de cuidado.
Dificuldades dos ACS´s:
Categoria 1: Suporte para a realização de visita domiciliar: falta de transporte para ACS 
(tem que usar seu próprio transporte e gasolina);
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Categoria 2: Relacionamento interpessoal: dificuldade em formar vínculos com as 
famílias;
Categoria 3: A comunidade tem uma visão erradas das ACS e acreditam que eles 
devem realizar atividades que não fazem parte das suas obrigações; ex.: pegar 
medicamentos nas unidades de saúde e levar até suas residências, marcar ou encaixá-
lo em consultas;
Categoria 4: Perigo de visitar alguns domicilios; 
Categoria 5: Excesso de pessoas que eles acompanham, locais íngrimes e de difíceis 
acessos;

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