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Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ) Curso de Graduação em Administração NATHALIA DOS SANTOS BELISARIO DE SOUZA THISSIANE RODRIGUES DOS SANTOS OS DESAFIOS DE GESTÃO EM NEGÓCIOS COMANDADOS POR MULHERES: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ITAPERUNA, RJ ITAPERUNA - RJ 2021 NATHALIA DOS SANTOS BELISARIO DE SOUZA THISSIANE RODRIGUES DOS SANTOS OS DESAFIOS DE GESTÃO EM NEGÓCIOS COMANDADOS POR MULHERES: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ITAPERUNA, RJ Artigo apresentado à coordenação do curso de Administração da Fundação São José como Requisito para obtenção da Bacharel em Administração. Orientador: Armênia A. Guimarães ITAPERUNA - RJ 2021 NATHALIA DOS SANTOS BELISARIO DE SOUZA THISSIANE RODRIGUES DOS SANTOS OS DESAFIOS DE GESTÃO EM NEGÓCIOS COMANDADOS POR MULHERES: UM ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE ITAPERUNA, RJ Artigo apresentado à coordenação do curso de Administração da Fundação São José como Requisito para obtenção da Bacharel em Administração. Orientador: Armênia A. Guimarães Itaperuna, novembro de 2021. Banca examinadora: __________________________________________ Professor Ms Armênia A. Guimarães UNIFSJ – Itaperuna – RJ __________________________________________ Professor Ms Victor Bartolazzi UENF – Itaperuna – RJ __________________________________________ Professor Esp Jorge Junior Nascimento UNIFSJ – Itaperuna – RJ __________________________________________ Professor Ms Sabrina Olimpo de Castro Os desafios de gestão em negócios comandados por mulheres: um estudo de caso na cidade de Itaperuna, RJ Nathalia dos Santos Belisario de Souza 1 Thissiane Rodrigues dos Santos 2 Armênia A. Guimarães 3 Resumo O trabalho teve como objetivo conhecer as características das empreendedoras no município de Itaperuna, no qual a presença da mulher no empreendedorismo está em constante crescimento. O presente estudo apresenta quanto a natureza dos dados, uma pesquisa quanti-qualitativa, que foi realizado por um questionário tipo Survey, com as mulheres empreendedoras, e de como elas têm ingressado no empreendedorismo apurando o perfil empreendedor. Após a análise dos dados, concluiu-se que, as empreendedoras são mulheres experientes, casadas, e que tiveram dificuldade no começo do empreendimento. Observou-se que as empreendedoras não possuem o conhecimento específico em gestão de microempresas. Palavras-chave: empreendedorismo; mulher; microempresa. 1 Graduanda em Administração pelo Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ). Contato: nathaliabelisario18@hotmail.com 2 Graduanda em Administração pelo Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ). Contato: thissianerodrigues@gmail.com 3 Orientadora da pesquisa: Armênia A. Guimarães, Mestra em Engenharia de Produção, Contato: e- mail LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Faixa etária das empreendedoras na cidade de Itaperuna RJ ..... 13 Gráfico 2 - Estado civil das empreendedoras na cidade de Itaperuna RJ ..... 13 Gráfico 3 - Números de dependentes ............................................................ 14 Gráfico 4 - Escolaridade das empreendedoras .............................................. 14 Gráfico 5 - Setores do empreendimento ........................................................ 15 Gráfico 6 - O que levou a se tornar uma empreendedora.............................. 16 Gráfico 7 - Dificuldades enfrentadas no empreendimento ............................. 16 Gráfico 8 - Resultado obtido após se tornar empreendedora ........................ 17 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística PNADC Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SOFLTEX Sociedade Brasileira para Exportação de Software SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................... 7 1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL ....................................................... 8 1.1 Empreendedorismo feminino e sua importância ................................... 9 1.2 Principais desafios para mulheres empreendedoras .......................... 10 2 METODOLOGIA ...................................................................................... 12 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................... 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 18 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 19 7 INTRODUÇÃO É visto que mulheres, que possuem um negócio próprio, enfrentam grandes desafios quando se trata sobre gestão do mundo empreendedor. Estes desafios se dão por meio do preconceito da sexualidade feminina, alto número de competividade no mercado financeiro e por ter que dar conta dos trabalhos domésticos e/ou da maternidade. Nesta perspectiva, a presente matriz analítica tem por objetivo analisar quais são os principais desafios que as mulheres empreendedoras de Itaperuna RJ enfrentam, utilizando-se de uma pesquisa descritiva. Por fim, será feito uma revisão literária através do SciELO e outras revistas acadêmicas. Esse projeto de pesquisa se torna relevante, pois pretende proporcionar clareza aos processos de gestão de negócios comandados por mulheres na cidade de Itaperuna. considerando-se, como principais objetivos específicos: Mapear os perfis de empreendedorismo feminino na cidade de Itaperuna, realizar entrevistas com as empreendedoras da cidade, aplicar questionários tipo Survey às empreendedoras, mensurar os resultados obtidos e realizar a revisão de literatura sobre o empreendedorismo feminino. 8 1 EMPREENDEDORISMO NO BRASIL O Movimento do empreendedorismo no Brasil começou a tomar forma na década de 1990, quando entidades como Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e Sociedade Brasileira para Exportação de Software (SOFLTEX) foram criadas. Antes disso, praticamente não se fala em empreendedorismo e em criação de pequenas empresas. Os ambientes políticos e econômico do país não eram propícios, e o empreendedor praticamente não encontrava informações para auxiliá-lo na jornada de empreendedora. O Sebrae é um órgão mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, que busca junto a essa entidade todo suporte que precisa para iniciar sua empresa (DORNELAS, 2008). O empreendedorismo é a capacidade que uma pessoa tem de identificar problemas e oportunidades, desenvolver soluções e investir recursos na criação de algo positivo para a sociedade (SEBRAE, 2021). Foi no ano de 1950, contudo, que o empreendedor foi definido como uma pessoa detentora de habilidades técnicas (usadas para saber produzir) e capitalistas (para reunir recursos financeiros) que é capaz de organizar operações internas e realizar as vendas de sua empresa. Além disso, essa pessoa consegue recriar, aperfeiçoar ou até mesmo revolucionar o processo “criativo-destrutivo” do capitalismo, através do desenvolvimento de novas tecnologias ou do refinamento de antigas tecnologias que culminem em inovações. Esses indivíduos são, portanto, agentes de mudanças econômicas. (SCHUMPETER, 1984, p. 11). Para Barreto (1998, p. 190) “empreendedorismo é habilidade de criar e constituir algo a partir de muito pouco ou de quase nada. É o desenvolver de uma organizaçãoem oposição a observá-la, analisá-la ou descrevê-la.” De acordo com Dornelas (2008, p. 22), “o empreendedorismo é o envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação destas oportunidades, leva a criação de negócios de sucesso.” As mulheres sempre foram consideradas inaptas para o trabalho fora de casa, mas a Revolução Industrial começou a mudar esta crença. Entre os séculos XVIII e XIX, quando surgiram novos processos de manufatura e a máquina passou a ser utilizada na produção (substituindo métodos fabris mais antigos), houve um aumento na demanda de trabalhadores industriais e, com isso, a incorporação da 9 mão de obra feminina. Nesta época, a quantidade de mulheres empregadas aumentou sobremaneira. As condições de trabalho às quais eram submetidas e os salários que recebiam eram bastante desiguais o que propiciou, nesse mesmo período, o início de algumas reivindicações sobre igualdade de jornada de trabalho e direitos trabalhistas. Acompanhando o crescimento da industrialização, diversas mulheres tornaram-se empregadas assalariadas nas oficinas e nas indústrias, sem deixar de lado, contudo, suas funções de cuidadoras do lar e dos familiares. (AMORIM BATISTA, 2012, p. 25). As mulheres começaram a tomar a frente de negócios por necessidade. Quando os homens tiveram de deixar suas empresas para lutar na 1ª e 2ª Guerras Mundiais, a presença das mulheres no mercado de trabalho, bem como, na direção de empreendimentos passou a ser mais comum, com mais espaço nessa área, elas decidiram lutar por seus direitos e exercer sua cidadania de forma mais marcante. Assim, como muita luta, protestos, manifestações de várias naturezas e, acima de tudo, união a presença delas foi crescendo até que em 2017, as mulheres abriram tantos negócios quanto os homens. Dados do Sebrae divulgados em 2014 analisou dados de 74 países, aponta que o empreendedorismo feminino cresceu 10% de 2014 a 2017. O número contribuiu para a diminuição em 5% da disparidade entre homens e mulheres na área. O estudo também mostra que 163 milhões de mulheres iniciaram um negócio em 2017, em algum dos 74 países analisados. Enquanto isso, outras 111 empresárias estavam gerenciando suas empresas. Mas, ainda que a presença feminina esteja aumentando cada vez mais, existem principais obstáculos que impactam o crescimento do empreendedorismo feminino, assim, Tonelli (2013, p. 27) define que: Por mais que a participação das mulheres no mercado de trabalho seja visível e comum nos mais variados segmentos e níveis hierárquicos, é nítido que a ascensão a cargos de liderança e a posição de donas do próprio negócio continua sendo árdua e envolvendo uma série de questões. O fenômeno da "dupla jornada", que faz com que as mulheres dividam seu tempo entre cuidados com os filhos, tarefas domésticas e trabalho, por exemplo, prossegue como algo latente na vida das representantes do sexo feminino e que dificulta sua dedicação integral à atividade empreendedora. 1.1 Empreendedorismo feminino e sua importância Desde a antiguidade, as mulheres vêm buscando uma condição de igualdade social no âmbito do trabalho, embora haja avanços e conquistas, ainda existem muitos desafios pela frente, o que podemos denominar por uma luta que tem como aliado o 10 empreendedorismo feminino, de acordo com dados do Sebrae (2021). Dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil e que, em 2018, elas já eram 34% dos “donos de negócio”. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sebrae (2021) além de permitir o crescimento econômico, o empreendedorismo feminino vem gerando empregos e contribuindo para o crescimento das relações sociais. No momento em que as mulheres começam alcançar independência financeira, não será necessário se submeter a relacionamentos abusivos e agressivos, visto que não dependerá de terceiros para garantir o seu sustento. Portanto, na visão dos autores, Raposo e Astoni (2007, sem paginação), “o empreendedorismo feminino se configura como importante iniciativa da classe na busca por seus direitos de Independência.” De acordo com Luiz Barreto (2013, sem paginação), presidente do Sebrae, “há algumas décadas, o avanço feminino no mercado de trabalho é percebido em frentes variadas, com isso, não poderia ser diferente no empreendedorismo.” O empreendedorismo feminino, concorda Camargo (2008), é um trabalho de grande renda. Desse modo, elas desenvolvem suas carreiras profissionais de forma autônoma e independente (CAMARGO, 2008). Entretanto, as mulheres mantêm a sobrecarga e o compromisso com os afazeres domésticos, procurando por meio do trabalho, manterem-se organizadas quanto aos seus horários sem se preocupar com o volume e carga de trabalho, podendo assim, amenizar os conflitos (equilíbrio) entre sua família e sua vida profissional. 1.2 Principais desafios para mulheres empreendedoras Vem tornando evidente, as mulheres que possuem um negócio próprio, enfrentam grandes desafios quando se trata de questões do universo empresarial. Desafios podem ser explicados pela questão relacionada ao preconceito do gênero feminino, alto número de competividade no mercado financeiro e por ter que dar conta dos trabalhos domésticos e/ou da maternidade. Segundo Villas Boas (2010, p. 51) “Existem importantes diferenças entre os estilos de empreender masculino e feminino. Elas têm uma ótima capacidade de persuasão e se preocupam com clientes e fornecedores, o que contribui para o progresso da empresa” 11 A Revista de Ciência da Administração, dezembro de 2014. Destaca algumas das dificuldades das mulheres empreendedoras: O preconceito sentido pelas mulheres veio tanto na relação com fornecedores como com os funcionários. Uma delas assume a empresa do pai após seu falecimento, um negócio voltado ao comércio varejista. Formou-se professora e não tinha experiência na administração da empresa, o que a fez sentir muita dificuldade para estabelecer relação com os antigos funcionários ou novos fornecedor.” (REVISTA DE CIÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO, 2021, sem paginação). Os conflitos trabalho-família também foram investigados por Strobino (2009, p. 40): O estudo baseou-se em três dimensões: tempo dispensado ao trabalho, muitas vezes maior do que o vivido quando atuavam como funcionárias de empresas; tensão ocasionada pelos problemas gerados pela dedicação ao negócio; e comportamento, que é resultante da carga elevada de trabalho e responsabilidades com a família. A autora aponta que o conflito é mais comumente encontrado em proprietárias de pequenas empresas, cuja fronteira entre o trabalho, vida pessoal e a família não está bem definida. Um fator de destaque que contribui para o aumento das pressões sentidas pelas empreendedoras é a ausência de colaboração por parte dos filhos e do cônjuge. Ainda, como forma de contribuição teórica, seguem as visões dos autores, Dolabela (2008) e Dornelas (2014) sobre o termo Empreendedorismo, onde, para Dolabela (2008, sem paginação), “o empreendedor, acredita que pode realizar seu próprio sonho, julgando-se capaz de mudar o ambiente em que está inserido. Ao buscar definir seus destinos, ele assume riscos.” Entretanto, na visão de Dornelas (2014), todo processo de empreender tem relação com o surgimento de empresas novas. Na sua perspectiva, o empreendedorismo, em sua premissa, está na criação de algo novo, seguido de sua necessidade de atenção e de assumir a possibilidade de risco. 12 2 METODOLOGIA Este estudo tem como objetivo metodológico, os seguintes elementos: quantos aos objetivos da pesquisa, define-se como descritiva, mediante a revisão bibliográfica(literatura), sobre o tema de clima organizacional e empreendedorismo feminino da cidade de Itaperuna, localizada no interior do Estado do Rio de Janeiro, no Noroeste Fluminense. Já, quanto sua abordagem, é quanti-qualitativa, pois, combinou dados quantificáveis e não quantificáveis ao estudo. O período de coleta de dados ocorreu no dia 12 de abril de 2021. A escolha das empreendedoras, objeto de estudo deste trabalho, se deu pelos seguintes critérios: empreendedoras do sexo feminino, mães, donas de casa, poder aquisitivo baixo e cujos segmentos de negócios eram classificados por Microempreendedor Individual (MEI). Essa categoria que possui faturamento em torno de 60 mil reais por ano, independente do ramo, ou seja, não foi especificado um único tipo, porém, os que variavam em comércio e prestação de serviços. O mapeamento dessas empreendedoras, objeto de estudo, ocorreu por meio de indicação de amigos, conhecidos, ou pessoas próximas a elas, totalizando 35 mulheres dentro do perfil desejado para este estudo. Dentre essas, mapeou-se 35 mulheres empreendedoras, onde das quais, foram pesquisadas 27 delas. A coleta de dados da pesquisa se deu pela aplicação de um questionário do tipo Survey enviados por meio de um aplicativo, Surveymonkey, onde constavam oito perguntas fechadas. 13 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Realizou-se no dia 12 de abril de 2021, uma pesquisa com as mulheres empreendedoras da cidade de Itaperuna, mapeadas previamente. Os dados ilustrados no Gráfico 1 apresentam informações sobre a faixa etária das mulheres empreendedoras, onde podemos constatar que a maioria delas estão na faixa etária entre 25 a 35 anos. Gráfico 1 - Faixa etária das empreendedoras na cidade de Itaperuna RJ Fonte: SurveyMonkey. Elaborado pelas autoras, 2021 Observou-se que, as mulheres que empreendem neste perfil irão tomar a iniciativa de empreender ao adquirir uma idade adulta, geralmente devido a formação de uma família ou necessidade. Já os dados ilustrados no Gráfico 2 apresentam informações a respeito do estado civil das entrevistadas, confirmando que a maioria delas, cerca de 67%, são mulheres que possuem uma família. Gráfico 2 - Estado civil das empreendedoras na cidade de Itaperuna RJ Fonte: SurveyMonkey. Elaborado pelas autoras, 2021 14 De acordo com a pesquisa “Mulher Empreendedora: Diferenças entre casadas e solteiras” realizada pelo SPC Brasil (2014), mulheres casadas costumam ser mais persistentes em relação ao empreendimento, pois mesmo que surjam oportunidades de emprego com carteira assinada elas ainda optam pelo negócio próprio. Gráfico 3 - Números de dependentes Fonte: SurveyMonkey. Elaborado pelas autoras, 2021 Nos dados ilustrados no Gráfico 3, observou-se que, 42% das mulheres empreendedoras não têm filhos, dentre as que são mães 58% decidiram empreender. A maioria das mães empreendedoras buscam no empreendedorismo ter um horário de trabalho flexível e independência financeira, possibilitando passar mais tempo com seus filhos. Ambição essa, que vem antes da necessidade de ser obter lucratividade. Gráfico 4 - Escolaridade das empreendedoras Fonte: SurveyMonkey. Elaborado pelas autoras, 2021 15 Nos dados ilustrados no Gráfico 4, podemos observou-se que, 67% das mulheres empreendedoras concluíram o ensino médio, 22% terminaram a graduação, 7% possuem ensino fundamental e apenas 4% chegaram a realizar um mestrado. Segundo Global Entrepreneurship Monitor Brasil (GEM BRASIL, 2015), empreendedoras com ensino médio completo investem mais em empreendimentos novos, enquanto os empreendedores com curso superior são os que menos investem tanto para empreendimentos novos quanto para empreendimentos estabelecidos. Conforme pode ser percebido pela pesquisa que 67% das entrevistadas tem apenas o ensino médio. Em relação aos empreendimentos, pode-se observar, conforme os dados ilustrados no Gráfico 5, que elas possuem maior representatividade no setor de comercio, serviços e indústria. Gráfico 5 - Setores do empreendimento Fonte: SurveyMonkey. Elaborado pelas autoras, 2021 De acordo com a pesquisa pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2014), os setores onde há maior empreendimento pelos empreendedores iniciais, se tratando das empreendedoras femininas, as atividades mais desempenhadas por elas, ainda se encontra a serviços domésticos ou serviços de beleza. Ainda de acordo com a pesquisa as atividades menos desenvolvidas pelo público feminino, se faz presente na parte de manutenção, instalações e sistema de ventilação e refrigeração. Conforme os dados ilustrados no Gráfico 6, o resultado mostra que entre as mulheres empreendedoras o grande impulsionador para empreender é a necessidade financeira. 16 Gráfico 6 - O que levou a se tornar uma empreendedora Fonte: SurveyMonkey. Elaborado pelas autoras, 2021 Analisando o gráfico destaca-se que, a maioria das mulheres empreendedoras que resolvem empreender é por necessidade de complementar a renda ou ter que pagar as contas de casa. GEM (2015), destaca que a taxa do empreendedorismo feminino por necessidade e maior que do que as dos homens, de acordo com a pesquisa 32% os empreendedores que abrem uma empresa são por necessidade. Gráfico 7 - Dificuldades enfrentadas no empreendimento Fonte: SurveyMonkey. Elaborado pelas autoras, 2021 Pelos resultados, percebeu-se que, o maior ponto de dificuldade entre as empreendedoras foram a falta de recursos financeiros, ou seja 46% das entrevistas apontou a falta do capital inicial, 31% delas apontaram outros motivos que tiveram dificuldades encontrado no início do empreendimento, e 15% delas foram a falta de 17 conhecimento de gestão. Algumas possuem capacitação na parte prática, mas não na administração da empresa, o que comentam ser uma carência no conhecimento do empreendimento. Empreender não é um processo fácil, e longo e cansativo que por muitas das vezes se torna uns dos motivos que levam a desistências de muitos empreendedoras a não continuarem nos negócios. Além do capital ser uns dos fatores que tem a dificultar o começo da empresa, o preconceito, a dupla jornada e o pouco do conhecimento em gestão acabam se tornando grandes desafios de muitas mulheres que decidem empreender. Gráfico 8 - Resultado obtido após se tornar empreendedora Fonte: SurveyMonkey. Elaborado pelas autoras, 2021 Após os resultados constatou-se que, quando a mulher consegue empreender, um dos maiores privilégios é que ela consegue a independência financeira. O gráfico mostrou que 23% delas conseguiram se manter no empreendedorismo, 15% obtiveram seu empreendimento aceito e 31% das entrevistadas tiveram outros resultados obtidos após se tornar empreendedora. 18 CONSIDERAÇÕES FINAIS Através da pesquisa foi concluído que na cidade de Itaperuna RJ, existem um grande percentual de mulheres empreendedoras e que elas apresentam muitas dificuldades, seja em relação ao crédito, a crise econômica, e dificuldades para liderar uma família, gerenciamento da equipe de trabalho, preconceito, ao mesmo tempo, a falta de confiança própria. De acordo com o Sebrae (2021), 6 em cada 10 empreendedoras possuem entre 25 e 49 anos, trabalhando predominantemente no setor de serviços. Diante disso, a pesquisa teve como objetivo geral, analisar os principais desafios do empreendedorismo feminino no município de Itaperuna, confirmando o aumento da mulher no empreendedorismo, onde se encontra uma oportunidade valiosa de lucratividade. Tendo em vista que o empreendedorismo feminino, quando realizado com sucesso pode gerar oportunidades de trabalho e emprego, fomentando a economia local, ainda existem desafios a superar. No caso das mulheres, além de terem que lidar com o assédio, preconceito e ideias ultrapassadas de que são muito emotivas ou que não poderão se comprometer coma negócio se tiverem filhos, existe a busca pelo equilíbrio em vida pessoal e profissional. Isso ocorre, pois, mesmo se tornando empreendedora, a mulher mantém as tarefas tradicionais da casa, muitas das vezes, empreendem na sua própria residência, pois assim, conseguem conciliar os dois afazeres. Diante dos resultados apresentados, pode-se concluir que, as mulheres decidem empreender pela realização profissional, apesar da necessidade, devido a chegada dos filhos, além de contribuir com a complementação da renda familiar. Ainda, verificou-se que, a maioria, cerca 66%, não possuem conhecimento específico em gestão de microempresas, mesmo 67% possuindo o segundo grau completo. Elencou-se outros fatores relacionados às diversas dificuldades que atrapalham no início de empreendimento, tais como: capital inicial, falta de incentivo do governo, crise econômica, cobrança de impostos pelas transações de um micro ou pequena empresa, dificuldade de comprar em fornecedores por falta de histórico comercial e sem credibilidade no mercado além da falta de confiança para iniciar o empreendimento. 19 REFERÊNCIAS AMORIM, R. O.; BATISTA, L. E. Empreendedorismo feminino: razão do empreendimento. Núcleo de Pesquisa da Finan, [S.L.], v. 3, n. 3, 2012. BARRETO, L. P. Educação para o empreendedorismo. [S.L.]: Educação Brasileira, 1998. CAMARGO, D. et al. O significado da atividade empreendora: as práticas da mulher brasileira em 2008. DOLABELA, F. Oficina do empreendedor. Rio de Janeiro: Sextante, 2008. DORNELAS, J. C. A. 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Mais afinal, o que é empreendedorismo? Disponível em: www.sebrae.com.br, Acessado em: 20 de outubro, 2021. STROBINO, M. R. de. C. O empreendedorismo feminino e o conflito trabalho-família: estudo de multicacos no setor da construção civil da cidade de Curitiba. 2009. Dissertação (Mestrado em Administração). Setor de Ciências Sociais Aplicadas na Universidade Federal do Paraná. Curitiba: 2009. SPC BRASIL. Mulher empreendedora: casadas e solteiras. Disponível em: www.spcbrasil.org.br, Acessado em: 20 de outubro, 2021. TONELLI, M. J.; ANDREASSI, T. Mulheres empreendedoras. GV Executivo, São Paulo, p. 27, jan/jun. 2013. VILLAS BOAS, A. Valor Feminino: desperte a riqueza que há em você. São Paulo: Ed. Do autor, 2010. http://www.sebrae.com.br/ http://www.sebrae.com.br/ http://www.sebrae.com.br/ http://www.spcbrasil.org.br/
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