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LIBRAS - Mitos e Crenças

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Alexia Menezes - Fonoaudiologia (UFS) 6/8
O interlocutor 2, em seus momentos de fala no diálogo, profere algumas
crenças e mitos relacionados à comunidade surda. Inicialmente, ele se refere ao
surdo como “surdo-mudo", além disso questiona a distinção entre gestos e mímicas
e os sinais das línguas de sinais e afirma acreditar que ao praticá-las os sujeitos
fluentes estão reproduzindo o português sinalizado. Analisando as partes do
discurso destacadas acima, pode-se perceber a presença de três crenças
equivocadas acerca das línguas de sinais e, considerando o contexto da
conversação, da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Dessa maneira, todas elas
serão esclarecidas a seguir, tendo como referencial teórico o livro intitulado
“LIBRAS? Que língua é essa?: Crenças e preconceitos em torno da língua de sinais
e da realidade surda” escrito por Audrei Gesser.
A priori, é possível esclarecer a primeira crença. Ao referir-se ao surdo, o
interlocutor menciona o termo surdo-mudo. Pode-se afirmar, que devido a falta de
conhecimento na temática, muitos ouvintes possuem dúvidas tanto em relação à
produção de "fala", no sentido da produção vocal-sonora, pelos surdos quanto às
terminologias que devem ser utilizadas ao dirigir-se às pessoas com surdez. Em
vista disso, urge a necessidade de uma maior disseminação de informações
referentes aos dois focos de questionamentos, visando o aumento do conhecimento
na área da surdez em geral e também a reflexão quanto aos termos utilizados para
nomear os outros. Uma vez que, os ouvintes precisam respeitar a cultura e
concepção de mundo da comunidade surda, desde a utilização de termos que não
reforcem estereótipos até a real inclusão na sociedade.
Ademais, como mencionado anteriormente, o interlocutor 2, declara a sua
crença na semelhança entre as mímicas e os sinais, diante disso é possível
refutá-lo. Em seu livro, a escritora Audrei Gesser deixa evidente a diferença entre os
sinais e as mímicas ou gestos. Segundo ela, as mímicas apresentam muitas
variações ao serem realizadas e possuem como objetivo representar os
objetos/pessoas/situações de forma fidedigna, de acordo com suas características
ou funcionalidades. Diferente dos sinais, que seguem a gramática da língua de
sinais que está contido, sendo ela constituída de parâmetros que devem ser postos
em prática, são eles a configuração de mão, ponto de articulação ou locação,
movimento e orientação da palma da mão e as expressões faciais. Outra
característica das línguas de sinais e, consequentemente, dos sinais que os
Alexia Menezes - Fonoaudiologia (UFS) 6/8
diferenciam dos gestos é sua capacidade de expressar conceitos abstratos, como
sentimentos e os variados gêneros discursivos.
Em conclusão, é possível perceber mais uma crença relacionada às línguas
de sinais sendo reproduzida pelo mesmo interlocutor, ele declara a sua crença de
reprodução do português sinalizado através da prática dos sinais que constituem as
línguas de sinais. A primeira discrepância a ser mencionada em relação a essa
afirmação é que a datilologia (alfabeto manual) não está para as línguas de sinais da
mesma maneira que o alfabeto está para as línguas orais, sendo assim, diferente da
língua portuguesa, a LIBRAS não depende do alfabeto para que seus sinais sejam
formados. Outrossim, as línguas de sinais possuem autonomia e não são originadas
da língua oral falada no país de seus usuários e, por fim, ambas possuem origens e
estruturas diferentes, apesar da possibilidade de haver trocas linguísticas por
compartilharem da mesma pátria.
Alexia Menezes - Fonoaudiologia (UFS) 6/8
REFERÊNCIAS
GESSER, Audrei. LIBRAS? Que língua é essa?: Crenças e preconceitos em torno
da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola, 2009.

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