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Análises microbiológicas, parasito e autoimunes estudo de caso e fórum

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Fórum
A coleta de qualquer amostra biológica que será utilizada em um exame
laboratorial é de extrema importância. Uma coleta mal feita pode influenciar nos
resultados das análises. Em relação à coleta da amostra de urina, a principal forma
de coleta é a coleta de jato médio com higienização da região genital.
Quais alterações podem ser observadas em uma urina que não seguiu essas
recomendações de coleta e por quê?
A fase pré-analítica é a etapa realizada antes da análise da amostra e inclui, entre outros
fatores, a coleta da amostra. A fase pré-analítica é responsável por 70% dos erros
ocorridos em um laboratório clínico, causando alterações nos resultados dos exames, e
consequentemente não refletindo a situação clínica real do paciente. Uma coleta
inadequada de urina pode apresentar contaminações (fezes, secreções, fibras de tecido,
papel higiênico, cremes ou pomadas vaginais), excesso de células epiteliais escamosas e
bactérias da microbiota. O primeiro jato é muito concentrado, principalmente com a
presença de células epiteliais, dificultando a visualização de outros elementos no
microscópio. O primeiro jato também despreza as bactérias da microbiota da região. Já
o jato médio em condições normais, a presença de bactérias é ausente. Por isso, a coleta
do jato médio fornece um resultado mais representativo se há uma infecção ou não.
Essas alterações ocorrem devido a ausência ou a má higienização da área genital, coleta
em frasco inadequado (não estéril) ou de forma incorreta (ex: retirando direto do vaso
sanitário, e não coletado no frasco). Conforme as recomendações da SBPC/ML (2014),
para a coleta de urina do exame de rotina deve-se orientar o paciente a higienizar a
região, coletar o jato médio, preencher até a metade do frasco e entregar a amostra ao
laboratório em até 2 horas. Para esse exame o ideal é a coleta realizada pela manhã, pois
há maior concentração de substâncias do que em uma amostra aleatória mais diluída. O
paciente deve utilizar um frasco de boca larga, limpo, estéril, de plástico e opaco.
Outros cuidados são evitar a coleta durante o período menstrual, remover pomadas e
cremes, e usar sabonete neutro para a higiene antes da coleta.
Referências:
MUNDT, Lilian. A.; SHANAHAN, Kristy. Exame de urina e de fluidos corporais de
Graff. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536326900/pageid/1.
Acesso em: 18 nov. 2021.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PATOLOGIA CLÍNICA/MEDICINA
LABORATORIAL (SBPC/ML). Recomendações da Sociedade Brasileira de
Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML): coleta e preparo da amostra
biológica. Barueri: Manole, 2014. Disponível em:
http://www.sbpc.org.br/upload/conteudo/livro_coleta_biologica2013.pdf. Acesso em: 17
nov. 2021.
Estudo de caso
Paciente do sexo feminino, relatou muita dor ao urinar. Foi solicitado exame
parcial de urina (resultado abaixo) e a mesma amostra foi encaminhada também
para a cultura. Sabendo que se trata de uma amostra de rotina, que no Gram da
gota de urina (para escolha da alça) foram visualizados mais de um microrganismo
por campo microscópico e que após incubação do meio em CLED foram
visualizadas 580 colônias do mesmo microrganismo (Staphylococcus aureus), faça a
interpretação primeiramente da urinálise e em seguida solte o laudo da urocultura.
Exame físico:
Cor: Amarelo-citrino
Aspecto: límpido
Densidade: 1,025
Exame químico:
pH: 6,0
Proteínas: ++
Glicose: Negativo
Corpos cetônicos: Negativo
Sangue: ++
Bilirrubina: Negativo
Urobilinogênio: Negativo
Nitrito: Negativo
Leucócitos: +++
Exame microscópico:
Células epiteliais: 7000/mL (VR: até 10000/mL) Leucócitos: 150000/mL (VR: até
7000/mL) Hemácias: 10000/mL (VR: até 5000/mL) Cristais: Ausentes Cilindros:
Ausentes Bactérias: abundantes (Cocos Gram positivos)
Os resultados indicam infecção do trato urinário (ITU). São achados típicos no
exame de urina para ITU a presença de leucócitos, hemácias, proteinúria branda e
urocultura positiva. Também o pH pode apresentar aumento, mas no caso o apresentado
a urina está no parâmetro normal.
As esterases são enzimas liberadas pelos leucócitos como os neutrófilos e
quando detectadas pelo exame químico indicam processos inflamatórios e infecções. A
análise do sedimento urinário revela quantidade elevada de leucócitos, confirmando o
resultado do teste químico de que há uma infecção.
O teste de nitrito deve ser correlacionado com a urocultura e com a presença de
leucócitos, pois algumas bactérias como as Gram-positivas não são redutoras de nitrato.
A presença de bactérias na urocultura e a quantidade elevada de leucócitos indicam
também infecção.
A proteinúria presente é denominada de proteinúria pós-renal e decorre do
extravasamento de proteínas em processos inflamatórios e infecciosos no trato urinário.
O sangue não se encontra normalmente na urina e sua presença é detectada no
teste químico pela hemoglobina. No caso clínico, a quantidade de sangue é pequena,
não alterando a cor da urina, sendo observada somente pelo exame químico e
microscópico. Uma das causas para a presença de hemácias na urina está relacionada
com infecções.
LAUDO
MATERIAL: URINA.
TIPO DE COLETA: JATO MÉDIO
CULTURA: Desenvolvimento de cocos Gram positivos com caracteres bioquímicos de
Staphylococcus aureus.
CONTAGEM DE COLÔNIAS: Superior a 10 UFC/mL de urina ou 5,8 x 105 5
UFC/mL de urina.
Referências:
MUNDT, Lilian. A.; SHANAHAN, Kristy. Exame de urina e de fluidos corporais de
Graff. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788536326900/pageid/1.
Acesso em: 20 nov. 2021.
VIEIRA, Ana D. C. et al. Bioquímica clínica: líquidos corporais. Porto Alegre: Grupo
A, 2021. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556901077/. Acesso em: 21 nov.
2021.

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