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FICHAMENTO COMERCIAL III - FALÊNCIA - MANUAL DE DIREITO FALIMENTAR FRANCISCO DE ASSIS BASÍLIO DE MORAES

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D8Na
FICHAMENTO COMERCIAL III (2018.2)
LIVRO: MANUAL DE DIREITO FALIMENTAR — FRANCISCO DE ASSIS BASÍLIO DE MORAES (2013 ED)
AULA 2: TEORIA GERAL DO DIREITO FALIMENTAR – ORIGEM ETIMOLÓGICA DO TERMO FALÊNCIA E NOÇÕES CONCEITUAIS 
· ITENS 1.2 E 1.3 DO CAPÍTULO 1
· Expor a origem etimológica do termo falência, abordando as questões históricas;
· Mostrar os conceitos relacionados ao Direito Falimentar no ordenamento jurídico brasileiro;
· Expor as características do Regime Falimentar e da Insolvência Civil;
· Analisar os aspectos jurídicos e econômicos do processo falimentar e do processo de recuperação de empresas
1.2) ORIGEM ETIMOLÓGICA DO TERMO FALÊNCIA
O termo falência deriva do verbo falir que se origina, por sua vez, do verbo fallere, significando faltar, enganar (fallo, is, fefelli, falsum, fallere). Em tempos distantes usava-se a palavra quebra.
O termo bancarrota, originário do italiano banco rotto, banco quebrado, era utilizado para denominar a falência ou quebra criminosa.
A falência é uma patologia empresarial, ocasionada por gestão temerária ou fraudulenta da sociedade empresária, praticada pelos administradores (sócios ou não sócios), porque societas delinquere non potest (um ente jurídico não pode cometer ilícito), ou pela prática de atividades temerárias ou fraudulentas do empresário individual.
Uma regra empírica, que foi obtida pela nossa observação em relação às empresas em dificuldades, nos aponta que há um “caminho da falência” (ITER FALLERE):
1.3) NOÇÕES CONCEITUAIS
Podemos dizer que existe uma correlação direta entre as dívidas e os bens do devedor. Ou seja, a garantia dos credores é o património do devedor.
Hoje, no estado capitalista e contemporâneo, se alguém não cumpre obrigação, legal ou contratual, de pagar o que deve, o sujeito ativo pode promover, perante o Poder Judiciário, a execução de tantos bens do patrimônio do devedor quantos bastem à integral satisfação de seu crédito.
No âmbito jurídico, o termo falência significa falta do cumprimento de uma obrigação ou do que foi prometido. Neste diapasão, o juiz identifica, a partir do título que lhe é apresentado pelo credor, a existência e o descumprimento de crédito líquido, certo e exigível; determina, então, a constrição de um bem do patrimônio do devedor (penhora), para vende-lo sob os auspícios da justiça e com a observância de determinadas formalidades: com o dinheiro da venda paga-se o exequente.
A execução processa-se, em regra, individualmente, ou seja, só um credor move processo contra o devedor, para dele haver a satisfação da obrigação descumprida; o aparato judiciário, acionado pelo processo, busca um bem do sujeito passivo da obrigação, expropria-o(pela penhora e venda judicial) e paga o titular do crédito.
Porém, pode ocorrer, a situação em que os bens do devedor não são suficientes para pagar todas suas dívidas, e, neste caso, se as ações individuais forem processadas uma a uma, pode ocorrer de existirem credores sem a satisfação de seus créditos. A regra da individualidade, neste caso, se torna injusta.
Para evitar injustiça, o direito afasta a regra da individualidade da execução e prevê, na hipótese, a instauração da execução concursal, isto é, do concurso de credores. Se o devedor possui patrimônio negativo, menos bens que os necessários ao integral cumprimento de suas obrigações, a execução dos bens não poderá ser feita de forma individual, o que levaria a injustiça referida no início. Deve processar-se, como recurso, ou seja, envolvendo todos os credores e abrangendo todos os bens, reunindo a totalidade do passivo e do ativo do devedor.
PAR CONDICIO CREDITORUM, isto é, tratamento paritário dos credores.
(valor básico de justiça, base do direito falimentar)
Os titulares de crédito perante sujeito de direito que não possui condições de saldar, na integralidade, as dívidas devem receber da justiça tratamento igualitário, em que se dê preferencia aos necessitados (os trabalhadores), efetivem-se as garantias legais (do Fisco ou dos credores privados com privilégio) ou contratuais (dos credores com garantia real) e assegurem-se chances iguais de realização do crédito aos credores de uma mesma categoria (v.g., no caso dos rateios quirografários, proporcionais ao crédito de cada um).
Os agentes econômicos sentem-se menos inseguros em conceder em conceder o crédito, entre outros elementos porque podem contar com esse tratamento igualitário, na hipótese de o devedor ir à bancarrota.
A falência é assim o processo judicial de execução concursal do patrimônio do devedor empresário, que normalmente, é uma pessoa jurídica revestida da forma da sociedade limitada ou anônima. Para os não empresários sem meios de honrar a totalidade de suas obrigações, o direito destina um processo diferente de execução concursal, que é a insolvência civil, disciplinada pelo Código de Processo Civil (art. 748 e seguintes). Entre as diferenças que separam esses regimes cabe destacar:
Os privilégios conferidos pelo Direito Falimentar justificam-se como medida de socialização de perdas derivadas do risco inerente às atividades empresariais.
Ainda nesta seara, segundo AMADOR PAES DE ALMEIDA a falência pode ser vista sob dois ângulos completamente distintos, a saber:
a) ECONÔMICO: revela um estado patrimonial, pois revela a condição de quem, havendo recebido uma prestação a crédito, não tenha disponível, para o cumprimento da contraprestação, um valor suficiente;
b) JURÍDICO: demonstra um processo de execução coletiva contra o devedor comerciante (hoje empresário).
Portanto, e por fim, a falência é o procedimento judicial a que está sujeita a sociedade empresária ou o empresário individual devedor, que não paga as obrigações líquidas na data do vencimento, consistindo em uma execução coletiva de seus bens, à qual concorrem todos os credores, e que tem por objetivo a venda forçada do patrimônio disponível, a verificação dos créditos, a liquidação do ativo e a solução do passivo, de forma a distribuir os valores arrecadados, mediante rateio entre os credores, de acordo com a ordem legal de preferência, depois de feita a chamada classificação dos créditos.
Saliente J. X. CARVALHO DE MENDONÇA: “falência é o efeito da função anormal do crédito”, constituindo-se, portanto, nas palavras de JOSÉ FRANCELINO DE ARAÚJO, em “um conjunto de bens de execução forçada coletiva patrocinada pelo Estado que, visando à proteção do crédito como fator de riqueza, cumpre a promessa de partilhar os bens do devedor para que haja a par conditio creditorum.
O produtor rural, pessoa física ou jurídica, conforme o art. 971 do Código Civil, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos do mesmo Códex, requerer inscrição na junta comercial da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro, ou seja, poderá falir à luz da Lei nº 11.101/05; ao contrário, se não for inscrito na junta comercial, em caso de insolvência, a mesma processará pelo CPC
*JURISPRUDÊNCIAS:*
· O empresário rural será tratado como empresário se assim o quiser, isto é, se se inscrever no Registro das Empresas, caso em que será considerado um empresário, igual aos outros
· A opção pelo registro na Junta Comercial poderá se justificar para que, desfrutando da posição jurídica de empresário, o empresário rural possa se valer das figuras da recuperação judicial e da recuperação extrajudicial, que se apresentam como eficientes meios de viabilizar a reestruturação e preservação da atividade empresarial, instrumentos bem mais abrangentes e eficazes do que aquele posto à disposição do devedor civil (concordata civil – código de processo civil, art 783)
· Só a partir da opção pelo registro, estará o empresário rural sujeito integralmente ao regime aplicado ao empresário comum
AULA 3: TEORIA GERAL DO DIREITO FALIMENTAR – NATUREZA JURÍDICA DA FALÊNCIA; LEGISLAÇÃO BRASILEIRA RELATIVA AO DIREITO FALIMENTAR; LEGITIMADOS OU SUJEITOS PASSIVOS DO PROCESSOFALIMENTAR E DA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
· ITENS 1.4 E 1.5 DO CAPÍTULO 1
· ITENS 1.8 A 1.10 DO CAPÍTULO 1
· Mostrar a controvérsia existente em relação à natureza jurídica do Direito Falimentar: Material ou Processual?
· Expor sobre a legislação que regulamenta o direito falimentar no ordenamento jurídico pátrio e a legislação correlacionada;
· Expor os legitimados ou sujeitos passivos da triangularização processual no processo falimentar e de recuperação de empresas, à luz da Lei nº 11.101, de 09.02.2005; 
· Analisar os aspectos controvertidos relacionados aos sujeitos passivos no processo falimentar e de recuperação de empresas, à luz da Lei nº 11.101, de 09.02.2005.
1.4) NATUREZAJURÍDICA DA FALÊNCIA – ASPECTOS CONTROVERTIDOS
Instituto complexo, a falência abarca preceitos de diferentes ramos do Direito, tais quais aqueles provenientes do Direito Comercial, Civil, Administrativo, Processual e Penal (crimes falimentares). Trata-se, assim, de direito concursal.
As normas do Direito Falimentar são de natureza processual, o que significa dizer que seu caráter é instrumental. Outros autores pretendem vislumbrá-lo como um direito autônomo, com características próprias, independente do Direito Comercial e do Direito Processual.
Atualmente, com a nova Lei de Falências e de Recuperação de Empresas, ao nosso sentir, o Dirito Falimentar se traduz em um ramo do Direito Processual, tendo em vista suas disposições legais sobre os procedimentos para a insolvência mercantil (falência) e a recuperação do empresário, bem como os arts. 188 e 189 do novo diploma legal. No que tange aos aspectos materiais, conceitos e institutos, devemos nos ater aos Códigos Civil e Comercial, à legislação especial (cível), e ao Código Penal (criminal). 
1.5) LEGITIMADOS OU SUJEITOS PASSIVOS DO PROCESSO FALIMENTAR E DE RECUPERAÇÃO
No Brasil, adotava-se o Sistema Falimentar restrito, que restringia a concessão da falência dos comerciantes.
Estão sujeitos à falência, de acordo com a nova lei, Lei nº 11.101/05, em princípio, os devedores exercentes de atividade econômica de forma empresarial, isto é, empresários.
A diferença entre os empresários e os demais exercentes de atividade econômica não reside no tipo de atividade explorada, mas na forma com que a exploram (muitas atividades de produção ou/e circulação de mercadorias ou serviços podem ser exploradas empresarialmente ou não). A diferença está focada na parte final do §único do art. 966CC: o elemento de empresa. Se a sociedade se estrutura, possuindo elemento de empresa, será empresária.
“O trecho final do § único do art 966CC considera empresariais atividades que, embora decorrentes de profissão intelectual, contenham elemento de empresa. Portanto, apenas o exercício das atividades exclusivamente intelectuais está excluído do conceito de empresa.” 
Outra concepção sugere que o caráter empresarial se prende à impessoalidade.
Por exemplo, um médico em seu consultório particular, atendendo aos seus clientes, não realiza atividade empresaria (age intuitu personae). Mas um grande hospital privado atendendo aos clientes em várias especialidades médicas, sendo gerenciado por seu sócio administrador, o mesmo medico do consultório em questão, pratica atividade empresarial (age intuitu pecuniae). O médico em seu consultório não se sujeita à falência. Mas o grande hospital privado, e os seus sócios administradores, dependendo do tipo societário, estão sujeitos à lei falimentar (art. 81 e 190 da Lei 11.101/05: sócios ilimitadamente responsáveis).
No entendimento da doutrina é que, com a adoção da Teoria da Empresa, houve uma ampliação do sistema falimentar com o conceito de empresário açambarcando o conceito de comerciante. Nos informa o DINIZ:
“O NCC, no art 966, caput, ao prescrever que o empresário é ‘quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens ou de serviços’, abandona a teoria dos atos de comércio, por não abranger toda atividade econômica e, deixando de lado o modelo francês, adota a teoria da empresa, positivando-a, incorporando assim, o modelo italiano de disciplina privada daquela atividade. E, com isso, o ‘direito comercial’ assume, modernamente, a veste de direito de empresa, sem, contudo, perder sua autonomia e sem operar a unificação do direito privado. (...) Afastam-se da base do direito comercial os atos de comercio e o comerciante, destacando-se o empresário e a atividade econômica de organização dos fatores de produção, para criação ou oferta de bens e de serviços. O direito comercial deixou de ser o direito de uma certa categoria de profissionais, passando a ter como instrumento de objetivação a atividade empresarial.”
É importante ressaltar que o CC estabeleceu 2 classificações legais para as sociedades: sociedade simples e sociedades empresárias; sociedades personificadas e não personificadas.
No que concerne a sociedades simples e empresárias, enfatizamos o que foi dito anteriormente. O que as distingue é o denominado “elemento de empresa”. Em relação às sociedades personificadas e não personificadas, a distinção está na existência como pessoa jurídica, com o devido registro na Junta Comercial, conforme o art 45CC. Entretanto, é possível que uma sociedade não personificada pratique atos empresarias. É como reserva o prof. JOSÉ DA SILVA PACHECO:
“ (...) antes do registro e consequentemente personalidade das sociedades, elas se constituem por contrato entre pessoas que, reciprocamente, se obrigam a contribuir com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados, prevendo o novo Direito de Empresa: a) sociedades personificadas; b) sociedades não personificadas: sociedade em comum (arts. 986 a 990 CC) e sociedade em conta de participação (arts. 991 a 996CC).
E continua em suas observações, sobre tais sociedades, o ilustre professor: “em se tratando de sociedade comum, os bens e dívidas sociais consistem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum (art. 988CC), e todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais excluindo o benefício de ordem previsto no art. 1024CC (art 990CC). No caso de sociedade em conta de participação, o sócio ostensivo atua em nome e sob sua própria e exclusiva responsabilidade (art 991CC), sendo que a eventual inscrição não confere personalidade jurídica à sociedade (art 993CC). O sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente pelas obrigações em que intervier (art 993 §único CC). A falência do sócio ostensivo acarreta a liquidação, e na falência do sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os feitos da falência nos contratos bilaterais do falido (art. 994 §3ºCC e 117 e segs. Da nova Lei Falencial).
Em concordância ao que expõe o insigne jurista, as sociedades em comum e em conta de participação, podem praticar atividades empresariais, e, portanto, estão sujeitas à Lei nº 11.101/05, com assevera o próprio CC. 
É importante ressaltar que a sociedade empresária não se confunde com a figura dos sócios, sejam eles administradores ou não. SÓCIO, pelo CC, NÃO É EMPRESÁRIO! Empresário é a sociedade empresária ou o empres´´ario individual ambos registrados na Junta Comercial (ou Registro Público de Empresas Mercantis, como quer o CC). É juridicamente equivocado chamar os sócios de empresários se eles não possuem registro na junta comercial como tal. Eles s~~ao empreendedores. Qual a profissão deles? EMPREENDEDORES!
É importante destacar a questão relativa ao elemento de empresa quando falamos das sociedades não personificadas atuando em atividades empresariais.
No conceito doutrinário, a empresa é vista como o resultado da organização do pessoal, formada pelos sócios e por seus colaboradores, usando os bens da empresa para realizar suas atividades, em prol dos seus objetivos: 
Também é juridicamente equivocado chamar o empresário de empresa. Nos dizeres elucidativos do Prof. GLADSON MAMEDE:
“O empresárioé a pessoa física ou jurídica, sujeitos personalizados de direitos e deveres. A empresa, por seu turno, mesmo considerada um ente autônomo, não é sujeito, mas um objeto de relações jurídicas, embora não se confunda com o complexo de bens organizados para o seu exercício, ou seja, embora não se confunda com o estabelecimento.”
Portanto, se a sociedade não personificada se apresenta como uma união de pessoas, atividades e bens para as atribuições do caput do art 966, do CC, será considerada empresária, para fins falimentares.
A nova legislação falimentar abrange o empresário (no sentido de pessoa física) e a sociedade empresária (frise-se: não confundir os sócios – empreendedores ou investidores – com a sociedade), exceto a empresa pública e a sociedade de economia mista, instituições financeiras, consórcios, previdência complementar, planos de saúde, seguradoras e sociedades de capitalização. 
Redefine-se, portanto, o universo de incidência da lei: o empresário e a sociedade empresária, aproveitando o texto sancionado, o conceito de empresário do novo CC (art 966), considerado preciso, para restringir o âmbito de incidência da lei aos empresários e às sociedades empresárias: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”
Quanto a EIRELI ( a) eireli irregular, quando os atos constitutivos não são arquivados no registro competente b) eireli regular inscrita na junta comercial), entendemos que a Lei de Falências atual se aplica às EIRELI, com a observância das normas das sociedades empresárias limitadas, conforme determina a lei ordinária que alterou o CC.
E, de acordo com o art. 2º, algumas atividades empresariais são excluídas da concessão da Falência, por exemplo: empresa pública e sociedade de economia mista (inciso I); instituição financeira pública ou privada (Lei nº 6.024/74), cooperativa de crédito (Lei nº 5764/71), consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora (decreto-lei nº 73/96), sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores (inciso II).
Ou seja, há sociedades empresárias que foram excluídas da aplicação direta do novo Estatuto Falimentar. Tal situação é caracterizada por uma exclusão parcial, com a existência de uma legislação especial que trata da insolvência destas sociedades (lex generali non derogat lex speciali), ou por uma exclusão total, por vedação em lei especial ou em dispositivo constitucional.
O entendimento de que existem 2 tipos de aplicação da norma falimentar (parcial e total) advém de uma interpretação sistemática e teleológica do art 2º. A razão de tal lógica decorre, justamente, de haver uma aplicação indireta da norma falimentar para algumas sociedades (inciso II) e de total exclusão da aplicação da norma falimentar (inciso I). O art 197 da LF reforça essa ideia.
Não quer dizer que para as entidades com exclusão parcial ou relativa não se possa aplicar, subsidiariamente, a Lei nº 11.101/05. Em geral, as legislações que regem a insolvência de tais entidades sob o nomem iuris “liquidação”, trazem em seus dispositivos a aplicação, no que for omissa, da lei falimentar. Mas, não havendo dispositivo relativo à aplicação subsidiária, aplica-se a Lei de Falências como se norma geral fosse.
As cooperativas são sociedades simples por força da parte final do parágrafo único do art. 982CC, e, portanto, não são sociedades empresárias.
Outrossim, as cooperativas, de modo geral, estão fora da incidência da Lei nº11.101/05, conforme precedente jurisprudencial do STJ a seguir:
“(...) as cooperativas não estão sujeitas à falência por possuírem natureza civil e praticarem atividades não empresárias, devendo prevalecer a forma de liquidação prevista na lei nº 5.764/71, que não prevê a exclusão da multa fiscal nem a limitação dos juros moratórios cobrados por meio de execução fiscal”
A exceção a esta regra se dá em relação às cooperativas de crédito.
“(...) a legislação própria dá às cooperativas de crédito a natureza de instituições financeiras, e as submetem ao regime do Sistema Financeiro Nacional (...)”
“ Como a lei em vigor que dispõe sobre a estrutura e regulamentação das instituições financeiras (Lei nº 4.595/64), dentre as quais se alinham as cooperativas de crédito, inclui como atribuição ao Conselho Monetário Nacional dispor acerca do processo relacionado com a criação das instituições financeiras, sua estrutura e regulamentação, e ao Banco Central do Brasil editar e fazer cumprir tais atos (...)”
Conforme abordado em seu ensaio, SENRA apud CARVALHO destaca que “(...) não se pode negar a analogia entre as cooperativas de crédito e os bancos: ambos são instituição financeira [...] e MEINEN apud CARVALHO, complementa com a informação de que a diferenciação básica do Sistema Cooperativo de Crédito e o Sistema Bancário se dá no objetivo da sociedade, que o art 2º da Lei Complementar nº 130/09, define que “as cooperativas de crédito destinam-se, precipuamente, a prover, por meio da mutualidade, a prestação de serviços financeiros a seus associados”
Ou seja, conforme exposto, entendemos que cooperativas de crédito, conforme estabelecido no inciso II, art 2º da LF, sofrem uma exclusão parcial em relação à aplicação do novo Estatuto Falimentar, uma vez que não haveria razão do legislador ordinário ter expressamente mencionado as cooperativas de crédito, sendo as mesmas consideradas, prima facie, sociedade simples. A razão é clara: as cooperativas de crédito, no contexto da nova lei falimentar, são equiparadas às instituições financeiras. 
E o que se observa nas conclusões do mencionado ensaio monográfico: “Conclui-se que no tocante à dissolução das cooperativas de crédito, observa-se que o mais comum é a sua liquidação, que pode ser ordinária, por ato voluntário da sociedade cooperativa, ou extrajudicial, que é decretada pelo Banco Central do Brasil, observados os normativos pertinentes. Assim, os procedimentos e consequências da liquidação ordinária são tratados na Lei nº 5.764/74, e nos casos de liquidação extrajudicial, será observada a Lei nº 6.024/74, destacando-se o pape do Banco Central do Brasil que, nesta é competente para decretar e naquela deve apreciar o ato de dissolução, que poderá aprovar ou não. No que concerne a possibilidade de decretação de falência das cooperativas de crédito, esta se mostra juridicamente possível, dada a análise destas sociedades no contexto de instituições financeiras."
1.8) PROCESSOS COLETIVOS DA FALÊNCIA E DA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS (TRIÂNGULO PROCESSUAL) 
1.9) FORO E JUÍZO DO PROCESSO FALIMENTAR E DE RECUPERAÇÃO
O juízo de falência é universal.
O juízo falimentar é órgão da Justiça Estadual – ou Distrital, por força do art. 125 CF/88
A universalidade do juízo falimentar significa que todas as ações referentes aos bens, interesses e negócios da massa falida serão processadas e julgadas pelo juízo perante o qual tramita o processo de execução concursal por falência.
 ∟ é a chamada aptidão atrativa do juízo falimentar, ao qual conferiu à lei a competência para conhecer e julgar todas as medidas judiciais de conteúdo patrimonial referente ao falido ou à massa falida.
[obs das aulas: - art. 83 LF
 - depois que as sentenças se tornam líquidas, pode oficiar o juízo concursal
 - reserva de importância 
 - mas ações que o devedor for autor ou co-autor
 - § único do art 104 LF ]
Em 5 hipóteses, contudo, abrem-se exceções ao princípio da universalidade do juízo falimentar:
a) ações não reguladas pela Lei de Falências em que a massa falida for autora ou litisconsorte ativa (art. 76, LF) 
b) ações que demandam quantia ilíquida (§1º, art. 6º LF), independente da posição da massa falida na relação processual, também não são atraídas pelo juízo universal da falência, caso já estiverem em tramitação ao tempoda decretação da falência (art 6º, §1º). Neste caso, elas continuam se processando no juízo ao qual haviam sido distribuídos. Todavia, quando as ações ingressarem na fase de execução, após o trânsito em julgado da sentença, as execuções em face da massa falida serão processadas no juízo falimentar;
c) reclamações trabalhistas (§2º, art 6º e art 76 LF), para as quais é competente a Justiça do Trabalho, em razão de norma constitucional (art 114 CR/88). Todavia, quando as reclamações trabalhistas ingressarem na fase de execução, após o trânsito em julgado da sentença laboral, as execuções em face da massa falida serão processadas no juízo falimentar.
d) As execuções fiscais (§7º art. 6º e art 76 LF), os créditos tributários não se sujeitam a nenhum concurso de credores, nem à habilitação na falência. Todavia, o STJ já decidiu que a Fazenda Pública deve “optar” em continuar a execução fiscal ou inscrever seus créditos no juízo falimentar. 
 ∟ além disso, a pecúnia obtida com a alienação de qualquer bem no juízo de execução fiscal deve ser colocada à disposição do juízo falimentar
e) As ações de conhecimento (§1º art 6º e art 76 LF) em que a União, suas autarquias e suas empresas públicas figurem como autoras, rés, assistentes, oponentes, segundo art. 109, inciso I da CF/88.
 ∟ o foro será o da justiça federal
 ∟ a competência é absoluta e taxativa (material). Todavia, quando as ações ingressarem na fase de execução, após o trânsito em julgado da sentença, tornando o título judicial líquido, certo e exigível, as execuções em face da massa falida serão processadas no juízo falimentar
Conforme observa o prof. GLADSON MAMEDE:
“A competência definida no art. 3º da Lei de Falências e Recuperação de Empresas refere-se pelo lugar, vale dizer, a competência ex ratione loci, normalmente compreendida como competência relativa. Aplicar-se-lhe-ia, via de consequência, o art. 112 CPC, prevendo que a incompetência relativa argui-se por meio de exceção, prorrogando=-se se o réu não opuser exceção declinatória de foro e de juízo, no caso e prazo legais.”
 ∟no entanto, a 2ª seção do STJ, julgando o Conflito de Competência 37.736/SP entendeu que a competência do juízo falimentar é absoluta, por não se tratar de competência que se define em função do local, mas em função da matéria.
 ῑ MAMEDE, ao comentar o posicionamento do STJ, discorda porque a lei não diz que a competência é absoluta. Data máxima vênia, concordamos com a Colenda Corte Superior, apesar de o julgado ter sido prolatado sob a égide do DL nº 7661/1945. Em 1º lugar, a regra foi repetida na lei nº11101/2005. Em 2º lugar, a lei trata de tema específico, falência e recuperação de empresas, assunto afastado de outros juízos pelo princípio da universalidade, ou seja, em razão da matéria, com a possibilidade de aplicação do caput, do art. 113 CPC
🡺 Conforme o art. 3º da LF, Recuperação Judicial e Extrajudicial, o juízo competente para a aplicação da lei falimentar é o do local do principal estabelecimento do devedor falido, neste caso chamado comumente de MATRIZ (em regra, onde está a Administração da empresa ou Sede da empresa), ou do local da filial da empresa, estrangeira ou brasileira, com sede FORA do Brasil.
 ∟no caso de existirem várias filiais no Brasil, os legitimados ativos podem demandar no local da respectiva filial devedora
 ∟ VALVERDE, entende que o principal estabelecimento é o “ponto central dos negócios, de onde partem todas as ordens, que imprimem e regularizam o movimento dos estabelecimentos produtores”.
🡺 Discordamos do ilustre mestre supracitado – ULHOA- porque não é esta a concepção da nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas. Levar toda a rede de estabelecimentos à bancarrota por conta de uma filial inadimplente não atende a uma interpretação sistemática do princípio da preservação da empresa, contido no art. 47 da LF.
1.10) PRINCÍPIOS DO JUÍZO CONCURSAL
i. PRINCÍPIO DA CELERIDADE PROCESSUAL (§único, art. 75 LF)
 ∟ está ligado aos prazos processuais
∟os prazos deverão ser rigorosamente cumpridos, com prioridade para os incidentes processuais e ações autônomas que prejudiquem o andamento do feito principal (processo coletivo), para que se tenha uma razoável duração do processo.
ii. PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL (§ único, art 75 LF)
 ∟ está ligado aos atos processuais
 ∟não se admite atos procrastinatórios ou inúteis ao processo, sob pena de multa processual para a parte que der azo a tal situação (art. 14 e 17 do CPC)
iii. PRINCÍPIO DA UNICIDADE (INDIVISIBILIDADE) E DA UNIVERSALIDADE DO JUÍZO FALIMENTAR (art 76 LF)
∟o processo coletivo é indivisível quando não se admite descontinuidade processual, devendo o juiz concursal decidir todos os incidentes processuais autônomos relacionadas ao processo coletivo.
∟ o princípio da universalidade nos informa que o juízo da falência decidirá todas as ações que envolvam o devedor, admitindo-se exceções
iv. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AOS CREDORES (art 83 LF)
∟os credores não podem ser prejudicados pela condução temerária ou fraudulenta do devedor, e, portanto, deve-se buscar todos os meios lícitos para garantir os seus créditos.
v. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO DEVEDOR (art 75 LF)
∟o devedor deve atender ao princípio constitucional da função social de sua propriedade ou patrimônio, observadas a boa-fé objetiva, a ética e a relevância do empreendimento. Se assim não age, deve o juiz concursal ajustar a situação.
vi. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA SOCIETÁRIA (corolário do art 81 LF)
∟a sociedade empresária é pessoa distinta da dos sócios, que se tiverem responsabilidade limitada, respondem até o limite do capital a ser integralizado (solidariamente) ou pelo preço de emissão das ações.
vii. PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA (art 47 LF)
∟ o empreendimento que deve ser preservado, se relevante para a comunidade, e não o empresário.
viii. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AOS TRABALHADORES OU DO PRIMADO DO TRABALHO (art 47 LF)
∟os postos de trabalho deverão ser preservados se o empreendimento for relevante para a comunidade 
∟não se prioriza os empregados, se esses forem ineficientes ou incompetentes
ix. DENTRE OUTROS PRINCÍPIOS.
∟ ressalta-se que nenhum princípio é absoluto. daí a necessária ponderação quando houver qualquer conflito na aplicação concomitante dos princípios acima elencados.
Comentando sobre mencionado dispositivo legal da lei falimentar, assevera MAMEDE que: 
“No âmbito específico das situações de falência, contudo, no artigo 82 da Lei nº 11.101/05 regulamenta uma solução processual necessária, determinando que a responsabilidade pessoal dos sócios de responsabilidade limitada, dos controladores e dos administradores da sociedade falida, estabelecida nas respectivas leis, será apurada no próprio juízo de falência, independentemente da realização do ativo e da prova da sua insuficiência para cobrir o passivo, observado o procedimento ordinário previsto no CPC. Sublique-se que a frase será apurada no próprio juízo da falência se traduz apenas na indicação de competência; fala-se em juízo da falência e não em processo da falência. Não se trata da investigação incidental, o que não se amoldaria confortavelmente ao inscrito no art 82, caput, da Lei nº 11.101/05. Prevaleceu, portanto, a corrente processual mais cautelosa, a exigir procedimento autônomo no qual se investigará a ocorrência, ou não, dos pressupostos legais para a condenação do sócio ou do administrador, responsável pelo mau emprego da pessoa jurídica, a responder pessoalmente por determinadas obrigações jurídicas.”
O juiz falimentar poderá de ofício ou mediante requerimento das partes interessadas, ordenar a indisponibilidade de bens (constrição judicial para assegurar a efetividade de medida judicial futura, com a observância dos requisitos: fumus boni iuris e periculum in mora) particulares dos réus, em quantidade compatível com o dano provocado, até o julgamento da ação de responsabilização (§§1º e 2º e caput do art 82 LF).
Destarte, dentre as medidas judiciais que poderãoser adotadas no processo principal coletivo (falimentar ou de recuperação), temos a aplicação da Teoria da Desconsideração da Personalidade da Pessoa Jurídica (Teoria Maior), que versa sobre a desconsideração da autonomia societária, tendo em vista o princípio da proteção aos credores na falência.
Não devemos confundir a indisponibilidade de bens da ação de responsabilização dos sócios, administradores e controladores explícita no art 82 da LF com a Teoria da Desconsideração da Personalidade da Pessoa Jurídica no processo principal coletivo (falimentar ou de recuperação), apesar de se tratarem de decisões interlocutórias.
 ∟ todavia, caso os réus da ação do art. 82 da LF não possuam bens pessoais, mas aja comprovação de que os bens foram cedidos ou alienados para outras sociedades, nada obsta de se aplicar a Teoria da Desconsideração da Personalidade da Pessoa Jurídica no sentido inverso, i.e., dos sócios (administradores ou controladores) para a sociedade a que estão umbilicalmente ligados. 
AULA 4: TEORIA GERAL DO DIREITO FALIMENTAR – LEGITIMADOS OU SUJEITOS ATIVOS DO PROCESSO FALIMENTAR E DA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS; PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DA FALÊNCIA
· ITENS 1.6 E 1.7 DO CAPÍTULO 1
· Expor os legitimados ou sujeitos ativos da triangularização processual no processo falimentar e de recuperação de empresas, à luz da Lei nº 11.101, de 09.02.2005;
· Analisar os aspectos controvertidos relacionados aos sujeitos ativos no processo falimentar e de recuperação de empresas, à luz da Lei nº 11.101, de 09.02.2005;
· Mostrar e analisar os pressupostos processuais específicos e genéricos da falência.;
1.6) LEGITIMADOS OU SUJEITOS ATIVOS DO PROCESSO FALIMENTAR E DE RECUPERAÇÃO 
A legitimidade ativa para pedir a execução coletiva do devedor empresário no art. 97 da Lei nº 11.101/05:
A) CREDOR, por obrigação tornada líquida, constante de título executivo judicial ou extrajudicial. No caso de título judicial, deverá estar de acordo com o art 475-N e seguintes do CPC, e versar sobre dívida cível, trabalhista ou mercantil. No caso de título extrajudicial, deverá observar os incisos do art 585 CPC e a Lei nº 9.294/97, para o protesto obrigatório.
O credor poderá ser empresário ou não, estrangeiro ou não. No caso de empresário, deverá provar sua condição apresentando a certidão da Junta Comercial. No caso do credor estrangeiro, este deverá, obrigatoriamente, prestar caução, se não tiver bens no Brasil, salvo se estiver amparado pelos Acordos Internacionais internalizados, tais como o Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional de 1992, entre os países do MERCOSUL – Decreto nº 2.067/96.
B) O próprio devedor, na denominação equivocada de autofalência, observados os documentos do art. 105 LF;
C) O cônjuge sobrevivente, os herdeiros e o inventariante não dativo (nosso entendimento decorre de possível conflito de interesses) na falência di espólio;
D) O sócio ou acionista da sociedade devedora. RICARDO NEGRÃO entende que os sócios ou acionistas não agem como representantes da sociedade. Tampouco requerem a falência na qualidade de credores, porque, no caso, o legislador não precisaria explicitar sua qualidade
NEGRÃO apresenta a seguinte solução, com a qual concordamos:
“ o dispositivo refere-se à legitimidade decorrente da inércia dos órgãos responsáveis ou concede legitimidade concorrente para os casos em que a lei permite ao sócio o pedido de dissolução de sociedades. No que se refere aos acionistas, a legitimação estaria fundamentada na ocorrência de atos violadores da lei ou do estatuto e se demonstrados indícios de graves irregularidade praticadas por qualquer dos órgãos da administração da companhia (Lei das S/A, art 105) e se a sociedade, em grave crise econômico-financeira, não preencher o seu fim (LSA, art 206 II b)
Portanto, no caso de S/A, devem ser observadas as disposições da Lei nº 6.404/76.
No caso da Recuperação Judicial da sociedade empresária ou do empresário individual são legitimados o próprio devedor, o cônjuge sobrevivente, os herdeiros e o inventariante não dativo (não escolhido pelo juiz) na falência do espólio, art 48, caput e seu § único da Lei 11.101/05. Lembrando que, em regra, societas solvitur morte, heresque socii insocietate non succedit. A sociedade se dissolve com a morte, e o herdeiro do sócio não sucede na sociedade.
No caso da Recuperação Extrajudicial da sociedade empresária ou do empresário individual é legitimado o próprio devedor: art 161 LF. No caso do cônjuge sobrevivente, dos herdeiros e do inventariante não dativo na falência do espólio, deve-se aplicar em cominação o art 161 com o § único do art 48 da Lei nª 11.101/05.
1.7) PRESSUPOSOS PROCESSUAIS DA FALÊNCIA
Podemos dizer que são três os pressupostos para se poder decretar a falência:
A. IMPONTUALIDADE 
OU
B. EXECUÇÃO FRUSTRADA 
OU
C. PRÁTICA DE MEIOS RUINOSOS
O devedor deve ser empresário e sua falência será decretada por sentença judicial (natureza declaratória).
O juiz da falência dispõe de força (não é decretação ex officio!) para decretar uma falência.
Basta que ocorra uma das três hipóteses (i.e. não cumulativas) para que seja possível decretar a falência.
A. IMPONTUALIDADE
Não é a falta de capacidade do devedor empresário em saldar as suas dívidas, mas uma presunção desta incapacidade.
 ∟ por exemplo, quando um devedor tem um titulo protestado, dizemos que o ato de protestar o título presume a incapacidade financeira do devedor. É uma incapacidade jurídica, e não econômica. Autoriza-se assim o requerimento de falência.
SUMÚLA Nº 43 DO TJSP: No pedido de falência fundado no inadimplemento de obrigação líquida materializada em título, basta a prova da impontualidade, feita mediante o protesto, não sendo exigível a demonstração da insolvência do devedor.
O devedor, neste caso, poderá fazer sua defesa em 10 (dez) dias, provando que não é impontual, e demonstrando a sua boa-fé objetiva. De que forma?
 ∟ R.: Depositando em juízo o valor do débito para discutir o valor da dívida (depósito elisivo - § único, art 98 LF), demonstrando que a empresa é solvente ou apresentando o pagamento da mesma (quitação) ou demonstrando que o título está prescrito, dentre outras explicações possíveis. Não deve ser aceito o argumento do devedor de que o credor não poderia usar a execução coletiva ao invés da individual, pois “a possibilidade de execução singular do título executivo não impede a opção do credor pelo pedido de falência.” (Súmula nº 42 do TJSP)
A presunção de impontualidade só ocorre quando há dividas de títulos com valor acima de 40 salários mínimos (é bom frisar que é possível pedir a falência com apenas um título ou com a soma de vários títulos, desde que corresponda ao valor superior de 40 salários mínimos)
 Não há necessidade, entretanto, de reunir todos os credores, pois a “pluralidade de credores não constitui pressuposto da falência” (SÚMULA Nº 44 DO TJSP)
A falência por impontualidade tem previsão no art. 94, inciso I, da nova lei. O artigo diz que é possível a decretação da falência daquele que não pagar, no prazo estabelecido para cumprir a obrigação, os títulos executivos (judiciais e extrajudiciais).
 ∟os extrajudiciais deverão estar protestados: Súmula STJ nº 248: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência. O artigo menciona, ainda, que o valor superior a 40 salários mínimos deva ser aquele equivalente ao da data do pedido de falência (e não a data da decretação da falência, por exemplo). 
Com relação ao valor do salário-mínimo para a decretação da falência, em que mesmo deve ser o equivalente ao da época do pedido.
OBS: os juros, como sabemos, devem ser legais, e, em regra, no Brasil, é de 1% ao mês (art. 406CC com combinação do §1º do art 161 CTN), exceto no caso das Instituições Financeiras que podem cobrar juros (anualizados) superiores a um por cento, tendo em vista as Súmulas nº 596 do STF e nº 283 do STJ:
B. EXECUÇÃO FRUSTRADA 
É aquela situação em que o devedor não quita sua dívida e nem garanteo juízo de execução no prazo (por exemplo, não nomeia bens à penhora conforme estabelecido no art. 652 CPC). Simplesmente fica inerte.
É também uma situação que se configura como típica de execução frustrada quando o devedor garante duas execuções (dois credores diferentes) com um mesmo bem. 
A falência por execução frustrada tem previsão no art. 94, inciso II, da Lei nº 11.101/05.
Entendemos que não é necessário o protesto do título executivo judicial, ao contrário do que pensam alguns autores, porque não há previsão na LF e o título executivo judicial já possui as caraterísticas de um título executivo extrajudicial protestado, dentre estas, a publicidade e o efeito erga omnes.
 ∟ neste sentido, súmula nº 50 do TJSP: No pedido de falência com fundamento na execução frustrada ou nos atos de falência não é necessário o protesto do título executivo.
Entretanto, “para o ajuizamento de ação falimentar com fundamento no art. 94, II, da Lei nº 11.101/05, a execução singular anteriormente aforada deverá ser suspensa.” (Súmula nº 48 do TJSP).
Alguns autores entendem que o fato de um devedor indicar um bem com valor inferior a 40 salários mínimos, para depois reforçar a execução (com esta já em andamento), daria azo a um pedido de falência por parte do credor com base em execução frustrada do devedor. É um primeiro entendimento doutrinário, em que somente é possível o pedido de falência com dívidas que superem o equivalente a 40 salários mínimos. Jurisprudência da Corte Superior tem adotado esta concepção. :
Verifica-se que a nova lei é omissa neste sentido, quando não diz qual o valor necessário para que se possa decretar a falência com base em execução frustrada .
Para a segunda corrente doutrinária, como a execução frustrada tem base legal no inciso II e este inciso não determina qualquer valor para ser possível o pedido de falência nem faz qualquer menção para que seja adotado o valor de 40 salários mínimos do inciso I do art. 94
 ∟ para essa corrente doutrinária, é possível se pedir a falência, mesmo que no inciso I diga que para se decretar a falência é necessária uma dívida superior a 40 salários mínimos.
 ∟portanto, nessa linha de entendimento, mesmo o inciso II sendo omisso com relação ao valor mínimo para de poder decretar a falência, é possível o pedido desta, qualquer que seja o valor da execução, desde que o devedor não garanta (a execução) com o equivalente à sua dívida. O inciso II não se atrela ao valor de 40 salários mínimos para decretar sua falência. [SÚMULA 39 DO TJSP: “ no pedido de falência fundado em execução frustrada é irrelevante o valor da obrigação não satisfeita.]
🡺 TODAVIA, entendemos que o pedido de falência no caso do inciso II do art 94 LF, deve atentar para o princípio da livre iniciativa, do primado do trabalho, da função social da unidade produtiva, mesmo em caso de confronto com o principio da proteção aos credores, no caso de valores bagatelares (por exemplo, pedir a falência tendo em vista uma execução frustrada de R$100,00), em consonância com o princípio da insignificância. Decorre desta análise que o exequente –credor deve buscar meios individuais de cobrança. 
Além disso, ajuizada a ação falimentar, se houver nomeação posterior de bens è penhora no juízo de execução individual, não será possível a decretação da falência.
C. MEIO RUINOSOS 
Enseja o pedido de falência com a prática de atitudes qualificadas como ruinosas. Há necessidade de provar o alegado (alegata non probata non alagatio est), ex vi art. 333, inciso I, do CPC, sob pena de o pedido de falência do credor ser julgado improcedente com as cominações legais cabíveis do art. 101 da LF.
 ∟ são exemplos de práticas ruinosas: o devedor se ausentar constantemente do estabelecimento para não encontrar seus credores que ali vão com frequência em busca do recebimento de seus respectivos créditos, o devedor tentar alienar os seus bens para não quitar suas dívidas, dentre outras possibilidades, taxativamente, expostas no inciso III, art. 94 da LF.
Para se decretar a falência de um empresário, coletivo ou individual, com base na impontualidade ou com base na execução frustrada, basta uma análise objetiva da situação. Havendo impontualidade ou havendo execução frustrada, decreta-se a falência! Com relação à prática de meios ruinosos, deve ser feita uma análise subjetiva da situação .
 ∟em 1º lugar, o credor DEVE provar que o devedor está se valendo de tais práticas 
 ∟além disso, no prazo de defesa, o devedor pode afastar o alegado pelo credor e provar que não está praticando nenhum ato fraudulento, elidindo o pedido de falência (art. 333 II CPC).
 ∟o devedor, caso não esteja passando por um bom momento financeiro, pode demonstrar que sua falta de capacidade para quitar seus débitos é relativa, e que há uma possibilidade de recuperação judicial (art. 95 LF).
 ∟ na decretação de falência do empresário individual ou da sociedade empresária por meios ruinosos, frise-se, o requerente da falência do devedor empresário, isto é, o credor, deve provar tais práticas, por força do art. 333 I CPC.
Meio ruinoso é a depreciação do patrimônio da empresa.
Se, por exemplo, um empresário pedir uma recuperação, caso haja necessidade de vender parte do ativo de sua empresa, a prática recomenda que este empresário comunique a seus credores que está vendendo parte de seu ativo, provando através dos balanços contábeis da empresa que não está praticando meios ruinosos, não ensejando assim, um pedido de falência com base no art. 94, III, da Lei nº 11.101/05.
 ∟ com a aprovação, o acolhimento do plano de recuperação judicial, o juiz deixa de decretar a falência da empresa
 ∟ caso a empresa deixe de cumprir um requisito deste plano de recuperação em razão de prática de algum meio ruinoso, o juiz pode converter, i.e., convolar esta recuperação judicial em falência.
AULA 5: TEORIA GERAL DO DIREITO FALIMENTAR – FORO E JUÍZO DO PROCESSO FALIMENTAR E DA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS; PRINCÍPIOS DO JUÍZO CONCURSAL.
· ITENS 1.8 A 1.10 DO CAPÍTULO 1
· Expor o foro e juízo da triangularização processual no processo falimentar e de recuperação de empresas, à luz da Lei nº 11.101, de 09.02.2005; 
· Analisar os aspectos controvertidos relacionados ao foro e juízo no processo falimentar e de recuperação de empresas, à luz da Lei nº 11.101, de 09.02.2005: competência, abrangência, etc.;
· Mostrar e analisar os princípios do juízo concursal.
1.8) PROCESSOS COLETIVOS DA FALÊNCIA E DA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS (TRIÂNGULO PROCESSUAL)
1.9) FORO E JUÍZO DO PROCESSO FALIMENTAR E DE RECUPERAÇÃO 
1.10) PRINCÍPIOS DO JUÍZO RECURSAL
🡺 OS TRÊS ITENS JÁ FORAM FICHADOS NA AULA 03.
AULA 6: TEORIA GERAL DO DIREITO FALIMENTAR – A INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO; ÓRGÃOS NOS PROCESSOS COLETIVOS DA FALÊNCIA E DA RECUPERAÇÃO; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E COMUNS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS COLETIVOS DA LEI Nº 11.101/2005. 
· ITENS 1.11 A 1.14 DO CAPÍTULO 1
· Expor de que forma se dá a atuação do MP nos processos coletivos da Lei nº 11.101/2005;
· Expor os órgãos nos processos coletivos da falência e da recuperação da Lei nº 11.101/2005;
· Analisar as disposições preliminares e comuns aplicáveis aos processos coletivos da Lei nº 11.101/2005.
1.11) INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 
O MP intervém na falência e na recuperação judicial e extrajudicial tendo em vista interesse de toda a sociedade em relação à situação econômica das empresas, uma vez que a difícil situação econômica das empresas, financeira e patrimonial de qualquer unidade econômica em estado pré-falimentar atinge relações trabalhistas, fiscais e creditícias, dentre outras.
Dessa forma, o MP por intermédio de seus membros, atuam no juízo falimentar ou de recuperação judicial ou na homologação extrajudicial.
Trata-se do MP dos Estados-membros (MPE) e do Distrito Federal ( MPDFT), uma vez que o juízo falimentar ou de recuperação judicial ou na homologação extrajudicial não é federal, por força do art. 109, inciso I, da CR/88. Neste ponto, não há atribuição para a atuação de qualquer membro doMinistério Público Federal.
E em que momento há atuação do membro do Parquet estadual ou distrital?
 ∟ na falência o, o MP só começa a participar do processo falimentar depois da sentença declaratória de falência. A lei prevê sua intimação apenas no caso de o juiz decretar a quebra do devedor insolvente ( art. 99 inciso XIII)
Durante a tramitação do pedido de falência, não há obrigatoriedade de o juízo falimentar solicitar a manifestação do MP.
E, mesmo depois de decretada a falência, a situação desse órgão é muito reduzida.
 ∟ parte minoritária da doutrina entende que se não houver expressa e específica previsão legal de oitiva do MP, o juiz não deve remeter-lhe os autos de falência para prestigiar a nova sistemática e garantir uma das medidas adotadas com vistas ao princípio da celeridade processual falimentar (§ único, art. 75. [ 🡺 NÃO ENTENDEMOS DESSA FORMA, HAJA VISTA A APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DO CPC POR FORÇA DO ART. 189 DA LF, E, PORTANTO, DO ART. 82 DO CPC]
As hipóteses que a lei prevê, expressamente, a participação do MP na falência são as seguintes:
Nos processos de recuperação de empresa (judicial e extrajudicial) prevê a nova Lei de Falências uma atuação mais discreta do MP. Estando em jogo interesses privados, parte da doutrina, também minoritária, entende que não há razões para exigir-se do órgão uma constante intervenção.
Na recuperação de empresas, a lei, expressamente, prevê a participação do MP nas seguintes situações:
Observe que o MP poderá atuar como custos legis (parte interveniente), e neste caso, quando interesse público permear a validade dos negócios jurídicos, ex vi art. 168 CC e parte final do inciso III do art. 82 CPC, caberá ao membro do MP agir na defesa da ordem jurídica vigente.
 ∟neste caso, o MP é parte interessada para recorrer de qualquer sentença ou decisão que seja contra legem (error in procedendo), aplicando-se, portanto, o art. 499 do CPC. Também poderá o membro do MP propor ação rescisória ou anulatória, conforme art. 487 CPC.
1.12) ORGÃOS NOS PROCESSOS COLETIVOS DA FALÊNCIA E DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
OBS: Com a edição da Lei 11.101/05, ocorreu uma grande mudança dos Órgãos nos processos seletivos, que existia com o DL nº 7661/45. Desapareceram os termos “comissário, (nas concordatas) e “síndico”, (nas falências).
Nasce a figura do “administrador judicial”, nomeado pelo Juiz com a abertura do processo de recuperação judicial, para, em regra, fiscalizar os negócios e a administração da empresa em recuperação, e também quando for decretada a falência, para administrar os bens empresariais compreendidos na falência.
Nasce também o “comitê de credores”, órgão criado por decisão e sob supervisão judicial, que atua tanto na recuperação como na falência, com diferentes atribuições em uma e outra, em regra, ppara fiscalizar. 
Surge ainda a figura da Assembleia Geral dos Credores – AGC que atua na falência e na recuperação judicial, formada por três classes: 
a. credores trabalhistas
b. credores com direitos reais de garantia ou privilégios especiais 
c. credores quirografários, subordinados ou com privilégios gerais
Também, eventualmente, o juiz nomeia o gestor judicial, escolhido pela AGC, para atuar quando o representante legal da sociedade empresária devedora é afastado de suas atribuições pelo juiz, na recuperação judicial, tendo em vista os seus atos de má-fé.
 ∟ ou seja, trata-se de um administrador- gestor que substitui o administrador da empresa (sócio ou não) quando este for afastado da sociedade empresária recuperanda ou quando o administrador judicial recusar ou estiver impedido de aceitar o encargo para gerir os negócios da empresa em recuperação judicial.
1.13) DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DA LEI FALIMENTAR APLICÁVEIS AOS PROCESSOS COLETIVOS
OBS: O capítulo I da lei 11.101/05, trata das disposições legais preliminares aplicáveis à falência, à recuperação judicial e à recuperação extrajudicial.
A lei tão somente se aplica ao empresário e à sociedade empresária (art. 1º), de acordo com o CC/02, verbis: 
“Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.”
Estando o empresário ou a sociedade empresária em recuperação extrajudicial ou judicial, ou em situação falimentar, serão considerados, para a lei, como devedores
Determinadas pessoas jurídicas, de acordo com o art. 2º, como já visto, estão fora do âmbito da incidência direta (exclusão total ou parcial) da lei falimentar. São elas:
Informa a Lei 11.101/05, que enquanto não forem aprovadas as respectivas leis específicas, ela se aplica subsidiariamente (como se fosse uma norma geral), no que couber, aos regimes previstos no DL nº 73/66, na Lei 6024/74, no DL 2321/87 e na Lei 9514/97 (art. 197).
 ∟ desta forma, reforça-se a ideia de exclusão relativa, tendo em vista os entes excluídos da aplicação da nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas, ex vi, art. 2º.
 ∟ observa-se, portanto, uma aplicação do estatuto falimentar aos casos concretos de liquidação extrajudicial, como visto nos arestos a seguir do STJ:
 1.14) DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA
AULA 7: TEORIA GERAL DO DIREITO FALIMENTAR – DISPOSIÇÕES PRELIMINARES E COMUNS APLICÁVEIS AOS PROCESSOS COLETIVOS DA LEI Nº 11.101/2005. 
· ITENS 1.14 DO CAPÍTULO 1
· Expor de que forma se dá a atuação do administrador judicial nos processos coletivos de falência e de recuperação judicial da Lei nº 11.101/2005;
· Expor de que forma se dá a atuação do Comitê de Credores e da Assembleia Geral dos Credores nos processos coletivos da falência e da recuperação da Lei nº 11.101/2005. 
1.14) DISPOSIÇÕES COMUNS À RECUPERAÇÃO JUDICIAL E À FALÊNCIA
🡺 ESTE ITEM JÁ FOI FICHADO NA AULA 6.

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